Sr

Sr. & Sra. Malfoy

Capítulo 11

Sleepless

Sleepless - do Inglês, Insônia

N/Rbc: Ok. Eu juro que tentei arranjar um plot ideal para esta fic. Na minha cabeça, num momento de luz divina, eu o encontrei. Não sei se todos vão concordar comigo. Espero que vocês gostem, de qualquer forma.

E uma coisa importante: esta fic foi feita antes de Deathly Hallows, mas depois de Half Blood Prince. Então, ela contém spoilers de HBP, ok? Tudo para que a história faça algum sentido... e não, não há spoiler nenhum de DH.

Eu dedico este capítulo inteiramente à DANI SLY. Inteirinho pra ela. Eu não falei no MSN que eu dedicaria este capítulo pra ela, mas enfim. A review dela foi a de número 100, mas não é por isso... ela me mandou a review no dia 17/03, eu a li no dia 18. Uma terça feira em que eu estava extremamente triste e desesperada e mal conseguia parar de chorar. Quando eu li a review dela eu sorri. Pela primeira vez naquele dia. E provavelmente a única. É por causa disso que eu dedico este capítulo pra ela. Por ter me feito sorrir naquele dia, e por ter me feito sorrir outros dias posteriores, por review ou MSN, que seja. Por conta de qualquer coisa que tenhamos falado no MSN, ela me fez não desistir de um enredo para esta fic – já que eu tinha pretensões de apenas colocar as actions e esperar que ninguém fosse notar a falta de enredo. E então eu encontrei um plot que na minha cabeça pareceu perfeito, e eu espero que ela aprove o plot também – e todo mundo que ler esta fic. Então Dani, este capítulo é seu. Pelas suas palavras, por você. Te adoro, moça!! E apareça no MSN! XD

x.x.x

Algumas horas no futuro...

"O tempo muda as pessoas, Virgínia. Coisas e fatos mudam as pessoas. O Potter sempre teve um complexo heróico que em momento algum o deixou ser... normal. Tudo o que ele fez na vida dele foi tentando obter a aprovação de todos à sua volta. Proteger o mundo. Derrotar Voldemort. Casar-se com o primeiro amor. Ser bom e perfeito."

x.x.x

Alguns anos no passado

Ela levantou-se da cama e andou silenciosamente até o corredor, imediatamente acendendo a luz. A escuridão do quarto a assustava. Ela estava sufocada.

Respirou profundamente, encostando-se na parede e deslizando até o chão. Abraçou-se aos joelhos, segurando as lágrimas. Ela não queria chorar.

A lágrima quente escorreu pelo seu rosto. Ginny não pôde evitar. Seu coração disparou, e ela afundou a cabeça entre os joelhos, permitindo que mais lágrimas escorressem.

Segundos depois, ela sentiu-se ser abraçada. Ela ergueu a cabeça e encarou Draco, que lhe sorria.

"Por que não me acordou?" – ele perguntou, limpando as lágrimas do rosto dela com o polegar e dando-lhe um beijo rápido nos lábios.

"Já basta eu com insônia, Draco."

"Isso não é só insônia, Virgínia. Você está desesperada."

"Eu não estou." – ela falou, de uma maneira mais indignada do que pôde perceber.

"Ok, então eu vou considerar que uma crise de choro no meio da madrugada não seja desespero." – Draco levantou-se do chão e estendeu a mão para Ginny se levantar também – "Vem comigo."

Ginny levantou-se e, antes que pudesse dizer qualquer coisa, agarrou-se ao pescoço dele com força. E quando sentiu os braços dele em volta de sua cintura, apertando-a contra o peito, ela deixou-se chorar novamente.

"Faça-me dormir, Draco." – ela pediu. O tom notável de desespero na voz dela fez o coração de Draco palpitar.

x.x.x

Noite do Dia 20 de Junho

Bem vindo ao Paraíso, Draco. Sua mulher e sua filha te esperam logo ali, e não há nenhum Harry Potter por aqui.

Sua mulher e sua filha.

Ginny pensou nessas palavras por alguns segundos. Palavras fortes, que faziam seu coração acelerar. Palavras que ela gostaria de ouvir mais vezes.

"Você ainda tem uma pergunta." – ela ouviu a voz de Draco bem junto ao seu ouvido e então sorriu, pensando na pergunta que faltava.

