Disclaimer: Os personagens de GW não são meus… mas… Satoshi sim… eu criei e desenvolvi este personagem, bem como a historia.

Pairing: 1x2 13x2 OC+2

Beta/Revisora: Illy-chan HimuraWakai


Você está pensando em mim também?
Você chora, querendo o calor de outra pessoa também?
Meu coração não pede por ajuda
Eu tentei ajudá-lo, mas ele começou a se despedaçar…


Capítulo Final

- Eu amo você…

Suas lágrimas se misturavam com a chuva que caía sem piedade e o molhava por inteiro. Permanecia caído de joelhos, as mãos espalmadas no chão, a cabeça baixa, os cabelos escuros colados emoldurando a face que aparentava antecipar uma derrota. Buscava forças para sair daquela exaustão psicológica, que lhe forçara a confessar um sentimento que o sufocava há anos. Em desespero, utilizara-se dele como último artifício para tentar não perder o americano definitivamente. Tentara convencê-lo o quanto era importante para si.

- Pensei que você não me suportasse. - a voz, tão perto de si, lhe falou.

Sentindo uma mão ser pousada em suas costas em precaução para caso desabasse de vez, ele permaneceu de cabeça baixa, ainda sem coragem.

- Não suporto… Não suporto isso que você se tornou. Não suporto essa fachada oca que você tenta manter erguida. Não suporto… porque ela me separa de você… porque com ela, eu não consigo me aproximar.

Um silêncio, onde somente o barulho da chuva se fazia presente, pairou por alguns segundos, até que ouviu a voz pedir.

- Repete…

Satoshi, sem entender, finalmente arriscou levantar a cabeça para encarar o rosto do americano. Os olhos violetas do jovem ajoelhado logo ao seu lado fixaram-se nos seus. Podia ficar perdido naqueles olhos sua vida inteira, por isso, entendeu o que ele queria que confirmasse.

- Eu amo você, Duo.

O americano deixou um sorriso sincero traçar o canto dos seus lábios. Duo sentiu um calor invadir seu peito, mesmo com toda chuva fria que molhava seu corpo. Talvez viesse esperando aquela confissão há muito tempo, talvez sequer mais acreditasse que um dia ela aconteceria, mas ao ouvir Satoshi reagir dizendo que o amava, foi o suficiente para que fosse invadido por um sentimento que impedira de vir à tona, simplesmente por medo. Sentia outra vez o mesmo calor naquele instante ao lado do japonês, quando ele repetia as mesmas palavras com tamanha sinceridade.

- Isso é bom. – Duo confessou, tocando o rosto do oriental com uma das mãos. – Porque já que atrapalhou os meus planos, vai ter muito que me agüentar com a personalidade ruim que você não suporta e tudo mais.

Satoshi ficou perdido, olhando para o rosto do americano, buscando compreender o sentido daquelas palavras. Não demorou para que um riso rompesse e acabasse com suas lágrimas.

- Você é um idiota.

Duo fechou a expressão, emburrando-se e dando um leve soco no braço do japonês.

- Hey, você acabou de dizer que ama um idiota?

- Amo. – Satoshi confirmou.

-

Duo se moveu na cama ao escutar a campainha. Um pouco contrariado por ter o sono interrompido, se levantou. Vestido num conjunto de moletom preto, que o protegia do frio, foi atender a porta de seu apartamento. Sua expressão sonolenta deve ter mudado radicalmente abri-la, já que não esperava uma visita dele. O homem a sua frente ergueu uma sobrancelha e entrou sem ser convidado.

- Dormindo de cabelos molhados, Duo? – indagou reparando nos fios soltos e aparentemente úmidos. - Vai acabar ficando doente.

Duo sorriu irônico. Estava surpreso por ele ter vindo procurá-lo, mas não tanto para que perdesse a compostura. O jeito como o loiro analisava seu estado e olhava discretamente o apartamento, indicava suspeitar que não estava ali sozinho. Em relação a isso nunca tivera problemas, afinal, trabalhava com sexo, o problema era que podia imaginar quem o outro homem pensava encontrar ali. Para azar dele, essa pessoa passara por lá anteriormente. Ele simplesmente chegara atrasado para um - por assim dizer - flagrante.

- Obrigado pela preocupação, Treize, mas eu sei cuidar de mim mesmo. – Duo respondeu, já tendo fechado a porta e agora o seguindo até a sala.

Treize sorriu. Tinham sido apenas palavras tolas, apesar da preocupação verdadeiramente existir, mas queria começar sem trazer à tona as mágoas tão recentes.

- Não duvido disso, mas não impede que eu me preocupe.

Treize parou finalmente no meio da ampla sala, deixando o olhar pairar exatamente onde queria, o que fez com que Duo cruzasse os braços sobre o peito e num tom petulante, perguntasse a ele:

- O que você quer, Treize?

Treize olhava para dentro do quarto que, tendo a porta aberta, permitia uma ampla visão da cama de casal. Vendo a forma do outro rapaz adormecido, confirmava assim que Duo não estava mesmo sozinho aquela noite e menos mal que não fosse Heero Yui quem descansava ali, apesar de não tranqüilizá-lo ver que não era ninguém menos que o filho do mesmo.

- Vejo que não hesitou em buscar companhia para aliviar suas frustrações. – Treize não perdeu a oportunidade de debochar da situação, ainda que não quisesse mostrar seu ciúme e hostilidade em relação ao fato.

Duo viu uma extrema necessidade de se defender. Não para agradar a Treize, mas por não querer mal entendidos quanto ao relacionamento que ainda mantinha com o outro rapaz. Para ele era importante deixar claro que Satoshi não era como os outros.

- Não é o que você está pensando. Ele me ajudou com meus problemas e acabou tendo uma queda de pressão. Só estávamos dormindo.

Treize deu de ombros, não duvidando que as palavras de Duo fossem verdadeiras. Desde o princípio talvez já soubesse que existia algo de diferente entre aqueles dois. Infelizmente, evitar enxergar era bem melhor do que deixar a realidade vir à tona e lhe tirar tudo de uma única vez.

- Isso é bem atípico, vindo de você. – o loiro comentou, voltando-se inteiramente para o ex-amante.

- E você acha que eu não sei. – Duo deixou um sorriso surgir no canto de seus lábios, numa rara demonstração de acanhamento pelo que estava confessando.

Não existiam mais chances. Treize soube disso quando viu o jeito como Duo aceitava sua ironia. Por dentro lamentava o fato, mas não traria mais tensão entre eles, não quando queria apenas certificar-se que o rapaz à sua frente ficaria bem.

- Ele é diferente, não é? – perguntou na sua quase afirmação.

Foi a vez de Duo dar de ombros. Não era dado a confissões eloqüentes, não quando já vivera quase todo tipo de sofrimento, mas não deixou margem de dúvidas para o outro:

- Não que você se importe, mas é.

- Garoto de sorte… - Treize sorriu triste, baixando brevemente o olhar para o chão e, em seguida, retomando sua postura, falou: - Eu vim aqui me desculpar.

