Disclaimer: Esta fic não possui fins lucrativos e os personagens nela citados pertencem à J.K.Rowling e à Warner Bros.

N/a: Bom, como resolvi escrever uma fic onde os personagens ainda estudam em Hogwarts, resolvi primeiro situar vocês, leitores, na trama. É porque fica complicado. Vocês podem não saber ao certo se estou tratando de um sexto ano tal qual tudo aconteceu no livro de J.K. ou não.

Então, deixo logo claro: sim, Harry Potter, Hermione Granger, Rony Weasley e seus colegas estão no sexto ano. Mas aqui as forças do mal não estão de volta. Harry e os amigos odeiam Malfoy e Snape, mas não estão exatamente em pé de guerra. E este ultimo ainda ensina Poções e não DCAT.

Hum, acho que era só isso que eu queria deixar claro de início. Então, amigos, vão em frente e boa leitura! Qualquer reclamaçãozinha, dúvida ou elogio, já sabem: meu email está de portas abertas!


Capítulo 1

Nova Fase

Novembro de 1996. Hermione prestava atenção a mais uma aula de Poções com aquele professor que nem ela própria gostava. Desde que entrara em Hogwarts fizera de tudo para ganhar seu respeito, mas a verdade era que nem ela mesma o respeitava.

Agora Snape andava pela sala, com aquele ar arrogante e prepotente de sempre fitando cada aluno com os olhos escuros emoldurados por uma cortina de cabelos sebosos e negros.

- Para o trabalho sobre a poção do Antídoto Contra os Vermes Fumegantes farei diferente – disse abrindo um sorrisinho sarcástico de canto de boca. – Escolherei duplas onde haverá sempre um aluno da Sonserina e outro da Grifinória.

Mione ouviu os colegas soltarem um suspiro de decepção. "Isso não vai dar certo", pensou.

- E vocês terão 2 meses para finalizar este trabalho escrito e a poção final. Sim, Granger? – ele perguntou impacientemente vendo que a garota levantava o braço direito insistentemente.

- E quando saberemos quem são nossos pares?

- Quanta pressa! Se me esperasse terminar a frase saberia que hoje mesmo no final da aula estará estampado na porta o papel com a lista das duplas.

Hermione olhou os amigos. Harry e Rony pareciam ainda mais irritados do que o normal. Harry tinha quase certeza de que seu par seria Draco Malfoy. Sim, porque esse seria um típico feitio de Snape.

Desde o início da aula, Hermione evitava olhar Rony. Ultimamente, vinha sentindo-se estranhamente atraída pelo amigo e isso a assustava. A maneira como ele a olhava, como ele sorria, como passava a mão no cabelo... Tudo a incomodava! Mas era inevitável pegar-se imaginando-se envolta pelos braços largos e fortes dele. Desejava coisas contra a sua vontade e vivia se censurando mentalmente.

Agora ele estava namorando. E parecia bem feliz, por sinal. Estava com Lilá Brown, uma garota alegre e extrovertida, exatamente o oposto de Hermione.

A garota não podia negar que sentia-se enciumada com isso.

- Já vi que daí não vem coisa boa... – comentou Rony.

Ele estava lindo. Os cabelos ruivos, agora crescidos, caíam-lhe sobre a testa de maneira não tão desalinhada quanto a dos cabelos de Harry, mas ainda assim bagunçada. Seus ombros largos passavam-lhe um ar mais másculo e era isso o que mais enlouquecia Hermione.

Vez ou outra ela observava Lilá sorrir de longe na direção do namorado. "Pelo menos eles não passam as aulas juntos", pensou Hermione.

No final da aula, como havia dito, Snape estampou a lista das duplas na porta com um feitiço.

Mione correu olhar seu nome e levou uma baita surpresa.

- Draco Malfoy! – ela comentava desconsolada enquanto andava com Harry pelos corredores da escola. – Por que eu? Por que não você, Harry?

- Ah, obrigado, Mione! – ironizou Harry.

- Ah, Harry... Você me entende! Por que o Snape me escolheu para fazer dupla com Malfoy?

- Como é que eu vou saber?

- Bom... Deixa pra lá... Mas e a sua dupla, Harry? Quem é?

- Vicent Crabbe! – disse, tendo que em seguida cuspir no chão demonstrando o nojo.

