Resenha: Yaoi, pós-guerra. Após algum tempo sem se verem, Duo e Heero se encontram por influência de Quatre. E se surpreendem com o dia que passam juntos. Porém... Nem tudo são flores...
Um dia perfeito
Capítulo 01
Era de manhã cedo quando os vi. Sorriam de uma forma estúpida. E seguramente eram dois idiotas apaixonados. Um pelo outro. Loucamente, insanamente. Estava lá, impresso nas íris verdes e azuis.
Quatre se aconchegava confortavelmente nos braços protetores de Trowa, que parecia bem satisfeito enquanto acariciava os fios loiros com delicadeza.
Senti inveja.
Queria um pouco daquilo que transbordava dos olhos deles e irradiava de seus corpos.
Era amor.
Guardei aquele sentimento mesquinho em alguma parte escura da minha mente e coloquei meu sorriso mais bobo no rosto, me tornando o Duo Maxwell que todos conheciam.
Um bobo estupidamente feliz.
Sempre fui um excelente mentiroso. Esqueçam aquela besteira de "eu posso correr, posso me esconder, mas eu nunca minto". Era mais uma mentira, como todas as outras que construí a minha volta.
Quatre e Trowa me sorriram e senti aquela merda de sentimento mesquinho querer sair, mas não permiti, sorrindo de volta.
Estávamos em uma das mansões Winner. O motivo? Quatre queria nos reunir, simplesmente isso. E como aquele árabe sem vergonha conseguia tudo o que queria com aquele sorriso, nós, os cinco pilotos gundans, estávamos desfrutando daquele luxo todo, só pra ver um sorriso nos lábios de Quatre.
Cinco assassinos tendo uma deliciosa estadia em uma das maiores mansões do Reino Sank.
Assassinos...
Eu ainda não conseguia pensar que já haviam mais de quatro anos que a guerra tinha acabado. Nós não matávamos mais, não lutávamos...apenas tentávamos viver como cinco jovens normais que éramos.
Outra mentira. Nunca seríamos normais. Hum... Talvez Quatre, porque Trowa seguramente não era normal. Nem pensar! O que se pode dizer de um cara que vivia deixando que uma garota histérica lançasse facas em sua direção? Suicida, no mínimo. Wufei...esse era um cara esquisito, com todo aquela coisa de justiça. Ele era meio pirado, eu o classificaria como psicótico no mínimo. E havia Heero...bem Heero era...um maníaco suicida e similares. Nada mais a comentar.
Eu? Ora! Eu era o palhaço Maxwell! Que normalidade tem em viver constantemente uma mentira? Sem sombra de dúvida eu era o mais distante que havia da palavra "normal".
Balancei a cabeça e desisti daqueles pensamentos estranhos. Desde que soube que o encontraria estava pensando demais na vida, nas minhas escolhas... No amor de Quatre e Trowa. Ele me deixava confuso e me fazia tremer e suspirar sem motivos. E claro havia o agravante que meu coração batia desesperadamente quando ele me dava um de seus sorrisos tão raros.
Quem era ele?
"Ele" era o rapaz extremamente sexy que estava sentado no sofá da sala no momento que entrei. Um sorriso brincava em seus lábios e seus olhos me fitavam intensamente. Obviamente perdi o ar e tudo que pude fazer foi suspirar baixinho, me aproximando.
Um belo conjunto de músculos definidos, pele ligeiramente bronzeada, olhos profundos, sorriso de fazer as pernas amolecerem. Quer mais? Uma voz rouca e grave e cabelos deliciosamente rebeldes.
– Bom dia, Duo.
– Bom dia, Heero.
Mencionei que estava perdidamente apaixonado?
OoOoOoOoOoOoOoOoOoO
Há muito tempo eu não via Duo pessoalmente. Às vezes ele me ligava, nunca para falar algo realmente relevante. Sempre para perguntar como eu estava, falar demais e tentar me obrigar a corresponder à suas provocações. Claro e obviamente, eu desligava na cara dele quando ele o tentava fazer, mas jamais negava-lhe uma segunda chamada após isso.
De qualquer maneira, fazia um bom tempo desde que eu não o via. Uns cinco, seis meses. Trabalhar como segurança da Rainha do Mundo é algo extremamente cansativo, principalmente quando se trata de Relena Peacecraft.
