Epílogo II

Ginny

Durante um tempo eu realmente achei que não levava sorte quando se tratava de se apaixonar por alguém. Era sempre aquela paixão platônica, idealizada e que nunca saia dos meus sonhos. Então uma hora eu cansei de sonhar.

Era mais fácil assim. Eu me envolvia com alguém, sem necessidade de esperar algo mais, sem esperar um amor. Eu tinha até me conformado com a sensação de que nunca encontraria alguém para amar e que me amasse igualmente em retorno.

Mas em um lugar bem escuro e secreto, ficava escondida aquela esperança de que talvez um dia, por acaso, eu encontraria aquele alguém que parecia ter sido feito exclusivamente para mim.

Eu só não esperava que esse alguém fosse Draco Malfoy.

Me ver apaixonada e amando Draco era tão absurdo e paradoxalmente certo que parecia encaixar perfeitamente bem. Mesmo com todos os defeitos, todos os desentendimentos ou todas as vezes que eu chorava.

Luna costumava-me dizer que estávamos predestinados e que a ligação que tínhamos nunca seria rompida, nem mesmo após a morte. E eu sempre me via tentada a concordar, porque eu podia sentir que o que ela falava estava certo.

Acho que talvez ela soubesse daquilo porque devia ser o mesmo entre ela e Harry. Certo que eles eram um casal completamente diferente de mim e de Draco, sempre mais calmos. Draco dizia que eles eram monótonos, mas teve que mudar de opinião quando nasceram os trigêmeos. E eu rio até hoje ao lembrar da cara dele quando Luna disse que queria que nós dois fossemos padrinhos de um dos meninos.

Draco e Harry não aceitaram, obviamente. Mas nós duas demos um jeito. E hoje ele mima o caçula dos Potter tanto quanto mima nossa filha. Já os outros dois garotos ele ignora alegando sem lógica alguma que são filhos de Harry, fingindo que o trigêmeo mais novo não.

Por falar em padrinhos, Blaise e Luna se tornaram os de Leila. Então sempre que tinha oportunidade ele dava em cima de Luna na maior cara de pau, assim como dava em cima de boa parte das pessoas que conhecia fosse homem ou mulher, mesmo que estivesse em um relacionamento sério com Colin. Mas depois de uns dois anos, Colin não agüentou mais e terminou tudo com ele, dizendo que já tinha a cabeça enfeitada o suficiente.

Roger por outro lado tinha superado há muito tempo a paixão que nutria por Colin. Tudo com a ajuda de um australiano tremendamente sexy que segundo ele o levava a loucura. E eu tinha que concordar que não devia ser difícil esquecer Colin com um homem daqueles ao lado.

Porque paixões talvez pudessem ser esquecidas, mas amor não. E era assim que eu voltava a pensar que jamais conseguiria não ter Draco ao meu lado. Era algo inconcebível. Não que eu tenha certeza que esse amor ira durar para sempre. Se um dia acabar eu posso até superar e aprender a viver sem ele, mas esquecer seria algo impossível. Um amor em meio a tantas loucuras como o nosso jamais podia ser esquecido.

E Leila era a concretização desse nosso amor.

Não era algo abstrato que não se podia ver ou tocar, apenas sentir. Estava ali presente em cada sorriso que nossa filha dava, em cada birra que ela fazia quando não conseguia algo, em cada manha ou travessura.

Ela era uma mistura de nos dois. Os olhos e cabelos do pai, o nariz idêntico ao meu, a personalidade expansiva e agitada dos Weasley, com um toque tão genioso quanto a de Draco. Mas talvez essa última parte se devesse ao fato dele mimá-la, nunca conseguindo dizer não e sempre deixando essa parte mais difícil em minhas mãos. E por mais que eu reclamasse, valia a pena ao ver os sorrisos radiantes que Draco dava ao satisfazer os caprichos da nossa menina e ganhar inúmeros beijos no rosto.

Era uma sensação única essa que partilhávamos. E sempre nos apegávamos a isso nos poucos momentos em que as coisas pareciam se desfazer. Porque nem só de momentos perfeitos nós vivíamos, mas até mesmo as brigas serviam para de algum modo fortalecer aquele laço que compartilhávamos.

E podia ser um louco amor.

Mas era em meio a aquele amor que nós completávamos de um modo único e a cada dia eu tinha mais certeza que tinha encontrado o que sempre busquei secretamente.

FIM


N.A: Então, chegamos ao fim. Bom, eu queria pedir desculpas pela demora, mas além do meu tempo livre ter estado uma porcaria nos últimos meses, eu ainda fiquei um bom tempo sem conseguir digitar uma linha sequer de nada. Acho que depois de todo esse tempo, boa parte das pessoas que liam devem ter parado de ler a fic, mas eu infelizmente não tenho controle sobre a minha cabeça, minha criatividade e os meus dedos. Então eu só posso pedir desculpas por tudo isso.

Jane Alves, eu não sei se respondi sua review, acho que não, mas se você ainda tiver a imagem e puder me passar eu agradeço. E desculpe só está falando isso agora, não foi por mal.

Tem algumas pessoas especiais que eu queria muito agradecer, sabe? Começando pela Bel, minha gêmula, que foi quem começou a betar a fic, depois veio Cah, que aceitou continuar betando de onde a Bel tinha parado e sempre me deu boas idéias, me socorrendo e me incentivando. Eu acho que não podia existir beta melhor do que você, Cah. Rafinha M. a cenourinha mais fofa que eu já conheci! Lou, foufousa linda e que apesar de ter feito o que fiz com o Blaise dela aqui na fic, continuou me animando. ChunLi por sempre acompanhar fielmente e me fazer morrer de rir com as reviews dela. Estrela Potter, eu tenho que agradecer a você também porque acho que só criei coragem pra escrever depois de ler seu e-mail, há certas coisas que parecem vir no momento certo, né? Acho que seu e-mail foi uma dessas coisas, obrigada!

E agradecer também a todo mundo que comentou. Acho que esse é um dos maiores incentivos que uma ficwriter pode receber, então comente nas fics que vocês gostam de ler. Assim você não perde aquele autor que desistiu por falta de incentivo.

É isso! Muito obrigada a todo mundo que leu e acompanhou Crazy Love.