DISCLAIMER:
Os personagens dessa fan fiction foram baseados na obra de J.K. Rowling.
A trama, praticamente só o prólogo, é baseada nos livros até o 6º, Harry Potter e o Enigma do Príncipe. Os capítulos seguintes são pós-Hogwarts.
Apesar de ter no livro 6, na minha fic o romance entre Harry e Gina em Enigma não aconteceu, assim como não aconteceu a paixão do Harry pela Gina.

RESUMO:
Depois de muitos anos separados, Harry e Gina se reencontram. Eles são aurores brilhantes trabalhando juntos. Aventuras, desejos, intrigas, descobertas, brigas, perigos e paixões abalam seus mundos perfeitos, os levando ao limite.

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Prólogo
4 anos e meio atrás

Ele não podia acreditar.

"Como? Como? Como?" era o que se perguntava. Depois de um ano numa busca incansável pelas horcruxes Harry enfim conseguiu derrotar Lord Voldemort, mas as consequências disso... tantas perdas...

"Como havia acontecido? Como havia chegado aquela situação?"

Primeiro foi a Ordem da Fênix, que após a morte de Dumbledore foi acabando aos poucos com as mortes dos integrantes e o abandono por parte de alguns; depois vários membros da Armada de Dumbledore, que tanto lhe deram força e ajuda; agora, as pessoas que chegaram mais perto de serem uma família para ele se foram...

Primeiro foram seus pais, Cedrico, Sirius, Dumbledore...

E não parou.

... Lupin, Tonks, Hermione, Rony e os outros Weasleys.

Ele não podia acreditar.

"Não pode ser verdade, não pode!" dizia a si mesmo, se perguntando como chegou aquela situação. "Foi tudo culpa minha, devia ter agido sozinho desde o começo!" E agora ele estava naquele hospital bruxo, junto com todos os poucos sobreviventes extremamente feridos da batalha, esperando sabe-se lá o que o destino o reservasse.

Ele queria morrer. Queria sair dali. Queria que ninguém soubesse quem ele era. Queria...

- Harry, está tudo bem? - uma voz gentil chegou aos seus ouvidos.

Se virando, Harry se deparou com...

- Gina? Eu, eu... eu pensei que você... - não terminou a frase e a abraçou.

Gina estremeceu com o abraço, mas o correspondeu. Ele nunca a abraçara antes.

No primeiro momento ele a abraçou com tanta intensidade e desespero que ela sentiu como se fosse a pessoa mais amada do mundo. Amada. Era isso que ela queria ser, desde os 10 anos quando o vira pela primeira vez.

Pensava que era uma garota de sorte, apesar de toda a sua perda sabia que podia contar com aquele rapaz para a apoiar e ajudar a superar tudo, era o único amigo que lhe restou. Mesmo não sendo importante para Harry ou tão próximos quanto Rony ou Mione eram, ela foi amiga dele, "E como queria ter sido mais!", e o ajudou na medida do possível no fim de seu sexto ano, depois que terminou Hogwarts. Ela nunca o deixaria, mesmo nos momentos mais difíceis, porque ela o amava incondicionalmente. E ele nunca a deixaria sozinha também, era o que ela achava.

Gina, a irmã de Rony, havia sido uma das pessoas que mais haviam lhe dado força naquele ano. Não era uma grande amiga, ou uma pessoa realmente importante em sua vida, mas era alguém com quem contar. Harry pensou que a havia perdido, havia perdido tanto gente em sua vida que essa idéia já estava se tornando algo quase que normal. Mas ao mesmo tempo uma dor se formou em seu peito, uma angústia tão grande e pesada que o fazia querer morrer ainda mais. Ela o fazia lembrar de todas as perdas, de todos que tanto lhe deram forças e já não se encontravam mais ali. Queria ficar sozinho, para sempre.

- Calma, Harry, você está tremendo. Fica calmo, nós estamos bem agora.

