Lírio Branco Selvagem
Arthemisys & Juli.chan
Quinto capítulo
Kagaho vislumbrou a imensa ave de fogo se aproximar a uma velocidade inimaginável. Sim, quem armou aquela armadilha foi alguém bastante astuto, mas esse não era o momento apropriado para fazer conjecturas. Precisava agir e logo.
Ikki viu seu golpe atingir o inimigo em cheio e o transformá-lo em uma imensa bola de fogo que cambaleava, como se pedisse ajuda. Sinceramente, não imaginava que abateria um servo de Hades com tamanha facilidade, mas se o tal Kagaho apenas sabia ladrar, problema dele. Agora, os olhos de Fênix miravam a região onde se originou aquele golpe covarde. Se haviam outros com aquele espectro, Ikki daria um fim naquela conspiração.
- Para onde pensa que vai?
O japonês não deixou de rir ao ouvir a voz austera que se fez por detrás dele.
- Então você não morreu? – indagou, sem se virar. - Que alívio... Já estava me sentindo solitário demais.
- Se quiser me derrotar, precisará primeiro terminar de criar sua ave que por sinal, mal sabe voar.
O cavaleiro mal teve tempo de mover os lábios em resposta, pois percebeu que tudo ao seu redor ficou especialmente iluminado. Era como se em questão de segundos, o Sol tivesse atingido o seu ápice. Nesse exato momento, sentiu que a leve brisa noturna cedeu lugar a várias correntes de vento, onde o ar quente parecia que iria varrer todo aquele lugar, deixando apenas um deserto sem vida.
- Vendaval da Coroa Solar!!!
Instintivamente o cavaleiro de Fênix virou-se, pronto a rebater o golpe, mas seu corpo foi arremessado bosque adentro, debatendo-se contra muitas árvores. A medida que se afastava de Kagaho, Ikki pôde perceber que a súplice do espectro possuía vastas asas que pareciam alcançar vôo.
- Benu... – balbuciou, quando sua viagem deu-se fim no instante que seu corpo era recebido pelo solo lamacento.
- Benu é a ave que nasceu no auspício solar egípcio e que durante toda a sua existência, brindou os faraós com a sua mística proteção. – o espectro falava, caminhando vagarosamente até Ikki. – Portanto, eu sou o encarregado de proteger o imperador Hades, bem como toda a sua descendência e desejo que saiba que meus punhos nunca estiveram voltados contra a sua deusa.
- Todo esse papo furado que está me contando é para eu rir? – Ikki indagou sarcasticamente, enquanto se levantava e limpava o canto da boca ensangüentada. – Há um comparsa seu aqui e ele tentou me matar. Como irei então acreditar nas balelas de um puxa-saco de Hades?
- Acredite no que quiser e faça o que achar mais apropriado. - O espectro deu de ombros. – Mas se quiser revidar, estarei à disposição em outra ocasião mais oportuna.
Não deixou de ouvir uma gargalhada vinda do oponente.
- Acho que não haverá outra ocasião... Não para você.
Kagaho também riu das palavras de Ikki e elevando mais uma vez seu cosmo, fez com que o astro solar se fizesse presente mais uma vez, ofuscando a visão de Ikki que logo em seguida, percebeu não haver mais nenhum sinal de Benu, bem como do estranho que o havia atacado.
Não muito longe do local do embate que travou, o espectro constatou que o aviso de Ikki fazia sentido quando sentiu o sangue subir por sua garganta, instaurando-se em sua boca. Pensava ter saído daquele golpe sem seqüelas, mas notou que se precipitara. Precisou se ajoelhar e respirar continuamente para que a hemorragia não crescesse.
- Hum... Até que o moleque não é nada mal. – disse a si mesmo, mas teve que voltar sua atenção para o firmamento incrustado de estrelas. – Aquele cosmo... preciso ficar bastante atento!
...x...x...x...
Era alta madrugada, no coliseu e ele a estava esperando pacientemente há horas. Sorriu, olhando as estrelas. Não tinha jeito mesmo, sempre apreciou as mulheres com personalidade forte. As damas ditas indefesas nunca foram atraentes aos seus olhos. Por isso, a amazona de Athena chamou-lhe a atenção no primeiro instante que a viu.
Forte. Determinada. Geniosa.
