Autora: Maya

Nome original: Underwater Light

Tradutor : Anna Malfoy

Betagem: Anna Malfoy


Capítulo 23 - Epílogo

Here is what I know now

(Aqui está o que eu sei agora)

My salvation lies in your love

(Minha salavação recai em seu amor)

Harry abriu seus olhos.

Ele piscou tentando fazer sua vista entrar em foco. Era uma manhã cinzenta, pelo o que ele conseguia ver através das janelas da enfermaria. Os raios de sol não pareciam nem tentar passar por entre as nuvens. Ele sentia como ser alguém tivesse triturado seus ossos com um moedor de cana-de-açúcar. (N/T: Eu tive que adaptar para o Brasil. Alguém aqui nunca bebeu caldo de cana? Então acredito que todos irão entender).

Draco estava sentado em uma cadeira ao lado de sua cama, inclinado para frente e o assistindo com um olhar abatido. Ele lembrava a Harry um predador, escondido em cima de uma árvore, esperando com imensa paciência o melhor momento para atacar sua pretensa refeição.

Harry mostrou o melhor sorriso que consegui, e a tensão se esvaiu dos ombros de Draco.

"Draco," Harry disse, testando sua voz e a encontrando estremecida, mas funcionando. "O que aconteceu?".

"Bem, eu não sei como te dizer isso, Harry, mas após você matar Voldemort Peter Pettigrew tomou a liderança e venceu a guerra. Nós só não fomos mortos para servimos de escravos sexuais".

Harry riu cautelosamente, mesmo que ele tivesse o terrível pressentimento que o mínimo movimento pudesse quebrar suas costelas outra vez. O rosto de Draco suavizou ainda mais, sumindo um pouco com as linhas de amargor e cansaço, fazendo com que parecesse quase normal, familiar e amado.

"Como você está se sentindo?", ele perguntou, e a ausência de hostilidade ou humor, tornou seu exausto arrastar de palavras quase adocicado.

Harry ergueu com cuidado, se pondo em uma posição sentada apoiado nos travessieros. "Eu estou... um pouco surpreso de não estar morto," ele respondeu honestamente. "O que você acha que aconteceu?"

"Nós achamos que Voldemort salvou você," Draco disse. "Ele caiu sobre você, e o homem tinha mais de dois metros com uma cabeça desproporcional. O corpo dele o protegeu do pior. Por favor, não morra da ironia, Harry."

Harry apenas ergueu suas sobrancelhas. Ele ainda estava testando todos os ossos de seu corpo, os quais insistiam em lhe dizer que estavam todos quebrados e que estarem reconstruídos era apenas uma ilusão que desapareceria se Harry fizesse qualquer movimento brusco. Se ele havia sido protegido do pior, o pior deveria ser...

Morrer esmagado.

Sim, Harry lembrou. Eu fiz aquilo.

Bom. Isso tinha que ser feito.

"Quem – quem mais morreu", ele perguntou, temendo a resposta.

"Weasley e Granger estão bem," Draco disse de uma vez. "Professor Black e Professor Lupin também."

Alivio foi tudo o que ele sentiu por um instante, antes de se lembrar que desta vez não era um pequeno grupo em perigo: desta vez, havia sido uma guerra.

"Quem morreu?"

"Parvati Patil e Lilá Brown," Draco respondeu sem rodeios. "Natalie McDonald – nós achamos que ela e Malcolm Baddock estavam tentando proteger um ao outro. Nenhum deles conseguiu. Eu não sei quais dos outros Grifinórios você conhece".

"Diga-me todos os nomes," Harry disse.

Ele tentou buscar algum conforto na idéia que está seria a ultima lista de pessoas que ele não havia conseguido salvar.

Draco obedeceu, sua voz sem tom algum como se ele já tivesse memorizado a lista. Harry ouviu, pegando nomes os quais ele conhecia entre os estranhos que ele não havia salvado. Pessoas da escola. Pessoas da Ordem da Fênix.

"Espere," ele disse. "O que? A Ordem da Fênix? Como eles chegaram aqui?"

