Harry Potter e seus personagens não me pertencem...

Shipper: Harry/Draco
Classificação: PG13/Slash
Gênero: Romance
Spoilers: 6º livro
Status: Completa (Sim, eu já escrevi todinha, mas só posto se tiver reviews).

N/A : Esta fic é um SLASH, relação HOMOSSEXUAL entre 2 MACHOS! Se não se sente a vontade com o tema, por favor, feche a página, vc foi avisado.

Escrito especialmente para o III Challenger 3V H/D.

Beta : Dana Norram


Capítulo 9 — Fuga Misteriosa

Hermione ouviu tudo calada, sem expressar qualquer reação. Harry contou-lhe tudo, sobre Malfoy ter se passado por Gina, da noite em que ele tentara matá-lo, mas vacilara, quando ele esteve doente, e do beijo.

Ela abria a boca várias vezes, mas desistia porque não conseguia formular nenhuma frase coerente.

— Por favor, Mione. — Harry estava preocupado. — Diga alguma coisa.

— Francamente Harry... — Ela suspirou. — Você tem certeza que pode confiar em Malfoy? Ele tentou te matar em um dia e no outro vocês estão aos beijos!

Harry respirou fundo.

— Sei que pareço idiota, mas sim, Mione, eu confio nele.

Hermione sorriu.

— Se você diz, Harry. — E passou a mão, mexendo nos cabelos do amigo. — Eu vou estar torcendo por vocês.

Harry sorriu aliviado.

— Obrigado. Por favor, Mione, não conte o que te contei ao Rony, já está muito ruim sem ele saber.

— Ok.

XXX

Rony estava no banheiro lavando o rosto, ainda bufando de raiva.

Harry era um ingênuo mesmo.

Afundou o rosto na toalha, se secando.

Idiota... Malfoy poderia continuar sumido...

Suspirou cansado e se precipitou até a porta, abrindo-a e dando de cara com um par de olhos cinzas.

— O que está fazendo aqui, Malfoy? — Disse entredentes.

Draco era praticamente da mesma altura que Harry, isto é, muito menor que o ruivo, e Rony estava parecendo muito intimidador.

— Tentando usar o banheiro. — Disse com frieza. — Você não é o único no mundo com necessidades fisiológicas, Weasley. Agora se não se opor...

Rony não deixou o loiro terminar, agarrou pela gola da camisa e empurrou contra a parede, arrancando um gemido rouco de dor.

— Olha aqui, Malfoy. — Disse transbordando ódio. — Se passar pela sua cabeça fazer algum mal pro Harry. — cerrou os olhos. — Eu te mato com minhas próprias mãos. – Então soltou o colarinho de Draco e saiu em passos largos.

Em qualquer outra ocasião Draco teria rido na cara do ruivo, mas sabia que corria um sério perigo. Nunca tinha visto Weasley desse jeito, nem mesmo quando xingava toda a sua família de pobretões ou ofendia a sangue-ruim da Granger.

Weasley tinha um brilho assassino nos olhos.

Merda... Onde eu fui me meter?

XXX

Hermione se despediu de Harry lhe desejando boa sorte. Rony, que estava esperando do lado de fora, a acompanhou ainda parecendo transtornado, sem dar um único olhar ao moreno. Gina já tinha ido embora há muito tempo.

Harry e Draco estavam na sala, evitando olhar um para o outro, constrangidos.

— Acidente... — Sussurrou Draco, sentado na poltrona.

— O que disse? — Perguntou Harry, sentado no sofá em frente a lareira vazia.

— Você disse que foi um acidente, Potter... — Falou Draco com o olhar vago.

Harry sentiu uma pontada no coração. Odiava escutar seu sobrenome pronunciado por Draco daquele jeito.

— Não! — Exclamou em desespero. — Eu não sei porque disse isso, não foi acidente.

— O que foi aquilo, Potter? — Disse frio. — Você disse para a Weasley que estamos juntos.

Harry sentiu suas orelhas arderem, sabia que estava muito vermelho.

— Eu disse isso pra ela ir embora. — Falou muito rápido.

— Sendo assim, eu não tenho mais o que fazer aqui. — Draco se levantou irritado, indo até a porta, mas Harry também havia se levantado e segurou sua mão.

