Green Eyes
Resumo: Universo Alternativo. O que acontece quando Draco Malfoy, futuro administrador da empresa de seu pai, resolve investigar o garoto mais popular da faculdade, Harry Potter? O resultado pode ser surpreendente para ambas as partes. Slash Harry/Draco e Sirius/Remus
Disclaimer: Eu peguei os personagens da JK Rowlling emprestados - o que significa que eles continuam pertencendo à ela :-( - e trouxe-os para o nosso universo. Isso mesmo, sem magia!
É novo por aqui? Por favor LEIA ESSE AVISO antes de ler a fic.
AVISO: Esta fic foi escrita entre 2005 e 2007 e pode não parecer muito tempo, mas a sociedade deu um grande salto no que diz respeito a tolerância e respeito à diversidade desde então, felizmente para melhor. As terminologias e ideologias também estão ultrapassadas e HOJE são incorretas, mas eram utilizadas na época.
Se você não era um adolescente ou um jovem adulto como eu naquela época, provavelmente não sabe ou não se lembra, mas muitas vezes "ficar no armário" era a única opção que a pessoa tinha para continuar sendo respeitada, principalmente no mundo dos negócios.
Ridículo? Concordo. Se eu fosse escrever essa fic hoje, faria muita coisa diferente, tão diferente que provavelmente nem seria a mesma fic. Só não tiro ela do site em respeito aos fãs antigos que ainda aparecem para reler mesmo depois de todo esse tempo e fazem questão de dizer como essa história foi importante para eles por algum motivo ou outro.
Enfim, não vou mexer em nada para não correr o risco de apagar tudo de vez. Então, por favor, não me mande reviews para apontar essas coisas porque eu JÁ SEI. Se você espera grandes reviravoltas, procure outra fic para ler. Se você quiser continuar, por favor mantenha isso em mente e divirta-se.
(Aviso adicionado em 29/01/2018)
CAPÍTULO UM
Príncipe Slytherin
"E é isso aí, pessoal! Fim de jogo, vitória da turma de Sistemas de Informação já no segundo set! E que talento excepcional o novo jogador mostrou! Esse Potter promete..."
Draco Malfoy cuspiu no chão com desprezo enquanto observava o rapaz magricela, com a aparência de quem crescera muito em pouco tempo, sendo abraçado pelo restante do time de seu curso. Todos no time eram mais altos que ele e bagunçavam ainda mais os cabelos negros em completo desalinho do garoto. Ele usava óculos de aro redondo e armação preta que emolduravam belíssimos olhos verdes, como duas esmeraldas.
Aqueles olhos que faziam muitas garotas suspirarem, mas que inspiravam ódio em Draco. Ele não se conformava em como um garoto tão sem atrativos pudesse ser mais popular do que ele, com seus cabelos tão claros que chegavam a ser prateados, repicados, com fios grudando em sua bochecha e pescoço de tão suado que estava, sua pele pálida, seu porte aristocrático e corpo musculoso. Bem, na verdade não tão musculoso, mas na medida certa para fazer as garotas babarem: esguio e atlético. Seus olhos azuis acinzentados, normalmente tão frios, chispavam faíscas enquanto se dirigia para o vestiário com o restante do time (perdedor) de Administração.
Essa era a primeira partida oficial de vôlei que ele jogava em Hogwarts e seu ingresso para o time logo no primeiro ano tinha que ser marcado por uma vitória fenomenal. Mas não, Potter tinha que estragar tudo! Desde seus onze anos Potter sempre frustrava seus planos.
Harry Potter era famoso desde um ano de idade, mas não por méritos próprios. Sua fama era conseqüência do assassinato de seus pai, que lutavam por uma causa nobre e patética. James e Lily Potter eram famosos repórteres televisivos e tinham descoberto coisas muito sujas de um temido mafioso. Tom Riddle planejara matar pessoalmente toda a família para evitar o escândalo com seu respeitável nome e como forma de demonstrar seu poder. Porém de alguma forma seu plano dera errado e ele foi emboscado antes de terminar seu intento. Fora traído por um de seus homens, Severus Snape, que por ironia do destino lecionava matemática na faculdade de Hogwarts. Era um dos professores do menino sobrevivente, ex-espião e informante da polícia que abandonara sua função assim que Riddle fora capturado e conquistara sua liberdade.
