Cap.5 - Pensamentos e procedimentos

- Miss Granger.

Se calhar era melhor fazer algo. E se ele não tomasse iniciativa? Podia não gostar de bailes… Que estupidez, desde quando um Malfoy não gosta de eventos sociais!

- Miss Granger!

Não queria dar o braço a torcer… por mais que tivesse de se sacrificar…Ron não ia ficar a rir-se dela ou levar a melhor,nem morta iria permitir isso. Era o seu orgulho que estava em causa.

- MISS GRANGER! – Desta vez, a voz dura da professora McGonagal veio acompanhada de uma valente réguada no tampo da sua mesa, que a fez saltar de susto. – Está completamente distraída na minha aula!

- Ahhhnn... Eu não estava distraída – desculpou-se, recompondo-se, professora fazia desaparecer a régua com um gesto de varinha – Estava... concentrada.

As sobrancelhas da professora uniram-se ainda mais.

- Então, certamente que irá conseguir transfigurar este corvo numa bela taça?

- Claro, professora, claro – Concentrou-se. Já tinha praticado anteriormente, mas realmente tinha sido apanhada desprevenida naquele momento.

Proferiu o feitiço e, para seu grande alívio, o corvo transformou-se rapidamente numa taça, simples e lisa.

- Muito bem, 10 pontos para os Gryffindor – disse a professora – Mas poderia ser muito melhor. Quero que pratique mais este feitiço. E isto aplica-se a todos vocês – Acrescentou virando-se para a turma – Os EFBE's não são para brincadeiras.

"Uff…foi por pouco" pensou assim que McGonnagal se afastou. Passaram o resto da aula a escrever apontamentos sobre o feitiço de transfiguração que haviam praticado e suas variantes.

Ao sair da aula, ela, Ron e Harry passaram algumas horas na biblioteca a por trabalhos de casa em dia e a pesquisar informações para as montanhas de trabalhos que teriam que entregar nas próximas semanas. Os professores estavam mesmo a puxar por eles, ainda estavam no início do ano e os trabalhos eram cada vez maiores, mais difíceis e com um prazo menor de entrega.

- Harry, está tudo bem contigo? – Perguntou após observá-lo por alguns minutos – Pareces… distraído.

Ele olhou-a com os expressivos olhos verdes, por cima do seu exemplar de Monstros Fantásticos e Como Encontrá-los. Por momentos, pareceu-lhe que ele ia desabafar um grande peso que tinha dentro de si mas, depois de deitar um olhar de viés a Ron, ele suspirou e simplesmente disse:

- Estou cansado, só isso.

- De certeza? – Perguntou novamente – Porque parecias preocupado, até mesmo... Abstraído.

- Não insistas Hermione – interrompeu Ron – Até parece que tu nunca ficaste distraída por alguns minutos. – Decidiu ignorar completamente a indirecta sobre o que se tinha passado na aula de Transfiguração.

Passado um momento em que Hermione escreveu mais algumas linhas para a composição de Herbologia ("Descreva, com pormenores, o crescimento da Venomous Tentacula, como identificar cada fase do seu crescimento e as propriedades mágicas das mesmas, bem como a suas utilidades nas diversas áreas da magia"); e Harry tentou, em vão, concentrar-se no livro a sua frente; Ron retomou a palavra, depois de vários segundos a torcer as mãos e a morder o lábio inferior.

- Hermione… – Começou ele, hesitante – Tu… tu ainda estás em contacto com o Krum? – Disparou rapidamente.

- Viktor?

- Sim! Quantos Krum's conhecemos nós? – Atirou rapidamente Ron.

Sem perder a calma, Hermione continuou a sublinhar algumas frases e respondeu devagar.

- Acho que tu não tens nada a ver com isso. Eu tenho contacto, sou amiga e fraternizo com quem eu quiser e bem entender.

Ron abriu imediatamente a boca para responder mas ela cortou-lhe a palavra:

- E para tua informação, sim. Eu ainda me dou muito bem com o Viktor – frisou o 'muito' – Com licença.