"Nós estamos bem agora...", aquele frase ecoava em sua mente. Teve vontade de gritar.

É, ela estava bem, estava viva, diferente de muitos; mas Harry não estava bem, não mesmo, e preferia ter morrido. Ou então estar só, queria a solidão. Entrar dentro de uma toca e nunca mais sair. Gostava de Gina, era sua amiga, mas ela o lembrava das perdas, de todas as suas perdas. Como ela havia sobrevivido quando tantas pessoas morreram? Harry a soltou.

- Como você sobreviveu? - perguntou numa voz fria. Queria ficar longe dela, ela lhe trazia más lembranças.

- O quê? - ele nem ficou feliz lhe ver viva? E o que era aquela frieza que ela viu em seus olhos? Devia ser só impressão, mas mesmo assim não conseguia olhá-lo, abaixou a cabeça. Seus dedos lhe pareciam bem mais interessantes - Bem... ah... eu não sei ao certo, mas estava lutando com um comensal quando Rony - nesse momento ela teve vontade de chorar. Todos seus irmãos se foram. E seus pais. Seus pais! E Hermione, uma grande amiga! Rony foi seu último parente que ainda estava vivo. Até aquele dia. Sentiu lágrimas escorrerem por sua face - bem, quando Rony me paralisou e eu acho que fiquei num canto meio escondida e... desmaiei. Acordei aqui no hospital. - disse voltando a olhar para Harry.

Então ela sobreviveu, pensou Harry, e nem lutou. Enquanto outros que lutaram até não ter mais forças estavam mortos... mas o que ele estava pensando, fazendo? A culpando por não morrer também! Deveria ficar feliz. Mas não estava.

"Se ela tivesse pelo menos lutado, mas não, não fez nada!"

Queria ficar longe dela, lhe trazia muitas lembranças. Se sentia culpado por tudo que aconteceu, a culpava.

"Se eu tivesse agido sozinho..." Era isso que ele precisava agora, ficar sozinho, agora, amanhã, pra sempre.

- Que bom.

- Aconteceu alguma coisa? Está distante e...

- Não. Me deixe sozinho.

Gina se sentiu mal, como se ele tivesse dado uma punhalada em seu coração. O tom de Harry foi tão frio e mortal que ela ficou com medo dele. Onde estava o Harry que se sentia feliz na companhia dos amigos? Será que ela estava enganada e não era nem amiga dele? Onde estava o Harry que sempre quis proteger a todos, mesmo que isso o fizesse ficar triste ou infeliz? Será que era isso que estava acontecendo, ele queria a proteger de algo e por isso a mantinha distante? Mas ela nunca foi uma grande amiga, por que pensou que ele a quereria por perto? Que idiota!

Harry por sua vez não sabia o que estava acontecendo com ele. Ela sempre a ajudou nos momentos difíceis, assim como tantos que não estavam mais presentes, e aquele definitivamente era um desses momentos. Mas aquela raiva que ele sentia por ela por ter sobrevivido enquanto tantos morreram era algo mais forte. Queria ficar longe dela. "Mas ela era sua amiga, não?" Naquele momento achava que não, naquele momento a odiava.

- Eu estou muito bem, só não quero ninguém por perto.

Sabia que havia pego pesado, mas só de olhar para ela com aquele espanto e magoa nos olhos já o fazia se sentir melhor. Apesar de saber que ela não tinha culpa de nada, não a queria por perto naquele instante.

- Por quê? - Gina perguntou num fio de voz, os lábios trêmulos.

"Não posso chorar, não posso chorar! Ele pode perceber que estou mais magoada com isso do que estaria se gostasse dele só como amiga".

- Porque não e por favor deixe em paz pra pensar.

"Isso é o melhor a fazer", pensou Gina. Ele devia estar muito abalado com a situação, pelas perdas que sofreu. Mas e ela? Ela também havia sofrido perdas e estava muito frágil e abalado no momento, mesmo assim tentava se manter calma.

- Tudo bem.

