Fanfic - Yu-Gi-Oh! SLAVE IN HELL
Disclaimer: Yu-Gi-Oh! e seus personagens não pertencem a mim. No entanto, isso obviamente não me impede de colocá-los nas situações mais deploravéis e constrangedoras de todos os tempos... kukukuku!
Spoiler: Em um mundo caótico, completamente dominado e governado por criaturas do Inferno, humanos são lixo e demônios são elite. Anzu é uma jovem garota humana, vendida como escrava para demônios inescrupulosos... ou assim eles são descritos! Vários pares. Fanfic Pró-Anzu! (she rules!)
PG-13 por enquanto, por conter linguagem inadequada, situações maduras e violência. Futuramente terá lemon, mas isso depende de quanto tempo essa fic resiste.
Yami - Vampiro (Vampiro)
Seto - Mage (Mago)
Bakura - Half-Vampire (Meio-Vampiro)
Marik - Half-Demon (Meio-Demônio)
Joey - Werewolf (Lobisomen)
Tristan - Werewolf (Lobisomen)
Chapter One: Blood Brothers
- Estou com fome. – uma voz cheia de monotonia ressoou pelos corredores da grande mansão.
- E o que você quer que eu faça a respeito? – uma outra voz respondeu. Olhos azuis que pertenciam a um jovem alto e esbelto de cabelos castanhos, vestido em robes elegantes de cor negra fitaram um outro jovem rapaz, parado ao pé da grande escada.
- Bem, para começar, você poderia retirar essa merda de feitiço de impedimento de mim, para que eu possa sair daqui e ir caçar algo para jantar! - o jovem ao pé da escada respondeu rudemente, passando os dedos finos pelas mechas de seu cabelo longo e branco.
- Bakura, meu caro, você sabe muito bem que não tem permissão para sair da mansão, tudo graças aos seus atos impulsivos e estúpidos. Portanto, não me aborreça e vá comer uma fruta ou algo do tipo. - respondeu o jovem, voltando seus olhos para o grosso e pesado livro em suas mãos, e ajeitando-se na poltrona de veludo vinho em frente a enorme lareira.
A menção da palavra "fruta", o outro jovem lançou um olhar de profunda incredulidade, e murmurou coisas como "Acha que sou um cavalo, seu mago de bosta?", e "Frutas são comida de escravo, seu bastardo insolente", e por aí vai.
- Eu juro, Seto, que algum dia pego seu cajado e enfio ele bem no meio do seu... - Bakura ameaçou, mas foi interrompido pelo barulho da grande porta do Salão principal sendo aberto.
- O que estavam discutindo com tanto ardor, posso saber, meu caro primo Seto e meu caro meio-irmão Bakura? - uma voz cheia de autoridade e sarcasmo adentrou o Salão, e pelas pesadas portas de carvalho uma figura esguia, com seu cabelo roxo cheio de mechas douradas e seus olhos púrpura avançou para o meio do piso polido de pedra negra.
- Boa noite, meu primo. Como foi seu "passeio"? - Seto perguntou, fechando o livro e voltando seu olhar para o jovem que acabara de entrar. Bakura grunhiu e encostou no corrimão, cruzando os braços e olhando para os dois tediosamente.
- Bem, foi prazerosa. - respondeu aquele que se chamava Yami e era o senhor daquelas terras.
Yami então sorriu, exibindo seus longos e poderosos caninos, a prova máxima de sua superioridade.
- Comprou algum escravo novo? Bakura está entediado, e continua a me aborrecer com suas reclamações repetitivas. - Seto disse, sorrindo levemente e arqueando uma sobrancelha.
- Minhas reclamações não são repetitivas, Mago. - Bakura rosnou, estreitando os olhos castanhos.
- Sim, sim, tanto faz. Joseph e Tristan estão trazendo alguém, que eu encomendei. - Yami disse, esticando os pés sobre a mesa de mármore.
- Aqueles cães inúteis... não sei o motivo de insistir pela companhia deles, meu primo. Eles fedem e fazem comentários deploráveis. - Seto disse, virando os olhos.
- Já lhe disse para não ser grosseiro com eles. Ambos me divertem bastante, e são valorosos e confiáveis. - Yami disse.
- Hunf! Não é a toa que zombam de nossa Casa. Um vampiro que aceita e abriga lobisomens só pode estar ficando senil! - Bakura disse, rindo em seguida.
- Antes lobisomens legítimos que meio-criaturas, Bakura. Ponha-se em seu lugar, mestiço. - Seto bradiu. Bakura fechou os punhos e seus olhos se tornaram vermelhos, devido a fúria. O Mago e o meio-vampiro se encaravam, olhares de ódio sendo trocados explicitamente.