"Oh, foi um milagre, eles apareceram na hora certa, um sinal dos céus," Draco respondeu. Ao olhar céptico de Harry, ele adicionou: "E eu havia mandado uma coruja para Snape do Corujal quando nós nos separamos. Eu... ninguém deveria saber para onde ele iria, ele lançou feitiços para ninguém encontrá-lo, mas ele me deu um endereço e eu lhe dei minha palavra que não diria a ninguém. Então – eu menti para você sobre a carta que eu escrevi, e eu menti sobre o motivo que eu quis me separar. Foi idiota. Você estava certo em duvidar de mim".

Harry não perguntou como Draco sabia que Harry havia suspeitado da carta. Ele suspeitava que Draco tivesse pensado em todos os motivos que Harry pudesse ter para não confiar nele, assim como tinha aprendido a lista dos mortos de memória.

"Não, eu não estava," ele disse, e tentou sem jeito alcançar a mão de Draco com a sua.

Draco moveu sua mão ligeiramente para o lado, tirando-a do alcance de Harry, e continuou a ler sua lista invisível. Harry deixou sua mão cair ao lado de seu corpo.

Ernie McMillan. Nymphadora Tonks. Millicent Bulstrode.

"Pansy-?", ele perguntou quando Draco interrompeu sua interminável lista para tomar fôlego, e não conseguiu terminar a sentença. Se tantas haviam morrido, Harry sentia como se dizendo as palavras pudesse tornar isso realidade.

Mas Draco disse, "Ela está bem. Ela ficará emocionada com a sua preocupação, embora eu tema que nada tire Weasley do topo de sua lista dos Grifinórios Mais Gostáveis. Ela claramente levou uma pancada na cabeça, que não foi tratada".

"Rony? Verdade?" Harry perguntou, piscando.

"Não se afligia. Eu não acredito que ela irá separar Granger e o Weasley, especialmente considerando o fato que ela estava pensando se deveria deixar o Lufa-Lufa dela engravidá-la para que pudesse escapar dos NEWTs."

"Os NEWTs?" Harry repetiu. "Nós ainda teremos que fazer o NEWTs?"

Ele estava muito cansado para exibir uma indignação maior, mas isso era um pouco demais.

"Passaremos todo o verão na escola para isso", Draco confirmou. "Granger está repugnantemente feliz com isso. Eu culpo nosso novo diretor por tudo".

A cabeça de Harry estava começando a doer, como se todas essas informações estivessem batendo na porta para entrar em sua mente.

"Quem é nosso novo diretor?"

Draco levantou uma sobrancelha. "Professor Lupin."

"Oh," disse Harry, com um pequeno sentimento de prazer: "Oh. Bom".

"Eu sabia que você ficaria feliz com isso. Claro que eu considero isso um escândalo. Deveria ter sido o Professor Snape. Ao menos ele conseguirá o emprego como professor de Defesa Contra Artes das Trevas, agora que Dumbledore está morto".

Foi como se alguém tivesse abrindo e fechando as cortinas na mente de Harry. Abertas, ele via piedosamente intacta enfermaria e fechadas, nada mais que a memória da noite em que Dumbledore...

"Então você sabe", ele disse devagar.

"Eu sei que ele está morto," Draco respondeu. "Eu conheço o feitiço que serve para limpar os vestígios de feitiços que você usou na sua varinha. Snape me ensinou. Isso vem a calhar às vezes."

Ele pegou a varinha de Harry, que estava presa no buraco do cinto de seus jeans e, depois de um momento Harry a aceitou.

"Todas as pessoas foram pegas estavam sob o Feitiço de Confundir", Draco continuou. "Ninguém tem certeza do que viu. Ninguém acreditaria em você. Eu não suspeitei – e eu nem gostava dele, e eu suspeitei de todo mundo. Ele morreu na batalha. É tudo que precisamos dizer".

Harry limpou a garganta e falou toda a verdade para Draco, porque Draco iria entender perfeitamente porque ele o fez.

"Eu o matei," ele disse. "Eu tinha que fazê-lo."

Draco concordou com a cabeça, uma simples aceitação da raiva que faria qualquer um recuar. Alguma coisa interrompeu a calma em seu rosto, mas essa emoção passou muito rápido para que Harry pudesse identificá-la.

"Eu matei meu pai," Draco retornou. "Eu quis fazê-lo."

Harry queria dizer algo. Que ele estava feliz que Lucius estivesse morto não parecia apropriado, e o silencio se prolongou, sendo esticado como uma corda de um instrumento de corda até com um estrondo arrebentasse.