- Nossa! Você não está tão melhor que eu...


Rony estava a alguns metros de distância dos amigos sendo acariciado pela namorada. Observava de longe o modo como Hermione argumentava. Sim, ela possuía sempre um ar de quem sabe do que está falando, mas isso em momento algum lhe tirava a beleza. Muito pelo contrário, apenas complementava seu conjunto, pois contrastava com os cabelos rebeldes, os quais por sinal, à medida que o tempo passava e a garota crescia, emprestavam-lhe um ar selvagem que enlouquecia qualquer um.

Ele não pôde evitar uma onda de arrepios que invadiam-lhe a pele do corpo inteiro quando Lilá beijou-lhe o lóbulo. Era bom estar com ela, mas Rony não sentia-se completo. Faltava à garota um "quê" a mais. Algo que o instigasse, algo que fizesse seu estômago revirar e seu coração acelerar só de vê-la chegando perto. E tudo isso ele estava começando a sentir. Talvez, entretanto, com a pessoa errada. Sentia sempre que a garota "sabe-tudo" dos cabelos selvagens aproximava-se e chamava-lhe pelo nome.

Mas tudo isso estava errado. Ela era sua melhor amiga, a garota com quem passava horas discutindo sobre banalidades e não tão banalidades assim. Não estava certo imagina-la em situações em que nem Lilá o proporcionava.

- Hem, Roniquinho? Que é que você vai fazer hoje à noite?

- Eu? Ã... Vou estudar.

Lembrou-se que Hermione lhe prometera ensinar Transfiguração, mas receava que ficar a sós com ela seria uma tortura.


Harry agora andava sozinho, pois Mione o abandonara para assistir à aula de Aritmancia.

Ele andava pensativo. Tinha pleno conhecimento de que as garotas ao redor o observavam. Mas isso não o incomodava. Estava até começando a gostar do sucesso que fazia. Anos atrás teria se escondido de todas as formas possíveis das artimanhas de Romilda Vane em conquista-lo. Dessa vez, porém, ele teve que dar ouvidos aos hormônios. A garota era dois anos mais nova, mas ele tinha que admitir que possuía um corpo avantajado não comum a meninas da sua idade. Possuía cabelos grandes, de um castanho meio acobreado, e uma boca carnuda que era um convite a beijos ardentes. Harry o sabia bem, pois uma semana antes não conseguira resistir a mais uma tentativa, dessa vez não frustrante, de Romilda em possui-lo.

Tinha sido bom, muito bom. Mas apenas uma diversão a mais, nada além. Já que seu amigo Rony andava agora bem ocupado com Lilá Brown, Mione estudava como uma condenada, e ele ficava à mercê do nada a fazer. Juntando isso ao fato de ele estar se tornando um adolescente com os hormônios à flor da pele, conclui-se que não há nada mais normal do que se divertir de vez em quando com garotas que o excitassem.

Sim, eu disse garotas no plural. Romilda Vane tinha sido apenas a terceira nesses dois meses. Alias, nesse um mês; visto que a primeira com quem Harry saíra foi Anne Jacob, uma garota do quinto ano da Grifinória, já em outubro.

Mas não rolava sentimento. Ele bem sabia que Rony também não sentia por Lilá o que um namorado apaixonado sente pela sua namorada. Era tudo desculpa para esconder o que na verdade sentia por Hermione. Sim, porque Harry conhecia os amigos como ninguém e sabia que aquelas intrigas sem fundamentos não passavam de ciúmes embutidos. Isso sem falar que o namoro de Rony, assim como a primeira vez em que ele ficara com Lilá, começou do nada.

Deixando o relacionamento de Rony de lado... Harry lembrava-se agora das mãos delicadas e dos olhos acinzentados de Romilda Vane. Sabia que se dependesse da garota, os dois estariam juntos por um bom tempo. Mas não era isso que ele queria. Harry descobrira o bom de ser adolescente e poder ter para si quem bem entendesse. Era só uma questão de sedução e de palavras certas na hora certa. Ele estava treinando muito bem e possuía como "próxima vítima" uma garota do quinto ano da Corvinal. Chamava-se Iara Newton e possuía o mais belo par de pernas que Harry já vira em toda a sua vida. Ele a observava agora conversar animadamente com as amigas tão sedutoras quanto ela. A garota possuía enormes cabelos negros que bruxuleavam ao vento forte à medida que se mexia para exibir com gestos o que queria dizer.