Pegou nas suas coisas e saiu sem mais nenhuma palavra, deixando para trás um Harry absorvido e um Ron furioso.

Quando a última madeixa do cabelo castanho de Hermione deixou de se ver quando ela virou a esquina da biblioteca, Ron, num esforço de controlar a voz, disse:

- Achas que existe a possibilidade do Krum poder vir a Hogwarts e acompanha-la ao baile em Hogsmeade?

Harry, que até então ainda não tinha dito uma palavra, depois de algum tempo respondeu:

- No fim do nosso quarto ano o Dumbledore disse que todos os que se encontravam no Salão "eram bem-vindos aqui, em qualquer altura, se desejarem voltar". Bem, o Krum estava no Salão. E de qualquer das formas a festa é em Hogsmeade. Qualquer um tem a liberdade de andar por lá.

Estas declarações não adicionaram nada de bom ao humor do amigo.

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Virou a esquina quase a passo de corrida. Ela já não podia com a mania de Ron de querer saber todos os seus passos. Os dela, da Ginny, até do Harry. Merlin que obsessão! No princípio divertia-se bastante com aquilo, respondendo daquela maneira só para o provocar, para vê-lo fazer aquelas pequenas cenas de ciúmes de vez em quando, com as orelhas a enrubescer cada vez mais, consoante o grau de irritação aumentava. No entanto agora já era de mais. Eles já não eram os mesmos adolescentes de outrora.

Tudo bem que eram amigos muito chegados, e que era, de facto, normal ele se preocupar com os amigos, pois ela própria se importava imenso com aqueles dois, mas…

"O Ron teve a sua oportunidade. Milhares delas" – pensou.

Notando repentinamente que estava a vaguear por corredores que não a levavam a lado nenhum acabou por decidir que o melhor era assentar as ideias. E rápidamente de preferência, pois estava a fazer figura de troll ao andar sem rumo, uma vez que já tinha passado pelo mesmo grupo de Hufflepuffs três vezes.

Sentou-se na base da estátua mais próxima, uma Morgan Le Fay de mármore rosado,cuja pose eraimponente e bela, e abriu um livro apenas para disfarçar.

"Ok, hora de decidir procedimentos" – Pensou escrevendo mentalmente uma lista.

1º - Dar uma pequena liçãozinha ao Ron para ele aprender que eu não sou nenhum último recurso. (N/A: Ele já devia ter aprendido esta lição…LoOL)

2º - Para isso, nada melhor do que ir ao baile em Hogsmeade com o Malfoy. (N/A: Essa opção é a melhor em todas as situações…)

3º - O Malfoy não me convidou e provavelmente não tem intenção nenhuma de me levar a lado nenhum. (N/A: Bem visto….)

4º - O melhor é entrar em acção e procura-lo…. Dar-lhe a entender que desejo ir ao baile. (N/A: Era o que eu faria desde o início da estória…).

Bem os primeiros pontos estavam totalmente correctos, embora tivesse bastantes dúvidas em relação ao quarto ponto.

De qualquer maneira não valia a pena ficar de braços cruzados. Não perdia nada em tentar. (N/A: Pois não, só tem a ganhar…!)

Levantou-se e começou a andar. Onde poderia encontrar Malfoy? "Nas masmorras certamente, é lá a sala comum dos Slytherins, certo?" (N/A: Certo!) Torceu imediatamente o nariz à sua própria ideia. As masmorras estão infestadas de Slytherins, iria esbarrar neles a cada dois metros e não lhe apetecia arranjar confusões. "Pensando bem, se se metessem comigo poderia aproveitar para lhes abafar uns pontinhos… Uma pequena vingança pelos pontos que o Snape me retirou no outro dia…" pensou com um ligeiro sorriso.

"No que estás tu a pensar Hermione Granger, isso é um total abuso da autoridade! Ainda por cima, com um bocadinho de sorte, o Snape apanha-te e depois vai ser o bom e o bonito!" – Disse-lhe a voz da sua consciência, muito sensatamente.

