CAPÍTULO DEZ – EPÍLOGO

(SETE MESES DEPOIS DO EPISÓDIO DA RUA ALTE HAUSER)

EU não estava feliz. Não era bem essa palavra. É aquela sensação que se tem quando sabemos que vamos perder uma coisa muito boa. Sete dos meus dezessete anos foram vividos ali dentro daquelas paredes de pedra, nos jardins (estivessem estes ensolarados ou nevados) e entre as árvores da Floresta Proibida. Meus únicos amigos de verdade, as melhores pessoas que conheço, a mulher com quem quero passar o resto da vida, conheci naquela escola. Tudo que sei sobre magia aprendi com esses professores (bem, o que sei de Defesa Contra as Artes das Trevas aprendi com esse e com os outros seis que vieram antes dele).

Tive a oportunidade de conhecer Dumbledore, considerado por muitos - e inclusive por mim - o maior bruxo de nossos tempos, e ouvir umas piadas muito boas que ele contava quando a gente estava no escritório dele, em situação de quase sermos expulsos.

Senti que Sirius e Remo compartilhavam do mesmo sentimento comigo. Olhavam para os lados e para o teto do salão, gravando na memória o último café da manhã no castelo. Este lugar também tinha sido muito importante para os dois.

Aluado, as mãos entrelaçadas com a Clío, deveria estar lembrando de quando entrou no colégio e pela primeira vez, teve amigos. Do quanto à dor de suas transformações diminuiu quando conseguimos nos transformar em animagos e tornar noites antes horríveis em aventuras. Coitado, teve que ser negligente com os deveres de monitor (argh!) por nossa causa. Levando em algumas situações a culpa de brincadeiras minhas apenas por estar perto tentando me impedir. Sempre sensível aos menores problemas, nunca precisou de Legilimência para perceber quando tentávamos lhe esconder algo. Embora estivesse sempre com várias preocupações, tentava ajudar quem precisasse de ajuda, mesmo pessoas que não fossem próximas. Anos tentando pôr juízo em nossas cabeças, e no final até que ele conseguiu. Não no sentido de deixarmos de nos divertir, mas sei lá, acho que se não fosse pelo Aluado minha idade mental ainda seria de 12 anos (não que ter 12 anos seja ruim, mas eu tenho dezessete, né?). E sou muito grato a ele por isso.

Almofadinhas, sentado de frente para Camila (sim, ela tinha cedido aos encantos dele! E parece que ele também cedeu aos dela, definitivamente), olhava para uma janela quebrada com um sorrisinho no rosto. Eu lembro de quando estávamos no primeiro ano, saíamos escondidos de noite para jogar quadribol. Pegávamos umas vassouras do colégio e a caixa de bolas no vestiário (já sabíamos como abrir uma porta com magia). Ninguém nunca desconfiou, até que numa dessas Sirius rebateu um balaço com uma mira tão ruim que este acabou acertando a janela, que ninguém consertou até hoje. Filch nos odiou mais do que odeia Pirraça naquela noite. Sem falar que o colégio para ele era como um porto seguro. Gratificante é passar a vida com os Black e de repente ter liberdade para fazer o que quiser sem ninguém para falar que "não é digno de alguém de uma família como a nossa". E, como o próprio diz sempre, aqui encontrou uma família de verdade, que se importa com ele pelo que é, não por quanta honra ou glória pode trazer para casa.

Vai ser duro acordar cedo daqui em diante e não poder conspirar com o próximo que acordasse para pintar a cara do mais dorminhoco do dormitório com pasta de dente. Quase tanto quanto não levantar com o rosto cheirando a menta de vez em quando...

'- Tiago? Você tá legal?- Lily perguntou passando a mão em frente ao meu rosto.

'- Ah.- levei um susto.- Estou... só pensando.

'- Vai, não é tão ruim. Todo fim é um novo começo!- disse sorrindo.

'- Frases de efeito.- falei revirando os olhos.- Não sei como você consegue me fazer sentir melhor com essas besteiras.

'- Eu sou demais mesmo.- ela me imitou.

'- Lílian Evans, pare de ser tão prepotente e pretensiosa!- dei o troco.

'- Ei! Não seja tão igual!- me deu um empurrãozinho.

Dumbledore levantou e todos se calaram. Era a última vez que eu via esse fenômeno. Como alguém pode impor tanto respeito apenas com o gesto de se levantar?

'- O café da manhã será retirado daqui a cinco minutos. Por favor, os que já acabaram encaminhem-se para o Expresso.