Agora só precisava provar a sua teoria que por debaixo da fria máscara de prata havia um belo rosto a ser apreciado, e lábios tentadores e doces a serem provados. Acis sorriu. Vir ao Santuário estava se tornando uma idéia boa afinal.
Ouviu passos apressados em sua direção, ergueu o olhar e a viu chegando. Sorriu de lado. Aquela noite prometia.
- Achei que não viria mais, Shina. - ele provocou.
- Moleque! Vou fazer com que engula suas palavras atrevidas!
- Meu nome é Acis. - ele curvou-se, cumprimentando-a. - Acho que se vamos lutar, devemos nos chamar pelo nome, não?
- Hunf! Pare de dizer asneiras e me enfrente! - Shina se posiciona para lutar, mostrando as garras.
- É muito apressada! - sorri. - Talvez porque queira vir para os meus braços logo.
- O quê? - Shina sentiu o sangue ferver.
- Lembre-se...Se me vencer, poderá fazer o que quiser comigo, até mesmo me matar. Mas se eu vencer... - sorri malicioso.
- Vai morrer! - Shina avança contra Acis e salta. - VENHA COBRA!!!
"Ela é rápida... Mas eu sou mais rápido!"
Acis desvia do primeiro ataque de Shina, sempre mantendo o sorriso nos lábios bem feitos. A amazona o ataca repetidas vezes com as garras, tentando atingi-lo, e o espectro sempre desviando-se com tranqüilidade.
- Fica parado! - grita Shina.
- Isso seria ilógico! Porque se eu parasse, você me mataria. - sorri.
Shina solta uma imprecação, tentando acertar o rapaz com um chute. Ele salta, ficando atrás da amazona. Com um rápido movimento, ele a imobiliza pelos braços.
- Seu perfume é de lavanda? - ele suspira. - Adorei.
- Me solta! Vou matá-lo por isso!
- Ah, veio lutar comigo e se perfumou para a ocasião? - irônico.
- Não seja ridículo! - protestou.
- Creio que devo finalizar esta luta.
Acis com um rápido movimento joga Shina ao chão. O impacto tira todo o ar dos pulmões da amazona. Quando se recupera, vê o "aprendiz" sobre ela, imobilizando-a com o peso de seu corpo e o seu punho fechado direcionado a seu rosto. O punho pára a milímetros da ponta de seu nariz.
- Eu venci. - ele disse vitorioso.
- Não venceu nada! Nem sequer me atingiu com algum golpe!
- Não ousaria ferir alguém com um corpo tão belo quanto o seu. - Shina fica corada por detrás da máscara. Fica mais vermelha ainda ao sentir que ele tocava em sua máscara. - Agora...Que beleza que se iguala às deusas se esconde por detrás desta máscara sem graça? Acho que Athena as obriga a usar isso para que não haja concorrência a sua beleza.
- Não ouse!
- Eu venci. Quero meu prêmio. E tudo o que quero...É ver seu rosto.
Acis ia retirar a máscara, viu parte da pele alva do rosto de Shina e seus lábios entreabertos, mas hesitou ao sentir algo no ar. Parou o que fazia e se ergueu rapidamente.
- Este cosmo...O que ele faz aqui? Não está sozinho... - pensa alto.
- Do que está falando? - Shina fica em alerta, também sentindo algo errado.
- Er...Nada. - sorriso sem graça, e recua quando a amazona lhe aponta o dedo acusadoramente em sua face.
- Quero respostas! Você não é um simples aprendiz! Ninguém de nível baixo não me derrotaria tão facilmente. Arrisco-me a dizer que tem o cosmo de um cavaleiro de ouro! Vamos, desembucha! Quem é você realmente e que cosmo sinistro é este que eu sinto?
- Eu? Bem...Eu... - a amazona o encara com as mãos na cintura. - Bem, eu...Sabe...É uma longa história.
Foi quando naquele instante ouviram uivos de lobos. O lamento das criaturas parecia vir de todos os lados, ao redor deles, juntamente com um cosmo imerso em ira.
- Que cosmo é este? - indagou Shina, em alerta. - E praticamente no Santuário!
- Parece o cosmo de...Um deus. - respondeu Acis. - Cuidado!
Lobos negros, centenas deles, assustadoramente enormes, avançam devagar saindo das sombras, fitando Acis e Shina com os olhos rubros, sedentos por sangue. Acis olha para os lados, procurando uma saída, já que se via cercado pelas feras, quando avistou alguém conhecido.