Draco provocou o estrondo. "Ele matou Goyle," ele continuou, sua voz quebrando. "Ele quis me matar, e Goyle se pôs na minha frente, e eu não sei por que ele fez isso!"

"Seu pai?"

"Goyle! Eu não entendo. Ele está morto por minha causa e eu ainda não entendo porque ele fez isso!"

Harry não sabia se ele tinha essa resposta. Ele certamente não sabia como dizer a coisa certa, não com Draco imerso em dor e confusão, e olhando para ele enfurecido, procurando por respostas.

"Ele amava você," ele disse.

O olhar de Draco se tornou gélido.

"Eu amava meu pai," ele disse. "Eu não... Eu nunca soube como amar outra pessoa. Ele me observava e me treinava quando eu era mais novo, e eu pensei que – eu não sei, eu pensei que ele me amaria se eu o fizesse sentir orgulho de mim! Ele era um bastardo, e ele estava pronto para rastejar e matar para conseguir o que ele queria, e eu entendo matar agora, mas nunca conseguirei entender o que leva alguém rastejar por outra pessoa. Ele nunca pode me amar, e Goyle morreu por mim, me ensinaram tudo errado".

Harry estendeu sua mão, testando uma repentina teoria que havia lhe ocorrido, e viu Draco distanciar sua mão outra vez.

"Você entende mais agora."

"Eu ainda sou quem sou" Draco disse. Ele parecia miserável e incomodado, como se estivesse perturbando a si mesmo e sendo extremamente cruel sobre isso. Como se a voz de seu pai ainda soasse em seus ouvidos. "Eu seria um Comensal da Morte se ele não tivesse partido. Eu teria feito isso, para ganhar alguma aprovação sua. Eu teria ido por aquele caminho, pensando que ele soubesse o que era melhor, e na hora que eu aprendesse o contrário, já não teria volta, seria muito tarde. Eu ainda não sei como fazer o certo. Eu ainda não sei as palavras".

"Meu amigo morreu por mim, porque eu tentei me enganar com mentiras patéticas sobre o meu pai e eu não o matei no momento que o vi, e eu nem sei por que alguém faria aquilo por mim".

Draco evitou os olhos de Harry e tentou se acalmar. "Não que eu queira encenar um drama quando você ainda está hospitalizado", ele disse após um momento. "Eu apenas queria dizer a você o porquê... sabe. Isso não daria certo".

Então houve um silencio. Harry esperou até que Draco desse a ele um cauteloso olhar, e então ele p encarou.

"Por que você está falando tanta merda?", ele demandou.

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Hermione, quando foi fazer o check-up de hora em hora em Harry, abriu a porta e viu Harry e Draco no meio do que parecia ser uma conversa séria. Seu primeiro pensamento foi que ela iria espantar Draco de lá e colocá-lo num canto para que ele pensasse porque perturbar um doente era uma idéia ruim.

Seu segundo pensamento foi fechar a porta o mais silenciosamente possível, e encostar-se nela.

Rony a encarou.

"Por que nós não vamos entrar?"

"O que? Nada! Sem motivo algum. Vamos dar uma caminhada!" Hermione sugeriu brilhantemente.

Rony a olhou de forma duvidosa. "Eu acho que quero entrar", ele disse num tom que indicava que Sra. Weasley não havia criado um tolo.

"Você não pode! Er, quero dizer, Harry está acordado!"

"Então?" Rony disse. "Estas são boas notícias. Isso era o que nós queríamos quando ele inconsciente, lembra?".

"Tudo bem, Rony, me escute: você não pode ficar transtornado."

"Transtornado?" Rony exclamou. "Eu não vou ficar transtornado. Por que você está dizendo isso?", sua voz aumentava a cada palavra. "O que há aí dentro para que eu possa ficar transtornado?!"

Hermione respirou fundo. "Nada," ela respondeu. "Eu mesma não gosto - Bem, eu ainda não tenho certeza se gosto, mas Harry está serio sobre isso, e isso não é tão mau quanto eu pensei. Eles têm uma estranha maneira de se entender que parece estar dando certo e ao menos agora eu tenho certeza que-".