Duo não acreditava que fosse só isso. Saber que os sentimentos de Treize eram sinceros e não mais poder correspondê-los lhe causava uma certa tristeza, mas não poderia viver mentindo para si mesmo. Armando mais uma vez sua fachada irônica e fechando a expressão de modo a ficar mais séria, Duo cortou qualquer intenção que Treize pudesse ter na mente.

- Eu não vou voltar.

Treize riu, escondendo um tom de amargura que esta continha bem no fundo.

- Depois dessa sua confissão, qualquer esperança que eu tinha foi eliminada, pelo menos por enquanto.

- Eu sinto muito. – Duo lamentou sinceramente, descruzando os braços, deixando sua indulgência lhe dominar. - Eu devo muito a você, sei bem disso, mas…

- Sem "mas", Duo. – Treize cortou, levantando uma das mãos para interrompê-lo em seu discurso. - Eu não preciso que me lembre de tudo o que eu já sei. Meus sentimentos sempre foram sinceros e, apesar dos meus erros, minha intenção jamais foi te magoar, apenas te proteger.

Mesmo que fosse verdade, ainda assim magoava muito saber que Treize o tinha privado de saber que o irmão estava vivo.

- Eu sei. Você foi como o pai que eu não tive. – Duo confessou.

Treize estreitou os olhos e reclamou:

- Se repetir isso de novo, vou me ofender.

Duo riu. O clima que poderia ter se tornado ruim durante aquela conversa, simplesmente não existiu. Ele ficava aliviado por não ter que ficar brigado com Treize, pois mesmo que não fosse para dividir mais uma vida juntos, aquele homem continuava sendo e sempre seria, muito importante para Duo.

- Brincadeira. – Duo levantou as mãos em sinal de rendição.

Treize sorriu e finalmente falou:

- Podemos chegar aos termos com o que aconteceu e você me perdoar?

Duo assentiu com a cabeça e disse:

- Sinta-se aliviado. Minha raiva já passou.

Foi um alívio grande para Treize escutar aquelas palavras de Duo. Seus sentimentos ainda inabalados queriam pelo menos manter a amizade por enquanto, já que nada naquela vida era definitivo, e o mundo ainda poderia dar voltas que levassem o garoto de volta a seus braços.

- O que pretende fazer? Apesar de não querer mais dividir sua vida comigo, seu lugar no Eclíptica…

- Eu sei. Eu vou pensar.

Treize olhou para o quarto mais uma vez e confessou seriamente:

- Acredite, não estou magoado por sua escolha. Meu medo era que sofresse mais uma vez nas mãos do pai dele.

Duo relembrou da escolha feita por Heero da última vez em que estiveram juntos, da forma fácil como ele o tinha descartado de sua vida se assim pudesse manipular o filho a assumir o que lhe era de direito. A dor ainda existia, mas agora bem menos intensa, porque poderia dizer que era de fato a rejeição que o magoava e o que sentia por Satoshi era algo muito mais definitivo do que qualquer outra coisa.

- Pode deixar que desse mal você não vai morrer, T-chan.

- Vou sentir falta de você me perturbando com esse apelido.

Duo sentiu o coração se apertar. Era difícil colocar uma pedra em algo que vivera por anos, deixar tudo para trás e começar de novo. Mas era o certo, era o que ele queria… o que realmente sentia ser verdadeiro e espontâneo, uma escolha só sua para decidir qual rumo que sua vida deveria seguir. Com um sorriso terno, se aproximou de Treize e tocando uma de suas faces, encostou seus lábios nos dele, tomando um leve beijo para si como despedida daquela pessoa que amava tanto.

- Obrigado por tudo. – Duo murmurou, ainda de contra os lábios do loiro, mantendo os olhos fechados para não correr o risco de seus olhos marejarem.

Treize sorriu, sabendo muito bem o que Duo deveria estar sentindo, pois nele próprio guardava algo similar. Limitou-se apenas em acariciar sua face e antes de ir embora dizer:

- Sempre que precisar… Lembre-se disso.

-

Satoshi escutou os passos adentrando no quarto e a cama ceder ao seu lado devido ao peso. Tinha despertado no meio da conversa de Duo com Treize e permanecera quieto, fingindo que dormia, apenas escutando o que os dois conversavam na sala. Não se manifestara apenas porque não queria atrapalhar, já que se notassem que estava acordado, não seria a mesma coisa de como ambos tivessem a certeza de que conversavam a sós. Muitas partes da conversa lhe acalentavam, outras nem tanto. Não era tolo para ignorar o fato de que mesmo se separando de Treize, não deveria estar sendo fácil para Duo aquele rompimento. O homem fora sua vida durante aqueles anos e, apesar de não saber ao certo o grau de apego que o americano tinha em relação ao loiro, não existia chance de que ele não sentisse nada, terminando aquele relacionamento.

Muitas coisas passavam pela mente de Satoshi, desde as lembranças da noite anterior em que quase perdera Duo pela segunda vez bem diante dos seus olhos, assim como memórias do passado e, sem dúvidas, aquele acontecimento mais recente. Apesar de tudo, a única coisa que de forma egoísta conseguia pensar era que seu pai havia ido embora, mesmo que pudesse existir uma previsão de retorno, e que assim poderia finalmente ter o espaço com Duo que sempre quisera.

Como sempre quisera sentir a proximidade do corpo delgado junto do seu, assim como agora quando Duo se aconchegava bem perto de si por debaixo dos cobertores… Como quisera sentir o hálito quente na curva de seu pescoço, como sentia agora, quando o americano lhe beijava a pele e mordia levemente, fazendo com que seu corpo, mesmo protegido do frio, se arrepiasse. Como sonhara com a sensação da mão morna em seu sexo, tocando-o e estabelecendo um vai e vem lento e torturante… Assim como Duo fazia agora, ao ousadamente deslizar sua mão para dentro da calça de moletom que usava emprestado dele.

Só que não era mais um sonho e, apesar de estar sentindo rapidamente seu sexo corresponder ao carinho, não poderia simplesmente permitir que as coisas fossem rápido demais.

- Duo… - resmungou, ainda de olhos fechados. – O que acha que está fazendo?

Escutou uma risada abafada junto a sua nuca e logo o americano debochou com a voz rouca:

- Será que você acreditaria se eu dissesse que estou tentando esquentar a minha mão?

Controlou-se para não rir, o que foi fácil, uma vez que a situação que não se modificara e Duo persistia em masturbá-lo por debaixo dos cobertores.

- Sua mão pode estar suada, quente, qualquer coisa, menos fria.

- É mesmo? – Duo indagou sarcasticamente. - Então me deixe aproveitar.

- Não poderíamos conversar primeiro?

- Conversar? Não. Já conversamos muito. Você já me cozinhou por tempo demais e Sato… eu preciso de você. – Duo falou terminando de forma arrastada.

Satoshi não conseguiu pensar muito, não quando sentia a mesma necessidade que o americano, que esfregava levemente sua ereção de encontro a suas nádegas. Havia se negado até então em ceder, por motivos que já não faziam mais sentido, logo, qualquer coerência desapareceu. Ele se virou, sentindo a perda momentânea do manuseio de Duo em seu sexo, e fitou os olhos do americano que de forma muda lhe pediam para que saciasse sua vontade. Submeteu-se sem mais questionamentos, tomando a boca de Duo num beijo tépido, onde o cuidado foi substituído pelo insano desejo que sempre lhe corroera.