"Qual o seu palavrão preferido?"

"Putain de Merde!"

Ela ouviu o tom suave de Draco falando um palavrão em francês. Puta merda! Era típico dele, escolher o francês. A verdade era que Draco não era alguém que falava palavrões. Talvez quando estava com muita raiva. Mas normalmente ele não os falava. E Ginny bem sabia que a língua preferida de Draco, mais até do que o inglês, era o francês. Ele dizia que sempre lhe soara com uma língua educada, quase gentil, e que era perfeita, principalmente, para se falar com as mulheres.

Draco sentiu o corpo de Ginny tremer contra o seu. Ele não soube se era por causa da água que começava a esfriar, ou se por causa da sua resposta. Não que um palavrão fosse surtir efeito nela, mas pelo francês. Ele sabia o efeito que o francês tinha nela, e sabia melhor ainda em que momentos ele mais gostava de usar o francês com ela.

"Faisons de vous détendre, ma belle." – ele sussurrou, bem perto do ouvido dela, enquanto seus braços a envolviam e a aproximavam dele – "Então, minhas mãos te excitam?"

Os dedos de Draco tocaram o pescoço de Ginny e desceram. Tocaram levemente a curva dos seios dela e pousaram na barriga. Ela pressionou suas costas contra o peito dele e deixou que sua cabeça pousasse em seu ombro, e imediatamente Draco buscou os lábios dela para um beijo.

"Por que Draco é a sua palavra preferida?" – ela conseguiu perguntar, assim que os lábios se separaram. Draco sorriu para ela.

"Não é a palavra em si. Mas como ela é dita." – ele pontuou cada palavra com um beijo do pescoço dela até o lóbulo da orelha.

As mãos dele começaram a se mexer novamente. Os dedos flanquearam o corpo dela, descendo para os quadris e as coxas. Depois subiram, pela parte interna das pernas delas. Ele apertou a coxa dela levemente antes de chegar à virilha. Ginny arqueou o corpo ao sentir os dedos dele penetrarem-na com delicadeza. A outra mão pousou em sua barriga.

"Oh Draco." – ela gemeu, arqueando ainda mais o corpo, suas pernas instintivamente dando mais espaço e liberdade para as mãos dele.

"Você percebe porque esta é a minha palavra preferida?"

Ele colocou-a ainda mais contra o peito dele, os corpos quase inteiramente colados na banheira. A mão que estava em sua barriga subiu e apertou um dos seios. A outra continuou entre suas pernas. Ela apenas sibilou outro 'Draco', que ele não poderia ter ouvido, mas aparentemente o corpo dele ouviu e reagiu no mesmo instante. Ela sentiu o pênis dele pulsar contra ela. Conseguiu sorrir.

x.x.x

Alguns anos no passado

"Voulez-vous coucher avec mou ces soir?" – ele afastou os cabelos dela do ombro e depositou um beijo ali, enquanto a apertava mais contra o peito.

Você quer dormir comigo essa noite? Ginny compreendeu o sentido dessas palavras. Seu corpo se arrepiou. Draco estava sendo encantador.

"Vamos para a cama. Eu te farei dormir, e então, quando você acordar, você pode me contar porque não tem dormido há dias." – ele levantou o queixo dela com o indicador, fazendo-a olhá-lo diretamente nos olhos – "Estamos combinados?" – ela afirmou com a cabeça e deixou que ele a guiasse até o quarto.

E antes que ela pudesse pensar em deitar na cama, ela sentiu-o puxá-la e suas costas bateram com certa graça contra o peito dela. As mãos dele a seguravam pela cintura e os lábios dele encontraram sua nuca. A camiseta que Ginny usava logo foi retirada, e ela sentiu o toque frio de Draco contra os seus seios. Seu corpo tremeu.

"Oublie tes erreurs et tes peurs, Je lês efface." – ele falou e guiou-a até a cama, fazendo-a deitar-se.

Ela sorriu ao vê-lo engatinhar sobre o seu corpo e arqueou o corpo quando os lábios dele encontraram os seus. Ele falava sobre esquecer os seus erros e medos. Ele os apagaria. Ela pensava que se ele conseguisse fazer isso por apenas um segundo, ela poderia dormir.