Harry se aproximava lentamente de sua vítima, analisando, com olhos famintos cada movimento, quando ouviu uma voz que o chamava:

- Harry!

Ele teve de se virar para verificar que aquela voz fina pertencia à irmã de seu melhor amigo. Gina corria em sua direção agarrando livros contra o peito. Durante as últimas férias, em que Harry passara na Toca, surgia algo que pode ser chamado de amizade.

- Diz, Gi! – respondeu o garoto com um sorrisinho simpático.

- Você viu o Dino por aí?

Graças à nova mania que Harry adquirira em observar as características físicas das garotas de Hogwarts, Gina não ficava de fora de suas análise. Pode-se dizer, entretanto, que isso era estranho, já que era a única e mais nova irmã de seu melhor amigo.

Por outro lado, Gina também o observava. Aliás, ela vinha fazendo isso desde que o conhecera há alguns anos. Possuíra uma paixão não tão secreta por Harry há pouco tempo, mas agora parecia que tudo que sentia por ele não passava de uma atração. Sim, porque aquele garoto que se postava à sua frente ridiculamente lindo era um dos meninos mais desejados dentro de Hogwarts. Não só por ser considerado o "garoto que sobreviveu", mas também por desfilar em um corpo muito bem feito, apresentar uma madeixa negra que crescia desordenadamente bagunçada e atraente e por possuir os olhos verdes mais penetrantes e fulminantes que ela já viu. Às vezes tanta beleza a deixava sem jeito, mas ultimamente seus papos com Harry tinham ido mais além do que um simples "bom dia" ou "tchau", conversavam sobre assuntos banais. Ele conseguia ser a união entre o mistério e a comédia e Gina passava horas rindo de suas bobagens.

- Bom, a gente tava assistindo aula de Poções agorinha mesmo e acho que o vi por lá... Não tenho bem certeza – Harry coçava o queixo e olhava para cima. – Mas daqui a uns cinco minutos vamos ter aula de Transfiguração, se você quiser ir comigo daqui a pouco lá pra sala ver se o encontra...

- Tudo bem, então. Acho que ficar aqui conversando com você não vai ser tanta tortura assim, não!

- Ei! – Harry cruzava os braços tentando parecer chateado, enquanto Gina não parava de rir.

E que sorriso bonito... Aquele rostinho delicado, emoldurado por fios ora vermelhos ora cobre, tornava-se ainda mais impressionantemente belo.

- Ta bom... eu paro! – disse Gina sem conseguir conter o riso.

- Como é que 'tão as coisas com o Dino? – perguntou Harry, ainda com aqueles braços largos cruzados.

- Hum... 'Tão bem! Obrigada... – respondeu Gina meio sem jeito. Pensou em abrir a boca para dizer algo, mas hesitou a princípio. – Er... E você? Como vão as coisas com... Com quem você ta saindo agora?

- Ah – Harry abriu um sorrisinho e olhou para o lado. – Ninguém, Gina... Ninguém.

Gina sabia da nova fase do amigo, pois fora a ela que o garoto perguntara sobre Anne Jacob. Por sinal, Gina a odiava, pois era a garota mais arrogante e exibida de todo o quinto ano. Não conseguia entender como Harry fora se interessar por ela, mas então se deu conta... ele era um homem! Homens seguem os instintos, os impulsos...

Na época ela não mencionou o que sentia por Jacob, mas o alertara de que se tratava de uma garota popular e interesseira. Harry nem ligou muito para esse comentário, pois não poupou esforços e dois dias depois estavam aos beijos na Sala Comunal.

- Nossa, que novidade! Mas está pensando em alguém, não está? Quem será a próxima prenda? – perguntou cutucando o garoto no braço.

Harry tentou demonstrar desapontamento e respondeu de maneira engraçada:

- Próxima o que, Gina Weasley? Quem você pensa que eu sou? Um maníaco sexual?

Gina não parava de rir mais uma vez e, com uma mão segurando os livros e a outra arrumando eventualmente os cabelos lisos que insistiam em cair-lhe sobre a face, representava para Harry a visão de um campo onde se reina a paz, onde tudo se completa e se encaixa. Ele estranhou tal comparação, mas sentiu-se bem por estar a sua presença.