"Hermione, se você está tentando me dizer que Harry está tendo um momento pessoal ali, você só precisava me dizer isso".

O corredor do lado de fora da enfermaria não era grande o suficiente para conter toda a surpresa de Hermione. Rony parecia se divertir com isso.

"Eu descobri. Eu não sou estúpido, sabe".

Hermione parecia não conseguir fechar sua boca. "Você descobriu?"

"Bem, Harry disse que havia alguém e depois de tudo, eu acho que era bem obvio".

"Eu – eu acho que sim...".

"E eu acho que você está certa," Rony continuou alegremente. "Poderia ser pior."

"Você acha?", Hermione tinha a terrível impressão que talvez ele tivesse considerado Snape.

"Eu não sou louco pelos Sonserinos, mas, bem, se você escolhe o lado certo, então eu acho que não importa de qual casa você seja. De qualquer forma, Harry tem praticamente acampado nas masmorras da Sonserina por meses", ele deu a ela um pequeno sorriso. "Não precisa ser um gênio para juntar todas as peças, sabe".

"Bem... Bem, não, é claro que não," Hermione respondeu, já sendo capaz de recobrar, seus músculos faciais o suficiente para dar a ele um sorriso de aprovação. "Você está sendo muito sensível, Rony. Eu devo dizer que não esperava isso de você".

Ele puxou para baixo as mangas desfiadas de seu blusão, o que ela pensou ser o equivalente de Rony Weasley para aprumar-se.

"Eu sou tolerante, é o que sou", ele informou a ela. "Alem disso, na real, eu meio que gosto dela. Ela precisa de novos amigos, é claro, mas Harry é amigo do Malfoy também, então não terá problema ser da Sonserina ou não."

Levou um instante para que a reposta de Rony fosse processada.

"Desculpe-me?" Hermione disse. "O que você disse? Ela – de quem você está falando?"

Rony piscou em sinal de confusão. "Pansy Parkinson, é claro. Ela é a única garota do grupo de Sonserinos com os quais Harry tem andado, certo?".

No espaço de dois minutos, Hermione bolou centenas de sentenças que começavam: Isso é verdade, Rony, mas

"Você está dizendo meu nome em vão, Weasley?", perguntou uma animada voz, e Hermione horrorizada, levantou seus olhos de sua intensa contemplação do chão para Pansy Parkinson, que vinha pelo corredor.

Francamente, Hermione preferia Draco. Ao menos Draco lia um livro de vez em quando, e não usava aquelas camisetas chocantes.

Enquanto Hermione lutava para apagar uma visão horrível de Draco Malfoy em uma saia curtíssima, ela ouvia Pansy iniciar o que parecia ser um papo amigável com o seu namorado. Uma parte de sua mente notou que Rony havia dito que meio que gostava dela. Que garota atrevida ela era.

"Eu estou trazendo chocolates," Pansy o informou. "Eu apenas comi alguns. Eu vi, hm... a garota Weasley e Patil carregando os seus feridos para um passei no lago, em algum tipo de festival do amor para nossos heróis de guerra, e eu pensei que seria uma boa hora para tentar alimentar o babaca".

"Você sabia que Harry está acordado?" Rony perguntou.

"Ele está?" Pansy inquiriu. Ela parou pensativa. "Eu prevejo que eles estejam ocupados então. Eu vou ter que comer todos esses chocolates sozinha."

Ela abriu a tampa da caixa. Hermione notou que Rony parecia mais confuso do que antes.

Então Simas e Dino estavam recuperados. Eles haviam sido os últimos dos mais gravemente feridos, além de Harry. Simas tinha tipo as duas pernas reconstruídas, e Dino tinha ficado de cama dois dias se recuperando de um Cruciatus. Gina tinha dormido em cima de sua capa ao lado da cama dele na enfermaria.

Talvez Simas pudesse confortar Padma um pouco. Ela tinha estado tão quieta, desde...

Hermione afastou a lembrança de Parvati, e pensou em Simas e Dino outra vez. Eles estavam caminhando e Harry tinha acordado. Era mais do que poderiam ter esperado há menos de uma semana atrás.

Eles estavam se recuperando. Todos iriam se recuperar.

Ela se sentia próxima de todos, até mesmo de Pansy Parkinson, que agora parecia provocar Rony com sua caixa de chocolate.