Gina foi em direção a sua cama e se deitou. Harry fez o mesmo, e ficou pensando...

Precisava sair daquele lugar, queria ir para longe de tudo que lhe trazia lembranças. Mas Gina havia sido a única que sobreviveu de seu círculo de amigos e ela sempre o apoiou e ajudou, mesmo eles não sendo muito próximos, e ele devia o mesmo para ela naquele momento, já que não havia mais ninguém na Ordem vivo que pudesse apoiá-la ou algum parente ou amigo, além dele. E ainda havia o fato dele ter prometido a Rony que tomaria conta dela se algo lhe acontecesse, e algo lhe aconteceu... ele morreu! Todos os Weasleys se foram até sobrar apenas Rony e Gina, que depois de terminar seu sexto ano foi se juntar ao trio, já que Rony era o único que sobrara e tinha que cuidar de sua irmã, que os ajudou e apoiou. Ele tinha uma dívida com ela, querendo ou não, mesmo que não gostasse ou desgostasse dela.

Mas sua dor era tanta que não poderia ficar ali.

Sabia que ainda tinha toda vida pela frente, e não queria ficar sofrendo e remoendo os dolorosos momentos que passou, todas as perdas, para sempre. Precisa ser forte para viver toda a vida que ainda lhe restava, precisava recomeçar. Talvez pudesse fazer seu sétimo ano em alguma outra escola bruxa em algum lugar longe do Reino Unido, em uma escola que não fosse Hogwarts. Terminar seus estudos, uma vez que passara o último ano na busca pelas horcruxes e Voldemort, e depois então faria o curso para auror, porque ele queria e iria lutar com todas as suas forças contra as pessoas que lhe fizera ter tantas perdas, e seria o melhor nisso.

Talvez um dia até voltasse ao seu país.

Talvez simplesmente vivesse em outro lugar para sempre.

E com certeza morreria se ficasse por muito tempo ali.

Poderia ir estudar em Beauxbatons ou Durmstrang, as duas únicas escolas bruxas que ele conhecia além de Hogwarts, mas elas não usavam o inglês. Mas com certeza existiam outras escolas, era só escolher uma, porque qualquer escola bruxa aceitaria o garoto que derrotou Lord Voldemort. Talvez o melhor a fazer fosse escolher o país de língua inglesa que oferecia o melhor curso de auror, juntar suas coisas e ir.

É, essa seria a melhor decisão.

E era melhor contar para Gina, porque afinal, é claro, ele tinha uma vida e ela não esperava que ele ficasse ligado a ela para sempre a partir daquele momento, não é?

- Que droga, Rony, até depois de morto você me traz problemas! - murmurou para si mesmo.

Mas ela logo teria 17 anos, e iria voltar a Hogwarts.

Sim, era simples. Ela seria maior de idade e poderia fazer o que quisesse, assim como ele pode fazer o que quiser. Poderia esperar ela voltar a Hogwarts e depois ir...

- Mas é esperar aqui por mais tempo! Não dá, não dá...

Ele precisava ir embora logo. Imediatamente. E era isso que faria.

Estava bem fisicamente, era o que menos havia se machucado. Iria embora dali de qualquer jeito, os medi-bruxos o liberando ou não. Deixaria algum dinheiro a Gina para ela poder recomeçar. Pesquisaria onde tinha o melhor curso de auror e se mudaria. Pediria transferência de Hogwarts.

Só precisava falar com Gina, o que seria o mais difícil.

Viu a dor e a tristeza em seus olhos enquanto conversavam e ele sabia que ela era forte e poderosa, mas estava abalada no momento, mas ele não podia fazer nada, afinal também precisava pensar nele. Tudo bem que ela era muito importante para o Rony, e ele havia prometido, mas Rony não esperava que ele fizesse tantos sacrifícios por ela, não é? Ela nem era tão importante assim.

Seria melhor escrever.