Riddle estava morto e Harry Potter escapara com uma estranha cicatriz em forma de raio tatuada com faca na testa. Mais um detalhe ridículo para a coleção. Draco não conseguia entender como uma marca horrível dessa podia fascinar tantas pessoas.
Ora, Draco Malfoy também era famoso. Bem, talvez não ele em especial, mas o nome de sua família era respeitado. Seu pai, Lucius Malfoy, era um grande empresário e ex-seguidor de Riddle, mas esse detalhe fora abafado e brevemente esquecido por um preço muito elevado em doações ao Governo - que Lucius preferia referir-se como um ótimo investimento.
Assim que Draco, com seus onze anos de idade, ficara sabendo que Harry Potter estudaria na mesma escola que ele, o garoto tentou uma aproximação amigável, uma aliança vantajosa para ambas as partes. Eles teriam um futuro glorioso como aliados, mas o idiota do Potter desprezara sua mão estendida. Preferira o anonimato, o fracasso ao lado de dois Zé-ninguém: Ronald Weasley e Hermione Granger. Para todo o mundo, o garoto era nobre e humilde. Para Draco ele era um tolo: tímido, modesto e metido a justiceiro. Três qualidades que resumiam todo o asco que Potter inspirava nele.
A fama tende a ser algo passageiro, mas sempre existe uma exceção. E quem seria a exceção senão Potter? Quanto mais o garoto fugia da fama, mais admirado ele se tornava e, conseqüentemente, mais odiado por Draco.
Assim passaram-se os anos de rivalidade e aversão mútua. Quando pensava que se veria finalmente livre do garoto detestável, ele o perseguira ingressando na mesma faculdade que ele, roubando a popularidade que pertencia-lhe por direito. Weasley e Granger o seguiram feito cãezinhos amestrados. Como bolsistas, é claro, pois além de não terem status social, não tinham posses, absolutamente. Era uma afronta ter que conviver com esse tipo de pessoa em uma faculdade tão respeitada, mas não havia outra opção.
Potter, Weasley e Granger, o trio inseparável. Os três tinham conseguido ficar juntos mesmo na faculdade, apesar de que os dois primeiros cursavam Sistemas de Informação enquanto a Granger optara por Comercio Exterior. Mesmo assim ambos os cursos eram no mesmo prédio e eles até tinham algumas aulas em comum nos primeiros anos.
Por tudo isso, o único modo de descontar toda a revolta que sentia era pisando no calo do menino-que-sobreviveu. No caminho para o vestiário ele avistou uma cena inédita: Granger e Weasley se beijando. Potter estava perto o bastante para ouvir se ele falasse alto, e foi o que ele fez.
- Ught! Que nojo! - escarneceu com sua voz arrastada. - Por que vocês não procuram um lugar reservado para se agarrarem, heim? Ninguém aqui é obrigado a assistir uma coisa tão nojenta.
Os dois tinham se separado assustados, mas suas expressões tornaram-se desgostosas assim que perceberam de quem se tratava. O garoto alto de olhos azuis, sardas e cabelos vermelhos fechou os punhos e retrucou:
- Então por que você parou pra assistir?
- Deixa pra lá, Ron - a garota de olhos castanhos e cabelos volumosos tentou acalmá-lo, porém seus olhos também faiscavam. - Ele só está com raiva porque perdeu o jogo.
- Me diga então, Weasley, como foi assistir Potter jogar na vaga que você estava cobiçando? - o ruivo empalideceu e Draco estendeu seu sorriso enviesado. - Pensa que eu não sei que você se inscreveu para entrar no time, mas nem chegou a fazer o teste porque o Popular Potter fez os olhos dos juizes brilharem?
Granger também empalideceu e olhou para o ruivo com incredulidade.