"Ele não quer nenhum chocolate," ela interpôs firmemente.

"Sim," Rony disse, olhando para a caixa com um ar desejoso. "Eu nem mesmo quero um".

Pansy havia sentido o tom de voz de Hermione. "Não se preocupe," ela disse, parecendo maliciosamente divertida e falando como Draco. "Eu estou muito feliz com o meu Lufa-Lufa".

"Zacharias Smith?"

Pansy selecionou outro chocolate. "Claro.".

A mente de Rony, brevemente distraída pelo chocolate, desviou de volta para seu ponto original. Hermione sabia o que estava por vir.

"Espere um momento," ele disse. "Se você está aqui-" Pansy sorriu e levantou a caixa de bombom como se para confirmar sua presença ali - "Sim, mas se você está aqui... então quem está lá dentro com o Harry?"

Hermione precipitadamente se jogou contra a porta outra vez.

"Não vá lá!"

"Vá," Pansy o incitou, e então pareceu ter pontada de consciência. Ela ofereceu sua caixa de chocolates. "É melhor você comer um chocolate primeiro," ela adicionou docemente. "Pegue um que contenha álcool por dentro. Eu acho que você vai precisar."

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"O que foi que disse?", Draco perguntou, com uma terrível e gélida polidez.

Harry olhou para ele, e nenhuma palavra lhe veio à mente. Ele tinha certeza, mesmo assim.

"Você está certo, você é um idiota," ele disse.

"Você é um romântico, este é o seu problema", Draco respondeu secamente.

"Então você amou o seu pai. A maioria das pessoas fazem isso, e ele era um bastardo, e você fez a coisa certa. Não importa o que você pense que teria feito se as coisas fossem diferentes. Você fez a coisa certa".

Draco parecia como se tivesse uma resposta pronta queimando os seus lábios, mas ele nunca teve a chance de fazê-lo. Madame Pomfrey saiu de seu depósito com um jarro de liquido fedorento.

"Onde está aquele Dino Thomas? Ele não irá fugir outra vez de seu xarope fortificante", ela anunciou rapidamente. Ela deu a Harry um olhar escrutinador, e deu sua opinião médica. "Você está acordado."

"Er, sim."

"Ótimo," Madame Pomfrey disse severamente. "Agora, talvez o Sr. Malfoy vá para a sua própria cama, e durma um pouco. Com licença."

Ela saiu do quarto, com toda intenção de caçar Dino e forçá-lo a tomar o xarope. Eles ouviram-na brigar com alguns estudantes por vagabundear na porta da enfermaria, e fechou a porta com um estrondo.

Draco estava um pouco corado.

"Eu meramente dei uma passada brevemente por aqui em meu caminho para outro lugar. Está é minha primeira visita, se isso importa", ele assegurou a Harry. "A mulher está louca. Fica em seu depósito o dia inteiro fazendo misturas de seus xaropes, poções e afins... São os gases", ele adicionou nervosamente. "Eles derreteram o cérebro. Pare de sorrir!".

Harry não o fez. Era um pequeno sorriso, o máximo que havia conseguido produzir quando a lista de pessoas que ele não havia salvado continuava a se repetir em sua mente, mas ele havia recuperado o sentimento que tinha tido antes daquela noite cheia de mortes, que algum dia ele iria ser ricicularmente feliz.

Havia tempo agora, todo o tempo do mundo. O prolongado terror não iria durar para sempre. Ele iria trabalhar isso.

Ele percebeu que grande parte da razão de o céu estar escurecido era porque haviam pedras gigantescas sendo levitadas próximas a sua janela. Alguém estava brincando de carrinho de bate-bate com enormes placas de granito.

"Veja o que você está fazendo, Black!", a inconfundível voz de Snape soou no andar debaixo.

"Quem disse que foi um acidente?" Sirius vociferou. "Peguei você outra vez!"

Contentamento rolou sobre Harry como uma onda de água quente quando ele percebeu o que eles estavam fazendo.

Hogwarts seria restaurada. Eles a estavam reconstruindo.