Iria falar com a enfermeira que iria embora de qualquer forma, e pediria ela para entregar uma carta a Gina quando a menina acordasse. Ela ficaria triste com ele, ele sabia disso, mas teria que entender e o perdoar. Se não perdoasse, tudo bem também. Não ligava.

Olhou para cama da garota, que estava dormindo. Parecia uma boneca, com a pela branca e os cabelos cor de fogo. Dormia um sono tão tranquilo que quem a visse não diria que sofrera o que sofreu. Ela estava muito diferente da garotinha que se apaixona por ele em seu 2º ano de estudo, tinha de admitir, por dentro e por fora. Era forte, poderosa e determinada, mas apesar disso continuava a ser delicada, meiga e parecia uma menininha com seus traços delicados e lindos.

Sim, ela estava linda. Se transformaria numa linda mulher.

Mas isso não o impedia também de sentir raiva dela por ela ter sobrevivido sem fazer nada. Sabia que não podia nem devia julgá-la, mas estava fazendo isso. Estava agindo da maneira errada e isso era mais uma prova de que era melhor se isolar um pouco, para aprender a dominar novamente seus sentimentos e pensamentos.

Iria se distrair e se divertir muito, voltar a ser o Harry que era, longe de tudo que lhe trazia recordações e quando voltasse tudo já estaria superado. Era isso: esquecer e se divertir. Muito.

Prestou atenção a ala onde estava. Havia várias camas com pacientes e uma medi-bruxa que estava perto de um quadro de uma bruxa de cabelos grisalhos que segurava um termômetro, escrevendo numa prancheta.

Era melhor colocar seu plano em prática logo. Queria sair dali.

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Quando Gina acordou o dia estava nascendo. Pode ver um céu azul claro começando a aparecer entre o azul-noite, pela janela ao lado oposto de sua cama, ao lado da de Harry.

"Harry!" Sua mente gritou.

Ele não estava em sua cama.

"Será que já teria acordado?"

Mas ainda era muito cedo, apesar de que se ele não estava na cama é claro que já havia levantado. Talvez já tivesse tido alta. Mas ele a esperaria, não esperaria? Ela esperava que sim, não tinha mais ninguém com quem contar. E o fato de ser ele a reconfortava ainda mais.

"O garoto que sempre amei."

Era melhor perguntar a enfermeira onde ele estava. Talvez estivesse tomando um chá ou algo assim no 5º andar.

- Com licença - se dirigiu a medi-bruxa próxima - será que você poderia me informar onde está o paciente do leito em frente?

- Ah, sim - respondeu a moça, que Gina viu pelo crachá que usava se chamava Anne - ele foi embora.

Embora? Harry tinha ido embora e a deixado ali? Não, claro que não! Ele devia ter ido, sim, em algum lugar, talvez até Godric's Hollow, que foram onde ficaram hospedados enquanto faziam suas buscas e pesquisas, mas depois voltaria para vê-la. Ele tinha que voltar...

- Você é a Gina, certo? - perguntou Anne.

- Ah, sou - respondeu meio confusa, meio curiosa - Por quê?

- Bem, o Sr. Potter deixou uma carta para você - disse a enfermeira indo até um armário perto de um quadro de uma bruxa de cabelos grisalhos que segurava um termômetro e tirando de lá um envelope, que entregou a Gina.

- Ah, obrigada.

Ela agora além de confusa e curiosa estava começando a ficar preocupada.

"Será que aconteceu algo?"

Se sentou em sua cama, abriu o envelope, tirou a carta e começou a ler. Não podia acreditar no que estava escrito. Como ele havia feito aquilo com ela? No momento que mais precisava de alguém? E... ela não podia acreditar no que leu! Começou a reler a carta.

Olá Gina.

Desculpe por não ter falado com você antes de sair, mas escrever seria mais fácil.

Bem, quando você ler esta carta eu provavelmente já vou estar longe, porque eu preciso ir para longe nesse momento. Você e tudo por aí me trazem muitas lembranças, de tudo e todos que um dia tive e perdi Sei de suas perdas também, e sinto muito, de verdade..