Quando suas mãos tocaram o corpo de Duo, de imediato sentiu o calor da pele exposta. A surpresa por verificar que o americano já estava nu, não durou um milésimo de segundo, sendo apagada pela excitação crescente que era finalmente sentir, sem quaisquer barreiras, a textura do corpo do outro.

Enquanto Satoshi deslizava sua língua dentro da boca de Duo, este fazia questão de retirar as roupas que impediam que o sentisse por completo também e assim que conseguiu despir o japonês, pressionou seu tórax contra o dele.

Duo gemeu. Em todos os lugares em que era tocado, sentia como se pegasse fogo. As mãos de Satoshi, sem qualquer hesitação, desceram para moldar-se as suas nádegas, apertando-as e criando ainda mais atrito de seus membros um de contra o outro. A sensação fazia com que tudo ficasse mais intenso.

Satoshi perdeu o contato com a boca que tanto lhe excitava. Seu sexo latejou um pouco mais forte, quando sensualmente, antes de perder completamente a sensação, Duo delineou seus lábios com a língua. Em seguida grunhiu sentindo seu pescoço ser mordido, nem forte, nem muito de leve, fazendo com que arqueasse um pouco a pélvis numa reação instintiva.

Duo gostava das reações que causava em Satoshi - depois de tantas frustrações em desejar o japonês e sempre ter suas tentativas de aproximação negadas - enfim podia desfrutar de todas as sensações que imaginara ter com ele. Sem querer perder a oportunidade que era tão visivelmente lhe oferecida, Duo traçou seu caminho marcando a mordidas e chupões até o baixo ventre de Satoshi, onde fez um sinuoso trajeto, tocando a ponta da língua no topo da ereção dele, provando o pré-gozo que já emanava em sua glande.

Satoshi se retesou ao sentir Duo sinuosamente deslizar a língua sobre seu pênis. A saliva morna umedecendo sua extensão, a carícia instigando-o, excitando-o sem qualquer limite. A brincadeira se estendeu por mais algum tempo, até que seu sexo foi lentamente possuído pela boca de Duo, até que todo ele estivesse consumido. Quando o americano retroagiu e, mais uma vez, impeliu-se até a base seu membro, Satoshi fechou os olhos, aproveitando apenas a sensação. Inconscientemente, começou a investir a pélvis contra a boca do americano, indo de encontro aos movimentos dele.

Duo gemia a cada encontro com a base da ereção de Satoshi e, excitado pelos movimentos dele, começou a tocar o próprio sexo, sentindo prazer e um pouco de alívio por estar tão tenso. Seus gemidos, abafados pelo ato, vibravam de forma instigante no membro de Satoshi, que percebia seu ápice bem próximo.

Sem querer que tudo terminasse tão rápido, o japonês parou os movimentos e segurou a cabeça de Duo, impedindo-o de continuar e trazendo-o para cima de seu corpo, tomando sua boca mais uma vez.

- Eu quero você. – Satoshi murmurou a milímetros dos lábios de Duo, enquanto acariciava seu rosto.

Duo sorriu libidinosamente.

- Eu já tive sonhos eróticos com você me suplicando por isso.

- Eu quero você em mim.

Duo franziu o cenho, estranhando o pedido de Satoshi.

- Sato, eu não…

Duo não teve tempo de formular que estava acostumado, ou que - realmente - seu desejo era ser possuído por ele. Sua boca foi calada por outro beijo ávido, que lhe privou da respiração e dos pensamentos coerentes.

Satoshi manteve o beijo, ao mesmo tempo em que abraçava a cintura de Duo com as pernas e, com uma das mãos livres, ajeitava o sexo do americano em sua entrada.

- Eu quero você… - Satoshi sussurrou entre os lábios, fitando os olhos violetas com desejo e demanda. – Agora, Duo.

Sem conseguir impedir o calor que se espalhou por seu corpo com aquelas palavras, Duo tomou calidamente a boca de Satoshi, enquanto forçava a entrada de seu sexo no corpo dele.

O oriental fechou os olhos, abandonando o beijo e inclinando a cabeça para trás, expondo o pescoço aos chupões e mordidas de Duo, enquanto sentia a dor daquela rigidez preenchê-lo vagarosamente. Era tortuoso sentir aquela penetração sem qualquer lubrificação, mas era o que queria; sentir Duo de imediato, sem qualquer delicadeza.

Duo gemeu, sentindo seu sexo latejar confinado pelas paredes internas de Satoshi. Era uma sensação indescritível e precisava de algum tempo para se acomodar e não acabar com o ato naquele momento, mas o japonês mexeu o quadril, fazendo que mesmo em milímetros, seu membro saísse e entrasse de novo dentro de si. Tendo aquilo como incentivo, ondulou sua pélvis, causando um estremecimento em Satoshi.

Sem perder a conexão de seu sexo dentro do corpo do japonês, Duo retroagiu sua ereção até que ficasse apenas a glande dentro do outro e, em seguida, fitando nos olhos azuis, deslizou de volta de forma lânguida.

Satoshi grunhiu, mais uma vez jogando a cabeça para trás e a cada arremetida de Duo dentro de si, os gemidos deixavam sua boca cada vez mais intensos.

Duo encantou-se, naquele momento, pela beleza de Satoshi e, mesmo sabendo que o estava tomando sem qualquer lubrificação, seu tesão não permitiu que parasse ou fosse delicado em seus movimentos quando começou a estocá-lo de forma rigorosa, seguindo o ritmo de sua excitação, querendo apenas se afundar mais e mais dentro dele.

Duo mordeu o lábio inferior ao sentir os dedos de Satoshi se enterrarem nas suas costas, em resposta aos seus movimentos e, apesar de prever sua dor, via o prazer estampado no semblante do outro e ânsia quando o mesmo equiparava seus movimentos, forçando o próprio quadril de contra suas investidas.

Satoshi enterrou os dedos nos cabelos úmidos de Duo, forçando sua cabeça a descer para beijá-lo, e num movimento premeditado - colocando uma pegada firme no dorso do americano - o virou de contra a cama, fazendo suas posições se inverterem. A breve perda de contato do sexo dentro de si, fez o japonês grunhir e abandonar o beijo. Satoshi ergueu o corpo e posicionando-se mais uma vez, se empalou de contra a pélvis de Duo, desta vez arrancando um gemido alto do homem deitado abaixo de si, que fechou as mãos em suas coxas, apertando-as com força; e de si próprio, por sentir ser atingido fortemente em sua próstata.

Duo estava embevecido pela troca de posições. Quando ele tinha pensado em apenas se entregar e ser consumido por Satoshi, acabava por estar possuindo-o, sentindo a entrega de seu corpo e, ainda assim, o japonês não deixava de dominá-lo, ditando os movimentos ao erguer o quadril e abaixar-se de novo, fazendo a ereção enterrar-se mais profundamente dentro de seu canal.