Draco parou, sentiu um choque que fez todo seu corpo se arrepiar.

— Por favor, fique. — Suplicou triste.

O sonserino se virou para encarar olhos verdes.

— Por quê? — Perguntou sem emoção.

— Porque você me faz sentir vivo.

Draco não entendia. Não conseguia compreender o poder que aquele garoto desajeitado, despenteado e ao mesmo tempo tão adorável tinha sobre si. Estava tão determinado a abandonar aquela casa e toda essa loucura... mas bastou uma simples frase e um simples toque e não conseguia mais mover suas pernas, seu autocontrole havia se esvaído pelo ralo.

Levou sua mão direita à face esquerda de Harry, acariciando-a. O moreno tombou o rosto para o lado se deliciando com o carinho do loiro, fechou os olhos.

Potter... — Disse num sussurro.

O moreno avançou, vencendo a distância dos lábios, em um beijo doce. Quando se separaram, os olhos verdes fitaram os cinzas de Draco, sua boca entreaberta.

O pio de uma coruja castanha interrompeu os dois jovens. A pequena ave se debatia do lado de fora da janela. Harry foi até ela e abriu o vidro. A coruja sobrevôou o recinto, deixando o jornal na mesa de centro e saiu pelo mesmo lugar de onde entrou.

— Oh meu Deus... — Disse Harry arregalando os olhos ao ver a manchete do jornal.

— O que foi? — Perguntou Draco. — Más noticias?

Harry olhou para Draco com pesar nos olhos.

— Melhor você mesmo ver. — E estendeu o jornal.

Draco recolheu o Profeta Diário, lançando-lhe um olhar desconfiado. Na manchete se lia: "Fuga Misteriosa em Azkaban".

— Não... — O loiro sussurrou sem tirar os olhos do jornal.

A foto exibia dois bruxos de uniforme que o loiro reconheceu como guardas de Azkaban. Estavam em frente a uma cela, em que a porta estava totalmente destroçada, como se tivesse explodido.

Fuga Misteriosa em Azkaban

Nesta madrugada, a prisão de segurança máxima, Azkaban, sofreu duas sérias explosões na área sul, onde estão os prisioneiros mais perigosos. Explosão que resultou na fuga de dois conhecidos Comensais da Morte: Lucius Malfoy e Belatriz Lestrange. Os Aurores ainda não sabem o que realmente aconteceu, a fuga é um mistério. Foram mortos ao todo, cinco guardas. "Este caso será a nossa maior prioridade, peço para a comunidade mágica ficar atenta para qualquer manifestação estranha. Estamos pendurando cartazes com as fotos dos prisioneiros por toda Inglaterra, tenho certeza de que em breve eles serão re-capturados." Disse o chefe dos Aurores, Morpheus Jones.
Ainda não se tem nenhuma pista sobre os fugitivos
.

Draco sentou-se no sofá com o olhar vago e deixou o jornal tombar no chão.

Precisava de tempo para digerir a informação: Seu pai fugira de Azkaban. Seu pai fugira de Azkaban com sua tia, logo, ela já deve ter contado da traição de Draco para com o Lorde das Trevas.

— Merda. — Ele se levantou. — Eu tenho que sair daqui!

— Acalme-se, Draco. Você não pode sair daqui. Corre perigo lá fora. — Harry disse tentando contê-lo.

— Minha mãe está em perigo! Ele vai matá-la! — Era visível o desespero de Draco.

— Sendo assim, eu irei com você. — Disse pegando sua capa e indo até a lareira.

— Está louco? Meu pai quer te matar!

— Ele também vai querer te matar. — Disse sério e colocou a mão no ombro do loiro. — Você não vai conseguir se livrar de mim tão facilmente. — sorriu — Eu sei me cuidar.

O sonserino sorriu abatido e derrotado.

— Certo, vamos logo então.

Draco pegou um pouco de pó –de-flú e jogou dentro da lareira.

- Mansão Malfoy!

Harry fez o mesmo.

XXX

- O que está acontecendo aqui? — Perguntou Draco escandalizado.

A mansão estava coberta de Aurores, fuçando em tudo e fazendo a maior bagunça.

— Sr. Malfoy? — Perguntou um dos Aurores. Era um homem de meia-idade, cabelos curtos e castanho escuros, alto, pelo menos dez centímetros maior que Draco, olhos cor de mel por trás de óculos. Sua voz era grave e firme.