Draco beijou a curva dos seios dela e depois deitou-se para o lado, e fê-la olhar para ele. Os olhos dela brilhavam, e ele não pôde saber se era por causa das recentes lágrimas ou se por outro motivo qualquer.

Dis moi que tu m'aimes. – ela pensou, ao olhar para Draco. Ela também gostava do francês. Não sempre, mas principalmente quando ele o usava com ela. Ginny virou de bruços e continuou olhando pra ele, que levou seus dedos às costas dela.

"Je t'aime non seulement pour ce que tu es mais pour ce que je suis quand nous sommes ensemble!"

Ela sorriu e fechou os olhos, na tentativa de ser capaz de sentir ainda mais o toque dos dedos dele em suas costas. Eles subiam e desciam, provocando-lhe arrepios. Segundos depois ela sentiu os lábios e a língua dele. O beijo em sua nuca fê-la vibrar. E então ela sentiu as mãos dele. A massagem começou nos ombros e desceu vagarosamente até seu quadril. Ela sentia seu corpo relaxar.

Draco, então, retirou o pijama que usava e ficou nu. E fez o mesmo com a roupa que ela ainda usava. Depois deitou-se na cama e trouxe o corpo dela para o mais próximo possível de si. Deixou que ela pousasse a cabeça em seu braço e então a abraçou.

Sua mão pousou em seu seio e apertou-o levemente. Ela gemeu baixinho quando a mão dele escorregou e encontrou um espaço entre as suas pernas e descansou ali por alguns momentos, apenas movimentando os dedos, fazendo-a respirar profundamente e emitir sons de deleite.

Ele conseguiu uma posição em que pudesse unir-se a ela, vagarosamente, em um ritmo tortuoso, mas que mandava ondas de prazer por ambos os corpos. Os lábios dele beijavam a curva de seu pescoço e o ombro, enquanto sua mão continuava com as carícias. Draco apertou-a mais contra o corpo, quando ela deixou que um gemido mais alto escapasse e seu corpo vibrasse com força. E o corpo dela contra o seu próprio, fez com que ele atingisse o seu clímax e vibrasse também. Ele suspirou profundamente, retirou o cabelo dela para o lado e colocou sua boca bem próxima ao seu ouvido.

"Tu me donnes le goût de vivre!" – ele disse calmamente, sentindo o corpo dela relaxado contra o seu, e depois começou a cantar baixinho para ela.

"Hush my love now don't you cry
Everything will be all right
Close your eyes and drift in dream
Rest in peaceful sleep"

x.x.x

Ginny não queria nunca que aquela sensação acabasse. O toque de Draco, tão íntimo em seu corpo. As palavras dele. Ela tinha esquecido como as palavras dele a excitavam de uma maneira tão peculiar.

Ela também tinha noção do efeito das palavras dela no corpo dele. Draco! Ela sabia que o nome dele, dito de uma forma tão... dita daquela forma, o excitava. Ela sabia muitas coisas sobre ele.

"O que estamos fazendo, Draco?" – ela sussurrou, e num momento apanhou as mãos de Draco, afastando-as ligeiramente de seu corpo, para que pudesse virar-se para ele.

"L'important?" – o corpo dela tremeu, e ela fechou os olhos. Ele sorriu.

"Muito." – foi o que ela disse, ainda de olhos fechados. Lá estava ele novamente, o Draco gentil e romântico que aparecia tão pouco, e que ela tinha tantas saudades – "Pra mim é importante." – ele levou seus lábios até a orelha dela. Sua mão voltou para aquele lugarzinho entre suas pernas e tocou-a levemente. Ela gemeu. Aquele som que ela fazia... ele tinha tantas saudades daquele som.

"Ces't aimer avec passion!" – ele sussurrou, no mesmo momento em que colocou dois dedos nela. Outro gemido. Aquele som de novo. Seu corpo tremeu.

Isso é amor com paixão.

Ginny buscou os lábios de Draco com todo o desejo que pôde reunir. Era intenso, cheio de paixão. Ela, pela segunda vez, apanhou a mão de Draco e afastou-a de seu corpo. Ele olhou-a, curioso. Ela sorriu-lhe.

"Assim." – ela disse, ajeitando seu corpo sobre o dele e encaixando-se. Dessa vez, ele gemeu.