Satoshi já não sentia tanto a dor, mas até mesmo essa era bem-vinda, pois se misturava ao prazer de sentir o sexo de Duo deslizando para dentro e para fora de seu corpo. Era aquele momento único que sempre almejara durante sua vida; poder estar com Duo, sem reservas, sem empecilhos, sem o passado e nem ninguém para atrapalhá-los. Era quase irreal, mas a sensação enlouquecedora que lhe abatia toda vez que se empalava de contra o membro do americano, fazia-o recordar-se que mais real do que aquilo, seria impossível, principalmente quando sentiu a mão do americano se fechar em torno de sua ereção e começar a acariciá-la em movimentos leves, lentos, que levaram uma corrente de calor por todo seu baixo ventre.

Seu nome deixou a boca de Satoshi num gemido de puro êxtase ao mesmo tempo em que viu o líquido morno melar sua mão e tórax. As paredes internas se contraíram ainda mais ao redor de seu membro e Duo se pegou investindo de contra o corpo de Satoshi com movimentos que não cessaram durante o ápice dele. Mesmo quando o japonês pendeu para frente, exaurido pelo ato, Duo continuou se arremetendo dentro de seu corpo, levando as mãos até suas nádegas e as apartando, enterrando-se até finalmente alcançar seu gozo dentro de Satoshi.

Minutos se passaram, onde apenas a respiração ofegante de ambos podia ser ouvida dentro daquele quarto. Eles podiam sentir os batimentos acelerados em seus peitos, que estavam colados um no outro, devido à adrenalina que aos poucos se esvaia, deixando apenas a sensação de torpor… de que qualquer ânsia havia ali sido saciada.

Duo elevou os braços, envolvendo num abraço o corpo de Satoshi que descansava sobre o seu, pensando brevemente em como poderia ter sido, se tivesse se envolvido com ele quando ainda eram adolescentes. Seriam as mesmas sensações? Teria sido tão intenso? O amaria mais do qualquer outra coisa no mundo? Eram perguntas que jamais teriam respostas e que deveriam ficar perdidas com o passado que não viveram juntos, mas isso não o privava de pensar muito em como seria um futuro com ele, principalmente depois da loucura que tinham feito ali.

- Regra número um sobre transar com um prostituto: jamais o faça sem camisinha. – Duo balbuciou, sem ter a garantia de que Satoshi estava lhe escutando, ou não.

- Você é tão romântico que me assusta. – Satoshi ironizou, aconchegando a cabeça mais comodamente no ombro do americano. - Você também não se preocupou com isso.

- Você não me deu chance. – Duo riu e debochou, levando a situação para um aspecto não tão mórbido. – Ainda bem que não posso te engravidar, não é mesmo?

- Piada cretina. – Satoshi resmungou, sem forças para se ofender ou brigar com Duo por seu comentário desnecessário.

- Vai ficar aí em cima? – falou, se referindo ao peso do corpo de Satoshi sobre o seu.

- Estou bem confortável. – Satoshi disse, deixando-se pender para cima do colchão, puxando o corpo de Duo consigo e o aconchegando em seu abraço. – Mas eu prefiro assim.

Duo sorriu, abraçando o corpo de Satoshi e suspirando satisfeito contra o peito dele, onde sua cabeça descansava, ao mesmo tempo em que puxava as cobertas para cima de seus corpos.

- Eu realmente não esperava isso vindo de você. – Duo confessou, levantando o rosto para olhar no rosto de Satoshi, que estava de olhos fechados.

- Ainda tem muitas coisas que não sabemos um do outro, Duo. – Satoshi concluiu, acariciando os cabelos castanhos.

- Isso só faz com que tudo fique mais interessante. – Duo ronronou, beijando o pescoço de Satoshi, que inclinou-se ante ao carinho. – Já te falei o quanto eu sou viciado em sexo?

Um sorriso traçou o canto dos lábios do oriental.

- Não… - Satoshi grunhiu, sentindo o outro lamber seu pescoço e uma de suas mãos acariciar seu sexo e testículos, fazendo-o começar a ficar ereto de novo. – Mas não reclamarei se você quiser provar isso na prática.

Duo sorriu de maneira libertina, esfregando seu sexo de contra a perna de Satoshi, mostrando a real prova de seu vício.

- Prática é comigo mesmo, meu caro. – Duo finalizou, tomando a boca de Satoshi mais uma vez.

-

Duo estava saindo da faculdade na segunda. Tinha pleno intento de ir diretamente para o apartamento de Satoshi. Não haviam conversado muito depois que ele acordara e deixara o seu, até porque ainda existia a preocupação da gravidez da amiga dele. Ele lhe explicara como tudo acontecera e sem querer o irritara, quando rira de quão patética pareceu a situação: Satoshi tinha feito uma noitada, completamente bêbado, com a garota e dera o grande azar de possivelmente tê-la engravidado. Satoshi, apesar de tudo, deixara claro os seus sentimentos e dissera que conversariam melhor depois. Infelizmente, para Duo - que nunca fora muito paciente – esperar, calma e quietamente, ele lhe ligar não era uma opção. Depois de sua confissão naquela noite no terraço, a única coisa que queria era ficar perto dele, mesmo que parecesse idiota.

Estava andando pelo estacionamento do campus, a caminho de seu carro, quando escutou seu nome ser chamado e sentiu os músculos de seu corpo se contraírem no imediato reconhecimento daquela voz. Continuou caminhando, mantendo os passos na mesma sincronia, não querendo demonstrar seu incômodo ou nervosismo, mesmo quando a voz se tornou tão nítida que teve a certeza que aquele homem estava a um passo atrás dele.

- Duo, espere.

Respirou fundo e, ainda seguindo seu caminho, indagou com a voz séria:

- Esperar pra quê?

- Conversar. – ele disse, segurando em seu braço e obrigando Duo a parar e a se virar para encará-lo. - Eu sinto muito por ter contado as coisas daquela maneira, mas se não o fizesse, você…

Duo estava mais uma vez diante de Odin Lowe, olhando-o olhos nos olhos. A mera possibilidade de que aquele homem era seu pai biológico já lhe causava uma instabilidade emocional que ele preferia não deixar vir à tona e que apenas passava desapercebida por sua postura determinada - a qual fazia questão de manter.

- Sabe o que é mais engraçado e irônico? – Duo finalmente falou, vendo a falta de palavras de Odin. - É que no final das contas, você e aquele infeliz a quem eu chamava de pai há muito tempo atrás, são iguais.

Odin mostrou-se imensamente ofendido por aquela acusação e percebendo que Duo não fugiria mais, soltou seu braço e contestou:

- Não pode dizer isso.

- Eu posso! – Duo firmou ainda mais o olhar, em desafio. - Você retribuiu meu beijo e ia aceitar qualquer coisa,se eu não tivesse aberto a minha boca para falar bobagem. – vendo a vergonha estampada no rosto de Odin, não se deteve em acusá-lo mais. - E você ia trepar comigo sabendo que eu era seu filho e ia gostar de cada minuto de prazer que eu te oferecesse. Essa é a verdade.

Odin não poderia negar as palavras de Duo, não quando carregavam seu peso de verdade, mas como fazê-lo entender que ele, Duo, não permitira que fosse imune as suas investidas? Como convencê-lo do quanto se arrependia por ter se deixado seduzir?