- Oh, não me diga que você não tinha contado para sua namoradinha, Weasel? Bem, é claro que Potter também não sabe, ou então teria renunciado à vaga por caridade, não é mesmo?
- Ora, seu... - Weasley fez menção de se jogar em cima de Draco com os punhos fechados, mas Granger segurou-o, ajudada por mais dois braços masculinos muito decididos.
- Suma daqui, Malfoy - sentenciou Potter enquanto segurava o amigo com firmeza. - Vá chorar sua derrota com seus amiguinhos desprovidos de cérebro.
- E você vai comemorar sua vitória como, Potter? Na toca que os Weasley chamam de casa, comento pão com manteiga e tomando água fresquinha da torneira enquanto vocês se sentam no chão e jogam xadrez?
- Seu bastardo desgraçado... - Weasley tentou desvencilhar-se, mas estava muito bem seguro.
- Não? Oh, quem sabe então você vai levar todos para sua casa pra assistir televisão? Você sabe o que é uma televisão, Weasel? Porque pela quantidade de irmãos que você tem...
- Cale essa boca, Malfoy - rosnou Potter com os dentes cerrados, apertando o braço do ruivo com mais força que o necessário.
- Será que vai caber todo mundo na sua casa, Potter? Melhor encher a despensa antes de levá-los. Do jeito que são pobres, devem estar esfomeados e, a julgar pelo formato de barril da mãe dele...
Porém Draco foi interrompido de continuar por um punho certeiro em sua boca. Mal teve tempo de perceber o gosto de sangue quando foi atirado no chão. Potter caiu em cima dele socando e xingando enquanto um dos gêmeos ruivos irmãos de Ronald ajudava Granger a segurá-lo e o outro tentava separar Potter e Malfoy, mas parecia não saber qual braço pertencia a quem, tão embolados eles estavam.
- Seu desgraçado filho da...
- Mas o que é isso? - Madame Hooch, a juíza e treinadora, apareceu escandalizada e os dois finalmente perceberam onde estavam.
Potter levantou-se, ajeitou a camisa regata vermelha e dourada que usava e limpou o sangue que escorria do nariz com as costas da mão.
- Vamos embora daqui - falou lançando um último olhar raivoso a Draco antes de virar-se e seguir para a saída sem nem ao menos passar no vestiário para trocar de roupa. - É verdade aquilo que ele disse sobre entrar para o time, Ron?
Draco observou o ruivo ficar com as orelhas vermelhas e torcer as mãos antes de responder:
- Bem, eu me inscrevi sim, mas não ia dar certo mesmo...
Eles passaram pela porta e saíram de seu campo de visão. Draco quis levantar-se com a mesma facilidade e despeito do outro, entretanto descobriu que não conseguia.
- Draco! O que fizeram com você, meninão? - esganiçou-se uma garota de cabelos compridos, usando calças jeans apertadas e blusa muito justa deixando boa parte da barriga de fora, examinando cada pedacinho do loiro.
- Cala essa boca, Pansy - rosnou o garoto dispensando a ajuda para se levantar. - Não me chame de... disso!
- Ah menin...
- Calada! - ele tinha um corte na sobrancelha e seus dentes estavam vermelhos do sangue que emanava de um corte profundo em seu lábio inferior. - Ow, isso vai inchar pra caramba! Eu devo estar horrível, me esconda!
Ele colocou-a em sua frente, mas ela era muito mais baixa que ele e de nada adiantou. Ele correu até o vestiário deixando-a resmungando coisas como "Pobrezinho do meu meninão!".
Draco chegou em casa escondendo seu rosto da mãe quando passou por ela, sem responder a seu cumprimento. Já em seu quarto, jogou as chaves da BMW em cima da cômoda e a mochila ficou no chão a meio caminho para o banheiro.
- Quem é você, seu monstro? - ele questionou a imagem refletida no espelho. Seu lábio estava inchado e o olho esquerdo começava a ficar roxo. - Potter, você ainda me paga por essa. Como vou pra balada hoje nesse estado de calamidade?