"Oh céus." – ele olhou nos olhos dela. Ginny sorriu, seu rosto meio contorcido quando ele tocou seus mamilos – "Você é linda."

As duas mãos de Draco pousaram no quadril dela, ajudando-a a mover-se para cima e para baixo. Na verdade, apenas acompanhando o ritmo dela. Ela estava no controle, enquanto ele podia se deliciar com as expressões do rosto dela e com as sensações de estar dentro dela.

Ainda não, Draco. Não sem ela. – ele forçou-se a pensar, ao sentir seu corpo vibrar um pouco mais forte. Ele podia sentir os dedos trêmulos dela no corpo dele, a respiração ofegante, os gemidos mais pronunciados.

Os lábios dela contra os seus estava hesitantes. Trêmulos. Intensos. Ele apertou o quadril dela, fazendo-a para de se mover. Ele ouviu-a protestar entre os lábios.

"Virgínia" – ele sussurrou, ela não abriu os olhos, apenas agarrou-se a ele – "Olha pra mim."

Então ela olhou. Havia um brilho distinto nos olhos dela. E também um pedido para ele não parar aquela sensação. Ele sorriu. E então fez com que, de uma vez e inesperadamente, suas mãos erguessem Ginny pelo quadril e descessem novamente, com força.

"Oh Draco..."

Ele pôde sentir todo o corpo de Ginny vibrar contra o seu, e fazendo o seu próprio delirar em seguida. Ele viu os olhos dela brilharem mais intensamente. E um último gemido. Rouco. Alto. Aquelas palavras.

Draco nunca ia esquecer como os olhos dela brilhavam quando ela tinha um orgasmo. Ou como o corpo dela reagia a tal sensação. Era absolutamente sensual.

x.x.x

Era cedo. Muito cedo, na verdade. Draco podia notar pelos poucos raios de sol que entravam pela janela. O dia estava amanhecendo.

Ele se mexeu cuidadosamente para não acordar Ginny, que dormia confortavelmente em seus braços.

Levantou-se e ficou olhando a mulher por alguns minutos. Ela tinha demorado para dormir. Muito. Ele pensava que ela, talvez, não dormisse há uns 3 dias, e isso a deixava desesperada.

"Está frio..." – ela sussurrou, e ele percebeu que ela estava dormindo, e apenas se mexera para mudar de posição.

Draco colocou o edredom sobre o corpo dela. Apanhou uma carteira de Lucky Strike sobre a mesinha ao lado da cama e saiu do quarto. Voltou vários minutos depois, carregando uma bandeja de café da manhã. Ela abriu os olhos assim que ele sentou-se na beirada da cama.

"Você vai me contar por que não tem conseguido dormir?" – ele perguntou, olhando para ela.

"Eu vou ganhar uma dessas torradas?" – sua fala foi seguida de um longo bocejo.

"Quantas você quiser."

"Trabalho." – ela disse, sentando-se e recebendo a bandeja de Draco. Ela não estava mentindo, de certo modo – "Coisas."

"Você está sendo vaga."

"Você, especificamente." – ela desviou o olhar.

"Não sou eu, não é mesmo?"

"Não, eu acho..."

"Você está viciada." – ele constatou.

"Não exatamente."

"Você está. Eu percebo isso, Virgínia. Foi por isso que eu joguei fora meu último Lucky Strike hoje. Eu não posso deixar que você afunde comigo." – ela riu.

"Você fez mesmo isso?"

"Separação oficial." – ele estendeu a mão pra ela.

"Oficial." – ela riu e puxou-o para um beijo. Longo. Profundo.

Ela sabia que, pelo menos por agora, ela tinha um motivo a menos para perder o sono.

x.x.x

Ginny ouviu alguém bater na porta do quarto quando ela e Draco ainda estavam abraçados na banheira e tentando recuperar o fôlego.

"Você não precisa atender." – ela falou, baixinho, no ouvido dele. Eles ainda estavam juntos. Literalmente.

"Você vai querer que eu atenda." – ele respondeu de volta, fazendo-a olhar curiosa para ele.

Ela levantou-se vagarosamente e saiu da banheira. Recebeu um roupão preto e macio estendido por Draco. Ele apanhou a mão dela e levou-a até a porta. Bateram mais uma vez. Então Draco abriu.