- Você não me deu qualquer chance de contar.

- Não amenize a situação, Odin. A verdade nua e crua é que você sente atração por mim; você me desejou, mesmo sabendo quem eu era. – Duo não via qualquer negação no semblante do sociólogo, o que fazia com que sua repulsa apenas crescesse e a vontade de sumir dali ganhasse de uma vez. - Você não me conhece para me chamar de filho depois de tantos anos e não merece ser chamado de pai por mim por esse mesmo motivo.

Odin percebeu que não conseguiria mudar nada do que Duo pensava. Desde que o conhecera notara a forma como ele lidava com suas mágoas e, sem querer, criara uma grande em relação a si, tão grande que era praticamente inútil tentar fazer com que Duo o perdoasse, tanto por suas faltas como pai no passado, como seu erro em ter sucumbido a uma atração descabida.

- Eu só queria uma chance de provar o contrário. – a voz de Odin saiu quase como uma súplica.

- Arrependimento? Agora? – Duo disse com amargura e deboche. - Você jamais se importou comigo até me ver naquele auditório. Continue com a sua vida como se nunca tivéssemos nos cruzado, porque você nunca vai passar de apenas mais um estranho pra mim.

Odin viu Duo se virar e apressar-se até o carro, não fazendo qualquer movimento para tentar impedi-lo. Não adiantaria de nada, pois o peso em si era grande demais para exigir ou impor qualquer coisa ao rapaz. Se sua consciência agora pesava mais do que nunca, não existia mais como restaurar sua antiga paz de espírito, porque Duo tinha total razão em tudo o que falara.

Mágoas como aquelas que tinha causado, simplesmente não se deterioravam com o tempo.

-

Duo entrou no apartamento de Satoshi, logo o vendo jogado no sofá, onde sua cabeça descansava apoiada no braço do mesmo, e o corpo estendia-se por sua extensão. Seu rosto estava parcialmente coberto por um de seus braços, que estava jogado de forma desleixada tampando seus olhos.

O japonês não se moveu quando escutou o barulho da porta, nem muito menos os passos se aproximando de onde estava. Não precisava perguntar quem era - Duo era o único que tinha as chaves de seu apartamento - além do mais, seu perfume já fora previamente reconhecido. Mas preferiu manter a posição que estava apenas por sentir-se confortável assim.

Sentiu o calor dos lábios úmidos do americano nos seus, ao mesmo tempo em que o peso de seu corpo se fez presente sob seu quadril, indicando exatamente onde o outro havia se sentado. Satoshi sorriu levemente pela constatação de que aquele tipo de carinho e presença se tornariam constantes e diários em sua vida e não poderia estar mais feliz por isso. Era como o famoso sonho de uma vida toda se tornando realidade, mesmo que ainda receasse pelo futuro.

- E aí? – escutou a voz rouca lhe inquirir.

Tirando o braço dos olhos e encarando finalmente o rosto bonito que ainda estava inclinado junto ao seu, Satoshi perguntou:

- E aí o quê?

Duo deu de ombros e deixou mais um beijo nos lábios do japonês, realmente satisfeito por agora poder fazer isso sem ser repelido e por ver os sentimentos impressos no rosto do outro rapaz.

- Você está pensativo, reflexivo, isso só pode significar uma coisa. – Duo falou, tendo em mente o que poderia estar chateando Satoshi. - Não veja pelo lado ruim, Sato… Você vai ser pai! – Duo riu, não se contendo mais uma vez, mesmo sabendo que poderia irritar o oriental outra vez.

Satoshi não reagiu negativamente e se limitou a suspirar e ficar emburrado.

- Debochado. – murmurou, virando a cabeça para o lado.

- E você já sabe o que vai fazer? – Duo perguntou, finalmente contendo o riso e tentando ser por alguma vez, sério.

- Sem a mínima idéia.

Mas Duo tinha plena idéia do que deveria ser feito, principalmente porque ainda tinha um acordo muito valioso para si vigorando se conseguisse que Satoshi ignorasse certas infantilidades. Se fosse existir um momento propício para falar com o japonês, esse momento era exatamente aquele. Não que Duo se orgulhasse de tal fato, mas era necessário, para o seu bem e o de Satoshi também.

- Conhecendo você, aborto não é uma opção e não acredito também que vá deixar que seu filho vá para adoção.

Satoshi franziu o cenho e concordou com Duo. Jamais pensaria em algo do tipo, mas sua situação atual não era considerada nada boa para quem estava pensando em manter um filho.

- Com certeza não.

Deixando o corpo descansar no tórax de Satoshi, Duo acariciou a face do japonês com carinho e começou a beijar-lhe o pescoço, adorando poder sentir a pele alva se arrepiar.

- Então só resta a opção deixar nascer e dar o melhor de si pra criança. – Duo concluiu, ainda testando o pescoço com leves mordidas.

- Não sabia que você poderia ter raciocínios como esse. – Satoshi ironizou no intuito de quebrar um pouco a intensidade dos carinhos que começavam a lhe afetar.

Duo imediatamente parou o que fazia e voltou a levantar o corpo para fitar o rosto de Satoshi que, desta vez, lhe encarava com um olhar debochado.

- Você vive me subestimando. – Duo reclamou, logo voltando a se ater ao assunto que conversavam. - Mas o fato é que vai ter que repensar sobre suas decisões.

- É exatamente nisso que não quero pensar.

Era exatamente este o ponto que Duo queria que ele pensasse. Poderia seguir pelo lado mais fácil e simples, que era manipular o japonês e conseguir que ele voltasse para o Japão apenas pelo remorso de deixar faltar alguma coisa para o filho que provavelmente viria ao mundo, mas não gostaria que qualquer envolvimento com Satoshi começasse daquela forma; não depois de tudo que estava acontecendo entre eles.

- Antes de o seu pai ir embora, ele esteve em meu apartamento. – Começou com o tom sério.

Satoshi suspirou, realmente não querendo ser lembrado daquilo.

- Eu sei.

- Não sabe de tudo. – Duo disse erguendo um pouco o corpo para encará-lo e medindo o tom de voz, confessou: - Ele me pediu para que eu fizesse você mudar de idéia e voltar para o Japão, para assumir os negócios.

Duo viu a calma que pairava nos olhos azuis de Satoshi se esvair completamente e dar lugar a uma raiva que já se cansara de testemunhar.

- Aquele desgraçado! – Satoshi bradou, tentando se levantar, mas Duo o manteve no lugar.

- Eu propus um acordo a ele, Sato. – acabou dizendo o que faltava. - Eu disse que se ele me deixasse em paz, eu faria com que você mudasse de idéia.

Um aperto no coração substituiu a raiva que tinha a pouco surgido. Duo tinha proposto aquilo? De lhe manipular para se ver livre dos assédios de seu pai?

- O quê? – Satoshi perguntou incrédulo.