Depois de um belo de um banho, não tinha mais como fugir. Apresentou-se para sua mãe, que ficou em estado de choque, e pediu que ela o ajudasse com os curativos. Teve que aturar as babaquices super-protetoras dela, mas pelo menos até segunda-feira estaria mais apresentável. Graças aos céus seu pai estava viajando e só voltaria na segunda, mas então de algum modo ele ficaria sabendo e Draco estaria ferrado.
- Que ótimo, vou ter que passar o fim de semana em casa! - ele socou o travesseiro. - Maldito Potter!
Estava estirado em sua cama nove horas da noite de sábado! Pansy já tinha ligado três vezes, mas ele não atendeu. Desligou o celular e avisou Winky que não estava em casa, que tinha morrido de desgosto, sei lá, qualquer coisa! Garotinha pegajosa, essa Pansy. Nem sabia por que ainda não tinha mandado ela pastar. Ou melhor, sabia: negócios. O pai dela era um importante aliado da empresa de seu pai. Além disso, ela até que era ajeitadinha... de boca fechada.
Draco nunca tinha parado pra pensar nisso... Na verdade ele nunca tinha parado, muito menos pra pensar. Ele estava sempre se ocupando em farrear com sua velha turma, que acabara entrando para o mesmo curso que ele na faculdade. Engraçado... parecia que ele já conhecia essa história...
Bem, de qualquer forma, ele nunca tinha parado pra pensar no fato de que estava cercado de idiotas estúpidos por todos os lados. Ilhado no meio de um mar de descerebrados. A quanto tempo ele não tinha uma conversa decente com alguém? Desde que Blaise Zabini saíra do país. Ele era o único com quem tinha conversas interessantes e inteligentes, que condiziam com sua posição como herdeiro de Lucius Malfoy. Nott até que era razoável. Parkinson? Bullstrode? Crabbe e Goyle? Pffff...
Levantou-se da cama e sentou-se de frente para o computador, ligando-o. Alguém tinha trocado sua cadeira giratória com rodinhas por uma simples de quatro pernas. Esse alguém pagaria muito caro por isso, mas ele não estava a fim de sair do quarto agora e ouvir mais lamentações de sua mãe.
Enquanto o computador ligava, ele escolheu um de seus cds de música clássica. No carro ele deixava somente cds de batida, pra impressionar, é claro. Mas em seu quarto ele podia curtir o que bem entendesse e agora ele queria Mozart. Como sentia falta de Blaise para falar sobre música de verdade... Escolheu um quarteto para três cordas e piano e deixou a música fluir pelo aposento.
Resolveu que iria achar alguma companhia interessante, mesmo que só para bater um papo. Ele costumava passar madrugadas em claro na frente do computador, teclando com o pessoal da faculdade ou visitando sites impróprios para menores, mas nunca fora forçado a fazer isso num sábado às nove horas da noite.
Entrou no chat do site da faculdade e já ia colocar seu nome de usuário e senha quando pensou melhor. Se ele queria encontrar pessoas novas, mais interessantes, ele não devia ser reconhecido ou algum imbecil já engataria um papo maçante com ele e acabaria toda a graça. Tudo bem que as chances de alguém estar on-line nesse horário absurdo fossem mínimas, todos deviam estar dançando ou fazendo bagunça na rua, enfim... Mas era melhor não arriscar. Resolveu fazer uma conta nova, assumir uma nova identidade. Mas que nome colocar? Lembrou-se de uma lenda antiga, de um dos muitos livros que devorara na biblioteca de seu pai e resolveu-se: Príncipe Slytherin. Começou a dar uma pesquisada nos nomes das pessoas on-line. Cada nome mais idiota que o outro... Nenhum deles lhe chamou a atenção ou sugeriu algum grau de intelectualidade superior ao pré-primário até que seus olhos bateram em um conhecido.
