-Harry! Rony!
Hermione alcançou os garotos rapidamente.
-Você não ia à loja de livros Mione?
-Está fechada...
-Bem que eu desconfiei que você não trocaria os livros por nós gratuitamente...
-Não fale assim, dá impressão de que eu sou uma maníaca obsessiva e compulsiva por livros...
-E não é? – Mione o encarou ameaçadoramente – calma eu tava só brincando...
-Está bem, eu te desculpo – disse com irrelevância.
-Ei! Mas quem disse que eu pedi desculpas? Eu disse que foi uma brincadeira, é diferente...
-Vocês tão começando a encher com essas briguinhas à toa...
-Está bem Senhor Sério e Certinho... – disse Mione em tom de brincadeira.
-Certinho? Acho que é a última coisa que o Harry pode ser Mione... – provocou Rony entrando na brincadeira.
-Querem provocar hein? – perguntou rindo – Sabiam que é muito fofo ver um casalzinho concordando?
Harry obteve o resultado esperado, os dois amigos começaram a correr atrás dele, nervosos com a brincadeirinha do amigo.
Harry conseguia, talvez pela condição física adquirida no quadribol, esquivar-se quando os amigos se aproximavam, rindo muito da raiva dos dois. A "perseguição" não durou muito tempo, já que os três cansaram-se rapidamente. Acabaram parando no Três Vassouras para tomar uma cerveja amanteigada.
-Parecemos mais crianças a cada dia que passa, não?
Os três riram.
Aonde pretendem ir agora? – perguntou Mione.
-Zonko´s, vem com a gente?
-Não, vou voltar para o castelo... Tenho alguns relatórios para entregar e tenho que alimentar o Shanks também...
-Então nos vemos mais tarde...
-Ta bem, tchau!
Hermione deixou o bar despedindo-se brevemente de Madame Rosmerta que atendia vários alunos de Hogwarts.
Assim que a garota chegou ao castelo, Crookshanks a recebeu, esfregando-se sutilmente por entre as pernas da garota. O gato alaranjado foi imediatamente erguido por Hermione e carregado no colo da garota pelas escadas até o retrato da Mulher Gorda.
-A senha? – pediu a Mulher Gorda, trajada em vestes lilás, delicadamente ornamentadas por flores confeccionadas em linho branco.
-Sereianos.
Hermione entrou pela passagem. Abaixou e deixou Crookshanks no chão, indo verificar o quadro de avisos.
-Nada novo Shanks, venha, vamos para o dormitório...
O enorme gato alaranjado subiu as escadas logo atrás da dona, ultrapassando-a assim que ela abriu a porta do dormitório. Hermione tratou de preparar uma tigela de leite quente para Crookshanks.
-Pronto Shanks, seu leite ta pronto, vem aqui, vem.
Shanks pulou na cama da garota, que insistia em chamar-lhe para o lugar onde havia posto a tigela de leite sendo completamente ignorada pelo gato. Os longos pêlos alaranjados e cerrados de Shanks haviam se eriçado, chamando a atenção de Mione.
-O que foi? – perguntou deixando de tentar convencer o gato e aproximando-se da cama – mas... o que... o que é isso?
Em frente ao gato estava um envelope branco com o nome da garota. Ao pegar o envelope verificou que este não possuía remetente.
Pegou Crookshanks com uma das mãos e o colocou no chão, sentando-se onde estivera o gato.
Abriu o envelope. Se este continha pouquíssima informação, a carta em si possuía menos ainda.
-"Compareça em Hogsmeade na data, horário e local abaixo:
Amanhã, 22/10, às 14:50, Rua Cheering Charm, 114" – o pequeno texto estava escrito em letras simples, e, na opinião de Hermione, só poderia tratar-se de uma brincadeira.
-Ah, provavelmente deve ser algum idiota querendo me fazer burlar as regras, afinal, nesse horário, tenho aula de Aritmâcia... É melhor eu curtir meu domingo e não me preocupar com isso, e se alguém faltar na aula de Adivinhação amanhã eu saberei... Duvido que esse engraçadinho vai fazer mais gracinhas comigo depois que eu descobri-lo, não é Shanks? – o gato terminara de lamber a tigela de leite e agora pedia carinho à Mione, ronronando quando ela acariciava sua cabeça – Amador, nem sequer conhecia meu horário...
A hora do jantar se aproximou rapidamente. À mesa, Mione examinava qualquer um que lhe demorasse o olhar.
-O que foi Mione, algum problema?
-Não, ta tudo bem, por quê?
-Não sei, você parece ter perdido alguma coisa... Não tem nenhum problema mesmo?
-Não Harry, é que eu acho que talvez tenha alguém tentando aprontar algo, só quero descobrir quem...