- O quê? - ele se espanta. - Cicno?
Cicno sorri, e nada responde. Dá as costas a Acis e Shina e ergue a mão fechando-a. No momento seguinte as feras saltam sobre os dois.
...x...x...x...
Heitor andava a esmo pelas trilhas que levavam ao Santuário. Já havia retirado o paletó e o carregava sobre o ombro, a mão livre no bolso da calça. Tudo o que queria era esquecer aquela cena, esquecer esta noite maldita.
Foi quando sons de violões e risadas ao longe chegaram aos seus ouvidos. Caminhou na direção deles e notou que havia chegado na vila nos arredores do Santuário. Rodório.
Os moradores haviam se reunido em uma das praças, onde haviam bandeiras coloridas e muitas tochas para iluminar o local. Notou que entre os moradores havia servos e soldados do Santuário, aproveitando a noite de folga. As pessoas estavam dançando e bebendo. Havia mesas com muitas guloseimas tradicionais. Isso tudo o lembrava de seu antigo lar.
Um senhor com as faces vermelhas pela ação da bebida lhe entregou um caneco cheio de vinho e se afastou rindo e chamando alguns amigos. Heitor provou da bebida, pois sentia sede. O líquido parecia revigorá-lo.
Pousou o caneco sobre uma mesa, e o encheram novamente, incentivando-o a acompanhá-los na bebida. Motivado, aceitou de bom grado. Uma bela mulher, de cabelos dourados dançava acompanhando o ritmo dos músicos, e o olhava com grande interesse. Heitor desviou o olhar, continuando a beber.
Cinco canecos depois e já começava a sentir os efeitos da bebida, começou a olhar a moça loira de outra maneira. Ela se aproximou com um jarro de vinho, enchendo o cálice que Heitor trazia em mãos.
- Você não é daqui. - ela disse.
Heitor bebeu um grande gole, antes de responder:
- Vim de muito longe.
- E o que faz aqui? Neste fim de mundo?
Heitor pensou antes de voltar a responder:
- Sou um guerreiro que serve a um deus. - sorriu, bebendo o restante do vinho.
A mulher sorriu. Um dos cavaleiros da deusa com certeza. Voltou a encher a caneca que se encontrava vazia, incentivando-o a beber mais. Após algum tempo depois, Heitor já estava completamente embriagado. Abraçou a mulher pela cintura, a bebida impulsionava sua luxúria. E a mulher correspondeu ao o que ele queria.
Abraçados, se afastaram do local da festa.
...x...x...x...
Na manhã seguinte, a singular hóspede de Athena acordou bem antes do previsto. Suas expectativas em relação à noite anterior foram totalmente superadas.
"Tirando o pequeno contratempo que teve, tudo ocorreu muito bem." – a deusa pensou, enquanto sorria – "Mas aonde o Heitor foi parar?"
Nesse momento, viu em cima de uma mesa um embrulho bem feito e chegou à conclusão que seu amigo deveria ler um bom livro.
Após algum tempo...
A mão da princesa hesitou um instante, mas logo em seguida a dúvida cedeu lugar e pode-se ouvir discretas batidas na porta. Esperou, mas não escutou nenhum movimento dentro do casebre. Foi então que percebeu que a porta não estava trancada e sim, apenas encostada.
"E se eu entrar..." – pensou, enquanto afastava a porta com um esmerado cuidado.
Percebeu que diferentemente de seus aposentos no décimo terceiro templo, a habitação temporária de Heitor era pobremente mobiliada e rústica em todo o sentido da palavra. No que parecia ser a sala, apenas uma mesa e duas cadeiras de madeira estavam dispostas no meio do ambiente que aparentemente tinha o mesmo estado de espírito de toda a casa: vazia.
Mas ela sentia que Heitor estava ali. Mesmo que o silêncio permanecesse em toda a sua inércia, Ephemeron sentia o cosmo tranqüilo se seu amigo e este resquício de vida parecia sair do outro cômodo da casa. Deu um passo, mas parou ao pensar se seria adequado invadir ainda mais a privacidade do guerreiro. Foi quando percebeu que em cima de uma das cadeiras, uma túnica feminina de cor lilás e bordado com fios dourados repousava. Ao tocar a peça de roupa, sentiu a maciez do tecido misturada a uma doce fragrância feminina.