- Já basta! - Yami disse.
- Algo contra meio-criaturas, Mago? - uma outra voz adentrou pelo Salão, vinda do topo das escadas.
- E ele vive! - zombou Yami. Um rapaz de pele bronzeada, cabelos palidamente dourados e olhos cor-lavanda desceu vagarosamente as escadas. Ele tinha o ombro esquerdo e parte do peito enfaixados, e profundas marcas roxas pelas costas.
- É lógico que estou vivo, Yami! Não haveria de morrer pelas patas daqueles Goblins medíocres. Apenas me feriram pela vantagem numérica. - o rapaz respondeu, parando dois degraus acima de Bakura.
- Ah, sim! Desculpas típicas de uma meia-criatura patética! Francamente, Marik! - Seto disse, soltando um riso breve.
- Cale-se, Mago! Sua opinião é dispensável. Você não duraria um segundo contra uma flecha envenenada por um Goblin! Pode até saber a cura, mas seu sangue de Istar congelaria em segundos! - Marik advertiu.
- Chega dessa troca de carícias. - Yami disse, fechando os olhos. Durante os segundos de silêncio que se seguiu, o som de cascos se chocando com as pedras do jardim de entrada da Mansão ecoou.
- Acho que os lobos chegaram. - Seto disse, com um certo ar de nojo em sua voz. Bakura grunhiu e subiu as escadas rumo aos seus aposentos, seu intenso mau-humor aumentando.
- Mais algum simplório humano de meia-idade veio se juntar a nós? - Marik zombou, já esperando mais um dos muitos escravos que Yami sempre comprava. No entanto, vários deles foram mortos por Bakura há dois dias atrás, e agora eles estavam quase sem escravos. Na verdade, exceto por uns trinta elfos-domésticos (criaturas patéticas, mas muito úteis), mais nenhum humano havia restado na Mansão.
A porta do Salão foi aberta com um estrondo, e dois jovens rapazes adentraram. Eram altos e fortes, e falavam alto, rindo bastante e cantarolando. Um tinha cabelos loiros e olhos castanhos, e carregava dois grandes sacos cheios de leguminosas. O outro, era ligeiramente mais baixo que o loiro, tinha cabelos castanhos formando um protuberante topete acima de sua testa e carregava um grande porco em seu ombro direito.
- Em casa afinal! - o loiro disse, depositando os dois sacos no chão.
- Leve isso para os fundos, cão do demônio! - Seto disse, olhando com raiva para os dois, especialmente para o loiro.
- Hey! Lobo! Eu sou um lobo, seu asno! - Joseph gritou.
- E não ofenda os demônios insinuando que ele é cria de um! - Marik disse para Seto, que deu de ombros.
- Vamos levar essas coisas para a cozinha, Joe... não ligue para as provocações do bruxinho... - Tristan disse, dando um tapinha amigável no ombro de Joseph.
- Tristan, Joseph, onde está minha encomenda? - Yami perguntou, olhando ao redor.
- Ow! É claro! - Tristan disse, dando um tapa na própria testa, e ele e Joseph sairam novamente para perto da carruagem.
Minutos depois, ambos entraram carregando uma espécie de caixa. Todos que estavam na sala olharam aquilo curiosamente.
- O que tem aí? - Seto perguntou.
- A encomenda do Yami! A senhora que me entregou disse que o conteúdo é perigoso, então trouxemos dentro da caixa mesmo. - Joseph disse.
- Sim, de fato! A descrição dizia que ela possui a ferocidade de uma dúzia de harpias no cio! - Yami disse, e riu sonoramente.
- "Ela"? - Seto disse, olhando para o primo.
- Sim.. dessa vez peguei uma fêmea. Acho que minha mansão necessita de um certo toque feminino, não acham? - Yami disse.
- E o que ela é? Uma veela? Uma tétis? Uma banshee? - Marik perguntou, ainda olhando para a caixa fechada.
- Bem... não tenho certeza. Quando a comprei, apenas exigi que fosse uma fêmea, e de temperamento forte para suportar o mau-humor crônico de meu meio-irmão Bakura, saber lidar com o temperamento gélido de meu primo Seto, ignorar as piadas sujas de Joseph e Tristan, auxiliar na educação de meu pupilo Marik e claro, resistir ao meu intenso charme e carisma de vampiro. - Yami disse, nenhum esboço de humilde em suas palavras ou em seu sorriso.
- Quer dizer então que comprou uma dragão-fêmea! - Joseph questionou.
- Descobriremos agora! - Yami disse, e com um aceno de mão, a frente do caixote se partiu ao meio e caiu com um baque surdo no chão, fazendo uma leve massa de pó branco subir alguns centímetros.