Os três casais, nós, levantamos e fomos logo para o trem, pegar uma cabine vazia. Não sei onde Pedrinho se meteu, mas conosco ele não viajou. Será que ele adormeceu no castelo e agora vai ter que ficar lá até o começo das aulas do ano que vem? Vejamos o lado bom: os elfos domésticos iriam adorar ter pra quem cozinhar nas férias.

A viagem para casa foi pontuada por muitas risadas nostálgicas.

'- E daquela vez que eu e o Pontas deixamos o cabelo do Ranhoso roxo e black power?- Sirius contava em meio a gargalhadas.

'- E a professora McGonagall me deixou na detenção junto com vocês só por estar no mesmo corredor e não fazer nada para impedir.- Aluado disse falsamente inocente. Inútil, todos ali já sabiam que ele não era o anjinho que aparentava ser.

'- Nós só lhe fizemos um favor, será que ninguém percebe? O black power roxo foi muito melhor do que aquela massa oleosa. Aposto minha vassoura como ele até se sentiu bonito por um momento.

'- Eu acho que nunca ri tanto quanto da vez que alguém - Clío olhou para o namorado.- pendurou Narcisa Black no lustre do Salão de Entrada, sem varinha e sem voz. Aí o Pirraça chegou com vários balões cheios d'água...

'- Vocês lembram do quarto ano, quando a ruivinha acertou um livro na cabeça do Amos Diggory achando que era eu?- lembrei disso de repente quando ela me deu um tapa na mão que se dirigia ao cabelo.

'- Não sei como pude confundir os dois.- realmente, aquele Diggory era um tanto quanto sem jeito.- Amos é muito mais alto, forte e tem cachinhos lindos, não esse porco-espinho.- terminou mexendo no meu cabelo.

Incrível como todos riem em aprovação quando a minha namorada me desmerece. Fechei a cara e cruzei os braços, ficando de costas para ela como uma criança que faz birra.

Logo senti dois braços com mãos delicadas me abraçando por trás e um rosto se apoiando no meu ombro.

'- Oh, mas com isso tudo eu ainda prefiro você, meu amor, porque eu te amo mesmo magricela, com esses óculos de fundo de garrafa e ataques de ciúmes infantis.

'- Pra quem nunca acreditou quando eu dizia que ela me amava secretamente aí está a prova.- eu disse amargamente enquanto os outros riam, apesar de estar muito feliz.

Adoro quando ela declara seu amor assim abertamente. Tudo bem, não foi uma declaração de amor convencional, cercada de elogios e etc, mas vindo dela, um "eu te amo" em voz alta é como um anúncio no jornal. Não estou dizendo que ela seja inexpressiva, sem sentimentos ou coisa parecida, só que é bem tímida, embora não demonstre. Tem vergonha de dizer em palavras como se sente.

Nossa, a gente sempre pensa que conhece tudo sobre as pessoas, e quando vê não estava nem perto disso.

Entre lanchinhos do carrinho de doces e risadas e lembranças e guerras de mochila e zoações e campeonatos de "qual casal consegue dar o beijo mais longo" (que a propósito eu e minha ruivinha ganhamos três vezes), chegamos a King's Cross. Lily largou minha mão antes de sair do trem.

Sarah Evans, Meg Potter (mamãe!) e Thomas Lupin conversavam alegremente e tiveram que interromper o assunto no meio para nos envergonhar publicamente um pouco, como todos os pais que se prezem fariam. Aluado apresentava timidamente Clío para seu pai sorridente. Sra. Evans comentava em voz alta como a filha estava bonita. Eu concordo. Minha mãe tentava bater um recorde, quebrando as costelas de duas pessoas (no caso eu e Almofadinhas) ao mesmo tempo. Ele foi se despedir da Camila com um beijo daqueles e quando voltou ganhou um olhar de orgulho da Dona Meg, junto com um "Se essa menina partir seu coração, me avise que eu mando meus contatos atrás dela". Aff, minha mãe e a história dos 'contatos'. Como se estivesse óbvio quem sairia de coração partido naquele namoro.

Nos misturamos entre os trouxas e seguimos com nossos malões para uma das lanchonetes de King's Cross. Nos sentamos à mesa com sete porções de fritas e refrigerantes.

'- Como foi o ano, meus queridos?- minha mãe iniciou a conversa.

'- Foi ótimo, Tia. Ganhamos o campeonato de Quadribol, duzentos pontos de diferença em cima da Sonserina, a partida durou duas horas e meia. O tempo estava ruim.

'- Estava chovendo? Você não ficou resfriado, querido?- me perguntou.

'- Fiquei, mas nada que atrapalhasse o proveito da festa.