- Ele não está sozinho... – Balbuciou com um olhar completamente perdido. Assim, colocou o pacote que trazia consigo na mesa e dando meia-volta se dirigiu até a saída daquela residência.
A cada passo que dava, Ephemeron sentia seu estômago revirar e os lábios secarem. E ainda tinha a dor que sentia em seu coração.
"Ele não estava sozinho..." – esse pensamento fazia com que seu coração doesse um pouco mais. Decidiu não olhar para trás. Não queria que essa dor se transformasse em lágrimas.
Era estranho pensar que Heitor não estaria sozinho e mais estranha ainda, era a sensação de que havia sido... Traída.
...x...x...x...
Já havia se acostumado com o cheiro almiscarado da mulher nua ainda deitada sobre seu corpo entorpecido pela ação do vinho e do prazer saciado... Sim, o prazer. Aquela estranha que não lhe dissera ao menos o seu nome conseguiu arrancar com violência, seu corpo do mundo dos homens e o elevou até as mansões da deusa da luxúria. Mas ao começar a tomar consciência de que voltara mais uma vez ao mundo dos vivos, Heitor percebeu que aquela noite, mesmo que se repetissem todas as noites, jamais iria ofuscar aquela que os seus olhos temiam ver e que seu coração já havia se dado como vencido.
Amor...
- Ephemeron... – murmurou, ainda de olhos fechados, como se sentisse que a deusa estivesse na sua frente.
- Heitor...
A voz trêmula e tão real quanto o gosto rançoso de vinho fez com que Heitor abrisse as pálpebras, percebendo então que não eram os seus sonhos, os autores de tamanha ilusão.
- Princesa! – a voz grave retumbou por todo o recinto, fazendo com que sua companheira de cama também acordasse e puxando o lençol para si, escondeu uma parcela do corpo desnudo.
- O que aconteceu? – a mulher indagava assustada.
Sem responder, o espectro enrolou-se rapidamente com o lençol e saindo do quarto, encontrou o resto da casa vazia.
"Ela não está aqui. Mas a presença dela foi algo tão real..."
Foi então que viu um objeto na mesa. Ao retirar o papel dourado que o escondia, percebeu ser aquilo um livro.
- Romeo x Juliet... – Balbuciou o título da obra. Virou a capa e encontrou um oferecimento escrito a bico de pena, letra miúda e bem cuidada.
"Não sei que palavras usar para lhe oferecer esta bela estória. Mas uma vez, minha mãe disse-me algo que nunca me esqueci e quero repeti-la para que não esqueças também: O amor nos dá a força necessária para realizar o impossível."
Ao abrir em uma página a esmo, encontrou a seguinte citação:
Moribundo se encontra o antigo afeto, querendo o novo amor ser seu herdeiro; da beldade fatal o externo aspecto frente a Julieta é monstro verdadeiro.
Ama Romeu, sendo também amado.
Cada um nos olhos do outro acha feitiço; queixa-se ele do inimigo proclamado; na mais pungente dor cria ela viço.
Sendo inimigo, acesso junto dela não obtém ele para suas juras; nem ela sabe, como, com cautela, lhe poderá dizer palavras puras.
Mas o amor, em tamanha extremidade, sabe fazer da dor felicidade.
A mulher saiu do quarto e encontrou seu amante completamente estático, tais quais as estátuas que guarneciam a trilha que levava ao templo de Athena. Mais uma vez, reparou o quanto seu companheiro era belo... E o quanto parecia estar triste.
- É por uma mulher que sofres? – ela questionou se aproximando de Heitor que finalmente fechou o livro.
- Antes fosse uma mulher... Antes fosse por alguém que pudesse dividir comigo, o fim que é comum a todos os humanos. – e virando-se para ela. – Gostaria de agradecer sua companhia por esta noite.
- Se um dia se apaixonar por uma mulher, faço votos à Afrodite que a escolhida seja eu. – respondeu com calma, sem nenhum sinal de ciúmes ou ressentimento. – Mas te aconselho a se declarares o mais depressa possível para essa pessoa antes que o fogo do amor destrua teu coração e tua vida.
...x...x...x...
Em outro ponto do Santuário. Atalanta aproveitava que o dia mal amanhecera, e que haveriam poucas pessoas por perto, para praticar com o arco. Procurou um local um pouco afastado das doze casas para treinar.
Já estava há uma hora neste esporte, o olhar mirava o alvo improvisado, quando ouviu uma voz masculina, distraindo-a e fazendo com a flecha passasse longe do alvo.