Liberty. Com seus olhinhos prateados e cabelos loiros – mais escuros e avermelhados do que da última vez que Ginny a vira – e um sorriso inocente no rosto.

"Estou no horário, Malfoy?" – a mulher que estava com Liberty no colo perguntou.

"Pontualíssima, Ângela. Obrigado." - Liberty estendeu os bracinhos para Ginny – "Essa é Virgínia, a mãe de Liberty."

A pequena conseguiu finalmente ir para o colo da mãe e sentiu-se ser abraçada confortavelmente. Ginny não prestou atenção na mulher nem em Draco. Era imensamente bom sentir os bracinhos da filha ao redor do seu pescoço, então ela não seria capaz de dividir essa sensação com ninguém naquele momento.

"Eu achava que..."

"Liberty não sai de perto de mim, Virgínia. Às vezes, mas sempre ao redor. Aquela é Ângela, ela trabalha comigo. Nossa filha está segura, como você pode ver."

"Obrigada, Draco." – ela olhou profundamente nos olhos dele e então deu-lhe um selinho – "Mesmo."

Draco guiou-a até a cama. Ginny botou Liberty entre os travesseiros e depois recebeu o pijama de seda que Draco lhe estendia.

E quando os três estavam deitados na cama, acomodados e abraçados um ao outro, não demorou muito para que Ginny, sentindo a respiração de Draco em seu pescoço e a de Liberty em seu peito, caísse num sono profundo, sem sonhos, mas tão bom como ela não se lembrava de ter tido em muito tempo.

Ginny abriu os olhos e viu Draco sorrindo para ela. Ela passou a mão pelo rosto dele e pelos cabelos.

Liberty dormia quietamente no meio deles e Ginny apenas puxou a filha para mais perto de seu corpo. Ela podia ouvir a respiração da criança, e em questão de segundos, a sua própria respiração acompanhava o ritmo da filha.

"E agora, Draco?" – ela disse ainda sonolenta.

"Agora?" – ele franziu o cenho.

"Eu não deveria estar aqui... não deveria ter feito isso."

"Você deveria me matar, eu entendo." – ele parou por um momento, imaginando porque a conversa tinha sido mudada tão drasticamente e todo o clima entre eles havia se dissipado – "Eu também entendo que você não conseguia dormir há cinco dias e isso estava te deixando desesperada. O que te impedia de dormir, Virgínia?"

"Tudo. Você. Liberty. Harry. Tudo." – ela pontuou – "Se eu pudesse abandonar tudo eu o faria... toda essa situação não faz sentido. Nada se encaixa. Numa hora eu tenho uma família, um marido e uma família. No momento seguinte eu não tenho nada exceto dois papéis que me mandam matar as duas prováveis pessoas mais importantes do mundo bruxo."

"Por quê? Por quê você tem que matar a mim e ao Potter?"

"Porque vocês vão trazer Voldemort de volta." – ela disse rapidamente e sem pensar, arrependendo-se logo em seguida e olhando assustada para Draco. A reação dele deixou-a ainda mais assustada. Ele começou a gargalhar.

"Eu não vou trazer o Voldemort de volta, Virgínia. Quão estúpido seria isso?"

"Não vai?"

"Não. Mas o Potter vai."

Ginny sentou-se na cama e Draco ficou de frente para ela, seus rostos a um palmo de distância. Dessa forma, podiam se olhar e perceber as expressões um do outro. Era daquela forma que eles sempre tinham as conversas mais sérias.

Ela abriu e fechou a boca algumas vezes, tentando absorver as últimas palavras de Draco. As pessoas sempre lhe disseram que Draco Malfoy era louco. Mas ela não imaginava esse nível de insanidade da parte dele.

Draco ergueu a mão e levou-a até o rosto de Ginny, tocando-a de leve, passando o polegar na bochecha e parando nos lábios dela.

"Assustador, huh?" – ele comentou.

"Eu diria insano. Não pode ser verdade, pode? Digo... é o Harry... até onde eu sei, foi ele quem matou o Voldemort para início de conversa..."

"O tempo muda as pessoas, Virgínia. Coisas e fatos mudam as pessoas. O Potter sempre teve um complexo heróico que em momento algum o deixou ser... normal. Tudo o que ele fez na vida dele foi tentando obter a aprovação de todos à sua volta. Proteger o mundo. Derrotar Voldemort. Casar-se com o primeiro amor. Ser bom e perfeito."