Duo se ergueu completamente, sentindo-se incomodado de repente e se levantou, vendo Satoshi sentar-se no sofá, o analisando e esperando por uma explicação. Ele não tinha orgulho do que tinha combinado com Heero, mas também não tinha vergonha. Não tinha certeza dos sentimentos de Satoshi quando fizera a proposta, e a única coisa que pensara fora em destruir a influência que Heero queria exercer mais uma vez sobre si, ou então, apenas que ele refutasse o acordo e realmente confessasse algum sentimento.

- Eu queria afastá-lo, mas na verdade nunca pensei seriamente em fazer o que havíamos combinado… - Duo falou, incerto de como Satoshi tomaria aquela revelação. Talvez ele o repudiasse com mais um de seus rompantes, talvez ele conseguisse entender sua necessidade de afastar, definitivamente, Heero de si.

Satoshi ainda o olhava com especulação, buscando um sentido que não fosse de todo ruim na súbita revelação. Não queria julgar, não queria que fosse real… mas já que era, estava tentando ver as coisas sem ser cegado por alguma ira desnecessária.

- Você ia fazer isso, só pra se livrar dele?

Duo suspirou e sem perder o contato com os olhos azuis do outro rapaz, deixou um pouco de sua petulância transparecer, mesmo sem ser intencional.

- Estou contando pra você, não estou? Não vou mentir que acho ridícula essa sua pirraça infantil com seu pai. Você fica renegando algo que é seu por direito e que poderia muito bem tocar para frente, independente que isso seja vontade do seu pai ou não. – Duo desabafou exatamente o que pensava, vendo que Satoshi o escutava atentamente. Sem nenhum estresse ou explosão, resolveu continuar. - Apesar disso também ferir o seu orgulho, você terá que pensar em uma outra vida agora, e estou falando isso independente desse acordo que fiz com o seu pai. Estou contando sobre isso porque não queria que já começássemos com omissões.

Duo viu o olhar de Satoshi baixar em sinal de incerteza. Não tinha a menor idéia sobre o que poderia estar se passando na cabeça do japonês, mas esperava que não tivesse estragado tudo com aquela revelação.

- Por essa eu não esperava. – Satoshi desabafou, deixando-se recostar pesadamente para trás no sofá, mostrando sua frustração. - De todas as presepadas de meu pai, essa foi a pior.

Satoshi tinha entendido o que Duo quisera dizer com a confissão, apesar de magoá-lo saber que o americano tinha sugerido tal acordo; mas ainda assim, este estava sendo íntegro o suficiente em lhe contar, então isso merecia um voto de confiança seu. Acima de tudo amava Duo e não queria ficar mal com ele por causa de seu pai. Só que era impossível a raiva pela armação não o corroer. Maldito fosse Heero Yui.

Mas se com isso, se aceitando assumir os negócios, seu pai deixasse de atormentar Duo…

Já não sabia o que poderia ser certo ou errado, qual o caminho certo a seguir, e se valia tanto à pena manter seu orgulho acima de qualquer coisa. Queria dar o melhor para seu filho, isso era lógico, já que a criança não tinha culpa de seus erros. Também queria preservar Duo, fazer com que seu pai nunca mais tentasse se aproximar dele. Seria essa a opção mais viável para que tudo se resolvesse por completo?

- Se eu fosse levar em consideração assumir os negócios, isso não muda o fato de que teria que ir embora e me afastar de você. – Satoshi calculou, vendo naquele ponto o grande contra daquele acordo.

Duo sabia que a única coisa que ainda poderia fazer com que Satoshi hesitasse, se aceitasse sucumbir a Heero, era o fato que se separariam. Ele não estava pronto para voltar ao Japão; não sabia se um dia estaria, pois aquele lugar lhe trazia lembranças indesejáveis e, além de tudo, gostava da Holanda, estava acostumado com a vida ali. Mas por outro lado, se Satoshi estava disposto a fazer um sacrifício - que era largar seu projeto anterior e se dedicar ao que Heero queria - talvez o mínimo que pudesse fazer por Satoshi era tentar ao máximo, superar.

- Não necessariamente. – Duo disse dando de ombros e raciocinando. - Você poderia terminar seus estudos aqui, o que nos daria por alto uns quatro anos.

- E depois?

- Depois? – Duo repetiu a pergunta feita pelo japonês. - O depois tem muito tempo ainda pra acontecer, mas comigo já formado em Direito, quem sabe posso virar seu advogado particular? Com direito a sexo selvagem no escritório no meio do horário de trabalho.

Satoshi sorriu vendo que apesar da brincadeira de Duo, este falava sério. Ele estava lhe dando a esperança de que quando os estudos terminassem, poderia voltar com ele para o Japão para que ficassem juntos. Talvez faltasse mesmo muito tempo, talvez apenas aquela esperança fosse suficiente; o importante mesmo era aquele momento, o 'agora'que vivia ao lado do americano.

- Provando que vai estar mais viciado daqui há quatro anos? – Satoshi ironizou.

- Vai dizer que a idéia não lhe agrada? – Duo questionou, levantando um pouco o casaco que vestia, apenas expondo seu abdômen bem definido, enquanto uma das mãos deslizava insinuante pela pele exposta, até o fecho de sua calça jeans. Duo sorriu malicioso ante a falta de palavras de Satoshi e abrindo o fecho e abaixando lentamente o zíper, continuou: - Antes de pensar em qualquer coisa, você tem uma dívida muito grande a pagar, por ter me deixado com tesão por tanto tempo.

Satoshi estendeu a mão e Duo colocou a sua sobre a dele. O oriental o puxou de modo que ficasse em pé, entre suas pernas. Com o rosto na altura de seu quadril, Satoshi levantou o tecido e começou a beijar seu abdômen.

- Onde está o seu auto-controle, Sato? – Duo perguntou ironicamente, lembrando-se do receio que anteriormente lhe privara de estar com o japonês. – Pra onde foi todo aquele papo de não querer me matar também?

Satoshi parou imediatamente e levantou o rosto, olhando intensamente dentro dos olhos violetas com o semblante tornando-se tão sério que Duo chegou a pensar que tinha estragado o momento, por não conseguir manter sua boca fechada quando deveria dizer nada.

- Acho que já o salvei vezes o suficiente pra não ter que temer mais isso. E farei tantas vezes quanto forem necessárias, se algum dia duvidar de quem você é e do que eu sinto por você.

Duo ficou por segundos parado, olhando para Satoshi num misto de ternura e de sua própria falta de reação, tentando controlar como um idiota, o calor que envolvia seu coração e a forma acelerada como este batia. Apesar de seus sentimentos perturbados, não existiam mais dúvidas de que seu lugar era ali, com ele, mesmo que tivesse demorado tanto tempo para perceber isso.

- Não sabia que você era tão convencido. – Duo tentou brincar, já que não sabia ser tão eloqüente com confissões.

- Quero que conheça o que eu penso e sinto por você. – Satoshi insistiu em manter a seriedade em suas feições. - Você não precisa mais ter medo, e eu não preciso mais hesitar.

- Você é um idiota. – Duo murmurou, sentindo a boca de Satoshi mais uma vez tocar sua barriga. – Mas é bom saber que chegamos aos termos aqui.

- Eu pensei que o idiota fosse você. – Satoshi rebateu lambendo o contorno do umbigo do americano e percebendo que este retirava o casaco e o jogava para longe.