Preciso de um tempo para entender o que realmente aconteceu, reorganizar minha vida. Preciso de espaço e recomeçar do zero, para voltar a ser quem sempre fui. Por isso resolvi tomar essa decisão. Vou embora, talvez já tenha ido quando ler isso. Para onde ainda não sei, mas vou terminar meus estudos e fazer o curso de auror em algum lugar longe disso tudo, porque preciso disso.

Espero que você entenda, sei que devia ficar do seu lado e te ajudar, como prometi a Rony que faria, mas no momento não posso fazer isso. Não posso fazer nada, apenas tentar esquecer e assim me distrair, estudar, me divertir, curtir a vida que tenho. E é por isso que estou indo embora, porque nesse lugar que me trouxe tantos momentos felizes eu não poderia, não posso, viver. Não agora. Principalmente perto de você, que me faz lembrar a dor que sinto por todos que perdi.

Quando eu voltar vou ter superado de tudo que aconteceu, pode ter certeza, e talvez a gente se veja de novo. Aí poderei realmente fazer algo por você, só estou adiando a promessa do Rony.

Peço que não me procure e nem mande corujas ou cartas, quero ficar sozinho. Se alguém começar a me procurar e lhe perguntar algo diga somente que não sabe de nada.

Espero que tenha um ótimo último ano de Hogwarts, aproveite aquela escola por todos que conhecemos e que não tiveram a oportunidade que você terá de retornar.

Em breve você será maior de idade e poderá fazer o que bem entender, espero que escolha uma boa profissão. Vou fazer uma transferência de uma boa quantia de galeões, algumas centenas, do meu sofre para o seu. Não precisa se preocupar em me pagar, devo isso a Rony pelo que lhe prometi, para poder cuidar de sua vida.

Adeus ou tchau, não sei ao certo,

Harry Potter.

Gina leu a carta e releu, releu, releu, releu...

Não saberia dizer se havia ficado segundos, minutos ou horas pensando sobre aquilo, mas ela enfim entendeu.

Ela não podia acreditar. O que Harry disse?

- Certo. OK. Relaxa.

Tudo bem que ele tivesse se sentindo triste e magoado e queria ficar só, mas... abandonar a vida assim para recomeçar tudo como se nunca tivesse acontecido nada? Ela daria um tempo a ele se ele dissesse, se desabafasse. Sairia de sua vida se fosse preciso. Mas não, ele simplesmente foi embora.

"Ele foi embora, talvez para sempre!"

Ela não podia creditar, perdeu a pessoa que mais amava e nem havia dito isso a ele, mas será que um dia teria coragem de dizer? E ele era o único que poderia lhe ajudar no seu futuro.

"Ajudar no futuro..."

Se ele achava que lhe dando algumas centenas de galeões ela iria simplesmente ficar feliz e recomeçar como ele disse, estava muito enganado. Havia ficado magoada por ele ter ido, mas... ele tentou comprá-la! Isso foi o pior. Era isso que ela valia, algumas centenas de galeões.

Seus olhos ardiam, sentiu lágrimas escorrendo por seu rosto.

Por mais que doesse saber que ele tinha ido embora, o pior era saber que tudo que representava para ele era algumas centenas de galeões. Ela, ela! Que o amou incondicionalmente e nunca foi notada. Que daria seu coração, seu corpo, sua alma e sua vida por e para ele, e que nunca havia recebido nem uma mínima chance de ser correspondida por esse amor tão intenso que as vezes a fazia achar que iria morrer de tão grande que era, porque ele não a via como garota, mas como a irmã de seu melhor amigo, se é que ele a via. Mas apesar de tudo, nunca pensou que ele a veria como aquilo, um objeto que se pode comprar.

- Alguns galeões, Gina Weasley, é isso que você vale! - disse com amargura e se jogou na cama, chorando.