'- E ganhamos o campeonato das Casas também, Tia.- Sirius continuou ignorando a preocupação da mamãe pelo meu resfriado.- Lily e Remo ganharam metade dos nossos pontos.

Sarah Evans e Thomas Lupin sorriram orgulhosos.

'- E isso porque vocês perderam metade do que nós conseguimos.- Lily olhou nos meus olhos. Por um momento minha audição foi involuntariamente desligada e meu campo de visão foi reduzido aos dois brilhos verdes na minha frente. E isso tudo durou apenas segundos. Desfizemos o contato visual abaixando a cabeça, corados. Por sorte ninguém percebeu, os outros já estavam ocupados com algum assunto.

Por sorte, sim, porque nenhum dos adultos ali sabia do nosso namoro. "É a sua tarefa contar pra eles no fim do ano", ela dissera quando confiscou a carta que eu ia mandar pra mamãe contando as novidades. Na época nem me preocupei, o fim do ano estava tão longe...

E agora ali estava eu, tentando achar uma brecha na conversa pra começar o assunto e contar a surpresa. "Faça do mesmo jeito que deu a noticia pra gente", Almofadinhas sugeriu. Não, obrigado, sou muito novo para morrer. A mãe da Lily é trouxa, e acho que os métodos de assassinato deles são muito dolorosos e lentos.

'- Aí os resultados do NIEM's chegam em setembro, junto com uma indicação de estágio.- Aluado contava para Sra. Evans.

'- E o que vocês querem fazer? Em que querem trabalhar?- ela perguntou com curiosidade.

'- Eu pretendo fazer um curso de especialização, para dar aulas, mas ainda não decidi qual matéria.

'- E vocês, meninos?

'- Auror.- respondemos juntos.

'- E o que um auror faz?

'- Luta contra as forças das trevas.- minha mãe respondeu, deixando a mulher ruiva horrorizada.

'- Mas isso não é... Perigoso?

'- Não, ultimamente os aurores só têm caçado alguns bruxos desequilibrados que insistem em se achar Senhores do Mal... Só é perigoso se algum mago realmente poderoso começar a tomar o poder, mas isso não acontece há quase cinqüenta anos.- a elocução da mamãe não pareceu aliviar a outra em relação às perspectivas do trabalho de auror. Na verdade pareceu assustá-la mais ainda.

'- E você, minha filha, o que vai fazer?

'- Vou ser curandeira. É como os nossos médicos.- mentira. O plano era falar pra Sra. Evans qualquer outra profissão que não fosse auror. Ela previra a reação da mãe ao trabalho de caçar o perigo, então preferiu mentir a deixá-la preocupada. Eu tentei convencê-la do contrário, mas a ruivinha não é muito sugestionável.

'- Que bom, querida, é uma bela profissão.- ela olhou amavelmente para a filha e depois franziu a testa, fixando um ponto abaixo do rosto dela.- O que é esse vermelho no seu pescoço? Um arranhão?

'- Não...- ela passou a mão no lugar em que havia uma marca vermelha e colocou uma mecha de cabelo na frente.- Deve ser uma picada de mosquito.

Enfiei quinze batatas na boca para não rir. O que eu posso fazer se ela tem o pescocinho mais irresistível do mundo? Imediatamente senti um chute na canela por debaixo da mesa. Tossi.

'- Tudo bem, Tiago?- Sr. Lupin se preocupou.

'- Tudo, eu só... Engasguei.

'- Por isso que eu digo mil vezes pra você não colocar tanta comida na boca, mas quem disse que você me escuta?- minha mãe tinha que dar uma de "eu avisei" nessa hora. Típico.

'- E que filho escuta os pais?- a mulher ruiva meneou a cabeça.- Me admira a Lily que sempre me contraria ter escolhido a mesma profissão que a minha. Pensei que ela seria uma inventora de coisas perigosas ou quem sabe até uma auror.- ela riu, mal sabendo dos planos da filha.

'- Mas, mãe, sempre tem algumas escolhas que deixam vocês felizes, certo?- perguntei tentando encaminhar o assunto para aquele ponto.

'- Ah, claro! Não pude ficar mais orgulhosa quando você escolheu ser da Grifinória.- ela se virou para explicar à mãe da Lily.- É a casa dos corajosos, de coração bom...

É, não foi bem esse o rumo que eu queria que a prosa tomasse.

'- Se bem, filho, que foi mais uma escolha involuntária... Bem, melhor assim...

'- Poxa, mãe, falando assim até dá pra pensar que eu não faço nada certo.- eu devo ser um péssimo filho mesmo.