- Anda rápido com isso, escrava! - uma mulher berrava, enquanto se olhava no grande espelho de prata. Atrás dela, uma jovem garota, cabelos castanhos curtos e vestindo trapos amarelados, trançava os cordões do corpete de veludo vinho que a donzela usava.
- Assim está apertado demais! - a mulher grunhiu novamente, e deu um safanão na jovem garota, que caiu de joelhos no tapete persa. A mulher mais alta jogou suas mechas douradas para trás, e começou a ajeitar o busto.
- Lady Valentine! Sua carruagem a espera. - uma pequena criatura esverdeada e enrrugada falou, pela fresta da porta de madeira negra.
- Suma daqui, elfo nojento! E avise que já estou descendo. - a mulher conhecida como Mai Valentine disse, enquanto passava uma generosa camada de rouge em suas bochechas rosadas. Ela era a senhora daquele mansão que ficava a oeste de Domino City.
Uma mulher rica, arrogante e prepotente, que maltratava qualquer criatura viva, em especial seus criados. Dizem as más línguas que ela assassinou seu antigo marido, o verdadeiro dono da fortuna que ela herdou. Mas, Mai Valentine era uma veela muito esperta, e soube esconder o corpo muito bem.
Agora, ela comandava todos os bens de seu falecido esposo, e tentava acumular mais riqueza, rivalizando até certo ponto com Lord Yami. Assim como o vampiro, sua maior diversão era ir a leilões de escravos, e arrematar o maior número possível, apenas para torturá-los mais tarde.
- Estou divina, como sempre! - a mulher falou, sorrindo para si mesma, revelando os dentes perfeitamente brancos.
- Lady Valentine, sua echarpe. - a escrava disse, estendendo um tecido escarlate e felpudo para a mulher.
- Tire suas mãos sujas de meus pertences, escrava. E leve os pratos para a cozinha. - a mulher disse, tirando o tecido das mãos da garota e enrolando-o em torno de seu pescoço. Ela então subiu em seus sapatos finos e caminhou altivamente para fora do dormitório, descendo pomposamente os degraus, cobertos por um tapete vermelho obviamente.
- Lady Valentine! É um prazer vê-la esta noite! - um belo homem, de cabelos esverdeados e com um olho verde e outro amarelado disse, curvando-se e beijando as costas da mão esquerda da mulher.
- Ora, Lord Dartz! Pare com isso, está me fazendo enrubescer! - a mulher disse, contendo um risinho falso muito bem.
"Deve ser pra isso que essa piranha usa tanto rouge, porque naturalmente ela nunca conseguiria enrubescer, já que é preciso ter vergonha na cara pra isso.", a escrava pensava consigo mesma, enquanto descia as escadas carregando a bandeja com pratos e taças de cristal.
- Bem, devemos ir. A carruagem nos aguard... - o homem começou a dizer, mas parou subitamente. Mai olhou para ele.
- Algum problema, Lord Dartz? - ela perguntou, enquanto segurava o braço do homem.
- Problema algum, Lady Valentine. Apenas... apenas parei por um segundo para apreciar uma rara beleza. - Dartz disse, sorrindo maliciosamente.
- Ow, pare com isso! Está me fazendo enrubescer mais ainda! - Mai disse, pendendo a cabeça para o lado graciosamente.
A escrava ficou estática na escada, pois para ela, parecia que o homem estava olhando-a diretamente nos olhos. Mas não poderia ser possível, pois ela era uma mera escrava, e as pessoas de pompa nunca olhavam para escravos.
- Poderia saber o nome dessa senhorita de olhos tão profundamente azuis? - Dartz perguntou. Mai olhou para ele sem entender, e então seguiu o olhar dele. Seus olhos pararam na figura da jovem escrava no meio da escada, e ela a fitou com incredulidade.
- Lord Dartz... o senhor está se referindo àquela escrava imunda como uma beleza rara? - Mai perguntou, sua voz levemente esganiçada.
- Ora, pois eu nem havia notado em suas vestes. O que atraiu meu olhar foram os olhos esplendidamente azuis que decoram este rosto tão delicado. - ele disse, se desprendendo de Mai, e caminhando até a escrava, que estava completamente petrificada em seu lugar.
- Lord Dartz... - Mai começou dizendo, mas ficou muda ao ver os gestos do homem.
- A senhorita poderia me dizer seu nome? - o homem galantemente perguntou, curvando-se brevemente.