Bem, voltando... Nunca imaginei que alguém pudesse mudar tanto em tão pouco tempo. Claro, aos olhos dos outros, ele estava a mesma coisa de sempre.
Mas não para mim.
Notei que ele emagreceu. Tinha certeza absoluta de que as formas dele estavam mais sutis, menos carregadas. Andrógeno. Bastante, mas ao mesmo tempo, não tanto assim. O suficiente para ser extremamente lindo.
Braços à mostra. Músculos delicados, sob uma pele pálida de aspecto macio. Olhos violeta que nunca haviam me parecido tão vivos.
Havia um brilho estranho neles e eu não consegui explicar o porquê de ter a certeza de que era o responsável pela cara de bobo que enfeitava o rosto dele naquele momento.
Apreciação?
...Isso é ridículo.
– Como vai? – Ele não se sentou, como eu já deveria ter previsto. Ele praticamente se jogou no sofá, quase me fazendo pender para seu lado. Rindo e soltando uma piadinha idiota, que eu prontamente ignorei, logo se recompôs, olhando-me com uma expressão esquisita. Parecia contente em me ver. O que é realmente deveras absurdo.
– Indo. – Respondi, ainda sem entender o porquê de ele estar com aquela cara. Uma espécie de felicidade, incredulidade... Não sei ao certo. Mas me sentia incomodado.
Sim. Chame-me de vegetal sem sentimentos. Mas eu realmente não gostava que ficassem olhando para mim como se eu fosse muito precioso. Preferia que me chamassem de besta do inferno e que me olhassem como um soldado, uma aberração.
Exagerado?
Você também seria se tivesse sido obrigado à viver sempre em modo de ataque.
– Que há?
– Heero Yuy, sorrindo por minha causa! Acho que acordei com o pé certo hoje, heim? – Ele exclamou, com a voz ficando meio sarcástica e meio... sonhadora.
Antes que pudesse imaginar o porquê do suposto encantamento, me dei conta de uma coisa.
Sorrindo?
Eu não consegui acreditar que deixei minha guarda tão baixa.
Eu realmente merecia uma maldita surra.
E muito bem dada, por sinal.
– Hn. – Apenas produzi um grunhido, extremamente seco e arrogante. Uma típica ordem muda. Um doce e singelo "Cale a boca se não quiser perder um braço".
Claro que eu não esperava que Duo ficasse realmente com medo de mim. Ele nunca ficou, mesmo.
Dentre todos, o único que realmente não temia meus olhares gelados e minha inexpressividade era o americano cabeça dura. E isso era irritante quando eu o queria calado.
Mas, ao mesmo tempo, eu me sentia aliviado em saber que alguém podia driblar minhas defesas.
...Quando não me sentia aborrecido por ele ter feito isso, claro.
– Obrigado, Heero. Realmente me emocionou. – Ele disse, produzindo um som não identificado. Olhei-o secamente, vendo-o fingir um choro compulsivo.
Idiota.
– Deixe de babaquice. – Foi só o que eu disse, olhando para a mesa de mogno à minha frente.
Ele produziu uma gargalhada alta, antes que jogar seus braços ao meu redor e estalar um beijo na minha bochecha. Fiquei imóvel por alguns instantes, antes de ele me apertar forte.
– Senti sua falta também, seu bobo. – Ele falou, me soltando, então.
Devo ter corado.
E eu odeio isso.
OoOoOoOoOoOoOoOoOoO
Oh, Céus! Aquelas bochechas coradas eram uma tentação para os meus dedinhos aflitos.
Aquele era um dos meus passatempos favoritos quando nos encontrávamos cara a cara: deixa-lo ruborizado. Era uma tarefa relativamente fácil, já que meu doce soldadinho perfeito não estava acostumado a contatos físicos. Pelo menos não os que não incluem socos, chutes, gravatas e similares.
Quando aquele lindo rubor sumiu de suas faces, me endireitei no sofá, o encarando de forma séria. Bem, pelo menos tentei.
Era difícil não sorrir quando estava perto dele.
– O que foi, Duo? – Aquela frieza podia atingir qualquer um, mas não a mim. Não dá pra explicar o motivo, digamos que eu apenas...havia me acostumado a olhar por trás daquela máscara tão bem colocada de soldado perfeito e senhor das emoções no lugar.