'- Uma coisa é certa que ele sabe escolher: feijão. Depois de todas as vezes que tivemos que fazer isso como detenção, nenhum Potter nunca mais vai comer um único feijão podre.

A mesa explodiu em risadas.

Mandei um "Tinha que lembrar disso?" por olhar a ele, e tive como resposta um "Calma, agora eu vou ajudar".

'- Eu, por exemplo, Tia, escolhi uma menina linda pra namorar, você viu?- ele disse como uma criancinha que conta pra mãe que fez um trabalhinho na escola.

'- Vi, sim, querido, ela é muito bonita mesmo.- ela disse orgulhosa.- É grifinória também?

'- Não, corvinal. "A casa dos inteligentes".

'- E aquela loira que eu esqueci o nome, filho? É da onde?- Thomas Lupin perguntou.

'- É Clío, papai. Ela é da Corvinal também.

Senti minha chance pairar no ar diante do meu nariz. Decidi agarrá-la como se fosse o pomo de ouro da Final Mundial.

'- Elas podem ser da Corvinal, mas a minha namorada é a mais inteligente.

Três segundos de choque geral. Um sorriso de mamãe.

'- Mesmo?

'- Mesmo. É a mais bonita também.

'- Que gracinha meu irmãozinho apaixonado.- Almofadinhas se meteu, me apertando as bochechas e levando um tapa na mão.- Mas é como dizem, Tia, a beleza está nos olhos de quem vê.

'- É verdade, querido... E há quanto tempo vocês estão namorando, meu filho?

'- Sete meses amanhã.- sorri. Aposto que Lily achava que eu ia esquecer. Por falar nela, desde o começo desse assunto, suas preocupações estavam totalmente voltadas para sua porção de batatas fritas.

'- Espero que já tenha comprado algo pra dar pra moça...- era impressão minha ou ela estava demorando demais para me pedir para revelar a secreta identidade da minha namorada? Algo estranho.

'- Claro que já comprei, mãe!

'- Ah, que bom! Então suponho que seja coerente convidá-la para almoçar lá em casa amanhã. Assim ela conhece parte da família e vocês ficam lá até de noite, aí podem sair para comemorar os sete meses.

'- Sim, acho que ela adoraria.- senti um resignado pisão no pé. Isso queria dizer um misto de "Eu adoraria ir" e "Daqui a pouco vai me matar de vergonha". A ruivinha estava com o rosto corado quase dentro do prato de fritas.

Eu tinha até simulado a cena mentalmente a partir daí.

SIMULAÇÃO:

'- Então por que não pergunta a ela, mãe?

'- Como vou fazer isso se nem mesmo sei o seu nome?- ela perguntaria, confusa.

'- Pode chamá-la de Lílian Evans.

Ai eu sorriria, deixando a garota totalmente vermelha. Nossas mães se olhariam felizes e sorridentes e começariam a traçar planos para nosso futuro, e falar que achavam o filho/filha da outra perfeito para sua filha/filho, e viveríamos todos felizes para sempre.

FIM DA SIMULAÇÃO.

Mas minha construção minuciosa da cena foi por água abaixo quando Dona Meg virou-se para o lado e perguntou:

'- Que tal para você, Sarah? Vai deixar Lily ir lá, não vai?

Oi? Pára tudo, né? Desde quando minha mãe sabe Legilimência? Porque esse era o único jeito dela ter descoberto.

Não, havia uma falha na minha teoria. Sra. Evans também não parecia surpresa. E ela não poderia saber Legilimência, tampouco.

Lily olhava de boca aberta de uma mãe pra outra. Eu não deveria estar melhor do que ela.

'- Vocês... sabiam... como?- foi o que consegui dizer.

'- Claro que sabíamos, uma mãe sempre sabe o que acontece na vida dos filhos, quer eles contem quer não...- Sarah Evans terminou a frase censurando a filha com o olhar.

'- Como?- perguntei ainda abismado.

'- Ué, vocês não contaram, então alguém fez isso por vocês...- mamãe disse.

Não precisei pensar duas vezes antes de dirigir meu olhar mais mortífero que consegui para aquele pulguento, que bebia refrigerante olhando para o teto cinicamente.

EU NÃO ACREDITO QUE ELE FEZ ISSO, COMO ELE PÔDE DAR UMA NOTICIA DESSAS PRA MINHA MAE ANTES DE MIM MESMO E CONTRA A VONTADE DA LILY? E AINDA ESTRAGOU MINHA SIMULAÇÃO DE DESFECHO PERFEITO PARA ESSE EPISÓDIO! E EU AQUI ME ESFORÇANDO O TEMPO INTEIRO PARA ARRANJAR UMA MANEIRA DE CONTAR DIREITO E ELE JÁ TINHA CONTADO E NEM ME AVISOU!