Bem, tinha de se concentrar nos seus objectivos. Onde poderiam estar os Slytherins a esta hora sem ser na sua sala comum? Olhou para o relógio de pulso: Quase hora de jantar. A maioria dos alunos devia estar concentrada do hall de entrada para o Salão. Desceu as escadarias rápidamente. Percorrendo alguns corredores e atalhos que conhecia, chegourápido ao Hall, onde vários alunos circulavam, à espera da hora de jantar.

Não foi difícil de descobrir Malfoy. Depois de um olhar rápido pelo Hall, descobriu-o ao lado da porta que dava para o exterior, rodeado por um grupo de slytherins que incluíam Pansy Parkinson, Blaise Zabini e outros rapazes que conhecia apenas de vista.

Avançou em passo vacilante na direcção deles.

"Se as fadas existem, não me abandonem agora por favor"

Continuou a andar na direcção dele, à distância que se encontrava já conseguia ouvir as vozes sarcásticas deles e os risinhos histéricos da Parkinson.

"Eu não sou capaz de fazer isto". Já estava a menos de três passos deles quando pura e simplesmente desistiu, virando-se para a porta e saindo para o exterior, para justificar aquele súbito avanço naquela direcção.

O ar fresco do entardecer bateu-lhe imediatamente na cara e no corpo e arrependeu-se de não ter trazido a sua capa, mas não estava a contar sair do castelo àquela hora.

Andou alguns metros e sentou-se num banco refugiado atrás de alguns arbustos.

Tinha sido uma tola em desistir. Assim nunca iria conseguir atingir os objectivos que estabelecera. Devia ter aproveitado a oportunidade… Mas que raio iria ela dizer! Chegar ao pé daquela manada de slytherins e dizer "Olá, desculpem interromper minhas cobras adoráveis mas estava a passar por aqui e reparei que o Malfoy, além de um completo canalha é também muito giro e bom como o milho, e por isso é perfeito para uma vingançazinha pessoal! Que tal levares-me ao baile em Hogsmeade e eu pago-te um copo…!" não lhe pareceu muito viável.

Riu-se dos seus próprios pensamentos. Tinha escolhido uma missão impossível.

Estava a ficar muito frio, era melhor voltar para o castelo antes que apanhasse uma constipação, mas a preguiça venceu-a. Estava tão bem ali, onde o silêncio era apenas quebrado pelo barulho do vento e das folhas das árvores.

- Á minha procura para falar comigo? – Uma voz arrastada assustou-a.

- Eu! – Perguntou prontamente – Claro que não, nós não temos nada para falar – Respondeu tão rápido como atabalhoadamente, percebendo imediatamente que era uma péssima mentirosa.

- Claro que não – Confirmou ele.

Em seguida tirou a sua capa, colocando-a à volta dos ombros de Hermione, que tiritava de frio.

Hermione ficou extremamente surpresa com aquele gesto. Olhou desconfiadamente para ele. Estaria bêbado? Não lhe admirava nada.

Aproveitando o gesto de colocar o manto nos ombros dela, Draco aproveitou e subiu uma mão até ao rosto de Hermione olhando directamente nos olhos dela.

O toque provocava-lhe arrepios, e o olhar era hipnótico. Não conseguia desviar o olhar daqueles olhos cinza azulados. O calor e o cheiro que emanavam do manto dele para o seu corpo eram indescritíveis. Estava completamente paralisada. Um alarme soou dentro da sua cabeça. A última vez que decidira dar escapadelas no jardim durante a noite também havia encontrado Malfoy e no final só tinha arranjado problemas. Decidiu imediatamente que tinha de sair dali o mais rápido possível. Mas era tão difícil. E pensar que tinha ido até ao hall para tentar ser convidada por ele e agora estava em frente dele e não conseguia mover um músculo sequer. Ainda por cima naquela situação completamente surreal. Inacreditável. Só podia estar completamente louca, fora do seu juízo normal. Sim porque se ela estivesse no seu juízo normal já tinha dado um par de estalos, ou melhor murros, àquele desgraçado e ido embora muito antes de ele ter sequer aberto a boca. Onde estava a sua consciência agora!