- Abaixe mais o cotovelo. - dizia a voz.
Atalanta reconheceu a voz do Cavaleiro de Sagitário e ergueu uma sobrancelha ao vê-lo se aproximar, usando roupas simples de treinamento.
- Eu sei usar o arco e a flecha.
- Não duvido. Mas...Tente abaixar o cotovelo no próximo disparo. - ele sorriu.
- A própria deusa Ártemis quem me ensinou a usar esta arma! - retrucou a jovem.
- Shaka me disse que você era a lendária caçadora Atalanta. - disse Aioros, tirando do ombro um arco simples e a aljava com flechas.
- Sim. - respondeu friamente, se preparando para atirar de novo, e ela abaixou o cotovelo, fazendo Aioros sorrir discretamente. - O que faz aqui?
- Sempre venho aqui para praticar.-ele respondeu, também se armando.
Atalanta atira a flecha, um instante seguinte Aioros também. As flechas ficam lado a lado no alvo.
- Muito bom! - ele sorri.
- Quer fazer alguma aposta? - ela pergunta, também sorrindo.
- Claro. - ele se prepara, e ela também. - Quem perder, faz o almoço do outro.
- Concordo. Mas aviso que não sei cozinhar. – a jovem diz, levantando o arco com a flecha em riste.
- Eu me arrisco.
Atalanta sorriu e lançou uma seta. Aioros apontou para o alvo e disparou. Sua flecha atingiu a de Atalanta, partindo-a perfeitamente ao meio. A espectra abriu a boca com espanto, não acreditando no que via e olhou para Aioros, que encolheu os ombros ao dizer:
- Gosto de carne bem passada.
Ela ia retrucar, talvez dizer alguma palavra ofensiva, mas o semblante sério de Aioros a fez olhar na mesma direção que ele, onde avistaram Shina se aproximando, com a roupa rasgada e algumas escoriações. Ao seu lado estava Acis, com um ferimento em seu braço, na qual tentava impedir a hemorragia segurando firmemente sobre o tecido amarelo envolta dele.
- Acis! - Atalanta larga o arco e corre na direção do amigo. - O que houve?
- Cadê o Heitor e os outros? - perguntou o rapaz imediatamente.
- Eu não sei. Talvez dormindo ou treinando por aí.
- Quem os atacou? - Aioros perguntou sério para Shina.
- Longa história. - respondeu a amazona. - Ele precisa que cuidem do ferimento em seu braço. Está sangrando muito!
- Cicno tentou nos matar! - respondeu Acis sério.
...x...x...x...
Menthe saiu apressada da casa onde estava hospedada com sua senhora. Maldiçoou-se por ter sido negligente e ter deixado que a princesa saísse sozinha por aí, em uma terra estranha!
-Se o Mestre souber, serei mandada para a oitava prisão! - exclamou aflita, correndo e descendo as escadarias. - Oh, Grande Hades...Por que sua filha tem que ser tão impulsiva?
Chegava a Casa de Câncer, sem sequer se lembrar de quem ali residia. Ao entrar por um dos seus corredores, teve seus passos apressados interrompidos pelo guardião deste lugar, que a olhava sério. Ele logo sorriu ao reconhecer a dama de companhia de Ephemeron.
- Ora, ora...Veja quem ousou invadir a Casa de Câncer? - falou com deboche, cruzando os braços.
- Não tenho tempo para as suas palavras irritantes, cavaleiro. - ela fez menção de passar por ele, mas o canceriano pareceu irredutível em sua postura de não permitir que ela fosse adiante. - Não tenho tempo!
- Nunca lhe contaram que só pode passar por aqui quem eu permitir? - perguntou, ignorando o comentário anterior dela. - Aqueles que tentaram passar, tiveram um fim terrível e merecido.
- Sua senhora me deu passagem livre por entre as Casas! - ela alegou indignada.
- Ela manda lá fora. Aqui mando eu. - afirmou, com o dedo indicador apontado para o chão da casa, e em seguida levou o dedo para o lábio, em uma atitude reflexiva.- Que castigo lhe devo impor? Bem, ele será agravado pelo modo arrogante com que tem agido desde que chegou...Menthe.
- Esta é a coisa mais ridícula que eu já ouvi! - colocando as mãos na cintura, indignada ainda mais. - Saia da minha frente seu siri fanfarrão!
