N/A:Respondendo às reviews:

Thaís Potter: Nossa, que surpresa, apenas dois capítulos e já tem gente viciada na minha história, não esperava isso.

Gude Potter: Não se preocupe, eu vou continuar a escrever sim. Obrigado pelos elogios.

Lily Dragon: Bem, não preciso falar muita coisa, né? O Lupin não é cachaceiro, é um cachasseur (degustador de cachaça), pelo menos por enquanto Hehehe.

Ana Torres: Vou continuar sim, tomara que esse capítulo satisfaça um pouco da sua curiosidade.

O capítulo ficoubem pequeno, eu não tive muito tempo para escrever (Oficina de Música), andei meio ocupado (né, Luísa?) e meio que deixei as coisas para a última hora. Mas cá estou eu, postando esse capítulo com um dia de atraso. O engraçado é que elenão foi criado. Durante uma apresentação da Oficina da Música ele "baixou" em mim que a única coisa que eu tive que fazer foi pegar um lápis e escrever. Não sabia se prestava atenção no concerto ou na história, mas isso é outra história. Esse capítulo tem alguns segredos escondidos, talvez alguns consigam desvendá-los. Mas chega de enrolaçãoe vamos à história.

3. Um passeio no bosque à luz de Júpiter

Ao acordar no dia seguinte, Lupin olhou primeiramente para suas roupas de viagem amarrotadas, depois da noite que passou com elas, indo dormir sem colocar nenhum pijama, sem se lavar, sua mala jogada ao lado da cama displicentemente, ainda fechada. O sol entrava pela janela, iluminando o quarto empoeirado com uma claridade dourada. Olhando para seu relógio de pulso, ele viu que já passava de meio-dia, e que provavelmente o almoço estaria servido dali a pouco, ele se levantou e foi até um banheiro que ele (sabia lá como) tinha lembrado onde era.

Após de ter se lavado, penteado e escovado os dentes, ele desceu para encontrar uma sala de estar vazia e ligeiramente destruída. Apesar do avançado estado de desintegração da sala, Lupin notou que não havia um grão de poeira nos móveis, clara indicação de presença feminina na casa (fazendo o marido limpar a casa o então limpando por si só). Ele foi para a cozinha onde garimpou seu café da manhã (frio por sinal), conseguindo comer algumas fatias de pão com geléias. Assim que terminou colocou os pratos para se lavarem, quando teve uma idéia. Por que não mandar um relatório com os dados que ele tinha conseguido recolher no seu primeiro contato com os lobisomens? Afinal, isso podia ser de alguma valia para a Ordem, para eles conseguirem informar às pessoas, em possíveis futuros contatos com outros lobisomens.

Subiu para o seu quarto, decidido a fazer um rascunho antes de mandar o feitiço mensageiro para a Ordem. Afinal, qualquer erro poderia ser uma chance desperdiçada. Além disso, pensou ele, tenho que ser útil para a Ordem enquanto posso, essa é uma das poucas coisas que uma pessoa no meu estado pode fazer para a Ordem. Posso aproveitar também e mandar uma mensagem para Tonks, ela precisa saber que eu estou bem, pensou ele. Tendo tudo isso na cabeça, ele se enterrou em lembranças da noite passada.

Já eram quase seis horas da tarde quando Lupin saiu do quarto, com um pergaminho de quase um metro e meio nas mãos. Estava (finalmente) satisfeito com o seu relatório, que contava em detalhes como fora seu primeiro contato com os lobisomens. Também havia uma outra carta, escrita de maneira bem menos formal, que ele também pretendia usar aproveitando o mesmo feitiço mensageiro. Agora, ele se deparara com outro problema. De onde ele poderia mandar esse feitiço? Do quarto ele com certeza seria visto. E viriam investigar, ele não queria incriminar Stace, uma vez que ele era a ponte para que essa missão pudesse funcionar. Subitamente ele lembrou-se do bosque em que ele tinha aparatado. Lá ninguém o veria, ele teria uma chance de reconhecer mais essa parte do terreno (um possível local para se começar uma invasão, caso ela viesse a ocorrer) e ninguém incriminaria Stace. Estava decidido.