– Nada, Heero! Ô, cara mal humorado! – Ele franziu as sobrancelhas. – Você estava tão mais bonito sorrindo...pra mim. – Analisei atentamente sua reação àquelas palavras e o que vi me fez inflar de satisfação.
Heero havia gostado das minhas palavras e isso era um grande passo! Não era todo mundo que o elogiava e não acabava com uma bala metida no meio da testa.
– E você fica mais bonito calado. – Notei o tom divertido por trás da voz severa e posso dizer que ele se divertiu ao ver o rubor nas minhas bochechas.
Abaixei o rosto, brincando com a ponta da minha trança. Eu nunca ficava corado. E me irritava bastante saber que Heero tinha esse efeito sobre mim.
– Obrigado. – Murmurei, ainda brincando com meu cabelo. – Foi muito gentil.
– Foi um modo gentil de lhe mandar calar a boca. - Eu sorri fracamente, olhando-o abertamente.
– Mas foi gentil! Isso é o que importa, Hee-chan. – Ele pensou em protestar pelo apelido, mas eu não deixei. – Vamos até o jardim? – Sua expressão deixou clara sua curiosidade. – Conversar um pouco. Gostaria de saber como tá sua vida com a... – Respirei fundo. – Relena.
Sem mais uma palavra nos levantamos e eu pensei em como podia me sentir como uma colegial virgem quando estava perto dele.
Batam palmas para o palhaço Maxwell! Apaixonado pelo cara mais frio do mundo. Mas claro que não iria fazer drama, Heero não me odiava, me arriscava a dizer que eu era o mais próximo de um amigo que ele tinha, mesmo que ameaçasse me matar algumas vezes.
Muitos vezes, na verdade.
Mas não importa, não é? Eu duvido que ele sorrisse para alguém como havia sorrido pra mim. Bem...talvez para Relena.
Torci o nariz diante do pensamento. Definitivamente eu odiava Relena Peacecraft, seu poder sobre Heero, odiava as horas que eles passavam juntos e odiava mais ainda não saber como eles estavam. E também odiava não saber se o "eles" existia.
– Vai dar um mergulho, Maxwell? – Pisquei confuso, vendo que andava a passos largos para o lago que havia em frente.
– Não, não... Eu só... – Suspirei, me jogando sobre a grama verde. – Acho que não me sinto bem.
– O que foi? Está sentindo alguma dor? – Quase chorei com aquela preocupação, mas mantive meus sentimentos bem escondidos atrás da minha máscara.
– Não, Hee-chan, apenas...esquece! Venha, sente-se aqui e me conte como andam as coisas com a Rainha do Mundo! – Com a expressão ainda séria ele se sentou ao meu lado, descansando sua mão bem perto da minha.
Mordi os lábios, tentando me conter.
Eu não podia tocá-lo!
Mas... Sem que minha mente permitisse, tomei a mão de Heero na minha e olhei para as águas do lago a minha frente, calmas e alheias ao tormento dentro do meu coração.
OoOoOoOoOoOoOoOoOoO
Tudo bem.
Ir para um jardim, cheio de rosas imensas e vermelhas, lírios intactos e girassóis gigantes, com felizes borboletas e passarinhos voando sobre nós, como em ridículos filmes de romance puro, foi até aceitável.
Sentar à beira do lindo e límpido lago, onde provavelmente milhares de peixinhos multicoloridos estariam nadando e criando famílias contentes, foi perfeitamente cabível.
Agora... Ficar de mãos dadas na frente do lago bonitinho foi simplesmente ridículo.
Meu cérebro me alertou que alguma coisa muito errada estava acontecendo ali.
Primeiramente: Por que Duo me levou até aquele lugar, digno de contos de fadas, com uma desculpa deveras esfarrapada, pensando que eu iria cair na dele?
Em segundo lugar: Por que diabos, de repente, eu me senti no lugar de uma estúpida mocinha indefesa, envergonhada e sem saber o que fazer, com os dedos quentes e delgados do príncipe encantado sobre os seus?
Deprimente imaginar isso.
Deprimente mesmo.
– Duo? – Olhei para ele, buscando algum sinal de gozação em seu rosto. Esperei encontrar, estampada em sua face debochada, uma expressão sacana. E fui logo produzindo a resposta para o que eu tinha certeza que ele falaria.
Fiquei mudo ao olhar para ele e não conseguir enxergar o que procurava.