- Um idiota que ama outro idiota. – o americano confessou em meio a um riso acanhado. – Que belo par formamos.

Satoshi acariciava o sexo de Duo por cima do tecido da boxer que este vestia, sentindo-o rígido enquanto abaixava sua calça jeans, ganhando um leve gemido do americano.

- Pra mim não poderia ser mais perfeito. – Satoshi assegurou, mordendo levemente o sexo de Duo por cima da boxer.

Duo chutou os sapatos e meias para longe, assim como a calça jeans que descera até os calcanhares, aproveitando da sensação da boca de Satoshi lhe instigando por cima do tecido que cobria seu sexo, enquanto as mãos lhe acariciavam suas pernas e nádegas.

Satoshi percebeu o movimento da pélvis de Duo que começava a sugestionar-se para frente e satisfez sua ânsia abaixando a última peça que faltava, deixando-o complemente exposto para si. À sua frente,a ereção intumescida parecia pulsar de desejo e sem restrições, passou a língua em sua glande para em seguida tomá-lo de uma vez em sua boca.

Duo fechou os olhos e pousou a mão na cabeça de Satoshi, sentindo e entrelaçando os dedos nos fios escuros, apreciando o calor e umidade da boca do japonês em seu membro. Deixou se perder, pensando em nada além de seus toques e do que sentia a cada segundo. Satoshi não lhe dera a resposta sobre o que faria, se aceitaria voltar para o Japão e assumir os negócios, ou não. Seu maior receio era que Heero tentasse se colocar entre o que estava tentando construir para si, na vida que estava almejando estabelecer com Satoshi, mas - se cumprissem com o acordo - não precisaria se preocupar, se atendo a palavra dada pelo japonês. Mas não sabia do futuro, não sabia se Satoshi estava disposto a ir tão longe só por sua causa… Realmente não importava, não naquele momento em que o amante levava os dedos à sua boca, traçando brevemente o contorno de seus lábios, para em seguida fazê-los adentrar delicadamente nela.

A língua de Duo acariciou seus dedos, umedecendo-os com saliva, chupando-os de forma libidinosa, com movimentos idênticos aos que ele próprio fazia em seu sexo, chupando-o, deixando que entrasse e saísse de sua boca. Queria escutar os gemidos do americano mais uma vez, os gemidos que ele lhe dedicava quando sentia prazer, por isso deixou a brincadeira em sua boca e levou os dedos até as nádegas de Duo, apartando-as parcialmente e tocando sua entrada com os dedos úmidos. Um leve grunhido foi o que recebeu quando forçou a entrada de um deles, sentindo o pulsar de excitação do sexo em sua boca.

Duo sentiu os dedos de Satoshi lhe preencherem um a um, enquanto este continuava a atormentá-lo chupando seu membro. Estava acostumado aquele tipo de situação, mas saber que era Satoshi que o sugava, que estava lhe tocando, acariciando… simplesmente o excitava muito mais do que se estivesse com qualquer outra pessoa. Arrepiou-se ao perceber os movimentos de Satoshi e logo o barulho de um zíper sendo aberto. Duo sentiu a perda dos dedos que lhe instigavam e do calor da boca em seu sexo, mas não reclamou, principalmente por seu corpo ser puxado para frente e logo estar posicionado sentado de joelhos apoiados no sofá, uma perna de cada lado da cintura de Satoshi, com sua boca sendo invadida por uma língua ávida, enquanto suas nádegas eram apartadas ainda mais e o toque da glande do membro do outro se fazia presente em seu ânus.

O gemido de Duo, soando abafado por entre o beijo, enquanto aos poucos fazia com que ele se sentasse sobre seu sexo, fez Satoshi estremecer. Completamente confinado no interior do americano - pelo pouco tempo que tirou para se acomodar – este aproveitou para lhe puxar a camisa e deixar exposto seu tórax, e logo em seguida começar a se movimentar para cima e para baixo. Os ofegos que escapavam de seu lábios, o rosto começando a ficar corado pelo ato, as mexas que já desprendiam da trança castanha, só faziam Satoshi admirar ainda mais a beleza de Duo, enquanto brincava com um dos mamilos eriçado do americano, apertando-os e friccionando-os com a ponta dos dedos.

Quando passou a sentir a língua de Satoshi em um de seus mamilos, lambendo e em seguida os dentes mordiscando levemente o botão róseo, Duo gemeu mais alto, empalando-se de vez contra o membro que o preenchia. As mãos do japonês corriam pelas suas costas nuas, arranhando e instigando-o a impelir-se com mais força e, com prazer, aceitava sua vontade, atingindo seguidamente o ponto que emanava toda aquela eletricidade por seu corpo. Sentindo o sexo dentro de si ficar ainda mais rígido, Duo só teve a certeza de que esse iria gozar durante breves instantes, pois, quase imediatamente a sua compreensão, Satoshi segurou em sua cintura com ambas as mãos e o abaixou de forma firme e forte, de uma única vez, sobre seu membro, fazendo com que sua próstata fosse atingida intensamente e com isso sua visão nublasse por completo com o gozo súbito que o abateu.

Voltou a si um pouco depois, sentindo o líquido viscoso escorrer de seu ânus, enquanto o sexo de Satoshi ainda permanecia enterrado dentro dele. Ainda não conseguira controlar a respiração e sua cabeça pendia encostada no ombro do japonês. As mãos de Satoshi agora lhe faziam um carinho reconfortante em suas costas, acariciando sem pressa, como se quisesse apenas sentir a textura quase sem tocar.

- Você está bem?

Duo conseguiu dar uma curta risada e controlando a voz, falou:

- 'Bem' não seria a palavra adequada pro orgasmo que eu tive, mas pode ficar tranqüilo que já já estou pronto pra outra.

Foi a vez de Satoshi rir.

- Bom saber disso.

Duo conseguiu deixar o torpor e levantou a cabeça para olhar Satoshi, reparando no rosto corado e nos belos olhos azuis.

- Deus… Acho que estou criando um monstro.

Satoshi o beijou e em seguida confirmou:

- Nada que você não possa dar conta, não é mesmo?

-

Heero estava em seu escritório quando recebeu aquele telefonema. Tinha acabado de colocar o aparelho no gancho e era observado atentamente por Solo. Haviam se passado exatamente três semanas desde que deixara a Holanda para retomar suas funções na empresa e, apesar de ter sido tão rápido, não fora surpresa escutar a voz de Satoshi que lhe deu uma posição positiva sobre voltar atrás em tudo o que tinha decidido anteriormente. A sutileza entre eles ainda era a mesma, mantida pela fina linha da boa educação. Também não fora nenhuma surpresa ele deixar bem claro que estava namorando firme com Duo; era algo esperado, depois do acordo feito com o americano, apesar de ter certeza que não era por causa disso que Duo estava junto com seu filho. O choque talvez viesse por saber que Satoshi engravidara uma amiga e agora precisava estabilizar-se para dar condições a seu próprio filho. No final das contas, isso realmente era o que menos importava, já que Satoshi se voltaria, como queria desde o inicio, para assumir as empresas. O resto se ajeitaria com o tempo.