Poderia aceitar a idéia de que ele nunca a amaria, seu amor era incondicional.

Poderia aceitar a idéia de que ele precisava de espaço e tempo para suportar tudo, e daria isso a ele mesmo que doesse nela ficar longe da pessoa que tanto amava. Não precisava cumprir a promessa com o Rony, ela saberia se cuidar.

Mas não, nunca, poderia aceitar o fato de que ele a via como uma mercadoria que valia alguns galeões, e que para ficar livre bastava dar alguns trocados, como uma qualquer!

Mas se ele queria que as coisas fossem assim, seriam!

Ela já passara os últimos 7 anos de sua vida totalmente apaixonada e dedicada a ele, e ele nunca a percebeu. Agora pensava que poderia humilhá-la e comprá-la daquela forma?

Será que ele não percebia que com apenas uma palavra ela poderia dar a ele o "espaço" que ele tanto queria? Não precisava tê-la humilhado daquele jeito, a magoando tanto, tentado comprá-la.

Mas ela tinha orgulho próprio e lhe dava valor se Harry não fazia isso.

Não iria ficar naquela cama chorando por ele e por causa dele, como já havia feito tanto. Não! Não mesmo!

Ergueria a cabeça e encararia o mundo de frente. Iria para Hogwarts, se formaria, trabalharia e um dia ainda provaria para ele que não precisou de seu "rico dinheirinho"para sobreviver, porque tinha mãos, inteligência, sagacidade e muita força de vontade! Fazia questão de não tocar em nem um centavo dele, nem que tivesse que morrer.

Por melhor que fosses suas intenções ele não tinha o direito de fazer dela um simples objeto, que ele compra ou descarta num passe de mágica.

Ela era humana, tinha sentimentos e acima de tudo tinha amor próprio e orgulho.

Levantou-se, enxugou suas lágrimas e se olhou no espelho da enfermaria.

Por mais que quisesse odiá-lo não conseguia. Mas iria um dia provar a ele seu valor, apesar de não saber como, quando ele voltasse. E ela iria se preparar para isso.

Não era vingativa ou mesquinha, e não queria vingança, mas havia outra solução? Ela não sabia.

Assim como ele disse em sua carta que superaria tudo, ela superaria também, porque ele havia atingido seu máximo, a magoara demais. Superaria toda dor, e principalmente aquele amor.

- Ah, Harry Potter, espere e veja o que uma Weasley é capaz de fazer! Posso muito bem viver sem você ou seu dinheiro. E quando nos reencontrarmos não me reconhecerá, porque a Gina bobinha e apaixonada morreu, Potter! Vou esquecer o que sinto e lhe provar que tenho valor de verdade, e esse não são alguns galeões. E custe o que custar, vou te tirar totalmente da minha vida. Espere e verá!

Gina deu a volta nos calcanhares e se dirigiu a medi-bruxa que lhe entregou a carta. Precisava tomar certas providências agora que estava só e responsável por seus próprios atos.

Ele queria espaço e ficar só? Teria.

E ela também. E aproveitaria para planejar seu futuro. Seria difícil conseguir tudo sozinha, mas ela era forte e determinada. Iria conseguir, tinha certeza.

- Um dia você vai dar valor a pessoa que perdeu, Harry James Potter!

E continuou caminhando a passos firmas em direção a medi-bruxa, chorando silenciosamente, mas sempre com a cabeça erguida.



Notas da Autora:

ai, ai, ai, minha primeira fic! primeira q eu publico, pq jah escrevi umas coisas meio louks q nunk ning viu!
mas, gente, se v6 gostarem eu vou escrever com mt + carinho do q se ñ, e tentar publicar os caps + rápido tbm, então deixam suas opiniões! Eu sei q v6 nem devem estar entendendo nd direito ainda, mas eh assim q deve ser. esperoq gostem!

Bjão, Lanni! ;)
OBS: ateh o fds o cap 1 tah aki! axo q tah bem legal!