-Ah, esquece Harry, desde que virou monitora chefe a Mione tem ficado meio paranóica, acho que é o cargo que deixa os ocupantes assim...
Depois de fazer a ronda noturna e ajudar Harry e Rony no trabalho de Transfiguração Hermione resolveu deitar-se, pegando no sono quase que imediatamente.
Pontual como sempre, Mione foi a 1ª de seu dormitório a acordar. Sem mais delongas desceu ao salão comunal e, ao confirmar suas suspeitas de que Harry e Rony permaneciam adormecidos, decidiu fazer uma ronda matinal e quem sabe até uma visita à biblioteca.
Imaginando o que os integrantes da Ordem planejavam fazer agora que Dumbledore não estava mais entre eles, ela deixou que seus pés a guiassem e acabou chegando ao salão principal, só então lembrando-se da biblioteca.
-Humpf, já que estou aqui acho melhor tomar café, a biblioteca fica para uma outra hora...
Alguns poucos alunos se encontravam no salão principal e quase nenhum sequer levantou a cabeça para ver a chegada de Hermione. A garota sentou-se à mesa da Grifinória e, ao que parecia, era a única grifinória acordada. Apreciou estranhamente alegre o seu desjejum, então se levantou e foi à mesa dos professores para conversar com Hagrid.
-Olá Hagrid!
-Mione, acordada tão cedo? E onde estão Harry e Rony?
-Ah, aqueles dois! Nem sequer estão pensando em acordar, só espero que eu não tenha que ir acordá-los! Mas como está o Grope?
-Ah, está indo muito bem, mas está morrendo de saudades de vocês, está cada vez mais bonzinho... Ah o Grope, tão educado...
-Avise-o que assim que der nós vamos visitá-lo, acho que Harry e Rony vão adorar a idéia... Falando neles... Gina deve ter conseguido acordá-los... Até mais Hagrid!
Harry e Rony entravam muito mal-humorados no salão, Gina vinha logo atrás.
-Bom-dia, nossa, que caras são essas?
-Você também não estaria tão feliz se tivesse sido acordada por uma azaração para rebater bicho-papão! – respondeu Rony em um tom grosseiro e largando-se logo em seguida no banco da Grifinória.
-Ah, Mione, não ligue para esses dois! Reclamam demais, se tivessem acordado na hora eu não teria lançado a azaração... – reprovou-os Gina – ah, aqui estão seus livros, você os esqueceu no dormitório...
-Muito obrigada Gina... Bom, acho melhor tomarem café logo ou vão se atrasar, eu estou indo para a primeira aula, encontro com vocês lá. Até mais Gina!
As aulas, segundo Harry, foram iguais as de sempre, talvez um pouco mais chatas e complicadas, mas exatamente iguais. Obviamente Hermione repreendeu o amigo ultrajada, dizendo que todas as aulas reuniam um novo conhecimento.
As aulas passaram velozes, logo o horário da aula de adivinhação havia chegado e o trio se separou: Harry e Rony seguiram a turma para a aula de Adivinhação e Hermione pôs-se a caminho da classe de Aritmância.
No entanto, ao alcançar o 1º andar teve uma notícia inesperada...
-Aula cancelada? Mas por que profª McGonnagal?
-Sua profª de Aritmância teve uma pequena indisposição, seus outros colegas já foram avisados, aproveite e descanse um pouco, é sua última aula do dia mesmo...
-Está bem, obrigada profª.
Hermione retomou a subida das escadas, mas desta vez rumo ao salão comunal.
Subira 4 andares e em nenhum deles encontrara uma só alma viva, apenas esquivou-se de um vaso atirado por Pirraça. Percorreu o resto do caminho até o salão e só então se deu conta: a carta. Largou seus livros no salão e subiu ao dormitório o mais rápido possível. Remexeu em suas coisas até encontrar, lendo novamente o seu conteúdo.
-Não pode ser, isso não pode ser mera coincidência, seja lá quem me enviou esta carta sabia que a aula seria cancelada... Mas seria muito insensato eu comparecer... Quem quer que seja pode ter planejado tudo, talvez seja até uma cilada... Ai! Droga! Por mais que eu negue, sei que quero ir, nem que seja, nem que seja só pra descobrir o que querem comigo... Talvez, talvez se eu me prevenir...
Hermione enfiou a carta desajeitadamente na capa e deixou o dormitório feminino.
Já que todos estavam em aula, ela decidiu entrar no dormitório masculino. Não chegou decididamente a entrar, pois parou à porta e ordenou:
-Accio Mapa, Accio Capa de Invisibilidade.