- Ah, mais um ato que merece ser castigado.
- Escuta aqui...
Ergueu o dedo para ele, para proferir impropérios, quando foi calada subitamente pelo cavaleiro, que a puxou pelo braço, prendendo-a entre os braços fortes e pressionando o corpo delgado da ninfa contra o seu.
- Escutar o quê?
Menthe engasgou. Pela primeira vez em anos não sabia o que responder.
- Que milagre! Ver-te assim... Sem palavras por estar comigo. - sorriu malicioso, o rosto se aproximando cada vez mais do dela. - Costumo causar isso nas mulheres.
- Talvez seja por causa do bafo da pizza de pepperoni que comeu ontem! - ela tentou empurrá-lo, e Máscara da Morte deu uma gargalhada.
- Adoro isso em você Menthe. Fala o que quer...Luta até o fim...Cabelos perfumados...Boca gostosa de ser beijada.
- Você nunca me beij... - foi calada novamente, desta vez pelos lábios do cavaleiro que se apossaram do dela em um beijo exigente.
Menthe o esmurrava, tentava empurrá-lo em vão. Ele não cedia um milímetro sequer, ao contrário, intensificou o beijo, invadindo a boca dela com sua língua, explorando-a, saboreando-a. Não demorou muito para que a jovem correspondesse ao beijo, enlaçando-o pelo pescoço e se entregando totalmente a ele.
...x...x...x...
Em outro ponto, distante do Santuário.
Um homem jovem caminhava por meio de trilhas antigas que levavam até às ruínas de um templo abandonado. O rapaz olhou para o local e logo percebeu que não estava sozinho.
- Discrição nunca foi seu forte, não é? - a voz era feminina, mas que denotava impaciência.
Uma mulher de cabelos negros, lisos que chegam até os ombros apareceu. Ela vestia uma armadura que lembrava as usadas por amazonas lendárias, escarlate e negra. Os olhos rubis dardejavam ao fitar o rapaz.
- Ele sempre gostou do meu jeito impulsivo de ser...Tia. - e riu ao perceber que o cosmo da mulher elevou-se de raiva.
- Não tenho parentesco com um bastardo que carrega o sangue de uma vadia mortal! - a mulher ergueu a mão, pronta para desferir um golpe contra ele.
Mas uma voz forte e grave a impediu.
- Basta Enio! - ordenou e a mulher obedeceu imediatamente. - Pode ser minha irmã e companheira de batalhas, mas não se esqueça de que ele é meu sangue!
- Um bastardo! - disse a mulher, cuspindo as palavras com escárnio.
- Cicno é meu filho! - a voz proferiu as palavras com autoridade.
- Ela está furiosa por eu ter finalmente me libertado de Hades, meu pai. - o ex-espectro se ajoelha diante do homem, oculto nas sombras.
- Não era digno de você servir a Hades. - ele riu.
- Foi imprudente! - ralhou Enio. - Se não permitisse que o vissem. Se não atacasse o espectro, teríamos um aliado entre nossos inimigos! Tirou um trunfo de nossas mãos!
- Basta, Guerra! - outra voz se fez presente. - Não precisamos de trunfo para nos vingar. Não quando tem ao seu lado o Terror e o Medo, como aliados.
- Phobos e Deimos! - a mulher fitou os recém chegados. Ambos usavam túnicas negras.
O chamado Phobo ostentava cabelos negros, presos por um longo rabo de cavalo, olhos escarlates fitavam os presentes. Ao seu lado, seu inseparável irmão Deimos, cujos cabelos ruivos, longos e rebeldes se moviam à brisa da manhã. Os olhos eram totalmente negros, como obsidianas, e pareciam não refletir sua alma...Talvez não a tivesse.
- Finalmente reunidos! - dizia Deimos, entusiasmado.
- Vingança. - sorriu Enio. - Contra as vadias responsáveis por anos de humilhação...
- E dor. - completou Phobos. - Vingaremos a nossa mãe, irmão. Tirando do responsável por sua morte o que ele mais ama.
- E honrar a mim com o corpo sem vida de Atena...E Ephemeron.
Dizia o homem oculto pelas sombras, que saiu desta, se revelando. Um cosmo sombrio o envolvia e parecia que os céus respondiam a ele, tornando-se nublado, precedendo uma tempestade.