Anjo. O site da faculdade tinha algumas páginas especiais para os estagiários. A que mais prendia sua atenção era a de Novidades Tecnológicas. Nenhum dos integrantes do site se identificava, todos usavam apelidos para assinar suas matérias. Anjo era quem escrevia sua página favorita. Draco não tinha muito que fazer na empresa de seu pai. Tinha um escritório só para ele, relatórios para analisar e uma secretária - velha demais para que ele tirasse proveito de sua autoridade, mas que era uma boa ouvinte quando ele estava entediado. Porém uma exigência que seu pai fazia era que ele se mantivesse atualizado nas tendências tecnológicas e soubesse participar com desenvoltura das reuniões em que sua presença era solicitada.
Ele encantara-se com a destreza e objetividade da escritora. Achava a leitura agradável e a abordagem muito bem feita, até com uma certa descontração na medida certa. As publicações dela caracterizavam-se pela interatividade do escritor com os leitores, a maneira jovial de informar e ao mesmo tempo entreter. Mas uma estagiária? Na verdade nunca tivera problemas com mulheres mais velhas, desde que a margem fosse aceitável, obviamente.
Bem, de qualquer jeito, se queria chamar a atenção da garota, tinha que começar escolhendo uma boa cor de letra. Azul era uma ótima cor. Talvez não tão original, nem o azul acinzentado magnífico de seus olhos, mas... Iniciou a conversa:
Príncipe Slytherin diz: Olá Anjo
Tudo bem, isso foi terrível, mas qual outra maneira de começar uma conversa que não por um "olá"? Segundos de hesitação até ele finalmente ler o tão esperado ":Anjo: está digitando uma mensagem", que durou só algumas frações de segundo até a resposta aparecer em verde:
.:Anjo:. diz: Oi
Ele conhecia esse tipo de "Oi". Era aquele que lia-se "Oi?" e que tinha a pergunta "Te conheço?" implícita.
Príncipe Slytherin diz: Sou fã de seu trabalho no site da faculdade. Não perco uma matéria, e garanto que sou um dos primeiros a ler.
Pensou em escrever que sabia até o horário exato que ela atualizava, mas aí seria apelar demais. E Malfoys definitivamente não apelam. Ele estava apenas... reconhecendo o talento da garota.
.:Anjo:. diz: Oh, valeu! Você é novo por aqui? Eu tenho a impressão de nunca ter te visto no chat...
Draco já estava quase dizendo que não, que ele estava no primeiro ano de Administração e que freqüentava a sala de bate-papo com outro nome, mas apagou o que tinha escrito. E se ela fosse uma vesga, quatro-olhos, banguela e espinhenta? Bem, sua identidade tinha que ser preservada. Seria melhor investigá-la primeiro antes de se identificar. Ele podia até imaginar os suspiros sonhadores da garota se soubesse quem a estava elogiando, mas tinha que privá-la disso por enquanto até ter certeza que não se arrependeria.
Príncipe Slytherin diz: Sim, na verdade eu já me formei há dois anos em Administração. Eu não costumo comentar suas matérias no site, mas tenho acompanhado e acho muito interessante, além de útil para a minha empresa.
Esse "minha empresa" fora proposital, para dar mais impacto. Afinal não era uma mentira muito cabeluda, já que a empresa era de seu pai e ele era o único herdeiro. Mas quanto a já ter se formado... mentirinha à toa, ela nem ligaria quando soubesse de quem se tratava.
.:Anjo:. diz: Puxa vida, bom saber que meu trabalho presta pra alguma coisa! Em que ramo você trabalha?
Que modesta! Bem, ele não gostava de modéstia, achava uma coisa falsa, mas nesse caso até que ele estava achando agradável. Ela demorava um pouquinho para responder, o que provavelmente indicava que estava conversando com mais pessoas além dele. Draco resolveu fazer charme e demorar um pouquinho também para responder.
Príncipe Slytherin diz: Tecnologia da informação. Nós desenvolvemos sistemas corporativos.
Aprendera com seu pai essa história de se referir à empresa como "nós". Ele até estufou o peito inconscientemente enquanto digitava.