Guardou o mapa do maroto juntamente com a carta e vestiu a capa, descendo novamente as escadas, desta vez indo aos jardins.
Sem nenhum empecilho entrou pela passagem do salgueiro lutador. Teve um pouco de dificuldade para sair da Casa dos Gritos, já que todas as saídas estavam fechadas com pedaços de madeira.
-É nessas horas que eu adoro ser maior de idade – disse quando um simples feitiço removeu algumas madeiras, dando espaço suficiente para a passagem folgada da garota.
Havia pouco movimento, e Hermione passou tranquilamente em frente às lojas, parando apenas para ler uma placa indicando: Cheering Charm, que, ao parecer, ficava na direção da Hogsmeade residencial.
Não foi muito difícil encontrar o número indicado na carta, olhou o relógio, 14:57, respirou profundamente e bater na porta. Não houve resposta. Bateu, desta vez mais forte, mas novamente não obteve resposta alguma, nem um ruído sequer.
Enfadada, virou-se para ir embora, concluindo que a decisão mais sensata seria nem ter cogitado a possibilidade de comparecer, afinal, a parte residencial estava fora dos limites estabelecidos por Hogwarts.
Não chegou a dar meio passo adiante, voltou a encarar a porta, desta vez mais atentamente. Hesitou por alguns instantes, fazendo menção de girar a maçaneta, mas estancando o movimento antes de tocá-la. Reunindo coragem girou a maçaneta e a porta abriu normalmente.
Adentrou silenciosa e cautelosamente no corredor. Fechou a porta detrás de si sem dar as costas ao corredor. Retirou a capa de Harry e retirou a varinha do cós da saia.
O corredor era um tanto escuro, pois a janela o fim do corredor estava fechada por cortinas escuras, que contrastavam com as paredes brancas do lugar.
Avançou pelo corredor atingindo o portal da sala, onde entrou, mais cautelosa ainda.
-Está atrasada Granger – disse uma voz fria e desdenhosa vinda de um sofá à direita da garota.
O sangue de Hermione gelou em suas veias ao ouvir aquela voz tão familiar, virou-se apontando a varinha diretamente para Snape, que estava totalmente desarmado.
Os olhos de Hermione se estreitaram ao encarar o ex-professor, sentado tranquilamente no sofá. O sangue da garota, anteriormente congelado, começou a ferver. Controlando os impulsos para não usar de todos os feitiços que conhecia contra Snape a garota fez apenas um movimento com a varinha e imediatamente a varinha do ex-professor voou de sua capa para longe.
-É, vejo que finalmente aprendeu a executar os feitiços não falados.
O desdém do rapaz apenas aumentava sua raiva. A medida que a garota abriu a boca saíram tantos palavrões que causaram até um certo sobressalto em Snape.
-Seu sujo, maldito, imprestável... Filho da pu... – enquanto falava se aproximava do rapaz, passou a varinha para a outra mão, não precisava de coragem, sem hesitação levantou a mão direita para descarregar, com todas as forças, a raiva que estava sentindo.
Snape levantou-se a tempo de segurar a garota pelo pulso, evitando que esta lhe desferisse um tapa.
-Não ouse – disse antes de soltar o braço de Hermione rudemente empurrando-a, que recuou cambaleando e esfregando seu pulso.
-Estranhei o fato de não ter chamado seus amiguinhos para virem junto... – disse, de costas para ela que ainda esfregava o pulso.
-Cala a boca! Você não tem sequer o direito de falar deles, mas você teria adorado, não é? Adoraria matar Harry assim como fez com Dumbledore... Sabe de uma coisa? Você e o Pettigrew deveriam se unir, os dois não passam de ínfimos ratos de esgoto! Ninguém pode ser tão baixo quanto os dois!
-Vejo que está passando tempo demais com o santo Potter, para subjugar seus superiores, ou será que é a falta de cérebro do Weasley que está te afetando?
-Superior - repetiu com sarcasmo - até mesmo uma barata é superior a você Snape, e você não está em condições de se achar superior, pois está completamente desarmado, aliás, acho que o Ministério ficaria muito grato se eu lhe entregar a eles, livraríamos o mundo de um comensal e um traidor. Ou talvez seria melhor que eu mesma te derrotasse, mas eu te deixaria viver, ah sim eu deixaria, só pra ter o prazer de te ver ir chorando para o colinho de Voldemort...
-Acha mesmo que poderia me vencer? Como sempre sendo uma sabe-tudo tola e ingênua... Mas vamos parar com os joguinhos Granger, não vou perder meu tempo com infantilidades nem com uma garotinha mimada e frustrada, por mim você seria a última pessoa a quem eu chamaria.