Com o sol já começando a se despedir e uma névoa clara chegando sorrateiramente, ele passou pela soleira da porta da casa alquebrada em que ele estava e começou a caminhar rapidamente em direção ao bosque. O dia que ia acabando fazia ele se sentir ligeiramente melancólico com aquela solidão toda. Não se via, ouvia, cheirava ou sentia viva alma dento do raio de pelo menos um quilometro. Nenhum pássaro ou esquilo nas árvores ao longe ou por cima das pradarias que se estendiam à frente e aos lados. Ao longe a cidade de Londres se erguia fria e cinzenta naquele fim de tarde. Como estava começando a soprar um vento frio, Lupin chegou a pensar de pegar seu cachecol, mas como estava com um pouco de pressa, apenas levantou a gola de seu sobretudo e seguiu em frente. O único caminho que havia em direção ao bosque era através dos campos desocupados, não havia estrada nem trilha.

Remo parou um instante antes de sair da estrada. Aquela névoa estranha no verão o deixava meio inseguro, será que ele devia se arriscar a não encontrar o caminho de volta? Bom, o máximo que poderia acontecer era ele ter que tentar se achar no meio da névoa ou aparatar perto da estrada. Guardando bem o local que estava, ele respirou fundo e entrou nos campos que se estendiam por algum tempo à sua frente até a (pouco discernível) fronteira do bosque a um quilometro dali. Era incrível como ainda havia espaço vazio a poucos quilômetros de Londres, onde não se achava nada mais vazio que uma praça ou um pátio. Apertando o passo para não ficar muito tempo em espaço aberto, ele via a distância até a orla do bosque diminuindo a cada passo que dava.

Ao alcançar o bosque, ele rapidamente entrou, olhando antes por sobre o ombro para se certificar que ninguém o havia seguido. Lá em cima, um planeta brilhava mais forte que outros. Era Júpiter, o soberano dos planetas que parecia estar comparando seu brilho com o de Marte, anunciador de conflitos. Que até algum tempo era o que mais brilhava durante a noite, confirmando a guerra que se travava na superfície daquele planeta que seus habitantes chamavam de Terra. Remo estava com uma música clássica instrumental na cabeça, mas não conseguia identificá-la. Tinha um estilo requintado e bem próprio, mas ele não conseguia se lembrar do autor.

O mais inusitado nesse fato era que a música não tinha nada a ver com o ambiente ao seu redor. As árvores espaçadas deixavam passar uma corrente de ar frio que era menos que uma brisa, mas ainda assim levantava os cabelos da nuca do membro da Ordem. Ele agora procurava se embrenhar um pouco mais na mata antes de mandar o feitiço, esperando que isso fosse garantir um pouco mais de descrição e privacidade. Ao mesmo tempo, o cenário ficava mais sombrio, com as árvores mais próximas uma das outras e algumas delas com os troncos nus, como se suas cascas tivessem sido arrancadas. Algumas delas tinham marcas de garras. Parecia que era por ali que os lobisomens ficava quando chegava a lua cheia. Ao chegar numa clareira, Remo parou e varreu a área com o olhar para verificar se havia alguém nas proximidades. Como não viu nem ouviu nada, ele puxou do bolso o pergaminho em que estava escrito seu relatório e começou a lê-lo mentalmente.

Com a varinha numa mão e pergaminho na outra, ele se manteve alerta enquanto lia o relatório para qualquer som que não os da floresta. Ao terminar de ler o pergaminho ele efetuou o feitiço do patrono, concluindo assim o feitiço mensageiro. Seu espectro prateado saltou em disparada na direção de Londres. Lupin ainda estava observando a direção que seu patrono tinha ido quando o som de passos rápidos atrás dele o trouxeram de volta à realidade. Ele só teve tempo de olhar para trás e bradar "Impedimenta!" na figura que estava se aproximando antes de verificar que era um humano. Era um homem com longas unhas, o cabelo castanho longo, cheio de galhos e todo emaranhado, os olhos grandes transmitiam uma sensação de perigo. Mesmo deitado de costas na grama (o feitiço tinha atingido seu alvo), o homem falou, com uma voz rasgada e ofegante:

- O que estava fazendo? Esse é meu território! Não quero nenhum bruxo nem trouxa aqui! Eu vi você fazendo aquele feitiço! O que era! Fale! – Ordenou ele, se levantando. Era apenas um pouco mais baixo que Lupin.

- Eu estava treinando, e para a sua informação, eu também sou um Lobisomem. – Respondeu o bruxo, que não gostara nada da maneira com que o outro se dirigia a ele, mas mesmo assim guardara a varinha, tentando se mostrar pacífico. – Aquilo era um simples feitiço de estupefação, caso você não tenha reparado - Mais uma vez ele agradecia aos céus por estar tão acostumado a mentir.