- Nunca soube que você tinha princípios, Heero. – Solo comentou, chamando sua atenção.

Heero arqueou uma de suas sobrancelhas e olhou para o loiro com altivez.

- E quem lhe disse o contrário?

Solo sabia de tudo o que acontecera entre Heero e Duo antes da volta do japonês para o Japão e, apesar de tudo, tinha noção de muitas coisas que apenas foram esquecidas nas entrelinhas de toda aquela história.

- Vai cumprir a promessa que fez a Duo?

A promessa era que Duo faria Satoshi mudar de idéia e ele, Heero, não chegaria mais perto do americano. Poderia não ter parecido, mas entre seu filho e Duo, escolher pelo bem estar de Satoshi fora o mais certo a se fazer, mesmo que a princípio perdesse algo que almejava muito.

- É necessário.

- Você já tem o que queria. – Solo, de pé à frente da mesa de Heero, constatou. – Satoshi vai assumir as empresas e você sabe que não afetaria nada.

- Sim, eu sei disso. – concordou, recostando-se mais na cadeira onde estava sentado.

Solo sorriu num misto de ironia e talvez admiração. O homem a sua frente poderia parecer um poço de indiferença, mas finalmente conseguia ver algo a mais.

- Eu sempre o vi como um bastardo egoísta que só usou o meu irmão a seu bel prazer e quando fiquei sabendo do seu acordo com ele, não nego que fiquei chocado. – Solo falou, sem qualquer restrição de dizer o que exatamente pensava, mesmo que aquele a sua frente fosse ninguém menos que seu chefe. - Você agiu de uma forma tão baixa que até há pouco tempo eu julgava ter sido o pior de seus atos. Afinal, quis manipular o próprio filho através do amor que ele sente por Duo e ainda acabar com qualquer esperança que meu irmão guardasse de você realmente se apaixonar por ele. Com isso, você conseguiu o que queria.

Heero sorriu irônico e debochou:

- O que uma barganha não faz, não é mesmo?

Solo riu. Heero jamais mudaria, isso era óbvio, mas não impedia que no fundo guardasse tudo o que não exteriorizava.

- Claro; no final das contas, você conseguiu, mesmo que nenhum dos dois saiba, dar uma prova de seus verdadeiros sentimentos.

- Eu não enganei ninguém. – Heero deu de ombros, sabendo bem das implicações de tudo o que armara e que Solo sequer raciocinara ainda.

- Deve ter sido uma escolha difícil para alguém tão egoísta quanto você. – Solo falou, com um sutil deboche em seu tom de voz.

- Pode ser que sim, Solo… – Heero, observando o subordinado deixar sua sala e, com um sorriso malicioso finalizou, assim que a porta se fechou: - Ou pode ser que não.

Em médio prazo, poderia afirmar que sim. Futuramente, tinha plena intenção de aproveitar toda a reviravolta que a situação poderia lhe proporcionar. Afinal, Satoshi assumindo as empresas, voltaria para o Japão e, sem sombra de dúvidas, Duo o acompanharia. E não havia aquele ditado sobre 'para que serviam as promessas senão para serem quebradas'? Quem era ele para negar tal afirmação?

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Fim

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Notas:

- >Ok, para aqueles que ainda não entenderam o que aconteceu com Duo no lance de saltar e tals… Bem, ele pulou, só não pulou do parapeito do prédio pra fora e sim pra dentro... Ele pulou pra onde estava Satoshi e tals... é questão de hermenêutica, apesar de ser intencional confundir vocês... Megara descobriu sem eu precisar contar, créditos pra ela!

- >Quero agradecer sinceramente a todas as pessoas que mandaram review desde o primeiro capítulo, que acompanharam mesmo e compartilharam suas opiniões e frustrações no decorrer da história. Mariana, Athena Sagara, Karura Shinigami, Larcan (pet!!!), Pipe, Kisumi, Ayame Yuy, Shanty, Ana Malfoy, Hokuto-Chan, Carine, Laura, Lunne, Tutihh, Litha-Chan, Ophiuchus no Shaina, Mady Richillier, Saiyo, MaiMai, Angel, Joana, Thoru (partneeeer!!!!), Tomas, Kiara Salkys, Anne, Megumi, Akemi Chibi-Chan, Lady Une, Arashi Kaminari, Jamara, Ilia Verseau, Condessa Oluha (agora o Treize é seu!! Pelo menos por enquanto.), Naomi, Asuka Maxwell, Brunaapoena, Larissa, Aika-Chan, Liana, Likaah (satisfeita?), Dasaro347, Niu (chorona), Kel, Rachel Chel, Domidinis, Eichi, Mii, LaHy, Makie, Ansuya, Yuukii, Franzinha2007, Cristal Samejima, Megara-20, Yume, Karoru, Giby a Hobbit... Não sei se deixei passar alguém, mas se aconteceu, peço desculpas, mas muitíssimo obrigada mesmo a todos que incentivaram!

- >Thanks especiais as g-girls do msn que, por vezes, leram os capítulos antes de serem postados, que me cobravam a continuação e sempre me apoiavam: Shii 'Fabie' Chang, que me alegrava com os surtos mais surtados e betou boa parte dessa fic; Litha Barton, que sempre me ludibriava pedindo pra fazer tráfico e, mesmo que sempre me deixasse no prejuízo, me fazia rir com seus ataques de raposa assassina por ter parado no momento mais crítico da história; Likaah Marquise, que adorava fazer comentários eloqüentes sobre as justificativas de Sato ter que terminar com Duo na fic; Niu Maxwell, que chorou como uma boba quando leu pelo msn que o Duo tinha pulado, enquanto eu ria de montão com a reação dela; e a Mady Winner, que anda sumida, mas nunca deixou de torcer por seu amado Heero Bastardo Mor, (viu, Winner, ele não terminou num asilo... Ainda há esperança!). E, apesar de não fazer parte dessa corja, uma reverência a minha amiga K (Karura Shinigami), que sempre me ajudou muito com o Satoshi, sem ela provavelmente a fic estaria travada em alguma parte por conta desse personagem. Thanks, K!!! Tô com saudades!!!

- >Agradecimento gigantesco a Illy que se ofereceu com a maior boa vontade pra adotar, como beta e revisora, as minhas fics que estavam órfãs. Illy me ajudou muito mesmo a acertar esse epílogo e argumentou horrores pra que o lemon entre Satoshi e Duo acontecesse (na primeira versão desse capítulo não existiria lesco-lesco entre os dois). Thanks, Illy!!!

- >Apenas um lembrete de que as minhas fics também são postadas no XYZ Yaoi, aonde existem histórias que escrevo e não são postadas aqui. Lá vocês também podem encontrar traduções de fics estrangeiras e fics de autoras nacionais que escrevem sobre o universo e personagens de Gundam Wing, assim como histórias originais e de outros animes também. Quem tiver interesse o site é: www . xyzyaoi . org (só tirar os espaços, tah)

- >Agora acabou mesmo (Blanxe que não gosta de falar, falou demais dessa vez). Espero que todos tenham gostado da história… A gente se esbarra por ae!