Uma armadura que lembrava um dragão vermelho. Espada ao lado, onde apoiava a mão. Uma enorme cabeleira ruiva, longa e lisa que chegava a cintura balançou com a súbita mudança de tempo, ao sabor do vento. Um raio cortou os céus, revelando um sorriso sardônico e um olhar frio, refletido nos orbes cor de topázio.
Lobos surgiram de todos os lados. Alguns uivavam, outros mostravam os caninos ameaçadores, salivando. Cicno sorriu. O homem crava sua espada no chão.
- Assim diz Ares, deus da Guerra.
Continua...
Narcie: AAAAAAAIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!!!! - grita escandalosamente.
Julie: Nossa! Tudo isso é medo do Ares?
Arthemisys: Ou é a tensão pelo o que virá?
Narcie: Não bobas! Estou gritando extasiado pela chegada dos bofes novos! AAAAAAAAAAAAAAAAIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!!! QUE É QUE É ISSO MINHA SANTA HERA!
DEIMOS! HÁ! HÁ! HÁ! \o\
PHOBOS! HEI! HEI! HEI/o/
Arthemisyse Julie:...
Narcie: DEIMOS! HÁ! HÁ! HÁ! \o\
PHOBOS! HEI! HEI! HEI/o/
Julie: Vamos responder aos comentários?
Arthemisys: É, acho bom. ú.u
Julie: Vamos começar pela Kagome-chan LP! O Acis adoraria ser levado por você para uma ilha deserta. Quanto ao Heitor, não se preocupe, eu não vou deixar a Themys matar ele... Não é querida? ¬¬
Themys: ú.u Próximo! o/
Julie: Pandora... Você também escreveu uma fic dos espectros? Cadê o link para a gente ler! Mas me conta: matou a sua curiosidade em relação ao Ikki? Ele é tudo de bom não é? -
Themys: ¬¬ Hei! Eu estou aqui! ú.u/
Narcie: o.õ Ciumenta essa menina!
Julie: u.u
Themys: Eos e Dama 9, obrigada pelos elogios! D É bom saber que a fanfic está agradando! . Espero que este e os próximos capítulos possam ser ainda melhores, para vocês!
Narcie: Medeiaaaaaaaaaaaa!!!!!!!! Menina, que comentário! - Você gosta das notas finais? Eu também! - Ah, e eu também estou torcendo moooiiitttooo para o lindo do Heitorzinho! - Ele fica tão lindo com a princesa, não é? - Aliás, aquele homem é como pretinho básico: combina com tudo! Ai, ai! Me abanem meninas! Cadê meu sais, minha Santa Hera!?
Themyse Julie: o.õ
e nesse momento, eis que surge uma voz vinda do além
Ai, ai...
Julie: Acis?
Themys: o.o'
Acis: Sim... E todo quebrado por culpa de vocês! Ò.ó
Themys: Hei! A culpa foi do Cicno, nem vem que não tem jacaré!
Acis: E quem é que criou o dito cujo?!
Themys: Julie! o.o
Julie: assobiando
Narcie: Podemos continuar a responder os comentários? ¬¬
Acis: Vamos ver... Chiisana, minha cara... Como assim não iria ler a fic porque era com o povo de Hades? - se aproximando com moleta, mas cheio de charme – Gostaria de comprovar pessoalmente que sua opinião está redondamente errada?
Narcie: Cici... ¬¬ Bom, 'xá pra lá! Sayaka, o Heitor ainda vai sofrer mais um cadinho, mas eu prometo cuidar dos ferimentos dele, um por um! -
Julie: OMG!
Themys: Lana-chan, eis a continuação que você pediu! \o/ E Dani, obrigada pelo comentário! Esquecemos de alguém? O.õ
Acis: Ai, ai...
Julie: Deixa de gemer, criatura!
Acis: Não é você que está toda ferrada, não é mesmo, minha donzela dos cabelos de fogo?
Narcie: Uia, agora você ta filosofando, Cici?
Acis: Sabe como é, andei pegando aquele livro que a princesa deu para o Heitor e até que tem umas poesias legais. Gostaria que eu recitasse o êxtase do amor para você, minha linda Themys?
Themys: o.õ Acho que bateram na sua cabeça mais do que deveriam. XD
Acis: ú.u Criança insensível!
Julie: Bom, agora... Tchau!
Themys: o/
Narcie: Tchau meninos e meninas do meu coração!!! -
Acis: Ai...