- Lobisomem ou não, você está em meu território. Não viu as marcas? Saia! – e com essas palavras pulou em cima de Lupin. Este, pego de surpresa, não teve tempo nem de se esquivar, recebendo o peso do outro no seu peito. Por sorte, o chão com folhas amorteceu sua queda, e ele conseguiu rolar para trás e empurrar seu oponente. Puxando a varinha, Remo tentou estuporar seu oponente, mas este se desviou com agilidade do feitiço.

Lupin usava somente a varinha, enquanto o outro parecia desconhecer mágica. Uma ligeira vantagem ia aparecendo a favor do ex-professor, tendo em vista que seu oponente estava começando a ficar com seus movimentos menos rápidos pelo cansaço. Incrivelmente, o outro parecia não ter condicionamento físico, mesmo sendo magro e morando (segundo ele) na floresta. Sua vitória parecia impossível não fosse sua agilidade. A luta não ia durar muito. Esses pensamentos passavam pela mente do membro da ordem com a velocidade da luz, e ele se concentrava apenas em manter o outro correndo. Um único descuido do outro e um feitiço o atingiria, pensava ele, mas o lobisomem hostil parecia prever onde ele ia lançar o feitiço e se desviava, mesmo que mostrasse aparente cansaço. Todos os dois iriam provavelmente ficar duelando a noite toda, mas um barulho à sua direita despertou a atenção do ex-monitor. Era Staceway, que estava ali, olhando para os dois com uma cara que demonstrava surpresa e alarme. Assim que os olhos dos dois subordinados de greyback se encontraram, ele desaparatou, dando ao outro a chance de estuporá-lo. Medo e remorsos se espalharam pelo corpo do membro da Ordem.

Assim que Remo estuporou seu oponente, dois altos craques indicaram a chegada de Staceway e Greyback na clareira. Os olhos da dupla corriam de Lupin para o lobisomem caído no chão. O ex-professor tentou se justificar:

- Eu estava dando um passeio no bosque quando esse maluco me atacou, dizendo que eu estava no território dele...

- E você realmente está no território dele, só que ele não tem o direito de te atacar. Não quero brigas entre lobisomens – respondeu Greyback com sua voz de cachorro.

- Quer que eu acorde o Caio? – Perguntou Stace

- Quero, faça isso logo para o nosso novato ver como tratamos desordeiros.

Obedecendo imediatamente, Stace lançou o "enervate" no lobisomem hostil e este recuperou os sentidos, mas tentou imediatamente correr assim que viu Fenrir, parecendo saber o que o aguardava. Imediatamente Stace lançou nele o feitiço das pernas presas, enquanto lobo o pegou pelo colarinho e perguntou:

- Qual é a primeira regra que vocês devem obedecer sob meu comando?

- Nunca atacar outro lobisomem... – disse Caio, o medo claramente estampado em seu rosto.

- Então porque fez isso?

- Ele estava em meu território, senhor.

- E você deu tempo para ele sair?

- Não – disse ele engolindo em seco. E era a pura verdade, Remo mal tivera tempo de se defender.

- Então era o que devia ter feito - E sem mais uma palavra, começou a chutar socar e morder o outro.

Pego de surpresa, Remo ficou sem ação ao ver o outro ser trucidado daquela maneira. Greyback não perdoava, parecia descontar toda sua raiva em cima de Caio, que já estava com cortes sérios e hematomas. Fenrir só parou quando o outro já estava quase desmaiando. Virou-se para Lupin e Stace e rosnou:

- Saiam já daqui, os dois, antes que eu mude de idéia sobre não punir você, novato.

Eles não esperaram segunda Ordem. Correndo para tentar esquecer o espetáculo macabro que tinham acabado de presenciar. Assim que saíram do bosque diminuíram o passo para uma caminhada rápida, e uma lembrança veio à mente de Lupin:

- Por que você nos denunciou ao Fenrir? – Perguntou ele, tentando ao máximo não demonstrar irritação na voz.

Como se a pergunta não estivesse muito clara, Stace parou e ficou olhando para Lupin com uma cara estranha. O membro da Ordem percebeu que tinha falado uma asneira.

- Quero dizer, a gente poderia ter resolvido isso sem Greyback, não? – Tentou concertar Lupin.

- Não, não poderíamos. – Retrucou Stace.

-Mas por quê?

-Se o outro lobisomem tivesse te denunciado com certeza ia tentar amenizar a barra dele. E ia sobrar para você.

-Mas como assim, eu não estava fazendo nada de errado.

-Ah, ele provavelmente teria contado umas lorotas, e acho que o Lobo só aliviou sua barra porque você é novato. Em geral ele ataca os dois brigões.

