Antes de começar esse último capítulo, eu gostaria de fazer algumas dedicatórias especiais... Afinal, Promessas se deve muito à intervenção dessas pessoas que eu vou citar:

- Ana, minha super-beta, que desde que começou a trabalhar comigo, começou a ler minha mente e me ajudou a amadurecer como ficwriter. E que faz aniversário no mesmo dia que eu!

- Mirtes, cujas conversas me inspiraram essa fic em muitos momentos e que também é uma super amiga!

- Família Perversa, a família mais perfeita e divertida que uma louca como eu poderia ter!

- A todos que acompanharam essa fic, que não poderei citar agora, mas que eu agradeço imensamente a presença.

Beijos, pessoal. E espero que, depois de tantas lágrimas e tantas torturas, vocês gostem do final...

Silverghost.

Um vento frio soprou, fazendo com que seu corpo se arrepiasse. Ele se aconchegou um pouco na poltrona, torcendo o pescoço. Certamente teria um torcicolo depois daquela noite...

James abriu os olhos, espreguiçando-se de leve e levantou-se, depositando a rosa seca sobre o criado-mudo antes de abrir o dossel da cama e sentar-se no colchão. Os olhos dele se estreitaram ao perceber o travesseiro ainda marcado e os lençóis amarrotados. E nem sinal de Lily.

Sentiu o coração acelerar. Ela teria ido embora de novo? Ou, pior, teria sido levada enquanto ele dormia? Suspirou ao perceber uma leve claridade vir do outro lado do quarto. O telhado. Esquecera-se de como Lily gostava da vista que tinha daquele telhado.

Sorriu ao se lembrar do riso infantil e maravilhado que ela lhe dera quando a levara pelo alçapão pela primeira vez, poucas horas depois de terem chegado na Mansão.

"- Posso tentar voar? - ela perguntou, respirando fundo, enquanto a brisa da tarde balançava os cabelos rubrtos, presos em um rabo de cavalo.

- Se você esperar eu buscar uma vassoura... - ele respondeu, achando graça na atitude dela.

- Vassoura? Para que vassoura? Eu não preciso de vassouras. Eu tenho minhas próprias asas.

Ele a segurou pela cintura, temendo que ela simplesmente pulasse do telhado devido ao seu estado de euforia. Em vez disso, Lily apenas passou os braços por debaixo dos ombros dele, encostando o rosto à face dele.

- Está com medo que eu saia voando e nunca volte? - ela perguntou com um meio sorriso.

James assumiu uma expressão pensativa.

- Você voltaria, Lily. - ele sorriu, aproximando-se dos lábios dele - Você sempre voltaria para os meus braços.

- Convencido..."

O céu ainda estava escuro, mas havia uma luz bruxuleando no horizonte. O sol começava a nascer. James içou o corpo para cima, passando pela pequena passagem e encontrando a ruiva deitada sobre o telhado, as mãos delicadamente pousadas sobre a barriga, os olhos fechados numa expressão de paz.

- Lils? - ele chamou com um sussurro, sentando-se ao lado dela.

Lily abriu os olhos lentamente, encarando-o em silêncio antes de também sentar-se, apoiando a cabeça sobre o ombro dele. James sentiu-se aquecido apenas com esse gesto, e passou a mão pelas costas dela, trazendo-a mais para perto. Os dois ficaram daquela maneira, quase imóveis, enquanto a madrugada dava lugar a uma radiosa manhã.

- Eu pensei que nunca mais voltaria a te ver. - Lily confessou, a voz quase sumida - Quando te jogaram na cela, antes de me levarem para ver Voldemort... Eu cheguei a me despedir de você. James, eu...

Ele a impediu de continuar, abraçando-a mais forte. Lily escondeu o rosto junto ao peito dele, deixando que ele acariciasse sua nuca.

- Eu também cheguei a pensar que nunca mais... Que morreria sem poder te pedir perdão.

Ela levantou a cabeça, encontrando os olhos sérios dele sobre ela.

- Perdão?

- Você sempre teve razão quando me chamava de estúpido, idiota, arrogante... Eu não devia ter sido tão apressado, não devia ter agido tão infantilmente... Eu nunca quis que você fosse embora.

Lily ajeitou-se dentro do abraço dele, passando a mão pelo rosto de James, tirando os óculos do rapaz.

James fechou os olhos quando ela aproximou o rosto, sentindo os lábios dela pousarem sobre os seus. Lily sentiu a textura da pele dele sob seus dedos, enquanto se debruçava sobre o corpo dele.

- Eu costumava pensar que a culpa era toda sua... Mas agora, depois de tudo... Eu finalmente percebi que eu também tive culpa em todas essas confusões que aconteceram nas nissas vidas nos últimos anos.

- Esqueça isso agora, Lils. Acabou. - ele suspirou - Tudo vai voltar ao normal agora.

Ela meneou a cabeça.

- Não. Nada vai voltar ao normal. Não ao nosso normal. Eu não quero mais guardar o que eu sinto, fingir que está tudo bem, que... Todo esse tempo represando esse amor... Eu não suporto mais. Além disso...

- Além disso? - ele perguntou com a voz doce, encarando os olhos dela com carinho.

Lily corou e levou a mão à barriga. James acompanhou o gesto dela com o olhar e sorriu, entrelaçando seus dedos aos dela. A ruiva fechou os olhos, sentindo os lábios dele deslizarem pelo seu pescoço, a respiração dele junto a sua orelha. Ela respirou fundo, afastando-se dele por alguns instantes.

- James... O que tudo isso significa pra você?

Ele suspirou.

- Eu fiz uma promessa há alguns meses... Quando eu te ofereci aquele anel... Eu jurei que não voltaria a tentar nada com você. Mas, assim como regras, promessas foram feitas para ser quebradas. Eu também te amo demais, Lils. E estou cansado de fazer de conta que essa proximidade não me afeta. Que tudo que lhe diz respeito não me afeta... Eu tenho muitos defeitos... Sou ciumento, mimado, às vezes um pouco irresponsável... Mas eu amo você.

Foi a vez dela respirar fundo e depositar as mãos dele espalmadas sobre seu ventre.

- Eu estou esperando um filho. - ela sussurrou - Estou esperando um filho seu.

O moreno sorriu, segurando-a firme junto a si.

- Quantas vezes eu tenho que pedir para ficar com você? - ele perguntou em um sussurro.

Lily aconchegou-se aos braços dele, sentindo uma felicidade que há muito tempo não sentia.

- Você não precisa pedir. Eu já estou com você. - ela respondeu, fechando os olhos.

James retirou uma das mãos da cintura dela e mergulhou-a a mão no bolso da capa amarrotada que usara como lençol durante a noite. Em seguida, ergueu a caixa de veludo negra na altura dos olhos dela, revelando com um pequeno estalo o anel de compromisso que ele comprara meses atrás.

- Casa comigo, Lils?

Lily virou-se dentro do abraço dele, de modo a poder encará-lo. Em silêncio, ela retirou o anel da caixa e, quase solenemente, encaixou-o no anular, sem desviar os olhos dos dele.

- Você tinha razão... - ela sussurrou, sorrindo - Eu sempre volto para você. Não importa quanto tempo, não importa quantas vidas passem... Em sempre volto para os seus braços.

- Isso significa... - ele perguntou, estreitando o abraço, os lábios quase colados aos dela.

- Eu aceito.

FIM