Pela primeira vez, eu via Duo.
Somente ele.
Sem a máscara sarcástica, sem o jeito piadista.
E aquilo me assustou.
– Hee-Chan, eu... – Ele começou, a voz incerta, uma certa hesitação que eu nunca havia visto em Duo Maxwell.
Ignorei solenemente o apelido, por mais que estivesse louco de vontade de repreendê-lo por estar me chamando daquela maneira simplesmente ridícula.
Achei que a justificativa dele era mais interessante.
E realmente teria sido.
Se um pigarro visivelmente forçado não tivesse sido ouvido, alto, atrás de nós.
Nossa reação foi a mesma, exatamente ao mesmo tempo. Viramos o rosto para trás, juntos, encarando um serelepe Quatre e um Trowa surpreso, mas com uma cara visivelmente maliciosa. A boca do latino estava contorcida, os olhos divertidos.
Maldição.
Eu tive a certeza de que teria mais alguém pegando no meu pé mais tarde.
– Olá, rapazes! – Quatre exclamou, contente. Mas estava com pressa, o que ambos notamos quando ele praticamente empurrou um pequenino copinho de cor vibrante na mão de Duo. Nós dois olhamos para ver o que era e tivemos, mais uma vez, a mesma reação.
Sorvete?
Em cor castanha.
Aceitável. Mas provavelmente não muito tragável.
E em cor verde.
Eca. Se Maxwell colocasse aquilo na boca, eu faria questão de não me aproximar dele pelos próximos cinqüenta anos.
– Quer, Heero? – Quatre olhou para mim, quase fazendo a mesma coisa que fizera com Duo. Antes mesmo que eu respondesse, o copo foi colocado entre meus dedos.
– Mas... – Abri a boca para protestar, mas fui cortado pelo louro, que danou a falar e discursar sobre nada em especial. Notei que era só um assunto idiota, para justificar o porquê de ele e Trowa simplesmente terem dado as mãos e saído dali tão rápido quanto entraram.
Queriam nos deixar à sós.
Grande coisa.
Eles já haviam destruído tudo, mesmo.
– Baka. – Grunhiu Duo, fazendo-me olhar para ele. Ao notar que havia chamado minha atenção, ele mergulhou sua colher na sobremesa de cor castanha, chocolate, levando-a de volta à boca em instantes, produzindo um som deliciado.
Então, ele olhou para mim.
E conseguiu me fazer rir, ao começar a quase gargalhar.
Não haviam motivos para aquela reação.
Mas eu admito que, de repente, aquela situação toda me pareceu hilária.
– Ai, ai. – Ele suspirou depois, o ar de comédia parecendo se esvair novamente.
O silêncio tomou conta do local de novo.
E eu só grunhi, enquanto, aborrecido, lançava meu sorvete dentro do lago.
OoOoOoOoOoOoOoOoOoO
Eu me perguntei se algum dia meu coração iria voltar a bater no ritmo normal.
Aparentemente, não.
Nem mesmo minha crise histérica conseguiu trazer de volta minha sanidade.
Encarei o pote de sorvete, tentando assimilar tudo que havia acontecido. Mas não consegui. As batidas fortes no meu peito ecoavam de forma que embaralhavam qualquer pensamento racional que eu pudesse ter.
E se...Quatre não tivesse aparecido com o maldito pote de sorvete? Será que Heero e eu teríamos nos... Oh, não! Eu estava ficando louco!
O doce nas minhas mãos de repente se tornou, pra mim, uma ameaça mortal e eu o odiei. Céus! Eu odiei aquele pequeno e insignificante pote de sorvete como se ele fosse algum móbile suit inimigo!
– Duo, o... – Ergui timidamente meus olhos, lhe dando um sorriso meio triste e isso o fez se calar.
– Heero, você... – Seus olhos me passaram toda sua expectativa e eu simplesmente desisti do que quer que fosse que ia dizer. – Não gosta de sorvete? – Senti ímpetos de chutar meu traseiro pela pergunta estúpida, mas estranhamente isso pareceu deixar o clima mais leve e Heero até se permitiu esboçar um sorriso.
– Não. – E antes que eu perguntasse o porquê ele continuou. – Doces não são saudáveis.
V– ocê já provou? – Perguntei, desconfiado.
– Não e nem quero. – Sua resposta seca quase me fez desistir. Quase.