-É, mas eu estava só me defendendo, não estava atacando ele!

-Bem, não era isso que parecia. Mas relaxa, o que passou, passou. Não vamos mais falar disso.

E seguiram pelos campos vazios, já escuros com o passar das horas, e o cheiro da grama invadia as narinas da dupla, um cheiro ao mesmo tempo frio e reconfortante, que lembrava à Lupin A Toca. A lua já estaria alta no céu não fosse à névoa que agora tomava conta de tudo, bloqueando a pouca claridade que a lua lançava sobre os campos. Um frio estranho parecia subir pelas pernas da dupla, aparentemente tentando esfriar a alma dos dois. Remo estava extremamente deprimido, ele não tinha a intenção de machucar Caio, mas acabou deixando ele (indiretamente) quase morto...

- Ah, sim, Remo Lupin – Falou Stace, sobressaltando o companheiro – Você me deve um jantar...

- Bem, e quando poderei pagar minha dívida?

-Que tal hoje?

-A vontade é do freguês...

-Então está marcado, ainda bem que eu ainda não jantei...

-Mas a sua mulher não preparou nada?

-Ela foi viajar, e não tente escapar. Qual vai ser o cardápio de hoje?

-Não sei ainda, depende do que me vier na cabeça...

-Quer dizer que se eu te tacar um frango na cabeça vai ter canja? – Retrucou Stace com um sorriso zombeteiro no rosto

-Provavelmente não... Não gosto de cabelo na comida

-Está certo...

E seguiu em silêncio até a casa de Stace, toda escura. Ao entrarem na casa, Remo subiu até o seu quarto para deixar as pesadas roupas que estava e pegar um livro de receitas de bolso que ele mantinha sempre à mão para qualquer eventualidade (como agora). Abriu na parte de receitas com carne vermelha (em geral mais usada quando a lua cheia se aproximava) e começou a procurar por alguma coisa que fosse fácil e boa. Encontrou um filé de carne ao molho de conhaque que lhe pareceu bem ao gosto de seu anfitrião, (principalmente o molho) e desceu para a cozinha para verificar se tinha os ingredientes que ele precisaria.

Depois de conjurar alguns ingredientes que faltavam na despensa e colocar a receita no fogo, Lupin foi verificar aonde eles iriam comer. Encontrou uma sala de jantar com uma mesa grande onde poderiam comer confortavelmente, caso acontecesse uma limpeza rápida. Executou o feitiço Limpar e conjurou uma toalha de mesa, dois copos, pratos e talheres e um descanso. Acendendo o enorme candelabro acima de sua cabeça, Lupin se afastou um pouco para ver como ficara a arrumação e percebeu que um dos talheres não estava perfeitamente simétrico. Depois de corrigida a imperfeição ele foi para a cozinha acabar de supervisionar a refeição.

-Um cheiro bom de comida já se espalhava pela casa quando Stace surgiu na cozinha, farejando o ar:

-Nossa, é impressão minha ou você usou conhaque nessa receita?

-Usei sim, por quê? Você não gosta? – Perguntou Lupin, temeroso de que tivesse feito mais uma besteira (uma já era suficiente naquele dia).

-Muito ao contrário, qualquer bebida é bem-vinda.

-OK. Deixei pra você a escolha do que vamos tomar.

-Bem, melhor assim. Como já tem alguma coisa de álcool no prato acho que vou abrir uma garrafa de algo mais leve. Que tal um vinho tinto?

-Ótimo.

-Tenho um ótimo, fabricação chilena, bem suave.

-Engraçado você sugerindo da gente tomar alguma coisa suave...

-Engraçadinho... Quer dizer então que quer tomar alguma coisa mais forte?

-Não, obrigado. – Disse Lupin, atendendo a ordem do seu fígado – Já está pronto, vamos comer!

Ese sentaram à mesa para saborear a comida depois daquele que tinha sido um dia cansativo e bem esclarecedor apesar de tudo.

N/A: Esse é dedicado à minha família, que me apoiou e ajudou quando eu mais precisava. Até mesmo para a minha maninha, que apesar de tudo me ama (eu acho).

O que acharam? Quando eu vou voltar para Curitiba? Quando vou poder comprar meu material escolar? Quem vai estar na minha turma? O que eu fao para a minha mão direita desinchar? Essas são as perguntas que não saem da minha cabeça (além de outras coisas).

Críticas, dúvidas ou sugestões por meio de review. Obrigado aos meus (Ou eu deveria dizer as minha O.o) cinco leitores (as) pela paciência.