— Sr. Malfoy, eu sou Morpheus Jones, chefe dos Aurores, creio que o senhor já deve estar ciente da fuga de seu pai e de sua tia, a Sra. Lestrange.

— Sim, eu estou ciente. — Draco sabia que não ouviria nada de bom, tinha um mau pressentimento.

— Sinto muito o transtorno, senhor, mas recebemos um chamado da Sra. Malfoy há poucas horas e interceptamos variações de magia negra neste local.

— Um chamado da minha mãe? — Sentiu seu corpo todo ficar rígido, a mão de Harry em seu ombro. — Onde ela está?

Morpheus fechou os olhos e suspirou.

— Sinto ser o portador das más noticias Sr. Malfoy. Mas temos fortes razões para achar que sua mãe foi raptada.

Draco perdeu o chão.

XXX

Harry encontrava-se num imenso corredor da Mansão. Era escuro, iluminado por poucas tochas que acendiam quando ele se aproximava. Havia algumas pinturas, mas não estava no clima para parar e apreciar. Sentia-se impaciente. Esperara por Draco mais de meia hora.

Estavam na biblioteca e o loiro dava seu depoimento. Depois de mais alguns minutos, Morpheus saiu do recinto, sem dar nenhum olhar para Harry. O loiro permaneceu lá dentro, então Harry resolveu avançar até a entrada.

Draco estava de costas para ele, em uma enorme poltrona de veludo verde. Podia ver o cabelo loiro, sua cabeça estava apoiada, os olhos fitavam um retrato de seu pai. O Quadro era imenso. Lucius estava sentado naquela mesma poltrona, as pernas cruzadas. Tinha um ar imponente, o rosto com ar de tédio. Harry odiava pensar o quanto os dois eram parecidos.

— Malfoy? — Chamou, tímido, mas como não teve resposta, entrou silencioso.

— O que faz aqui? — Veio a voz fria detrás da poltrona.

— Quero te ajudar. — Disse colocando as duas mãos na poltrona.

— Saia daqui. — Mais frio do que nunca. — Volte para sua casa... em segurança.
Harry andou até a frente de Draco, ajoelhou-se. O loiro evitava olhar para ele, mas mantinha a face em total indiferença.

— Eu não vou sair. — Disse pegando a mão do sonserino que repousava no braço da poltrona. Draco aceitou o toque.

— Potter, eu estou lhe avisando... — Disse sério. — Você não tem o que fazer aqui.

— Vamos achar a sua mãe. — Draco apertou os olhos como se tivesse levado uma facada no peito. — Deixa eu te ajudar.

— Quem você acha que é para me oferecer ajuda? — Disse, a voz arrastada, Harry odiou ouvir aquelas palavras. Sentiu-se em Hogwarts novamente. — Não fale comigo como se fôssemos amigos, Potter.

— Realmente, não fomos amigos. — Disse seco. Draco tentou esconder a raiva, mas não obteve sucesso. — Somos mais do que isso, você sabe.

— Sério, Potter? O que somos então? — Perguntou, cruzando os braços.

Draco fez uma pergunta que não pode responder, então somente foi sincero.

— Eu não sei, realmente não sei. — Harry fechou os olhos, cansado de discutir, não agüentava mais brigar naquele dia. — Eu só posso lhe garantir que não te vejo como um amigo, nem conhecido, muito menos como rival ou inimigo.

— Não tenha fantasias, Potter. Certamente não vamos casar na igreja e ter filhinhos por causa de alguns beijos. — Harry odiava quando Draco usava de ironia em momentos delicados como este.

— Não Malfoy, eu não terei nenhuma fantasia. — Respirou fundo. — Eu só quero te ajudar!

— Você não pode! — Disse Draco mais alto do que pretendia. — Tudo que passa por Lucius Malfoy se quebra ou se corrompe! — Draco levantou os braços para o ar. — Ela estava doente Potter... ele não vai ter piedade! Traição é um ato que um Malfoy não tolera... e é tudo culpa minha. — Draco apoiou sua cabeça nas duas mãos, derrotado.

Harry não sabia o que dizer, nunca foi muito bom com as palavras, muito menos para consolar alguém. Abraçou o rapaz, que não tentou recuar e ficou ali tentando passar seu calor a ele.