– Hee-chan... – Chamei de forma manhosa, conseguindo sua atenção. – Abre a boca um pouquinho? – Ele negou querendo parecer sério, mas nós sabíamos que ele estava se divertindo. - Vamos...só um pouquinho!
– Eu já... – Não conseguiu terminar. Eu enfiei, sem delicadeza nenhuma, a colher repleta de sorvete em sua boca.
Seus olhos se arregalaram, mas nos mantivemos naquela mesma posição imbecil. Heero com uma cara nada boa e eu segurando a colher em sua boca.
Patético.
Mas estranhamente divertido.
Porém, antes que Heero ameaçasse enfiar aquela colher em algum lugar nem um pouco propício pra o objeto, me afastei ligeiramente.
Seus olhos ainda faiscavam de uma forma estranha, mas fingi ignorar, levando a colher até minha boca, sentindo, mesmo que indiretamente, o gosto de Heero.
Essa constatação fez meu corpo tremer levemente e um sorriso idiota se desenhar nos meus lábios.
– Você chega a ser nojento com isso, sabia? –O olhei de forma interrogativa, mas logo entendi.
– Não diga nojento, diga anti-higiênico. E isso é como um beijo, então, é uma ótima maneira de pegar germes. – Ele piscou, suas faces adquirindo um leve tom rosado. Tive que suprimir um sorriso, mas não pude me impedir de provocar. – O que foi, Heero? Nunca beijou ninguém? – O rubor se espalhou por seu pescoço e eu me senti estranho com o rumo daquela conversa.
Quer dizer... Eu não queria que Heero me contasse suas inúmeras conquistas e como levava centenas de mulheres para sua cama. Isso não faria bem ao meu coraçãozinho já bastante machucado.
Não que eu esperasse que ele fosse responder, claro. Na melhor das hipóteses, eu ganharia um olho roxo. Na pior... Bem... Um caixão,talvez
– Eu... nunca beijei... um homem. – Foi a vez dos meus olhos se arregalarem, enquanto eu sentia minha boca estranhamente seca.
– Nunca mesmo, Hee-chan? – Perguntei, me aproximando devagar. Ele se manteve firme, mas seus olhos o traíram, me revelando que ele temia algo.
– Não. – Foi a resposta curta e seca.
– Bom. – Murmurei, enfiando a colher novamente no potinho.
Sentei tão perto que nossas coxas se roçavam. Notei que sua respiração acelerou e então pousei delicadamente uma mão em seu rosto, acariciando de leve.
Levei a colher cheia de sorvete até os lábios e passei a língua por ela, vendo Heero praticamente esmagar a grama sob suas mãos.
Quando a distância entre nós diminuiu, eu suspirei baixinho, mantendo um sorriso doce nos lábios.
– Heero? – Chamei, suavemente.
– O qu... – Novamente a colher entrou em sua boca sem permissão, dessa vez sujando seus lábios no processo.
Passei um dedo sobre sua boca e levei aos meus lábios, provando o sorvete.
– Sinta-se beijado, então. – Disse, de forma travessa, passando a língua nos lábios. – Muito bom, Hee-chan. Delicioso. – Sua expressão passou da chocada para a confusa e então para a furiosa.
Hum...hora de correr.
-Maxwell...Omae o korosu!
Continua...
Comentários das autoras:
Ju: Olá, pessoal!
Gostaram do primeiro capítulo? Esperamos que sim.
Temos trabalhado duro para conseguir fazer esse fic, então, esperamos realmente que vocês gostem dele.
Gostaria de agradecer à vocês e à ela, sem a qual essa história jamais existiria. Muito obrigada, querida, eu gosto pacas de você!
Bem, só pra encerrar... Até o próximo capítulo... E tentem adivinhar qual dos meninos cada uma controla. XD
Arsinoe: Hey, pessoas!
Cá estou eu, junto com a Ju, em meu primeiro fic em dupla! Hum...apavorante, difícil? Nem tanto!
Espero que tenham gostado desse primeiro cap!
Agradecimentos? Claro! Ju, minha linda! É maravilhoso trabalhar com vc! Gosto muito de você, querida!
E vcs, amados leitores...vamos lá...dêem seus palpites...quem é quem, heim?
Até o próximo cap!
Esperamos comentários, viu?
Super beijo!