"De qualquer forma, alguém tinha que ficar aqui e prevenir crianças inocentes de acidentalmente verem seus pijamas!", Draco anunciou, com um ar superior de ter um trunfo na manga. "Eu pensei ter queimado todas as coisas como estas de seu armário, mas não, Granger vem com isso – com esta monstruosidade, e clama ser seu pijama favorito. Eu gritei e tentei rasgá-lo, mas Granger mal interpretado isso completamente".

Harry olhou para seus pijamas, e lembrou de tê-lo escondido embaixo de um travesseiro para salvá-lo de seu destino cruel. Aquilo havia sido – Deus, parecia que anos atrás.

Algumas coisas continuavam as mesmas.

"Você não irá retirar o que disse", ele disse bruscamente. "Eu não deixarei que o faça. Você é meu".

Draco o encarou. "Diga-me que não tenho que explicar a você que – o que eu disse no trem não era um pedido de casamento. Diga-me que não, Harry".

"Você não disse muita coisa no trem, sabia".

"Eu nunca digo. Eu te disse," Draco continuou. "Eu não conheço as palavras".

"Não importa. Eu sei o que você quis dizer," Harry disse. "E você tinha certeza do que estava dizendo. A única coisa diferente é que nós não iremos mais morrer. Você está assustado?"

"Você me viu fracassar," Draco lhe falou, imitando um sorriso debochado do pai. "É a única coisa que eu sei fazer bem. Meus fracassos são espetaculares".

"Eu aceito minhas chances".

Draco olhava-o como se ele fosse um animal selvagem que houvesse escapado de sua jaula. "Você irá mudar de idéia"

Harry notou que ele não havia dito que ele iria mudar de idéia.

"Draco Malfoy, seu idiota. Você tem tanta sorte que eu seja mais teimoso que você".

Ele agarrou a ponta da cama e se ergueu, suas costas de dando um silencioso e prolongado grito de agonia. Draco levantou-se de sua cadeira, suas voz repentinamente carregada de preocupação.

"Harry, pare com isso! Nós tivemos que fazer crescer quase todos os ossos de seu corpo – Harry, você irá se machucar!".

Cada osso em seu corpo gritava em concordância com Draco. Harry se contraiu quando seu pé tocou o chão, e ele tentou suportar seu próprio peso. Agüentou, precariamente.

Draco permaneceu em parado em pé, o olhando incerto. Harry imaginou que ele estivesse indeciso entre a lógica que dizia para não tocar em Harry e o impulso irritante de jogá-lo de volta na cama.

Infelizmente, Draco não deu vazão ao seu impulso. Harry deu um passo em sua direção, e então hesitou por uma mistura de dor e uma repentina dúvida. Ele tinha certeza, mas... e se?

"Onde estão os meus óculos?", ele perguntou. Se ele pudesse ver, talvez tivesse certeza.

A certeza veio até ele, aquecida e envolvente como um contentamento, quando Draco repentinamente falou em um tom mais decidido.

"Você não precisa de óculos," ele disse. "Eu chegarei mais perto."

Ele se aproximou de Harry, tão perto que Harry sentiu sua respiração irregular contra o seu peito. Suas mãos estavam erguidas em um gesto de redenção, a um milímetro da pele de Harry.

Harry pôs suas mãos na cintura de Draco e o puxou para junto si, eliminando aquela fração mínima de distancia entre eles. Ficar em pé estava enviando uma dor entorpecente por todo seu corpo, mas suas palmas estavam pressionadas contra o pedaço de pele quente entre as calças e a blusa de Draco, e a respiração de Draco estava contra a sua bochecha. Isso meio que recompensava pela dor.

"Goyle não foi sua falta," ele disse calmamente. "Foi - Deus, foi ruim, mas não foi sua culpa. Eu confiei demais em alguém, mas isso não vai me impedir de confiar nas pessoas. Eu não posso – seu idiota, você realmente acha que é o único que é ruim em dizer as coisas certas? Eu fui criado em um armário, eu não poderia – eu não quero ninguém normal".

Ele tinha certeza que Draco estava erguendo suas sobrancelhas à esse estranho elogio, mas até mesmo a dor estava desaparecendo com a respiração de Draco, devagar, e então de repente suas mãos estavam agarrando firmemente os ombros de Harry. Ele segurava com força. Harry gostou disso.

Draco moveu seu rosto para alinhar-se com o de Harry, deslizou sua boca sobra a dele em um repentino e lento beijo. Harry aperto sua cintura mais possessivamente: ele tinha certeza agora.