Respira. Expira.

Pronto, o chilique mental já terminou. Acho que consegui passar a gravidade da situação para o Almofadinhas, vulgo Pulguento, por que ele pareceu diminuir a cada pensamento.

'- Não fique tristonho, meu amor.- minha mãe disse passando a mãe no meu cabelo.- Façamos assim então: eu finjo que não sei de nada e você me conta a novidade.

Ela olhou pra frente com uma cara forçada de "Eu não sei de nada".

'- Mãe.- falei arrastando a voz.

'- Sim, meu filhinho lindo, meu amor?- ela disse forçadamente falsa, sorrindo.

'- Eu e a Lily estamos namorando.- eu falei começando a achar graça.

'- Mas que notícia ótima, querido! Cuide muito bem dessa menina, porque se não eu mesma me encarregarei do seu castigo.- ela disse sorrindo ameaçadoramente alegre.

O grupo inteiro riu da encenação.

'- Mas você não respondeu, Sarah.- mamãe continuou, voltando ao normal.- Ela pode nos visitar amanhã?

A mulher ruiva olhou para a filha, que observava tudo muito quieta.

'- Você quer ir, querida?

'- Claro, mamãe.- ela sorriu largamente.

'- Então está combinado, Meg. Amanhã na hora do almoço a mando pela lareira daquele bar... qual é mesmo o nome?

'- Caldeirão Furado?

'- Isso, esse mesmo.

Ficamos assim até de noite. Eu, já com um peso a menos nos ombros, consegui me divertir bem mais.

Na hora de ir embora, levei Lily até lá fora para conversar direito.

'- Você quer mesmo ir amanhã? Se for se sentir desconfortável não tem problema, eu vou entender.

'- Tudo bem, Tiago. Eu vou sim. Vou ter que ir mais cedo ou mais tarde, certo?

'- Pode apostar que sim... E desculpe pelo que aconteceu, eu não fazia idéia de que o Sirius tinha contado pras nossas mães, deve ter sido numa daquelas cartas que ele trocava com elas.- nunca confie na lábia desses meninos que se dizem carentes de mãe.

'- Ah, não tem problema, não foi sua culpa.

'- Bem, hora de ir... Te vejo amanhã?

'- Claro.

Sorriso.

Beijo.

E assim aconteceu. E nos vimos dia após dia, por muito tempo. E chegou a hora de procurarmos a nossa própria casa. E, depois, de nos vermos admirando outro par de olhos verdes, mas com cabelos pretos e rebeldes. E continuamos nos vendo, na alegria ou na tristeza, na saúde ou na doença, mas sempre com amor, como havíamos prometido. Continuamos nos vendo... até que a morte nos separou. Mas essa é uma história de fatos felizes. Esse pequeno momento fatídico fica pra ser contado em outra história.

(Piscada de um olho)


Que tal o epílogo? Demorei dessa vez por causa de falta de criatividade mesmo. Cheguei a escrever o cap inteiro, mas apaguei e fiz de novo, porque tava muito ruim.

espero que tenham gostado da fic, como eu gostei de escrevê-la! foi muito divertido viajar com voces pelo mundo dos marotos e da lily. obrigada a todos aqueles e aquelas que deixaram reviews,tenha deixado em um capitulo ou em todos, adorei cada um e foram muito importantes.

eu vou viajar no Natal e noAno Novo, mas quando euvoltar vou postar o primeiro capítuloda minha fic nova, que vai se chamar "Se não eu então quem?" (provavelmente). É pós Hogwarts, T/Le do ponto de vista do Tiago. Atualizações normalmente semanais.É mais puxadapro lado romântico, mas ohumor fica por conta do Sirius.E aqui vai a 'sinopse' pra voces em primeira mão hahahaha:

"Incrível como todo mundo diz que eu e Lílian Evans somos a prova de que a amizade entre um homem e uma mulher é possível. É horrível ouvir isso sempre e ter que fingir que é verdade."

Nao vou responder cada comentário, e sim agradecer a cada pessoa que deixou review no último capítulo: Flavinha Greeneye (minha beta que acabou ficando sem o que betar hahaha), nattttttttt, Pikena, GaBi PoTTeR, MOXA, As Beldades, aNiTa JOyCe BeLiCe, -Nathi Black-, Lily Dany Potter, Loba e Palas.

beeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeijos e até a próxima ;