— Não se culpe... — Disse baixinho.

— A idéia da traição foi minha, Potter... — A voz vinha rouca. — Minha mãe agora está pagando pelos meus erros...

— Você não tem culpa pelo pai que tem. — O loiro levantou o rosto, cenho franzido, olhar perdido. — Não é um erro querer ser uma pessoa melhor.

Draco tentou sorrir. Harry lhe deu um leve beijo na testa.

— Quais são as pistas do ministério?

— Quase nenhuma. — Disse ríspido. — Mas me disseram uma coisa intrigante, que eu não sabia.

— O quê?

— Um dia depois da minha ida à Azkaban, minha mãe foi visitá-lo... Ela não me contou nada... estranho...

Harry o abraçou mais forte. O loiro não correspondeu.

— Aquele desgraçado. — Disse com frieza. — Voltou só pra me amaldiçoar novamente, acabar com o meu sono... Logo agora que a guerra acabou, achei que poderia ter uma vida normal... maldito...

— O que vamos fazer? — Perguntou Harry com a voz fraca.

— Eu não sei. — Sua voz saiu tremida involuntariamente. — Só espero que esse pesadelo termine logo.

— E vai... — Disse Harry com ternura.

XXX

Harry estava no quarto de hóspedes da Mansão Malfoy. O aposento era muito bem decorado com móveis de madeira escura, cortinas de veludo, poltronas e cama confortáveis. Tudo nas cores verde e prateado, o que deixou Harry muito desconfortável. Se sentia como um residente da Sonserina.

Era muito úmido dentro do quarto e não havia lareira. Harry se aconchegou mais no cobertor tentando dormir.

Estava muito cansado, afinal não dormia direito há muito tempo, mas eram tantas coisas em sua cabeça que estava quase impossível relaxar.

Depois de muitas horas, desistiu. Jogou o cobertor para o lado, colocou os pés nus no chão gelado de mármore negro. Vestiu um hobbie verde com um "M" prateado bordado na altura do peito, por cima do também pijama também verde, emprestado de Draco, que lhe servia perfeitamente. Saiu do quarto.

Se a casa já lhe parecia mórbida de dia, durante a noite era assustadora. A pouca luz refletia sombras horríveis nas paredes de pedra. As pessoas nos quadros fingiam estar dormindo e, quando Harry passava, elas o observavam com desconfiança. O moreno estava com receio de se perder numa casa tão enorme. Finalmente se decidiu perguntar a um dos quadros, um que não parecesse tão intimidador, qual era a direção da cozinha.

Para seu espanto a indicação estava correta. Harry chegou a uma porta de madeira escura, alta e larga. A maçaneta tinha a forma de duas cobras com olhos de esmeralda. Abriu devagar.

Draco estava sentado em uma mesa no centro da cozinha Havia apenas uma vela acessa na mesa, dando um aspecto bruxuleante ao rapaz, que segurava um copo de leite intocado na mão.

— Não esperava vê-lo aqui. — Disse ao pousar seus olhos no moreno.

— Não consigo dormir. — Harry se sentou na frente de Draco.

— Nem eu. — Disse seco. – Estive procurando por possíveis pistas do paradeiro do meu pai na biblioteca a noite toda. Não encontrei nada.

— Faz idéia de como seu pai escapou? Foi uma fuga impressionante.

— Não faço a menor idéia. — Draco levou uma mão até sua testa. — Não faz sentido... ele estava doente, estava pra morrer. Eu mesmo vi.

Uma coruja entrou na cozinha pela janela entreaberta, chamando a atenção dos dois garotos. Era negra, pequena e trazia um pequeno pergaminho em sua pata.

A coruja pousou na mesa em frente a Draco, estendendo a pata. Harry olhou para o loiro, que retribuiu o olhar curioso.

— Harry... — disse rouco. — A carta é do meu pai...

Continua...


N/A:

Demorei, admito, e isso não tem perdão, mas devo ressaltar que a fic nunca será abandonada, eu postarei mais dia ou menos dias, quanto a isso não se preocupem! Pra me redimir dos meus pecados, postei duas fics novas, uma ficlet chamada "Rabiscos" DG, e uma H/D Oneshot chamada "Indifereça", espero que gostem.