"Hermione, és burra ou quê? Endoideceste! Sai daqui imediatamente!" – Aaaahhh… Lá estava a sua bendita consciência subitamente reaparecida.

Levantou-se rapidamente, quebrando o contacto visual. Graças a Merlin tinha deixado aquele estado de profunda apatia (aquilo só podia ser um feitiço!). Tirou o manto de cima dos ombros (com alguma pena) e atirou-o ao respectivo proprietário.

- Boa noite – Disse com alguma rispidez e abandonou o local em direcção ao castelo, sem esperar uma palavra sequer do Malfoy, que não se mexeu de onde estava nem tampouco respondeu.

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QUE RAIO ACABOU DE SE PASSAR ALI EM BAIXO? – Perguntou alto ao dormitório vazio, como se esperasse que a mobília ganhasse vida e lhe respondesse àquela pergunta.

Não podia negar que a sensação de hipnotismo tinha um certo… calor agradável. Algo que era reconfortante. Mas pelo amor de Merlin, pelas asas das fadas, pelos barretes dos duendes, pelo o que quiserem… aquele era o MALFOY! M-A-L-F-O-Y…!...Aquele miúdo irritante que apesar de ela não ter convivido muito com ele (graças a Merlin!) durante os últimos tempos, já a tinha humilhado e irritado vezes sem conta. Completamente inacreditável…

O seu pensamento foi interrompido por um barulho de tap tap na janela. Foi na direcção desta para ver o que se tratava e, ao abri-la, um enorme mocho, negro e majestoso, entrou deixando cair um envelope grosso nos seus braços e saindo imediatamente.

O envelope era um pouco pesado para um simples pergaminho. Abriu-o e a primeira coisa que viu deslumbrou-a.

Uma pulseira fina e elegante, num forte prateado brilhante brilhava na sua frente. Retirou-a do envelope e observou-a melhor. Linda. Era impressionante como uma pulseira tão fina pudesse ser tão trabalhada, tão brilhante e tão vistosa. Rodando-a um bocadinho, o efeito parecia o de uma serpente a mover-se e, ainda assim, parecia mais maravilhosa.

Olhou novamente para o envelope e retirou um pergaminho. Na parte de cima estava colado um pequeno cartão, que ela reconheceu como sendo um dos cartões dourados que anunciava a festa em Hogsmeade.

E por baixo havia um bilhete escrito em letras finas e elegantes.

Péssima oclumens.

No sábado, na rua principal de Hogsmeade, às 17h em ponto.

Detesto atrasos.

D.M.

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N/A: VOLTEEEIIII! Inacreditável mas voltei…! Dexei de ser uma infoexcluida…! Iuuupiiiii :):)

Ainda não tenho o meu pc comigo mas tenho um emprestado que funciona bem (só se desliga sozinho de vez em quando – tive de escrever o esmo paragrafo três vezes).

Bem eu sei que demorei, não posso dizer mais nada a não ser "Sorryyyyy"

Obrigada a quem lê a fic, não vou agradecer um por um hoje por falta de tempo (são 5h38 da manhã – só tenho inspiração a horas indecentes). Vou-me embora direitinha para a caminha e amanhã assim que acordar (o que deve ser bastante tempo dada a hora presente) posto este capítulo.

Espero que gostem deste capitulo, pelos menos houve alguma 'action', pouca mas ainda é o inicio. Ah também não me consegui abster de comentários neste capitulo (devem ter reparado nas N/A's…) desculpem :

Deixem REVIEWS please, não custa nada, não dói e ainda me fazem feliz :) :)

Para quem deixa review…: YOU ROCK xD o/o/o/o/o/

BjinhUZzZ para todos ))

»Sílvia«

PS – A fic não está betada. Desculpem pelos erros!

PS 2- Acho que este foi o maior capitulo até hoje… iuuupiiiii… não sei o que me deu… :P :P :P LoOL