-Ah é? Então qual o motivo da carta? Como sabia que a aula de Aritmância seria cancelada? – Snape deu um risinho de sarcasmo – Mas é claro, como fui burra, você planejou tudo não é mesmo? Diga logo o que quer comigo ou eu vou embora e te entrego imediatamente para o Ministério!
-Se quer tanto ir vá em frente, eu não serei prejudicado, a única pessoa prejudicada seria quem me pediu para chamá-la.
-Quem?
-Dumbledore.
-Dumbledore! Você o matou seu desgraçado! Você deveria lavar a boca antes de pronunciar seu nome...
-Dumbledore não está morto.
-Claro que está, você o matou!
-Então quer dizer que a intragável sabe-tudo não é tão esperta quanto dizem? Muito bem srta. Granger, não estou pedindo que acredite em mim.
-Supondo que esse absurdo seja verdade, o que quer que eu faça?
-Uma poção chamada Samhain's potion.
-Eu já li sobre essa poção, ela não consegue devolver a vida a um morto, porém...
-Ela consegue trazer de volta o espírito de alguém cujo corpo permanece vivo.
-Entendi. Quando eu começo?
-Imediatamente, mas fique de sobreaviso: não admitirei erros.
-Também quero alertá-lo: qualquer coisa que me pareça suspeita eu não hesitarei em entregá-lo ao Ministério.
-Sugiro que não seja tão arrogante, e tampouco aja como uma sabe-tudo e me questione, a srta. está em minha casa.
-Sugiro que deixe de ser tão antipático, o Sr. está em minhas mãos.
Os dois trocaram olhares de ódio antes de começarem a preparar a poção.
-Mione, onde você esteve?
-Fui dar umas voltas, minha aula de Aritmância foi cancelada.
-Hum, foi sem levar Crookshanks?
-É, eu o deixei comendo... Tenho que ir agora, até logo!
Hermione adiantou todos seus trabalhos, podia ser chamada a qualquer hora para continuar a poção.
"Então aquela é a casa de Snape? Bem diferente do que eu pensara... Parece até uma casa não mágica...".
Hermione guardou os livros e desceu para o salão comunal.
Alguns alunos liam livros, outros estavam entretidos em conversas sobre Firenze ou sobre a disputa de quadribol que ocorreria dali a dois dias.
Hermione caminhava um tanto distraída, passando pelos colegas e às vezes cumprimentando brevemente um ou outro. Alcançou a saída do salão e percorreu o corredor.
-Acho que vou dar uma passadinha na biblioteca antes de começar minha ronda aí aproveito e passo no escritório da profª Minerva e entrego os...
Tamanha era sua distração que sequer percebeu uma pequena figura correndo em sua direção. O baque foi inevitável, Hermione cambaleou um pouco, assustada por ter sido tirada tão repentinamente de seus pensamentos ela observou a pequena figura com a qual colidira. Não demorou para concluir que era uma primeiranista grifinória, a garotinha, corria com a cabeça baixa e, assim como Hermione, não notara que não era a única no corredor. Lentamente a garota levantou a cabeça.
-Você está bem? – perguntou Mione ajudando-a a se levantar.
A garotinha olhou-a por breves instantes e abaixou a cabeça novamente, corando.
-Err.. E-estou, me desculpe monitora chefe, eu prometo que vou ter mais cuidado da próxima vez...
-Não se preocupe com isso, acontece, agora vá se divertir com seus amigos.
-Obrigada.
Hermione chegou à biblioteca, alguns corvinais liam tranquilamente grossos livros enquanto terciaristas buscavam nos livros informações sobre bichos-papão e anotavam em seus pergaminhos. Hermione se encaminhou para o balcão dirigindo a palavra a uma atarefada Madame Pince, que conferia os nomes de alunos que haviam estourado o prazo de entrega de livros.
-Bom-dia Madame Pince!
-Oras, bom-dia, 15 livros não devolvidos, 15! Como tais alunos podem ser tão irresponsáveis? Ah, desculpe-me srta. Granger, a senhorita sempre devolveu todos no prazo certo. Em que posso ajudá-la?
-Eu gostaria de saber se o livro que eu procurava semana passada já foi devolvido.
-Ah, sim, está aqui. Tem o prazo de uma semana para devolvê-lo.
-Não se preocupe, eu não esquecerei.
Hermione saiu carregando o pesado livro, intitulado "A arte céltica", e retornando ao salão comunal.
N/A: Olá pessoal! Bem, aqui está a minha 1ª fic publicada, espero que vcs gostem dela e q me deixem reviews pra criticar, elogiar, ou dizer alguma coisa que vcs queiram.
Bjinhus pra todos e um ótimo sábado, ok? Fuiz!