Ato 6: Dark Chest of Wonders

"Fly to a dream

Far across the sea

All the burdens gone

Open the chest once more

Dark chest of wonders

See through the eyes

Os the one with pure heart

Once soo long ago"

( Nightwish)

Já no trem de volta, Lílian mais uma vez olhava a paisagem, dessa vez de dia:

- Finalmente estamos voltando...

- Ainda bem que aquele mané do bigode não veio. – Murmurou Leah, ainda cutucando o ouvido. – ... Impotente.

Lílian riu e comentou, suspirando:

- Aí, você não vai mais precisar ficar olhando pra minha cara. Cada uma vai prum canto, não?

- Ahm... – murmurou, desistindo de cutucar o ouvido. – Esquece, nem foi tão ruim assim ficar olhando pra sua cara. Melhor do que ficar correndo daqueles zumbis morféticos.

- Já sabe o que vai fazer da vida? – perguntou, cruzando os braços.

Leah a olhou, estranhando. Ia voltar pra Azkaban, o que mais ia fazer? Mas Lílian continuou, comentando, inocente:

- A propósito... Eu lamento de informar, mas acho...

- Acha...?

- Que não estou mais afim de você. – disse, natural.

- Ahm? E você tava?

- Acho que eu estava um pouco sob efeito da maldição. Confundindo você com Roz... - comentando, dando de ombros.

- Ah, Deus me defenda.

- Mas se você quer saber... pode se orgulhar disso: ele era bem dotado. – sorriu, simpática.

- Heim? Bem dotado? – estranhou Leah, piscando.

- É... Seu "sósia" era bem dotado. – disse Lílian, um pouco envergonhada.

- ... O Roz?

- Claro, Leah! – riu.

- Bem dotado? Jura? – sorriu a bruxa.

- ... Era. - riu, olhando pela janela.

- Pô... mesmo?

- Mesmo.

- Era... grande? E grosso?

- LEAH! – riu Lílian, sem agüentar tanta babaquice. – Chega!

- Sabia... – sorriu Leah. – Também, tinha que se parecer comigo.


O trem chegou e as duas desceram. Dumbledore as esperava, junto de alguns aurores e do ministro.

- Trabalho feito. – sorriu Lílian.

- Que bom. Sabia que vocês conseguiriam. – sorriu Dumbledore.

Quando Leah saltou do trem, os aurores automaticamente lhe apontaram as varinhas, fazendo-a erguer as mãos e derrubar as malas:

- Calma, minha gente!

- Ela não vai ferir ninguém, cavalheiros. – sorriu Dumbledore.

O ministro se adiantou:

- Muito bem, senhora Leah, é hora de voltar para sua casinha.

Lílian se virou:

- Vocês vão levá-la?

Leah deu de ombros:

- Ué, tonta, eu só fui pra lá pra diminuir minha pena em alguns anos...

- Mas...

O ministro balançou a mão, impaciente:

- Vamos logo, vamos! – disse, aproximando-se de Leah.

Antes que ele a puxasse pelo braço, Leah recuou com violência, e um dos homens que estava próximo lhe acertou o rosto com força, usando uma espécie de taco mágico, que não parava de soltar raios azuis, fazendo-a bater de costas no vagão e ver a vista se encher de estrelinhas.

- Leah não vai atacar ninguém! – exclamou Dumbledore, fazendo todos pararem. – PARE, LÍLIAN!

O ministro assustou-se, vendo Lílian na frente do homem que tinha atingido Leah, pronta pra sacar a varinha ou a espada. Leah ergueu-se e apertou o braço de Lílian:

- Calma, mulher! Quer ir ver dementador comigo?

- Leah teve sua pena diminuída. Não é, ministro? – perguntou Dumbledore.

- Sim, sim... – murmurou o ministro, olhando a presidiária. – Apesar de que eu duvido que você saia viva de lá, garota...

- Ah, se eu morrer antes eu juro que vou puxar teu pé de noite. – sorriu Leah, para em seguida esticar as mãos juntas para Lílian. – Pronto, podem me levar. E você não faça essa cara!

Lílian estava parada na frente de Leah, olhando-a com as mãos à sua frente, pedindo para ser algemada.

- Ah, fala sério, Evans! Me prende logo, porra! Senão vou matar todo mundo aqui.

- ... Fazia tempo que você não me chamava de Evans. – sorriu torto.

- Só te chamo de Evans quando você me tira do sério. – resmungou. – Vamos com isso.