- A-A-A-An-An-Anz-Anzu! Anzu, senhor! - a escrava respondeu nervosamente, e se curvou para demonstrar respeito. Mas, ao fazer isso, a bandeja também se inclinou, e todo seu conteúdo foi para o chão, esparramando-se estrondosamente aos pés de Dartz.
Anzu ficou estática, ainda curvada. Seus olhos tentavam se focar nos estilhaços de cristal por todo o tapete vermelho, mas ela tremia agora, imaginando o que viria a seguir. Chicote? Porrete? Brasas? Agulhas? Ela não conseguia parar de pensar. No entanto, o som que veio a seguir, não foi o grito de sua Senhora; foram risos.
Anzu lentamente se endireitou, e ficou surpresa ao ver Dartz rindo. Seus olhos azuis então se desviaram para a figura estática de Lady Valentine, que também parecia sem reação. Obviamente, conhecendo sua "dona", Anzu logo preveu que esse estado de choque não duraria muito tempo, e começou a recolher os cacos de cristal e a pedir desculpas veementemente.
- Essa foi uma das coisas mais hilárias que já vi! - Dartz disse, rindo mais. Uma ira insana então tomou conta de Mai, que apenas puxou Dartz pelo braço, dizendo que eles se atrasariam para o jantar, e lançando um olhar mortalmente perigoso para Anzu ao sair. A escrava sabia o significado daquele olhar. Seu castigo viria mais tarde, e ela se arrependeria de ter chamado mais atenção do que devia.
Na verdade, já havia ocorrido algo similar uma certa vez, quando um parente distante de Mai disse que Anzu era muito bela para uma escrava. Anzu passou uma semana utilizando bandagens ao redor de toda cabeça, tais foram os ferimentos causados pelas brasas quentes.
Estranhamente, nenhuma cicatriz permaneceu, o que causou mais fúria e ciúmes em Mai.
Na verdade, olhos azuis eram uma raridade naqueles dias, pois apenas os seres humanos possuiam tais atributos. A maioria dos demônios que agora existiam em massa nasciam com olhos vermelhos, roxos, negros. Pouquíssimos nasciam com olhos verdes (caso de Dartz), e raros nasciam com olhos azuis (caso de Seto, que é um Istar - uma raça de magos ancestrais, que originalmente vieram do mesmo molde dos humanos, mas abençoados com extrema sabedoria, poder e imortalidade.)
E agora, novamente isso ocorria. E para desespero de Anzu, outro castigo de mesma intensidade viria.
Mais tarde, Lady Valentine adentrou na Mansão. Sua fúria parecia ter sido amenizada devido a bebida servida abundantemente durante o baile, mas sua memória não havia sido afetada.
- Tragam a escrava aqui. - ela ordenou, deitando-se em sua larga cama, agora com os trajes de descanso. Segundos depois, Anzu estava ali, parada a frente da mulher.
- A senhorita mandou me chamar? - ela disse, a voz trêmula.
- Anzu, Anzu, Anzu... - Mai começou, falando como se estivesse conversando com uma garotinha meiga, porém burra.
- Quando você vai aprender a não me desafiar? Será que você acha que eu aprecio puní-la? Acha que me divirto com seu sofrimento? Queridinha... você me causa muitos problemas, é uma desaforada, uma escrava imunda, nojenta e humana, que não sabe se colocar em seu devido lugar! Por isso, Anzu... você sabe que terá que pagar pelo seu atrevimento, não? - a mulher disse, olhando a garota.
Anzu apenas balançou a cabeça afirmativamente. Mai sorriu cruelmente.
- Vá para sua alcova agora. Durma bastante, quero você bem descansada amanhã. - Mai disse. Anzu a fitou, desconfiada. "Para que eu possa sofrer mais amanhã, enquanto você me espanca até os ossos, veela vagabunda?", ela pensou.
- Amanhã, bem cedo, iremos ao mercado. Você será vendida. - Mai disse, e ordenou que ela se retirasse.
Anzu estava chocada, enquanto inconscientemente caminhava para o local onde dormia todas as noites. Teria ela ouvido corretamente? Estava para ser vendida? Anzu estava se ajeitando, quando ouviu sons do lado de fora. Ao sair, dez goblins estavam ali, parados.
- O que houve? - ela perguntou. Subitamente, um pedaço de madeira a atingiu no rosto. Então, os goblins começaram a espancá-la sem dó. Anzu tentava se proteger mas era inútil. A dor era imensa, mas ela estava acostumada. Seus belos olhos se fecharam.
Antes de ficar inconsciente, ela ouviu as palavras de um dos goblins:
"Lady Valentine esqueceu de dizer Boa-noite!"
"Maldita veela vagabunda...", Anzu pensou e desmaiou.
Continua...
Reviews, please! )