.:Anjo:. diz: Ora, bom saber! Não pedirei detalhes sobre sua vida, porque seria injusto já que eu tenho que preservar minha identidade. Sabe, coisa dos estagiários. Idiotice, na minha opinião, mas...
Príncipe Slytherin diz: Sei guardar segredo!
.:Anjo:. diz: Não, sinto muito. Sabia que nossa conversa pode estar sendo vigiada?
Príncipe Slytherin diz: Caramba, que carrascos!
.:Anjo:. diz: Pois é... mas não posso arriscar perder o estágio.
- Mas você poderia deixar escapar alguma coisa sem querer, não é mesmo? - resmungou Draco com um sorrisinho enviesado. - Vamos, me dê algumas pistas e deixe o resto por minha conta.
Príncipe Slytherin diz: Quantos anos você tem? Será que pode me responder isso?
.:Anjo:. diz: Acredito que sim. De qualquer modo, tenho 18.
Uau! Seus dedos comichavam para escrever que ele também tinha 18 e que era uma idade perfeita e...
Príncipe Slytherin diz: Então você deve estar no primeiro ou segundo ano?
.:Anjo:. diz: Primeiro ano, na verdade.
O prédio de Jornalismo não era o mesmo que o de Administração, mas isso excluía muitas possibilidades. Afinal não devia haver muitas garotas do primeiro ano de Jornalismo. Tudo bem que ela não dissera que curso fazia, mas isso era fácil de se deduzir. Se estava estagiando na parte de pesquisas, obviamente era uma aspirante a jornalista ou repórter ou o que seja.
Príncipe Slytherin diz: Wow! E já está fazendo estágio? Isso é que é gostar de sofrer!
.:Anjo:. diz: Eu gosto do que faço.
Não podia impedir sua mente de personificar a dona daquelas palavras. Seria uma garota de cabelos escuros e olhos claros, com um estilo intelectual acentuado por delicados óculos, que passavam quase desapercebidos. Não era bem o tipo de garota que ele costumava sair, mas parecia... agradável? Talvez ele tivesse apanhado muito na cabeça, ou talvez fosse a música que o estivesse entorpecendo. Bem, desde que ela tivesse uma barriga firme e coxas grossas...
Príncipe Slytherin diz: E faz muito bem, querida.
Draco empinou-se nas pernas traseiras da cadeira e sorriu de lado, estalando a língua. Podia até imaginar a reação dela quanto ao "querida". Esses momentos de hesitação deviam indicar que ela corara, ou estava dando pulos de alegria.
.:Anjo:. diz:. Valeu pelo elogio, mas, cara, eu sou homem!
Draco arregalou os olhos e engasgou, perdendo o equilíbrio e caindo no chão junto com a cadeira.
N.A. O título da fic eu tirei de uma música do Coldplay de mesmo nome, que vai ter uma participação importante mais para frente na história. Pra quem gosta de Coldplay, fica aí a dica.
Essa fic é uma tentativa de comédia. Se eu consegui? Isso vocês me dirão. Eu pretendo mostrar como Harry e Draco teriam se apaixonado e não pretendo fazê-la curta - porque sinceramente não acredito que seja nada fácil isso acontecer, portanto, terá muito conflito de emoções antes que finalmente aconteça. Paciência comigo, por favor, porque eu nunca escrevi slash. A idéia surgiu - mesmo que remotamente - do filme "A Nova Cinderela" e eu simplesmente não pude deixar passar.
Por que eu escolhi vôlei? Porque sou do contra, porque todo mundo escolhe basquete e eu quis ser diferente e porque eu gosto do esporte também. Vocês já devem ter reparado que não tem espaço físico nem temporal definido. Foi proposital. Imaginem o lugar que quiserem, eu só estou com preguiça de planejar isso, além de não ser realmente importante para o desenrolar da história.
Que mais posso dizer? Adoro fazer notas no final dos capítulos! Paciência, please! E... ah! Eu adoraria receber REVIEWS!
Próxima atualização? Estou programando para o próximo sábado, mas depende de vocês! Continua?