Dumbledore sorriu, e pôs a mãos no ombro de Lílian:

- Faça o que ela te pede. Não é todo dia que ela quer colaborar.

Lílian engoliu em seco, sentindo a mesma sensação de quando viu seu corpo caído no navio, sem vida. Respirou fundo e apontou a varinha para seu pulso, prendendo-a com pesadas algemas, que se acorrentavam e prendiam também seus pés.

- Pronto. – disse Leah, sem emoção. – Trabalho feito.

Dois aurores chegaram ao lado de Leah e a seguraram pelo braço. As algemas sumiram por um instante, enquanto ela colocava as mãos nas costas, e então elas voltaram a aparecer, prendendo-a.

- Aí, professor. – disse Leah, olhando Dumbledore. – Quando precisar de alguém pra limpar outra sujeira... estamos às ordens.

- Eu sei que sim, Leah. – sorriu o diretor. – Esteja certa de que lembrarei de você.

Em seguida ela olhou Lílian, cabisbaixa:

- Ei, que cara é essa? Todo mundo sabia que eu tinha que voltar pra lá.

- ...Não queria que você fosse. – sussurrou Lílian, olhando o chão.

- Largue de viadagem. – disse. – Escuta... Eu não tenho mais que ficar lá eternamente... Um dia eu vou sair, tá? E quando eu sair de lá, bem velhinha, fodida e com o pé na cova, eu quero ver você, ok?

Lílian afirmou com a cabeça. Leah suspirou e a olhou, um pouco penosa, e disse, em tom baixo:

- Lílian... Você lembra do que o Dumbledore chamava a gente, não lembra?

Ela suspirou e olhou Leah, um pouco tristonha:

- Yin e Yang.

- As duas metades que se completam. - sorriu Leah. – Lílian, eu fui criada para ser uma poderosa arma nas mãos de Voldemort. Você lembra o quanto eu era odiada na escola... e onde eu fosse. Porque minha alma era assim... Até conhecer você.

Lílian a olhou fixamente. Leah sorriu, suspirando:

- Lílian... você foi a única pessoa que trouxe paz pro meu espírito. Você me fez descobrir que eu não era aquele demônio que só matava e odiava. Você colocou coisas boas dentro de mim. E eu nunca vou esquecer disso.

Dumbledore sorriu francamente, olhando as duas.

- Você me faz uma promessa? – pediu Leah. – Prometa pra mim que quando o Tiago voltar lá da Croácia, você vai casar com ele, vai ter uma porrada de filhos e vai viver feliz pra sempre. Tá bom assim?

Lílian a olhou, com o rosto tombado, achando graça:

- Isso. – continuou - E quando eu sair daquele cafundó, eu quero ver você acabadona, velhona, com a dentadura no mesmo copo da dentadura do Tiago... e um monte de neto, bisneto e o escambau fazendo a maior bagunça na sua casa. Tá bem assim? Você promete isso pra mim?

- ... Prometo. – respondeu Lílian.

- Que bom.

Lílian olhou Leah, que sorria, aparentemente satisfeita com alguma coisa.

- ...Você não presta. – sorriu Lílian.

- É. Eu sei que não.

Em seguida Lílian respirou fundo, esticou o corpo e deu um beijo no rosto de Leah.

- Cuide-se.

- Me cuidar em Azkaban? – riu. – Tá bom.

- Muito bem, chega de despedidas. – suspirou Dumbledore. – Leah, você sairá de Azkaban antes do que pode imaginar. E Lílian... – e voltou a segurar o ombro dela. – Lílian cumprirá sua promessa.

- Eu vou cobrar. – disse Leah.

E, assim, ela deu as costas, embarcando em outro trem, escoltada pelos aurores, em direção a Azkaban, deixando Lílian, Dumbledore e o ministro para trás, na plataforma. O professor sorriu para Lílian:

- ...Vamos embora, Lílian. Você escutou a promessa que fez. Ela ficaria brava se você não a cumprisse...


N.A 1: Fim da Fantasma. Desculpem a demora, ela deveria ter sido atualizada semana passada, junto da Espada dos Deuses, que fica pra esse fim de semana. O motivo para o atraso foi que eu simplesmente fui parar no hospital, internada às pressas, e por pouco vocês não ficam sem o fim da Fantasma e sem a EdD pra sempre, hehehehe. Mas graças a Deus minha mãe me levou ao hospital à tempo, e hoje estou aqui, atualizando!

N.A 2: Como já disse, penso em fazer outra fic dessa, como "continuação". vamos ver no que dá! Até a próxima, e espero que tenham gostado!