Disclaimers: Obviamente não são meus... ;)

Tem uma história minha aqui no FFnet que se chama "One" e foi escrita para uma amiga minha, que me desafiou a escrever Mu/Milo. Ela mesma me pediu uma conclusão para aquele "oneshot" porque, assim como eu, ela prefere cada qual com seu "par", e a gente mei que já tem esses "pares" definidos na cabeça (juro que não sei onde aprendí isso, mas é assim, fazer o quê...). Então eu tinha começado a escrever essa pecinha aqui pra tentar "arrumar as coisas", sacam? ;)

Só pra lembrar, essa historia se passa num período de "paz" inventado que se seguiu à batalha das 12 casas. Estão vivos somente o Mu, Aldebaran, Aiolia, Shaka e Milo. E o Dohko sentadinho lá em Rozan. :D

E, claro, poooodem tacar pedrinhas ou docinhos à vontade, feedback é sempre bom, ne? Muito grata!


One II
by Ifrit

"Did I disappoint you?
Or leave a bad taste in your mouth?
You act like you never had love
and you want me to go without...
Well it's
too late
tonight
to drag the past out into the light
We're one
but we're not the same
we've got to
carry each other
carry each other
One..."

"Ai!" - Mu esfregou o braço onde levou um sonoro tapa - "Que susto! Não tem mais o que fazer, é?"

"Anda logo, vamos nos atrasar!" - Milo riu e pegou uma maçã da cesta - "Fica aí dormindo até tarde..."

"Eu não dormí até tarde, já estava saindo se você não reparou..."

"Parado aí olhando pela janela? Tá certo, Aries, anda, vamos logo..."

Os dois desceram para mais um dia de treinos. No caminho encontraram com Aioria e Aldebaran, com seus exercícios de aquecimento. Apesar de ser bem cedo, já dava para ouvir algumas lutas na arena. Mesmo sendo cavaleiros da ordem de ouro, estavam autorizados a deixar suas casas para frequentar as arenas de treinamento quando quisessem. Estavam em alerta contínuo por algum motivo que o mestre ancião de Libra não havia divulgado ainda, mas mesmo assim poderiam até escolher aspirantes para treinar, se assim desejassem. Por hora, preferiam apenas manter a forma. E faziam isso no meio de cavaleiros de prata e bronze, para o horror dos mais tradicionalistas.

Mais para o início da tarde, Aioria já estava ficando acostumado a ter uma companhia silenciosa: todos os dias o cavaleiro da casa acima da sua vinha e sentava-se com ele nos degraus. Shaka falava pouquíssimo, mas parecia gostar de ficar alí olhando a tarde se desenrolar junto com o cavaleiro de Leão. Todas as tardes era assim, ficavam os dois alí observando os passantes morro abaixo, até o momento em que Milo passasse com todo o barulho que fazia, geralmente acompanhado de Mu. Aldebaran às vezes ia junto, formando um trio que nenhum cavaleiro de ouro, vivo ou morto, jamais imaginou que veria por alí. Dessa vez vinham apenas dois, Milo e Mu. E Shaka já ia se despedindo de Aiolia, como fazia todos os dias, quando se deteve. Se tivesse os olhos abertos, Aiolia poderia jurar que Shaka estava fuzilando os dois que subiam. Eles riam de alguma bobagem que estivessem conversando e pareciam não notar, mas para Aiolia o cosmo do amigo estava tão agressivo que até sentiu um calafrio. Sentiu vontade de perguntar o que estava acontecendo, mas logo percebeu que ele já havia se afastado, subindo rapidamente em direção ao templo de Virgem.

"Credo, o que foi isso?" - Milo passou a mão na testa, afastando os cabelos que caíam nos olhos - "Shaka parecia furioso, o que foi?"

"Sem essa, Escorpião! Vocês dois podiam pelo menos ser mais discretos, não?"

"Discretos com o quê, ô Leão? Tá vendo alguém indiscreto aqui, por acaso?" - Milo respondeu sem piscar - "Eu não fiz nada, hein... mas que mania, por que é que quando alguém fica puto tem que ter dedo meu?"

Aiolia desviou o olhar de Milo para Mu, e este abaixou a cabeça, totalmente sem graça. Milo levantou os braços, frustrado, e subiu rapidamente para seu posto. Mu virou-se para descer para a sua, quando Aiolia o chamou.

"Mu, espera. Quero falar com você."

Mu permaneceu parado onde estava. Já sabia que ia sobrar pra ele. Duvidava que essas coisas acontecessem com Milo. Ninguém naquele lugar seria capaz de fazê-lo parar pra escutar qualquer coisa que fosse, quanto mais um sermão como o que provavelmente ia receber. Voltou-se para dar atenção a Aiolia, resignado.

"Vem, Mu, entra." - Aiolia chamou e Mu demorou um pouco para começar a andar atrás dele - "Anda, criatura, não precisa fazer essa cara que eu não vou te fatiar, vem logo..."

Os dois entraram pelo templo, até chegarem à parte que era a "casa real" de Aiolia. Mu sentou-se na primeira poltrona que viu e esperou que Aiolia começasse, os cotovelos apoiados nos joelhos e a expressão mais resignada do mundo. Aiolia não esperou muito.

"Mu, que diabos é isso que você e aquele escorpião maluco estão aprontando, hein?"

"Nós não estamos aprontando nada..." - Mu respondeu mais baixo do que gostaria - "Nós nem temos mais idade para aprontar nada, Aiolia."

"Uma ova que não têm! Vocês parecem dois moleques ultimamente. Principalmente você, Mu, está tão diferente que tem hora que nem te reconheço mais!" - Aiolia falou sem pensar, nao era exatamente isso que queria dizer para o amigo.

Mu se levantou na mesma hora. Não ia ficar ouvindo aquelas coisas de jeito nenhum. Mas Aiolia se antecipou a ele.

"Não, Mu, me desculpe... não quis ofender, é só que..."

"É o quê, Aiolia? Acha que eu devia continuar do jeito que estava antes?" - Mu sorriu, amargo - "Que graça, sabe quantos anos eu tenho, sabe?" - Aiolia viu, apavorado, que o cavaleiro de Aries tinha os olhos rasos d'água - "Apenas vinte anos, Aiolia. Talvez eu seja um moleque mesmo, como você diz. A diferença é que estou tentando passar meus dias aqui nesse lugar de uma maneira mais leve. E não estou fazendo mal a ninguém, estou?" - Mu parou de falar por um instante e encarou Aiolia, que permaneceu calado - "Ah, sim, estou incomodando o cavaleiro de Virgem, não é?"

E com isso saiu. Aiolia estava pasmo com o que viu e ouviu. Agora estava ligando A com B, e finalmente percebeu a dimensão do que estava acontecendo com seus amigos. E teve certeza de uma coisa: estava tudo errado. Sacudiu mentalmente o espanto que sentia e saiu em direção ao templo de Escorpião.

--- Continua ---


Vai ter mais, vai sim! Essa fic tá incompleta ainda, resolví dividir em partes pra ver se me organizo melhor... e ainda não sei o que vai ser desses meninos, só mesmo escrevendo pra saber. Aceito sugestões:P Até mais!