"Trazer Voldemort de volta não é ser bom."

"Não, não é. Mas quando não se é você mesmo, talvez seja o que ele esteja buscando agora. O que eu quero dizer é que Harry Potter sempre foi parte de uma coisa grande. Toda essa coisa com Voldemort. E com as pessoas que ele teve que perder para que ele continuasse a fazer parte dessa coisa grande. E com a Chang. E com o mundo."

"Chang era uma comensal." – ela comentou aleatoriamente.

"Virgínia, quando você convive muito tempo com coisas ruins, elas acabam se tornando parte de você. Por mais que você não queira e que lute contra isso, elas estarão dentro de você. Escondidas ou não. Você sabe do que eu estou falando. Você é um ótimo exemplo disso. Todas as suas noites de insônia, não é apenas preocupação, são as coisas ruins que te impedem de relaxar e dormir bem de noite. Você sabe o que é isso." – sem perceber, Ginny deixou uma lágrima solitária escorre pelo seu rosto. Draco limpou-a com o polegar, e ela fechou os olhos.

"Harry viveu a vida toda com coisas ruins." – ela começou, falando baixinho – "E agora essas coisas ruins simplesmente tomaram conta dele. Voldemort e ele estão conectados desde sempre e..."

"Você entendeu, huh? Não é ele. Não é o Potter que está lá agora. Quem está lá agora é tudo que Voldemort sempre quis trazer à tona. As coisas ruins que vivem dentro de cada pessoa. Em algumas, essas coisas são ínfimas, mas infelizmente, a alma do Potter já estava muito danificada. E você sabe como isso tem um enorme significado em magia."

"Mas nós não estamos falando de Horcruxes, estamos? Quer dizer... pedaços de alma..."

"Não. Horcrux é magia negra. As Horcruxes eram a alma de Voldemort, que como você sabe, foram destruídas, ou ao menos, é a parte da história que todos sabem. Nós estamos falando agora da alma do Potter."

"Harry não faria Horcruxes..."

"Não, claro que não. Mas como eu disse, a alma dele foi danificada, e está perdida em algum lugar, por causa das coisas ruins. E na minha opinião, ele está tentando encontrá-la. Da pior maneira possível, mas está."

"Trazendo Voldemort de volta?" – ela parecia incrédula.

"Se tornando ele. Eu não sei. Olha, a alma de uma pessoa é o que faz dela o que ela é. Se você perde um pedaço dela, ou se ela é atormentada como a alma do Potter foi, você deixa de ser o que é para se tornar algo ruim. E então, sua mente fará de tudo para reparar o pedaço perdido da sua alma. De tudo mesmo! É como uma obsessão..."

"É uma obsessão, Weasley, e eu tenho certeza que Harry não vai parar sua busca até conseguir o que quer." – ela murmurou, baixinho, lembrando-se das palavras de Chang no dia em que a matara – "Mas não faz sentido..."

"O que não faz sentido, Virgínia?"

"Chang me disse dessa obsessão, Draco, disse que Harry não ia parar até conseguir o que ele quer." – Ginny gesticulou e falou rápido o suficiente para Draco pender a cabeça para o lado e prestar mais atenção – "Ela disse que eu tinha o que ele queria... e então Harry disse que você tinha o que ele queria... e..." – ela parou.

Ginny suspirou e sentiu uma carga de adrenalina e emoções descarregar em seu corpo. Ela tremeu, e não pôde impedir as lágrimas rolarem em seu rosto. Ela tentou falar e gritar, mas não saiu nenhum som de sua boca. Tentou pensar, mas nenhum pensamento coerente veio à sua mente. Tentou respirar. Tentou fazer a dor parar.

No meio da cama, Liberty começou a chorar tão alto e tão expressivamente, que ela parecia vocalizar a dor que a mãe sentia no momento. Era um choro triste e profundo, dolorido. Quase imediatamente, Ginny pegou-a no colo, antes que Draco pudesse fazê-lo, e abraçou-a com força, aninhando-a junto ao seu peito.

"Oh Liberty..."

x.x.x

N/Rbc: caso eu não consiga dormir, eu realmente me desespero. Me encolho num canto e choro. Já perdi a conta de quantas vezes já fiz isso. Então esse é um trecho autobiográfico. Exceto a parte de eu ter um Draco Malfoy preocupado que me fizesse dormir... infelizmente...

Trechos em francês:

Putain de Merde!
Puta Merda!

Faisons de vous détendre, ma belle.
Vamos relaxar você, minha linda.

Voulez-vous coucher avec mou ces soir?

Você quer dormir comigo esta noite?

Oublie tes erreurs et tes peurs, Je les efface.
Esqueça seus erros e seus medos, eu os apago.

Dis moi que tu m'aimes.

Diga que me ama.

Je t'aime non seulement pour ce que tu es mais pour ce que je suis quand nous sommes ensemble!
Eu te amo não apenas pelo que você é, mas pelo que eu sou quando estamos juntos !

Tu me donnes le goût de vivre!
Você me deu o sabor da vida!

L'important?
É importante?

Ces't aimer avec passion!
Isto é amor com paixão!

E vamos aos outros comentários:

Juzinha Malfoy: eu não tenho nem idéia de quantos capítulos mais essa fic vai ter. HUhauahauhauahua. Não tenho nada preparado depois deste capítulo – exceto o final da história em si... mas veremos... hauahuahauhauha

Rk-chan: eu nunca escrevi nada sadomasoquista... pelo menos não que eu lembre... e eu espero que você tenha achado plausível este meu final de capítulo, ou ao menos tenha achado razoável, porque eu realmente não sabia o que escrever. XD

Jane LeloupBlanc: que bom que você gostou das NCs, espero que tenha gostado destas também. Hehehe. Moça, te adicionei no MSN mas nunca nos falamos... desculpa por isso... hauahuahauahaua... é que sou tão distraída que às vezes eu abro o msn, saio do pc e deixo ele aberto. Triste. Mas então, eu adoro falar Foda-se! XD

Thaty: espero que tenha gostado deste capítulo! Xd

Bárbara Granger: me encubar?? Huahauahuahauahauahuah!! Que idéia! Harry é tosco... hauahuahauah... é normal ele ter idéias absurdas, mas espero que tenha gostado do capítulo. XD

LMP3: Yeahhh, alguém que está tão perdida quanto eu na fic. Huahuahauahauah. Então, muitas das suas perguntas eu não posso ou não sei responder. Porque eu não parei para pensar nelas, o que foi um erro extremo. E não, eles não estão juntos de novo. Ginny apenas foi procurá-lo e acabou rolando a chamada 'recaída'. De qualquer jeito, espero que as coisas tenham ficado mais claras pra você depois deste capítulo. Elas ficaram ligeiramente mais claras pra mim.

Nessa Black Malfoy: eu também quero um Draco desses! Huahauahuahaua! Se você um dia encontrar um, por favor me avise onde para eu ir atrás do meu! Espero que tenha gostado deste capítulo também. XD

Tuty Frutty: nossa, você não tem idéia de como eu fico feliz com o seu comentário sobre as minhas NCs... huaahuahauhauah! Muito obrigada mesmo e tomara que você tenha gostado dessas também, moça! XD

Bellatrix Amarante: sabe, eu era totalmente a favor de deixar apenas as actions. E esperar que ninguém notasse a falta de enredo... hauahauhauahauahuah... então eu compartilho do seu sonho também, inclusive a parte de matar o Harry... huahauah

Ju McGuiller: eu creio que este capítulo tenha sido ligeiramente forte também, mas espero que você tenha gostado dele tanto quanto eu gostei de escrevê-lo. XD

Aninhoca: Ni, se você tivesse me matado em milhares de pedacinhos você não teria lido o Draco falando francês, não é mesmo?? Huahauhauahuaahuahauah.

Lou Malfoy: querida, toca aqui. Eu também nem quero saber de enredo. Quero saber é de action DG, porque isso é uma das coisas que faz a vida ser boa. Huhuahuahuahauhauah.

Terminei o capítulo e as notas ao som de "Assassin's Tango - John Powell". Trilha sonora do filme Sr. e Sra. Smith e também da fic Sr. e Sra. Malfoy. Totalmente ao acaso, ela apenas estava na lista de músicas! \o/