"Tem outras coisas," Draco sussurrou no beijo. "Eu sou repugnante. Eu tenho vergonha de conhecer a mim mesmo".

"O que mais?" Harry prosseguiu. Seu peito parecia preenchido e aquecido: seu sangue estava urgindo com a necessidade de agir, mas ainda assim ele estava contente o suficiente em permanecer em pé ali e assistir Draco se embolar com as palavras.

"Eu," Draco disse. "Eu, há algo que eu deveria – eu gosto do jeito estranho que você se veste. Eu até mesmo gosto do modo como se cabelo está sempre horrível. Harry, eu sou um homem muita doente."

Harry se afastou meio centímetro quando percebeu o que Draco estava realmente dizendo.

"Você gosta de mim," ele disse, e quase gargalhou.

Draco pareceu mortificado. "Isso é obviamente evidente".

"É, absolutamente. Como eu pude ser ao cego? Era obvio que 'não fale comigo, não me toque, não olhe para mim' significava 'Venha até mim, eu quero você'".

Harry talvez estivesse zoando um pouco demais. Draco estava ficando cada vez mais corado.

"Cale a boca. Volte para a cama," ele murmurou. "Eu pensei que você estivesse zangado comigo. Onde está a adoração? Cadê devoção? Eu pensei que fosse ser seu idol-".

Draco o beijou de novo, possivelmente para impedir que ele risse tanto.

"Não, você não pensou, e nunca mais diga isso de novo", Harry o instruiu.

Draco tomou proveito despudoradamente do estado de fraqueza de Harry, tomando-o pelo braço e o pondo de volta na cama. De algum modo Draco terminou também deitado na cama.

Harry estava extremamente agradecido pela maciez dos travesseiros em baixo de si, mas um pouco mais agradecido por Draco em cima dele, dando-lhe um olhar muito desapontado e mexendo nos botões da blusa de seu pijama.

"A propósito," Draco advertiu, "Eu havia decidido que, já que nós iremos ter um novo trimestre no verão e tudo mais, todas as partidas de quadribol foram anuladas. O que deixa a Sonserina ainda na corrida pela Taça. Nós ganharemos este ano. Espere e veja".

A blusa do pijama de Harry estava aberta agora.

"Você joga sujo, Draco Malfoy," Harry disse.

A enfermaria esta iluminada agora, porque haviam parado de levitar as pedras. Lupin provavelmente havia chegado para por a reconstrução em ordem e feito que Snape e Sirius parassem de brigar. Havia luz o suficiente para eles pudessem ver o que estavam prestes a fazer.

Ele já estava com sua respiração disparada, mas ele levantou sua mão e arrumou uma mecha do cabelo de Draco, fazendo com que surgisse no rosto de Draco uma expressão de surpresa. Uma reação tão grande por um gesto tão pequeno.

Dizer coisas deliberadamente era difícil, mas ele queria que esse momento não fosse esquecido.

"Draco," Harry disse. "Eu-"

"Cale a boca," Draco disse a ele, e com isso fez com que Harry rapidamente começasse a rir e o beijou mais uma vez, dentes mordiscando a lábio inferior de Harry como se não quisesse que o beijo terminasse. Draco estava rindo e completamente sem ar e ainda beijando-o, manteve seus olhos fixos em Harry.

"Eu não quis dizer agora, Harry", ele murmurou. "Eu quero aprender as palavras".


Nota do Grupo:

Acabou! Aqui está o epilogo. Esperamos que ele seja o que vocês esperam. Obrigado mais uma vez a todos que nos acampanharam nessa fic. Queremos que voltem e façam a mesma coisa com as nossas outras fics. Temos uma nova chamada Reencontro (dracoxHarry) e logo mais uma irá ser publicada, mas precisamos saber se vocês estão gostando de nossas escolhas. Então, deixem reviews, ok?

Queremos agradecer a todo apoio que recebemos e também as criticas.

Agradecimentos mais do que especiais:

Dedeh Perfect (aqui está o epilogo e o beijo que você pediu), Sweet Pepper, Dollua, Dark Wolf 03, Isis Coelho, Nanda Weasley Malfoy, Eyre Malfoy-Potter, Ia-Chan, RAYLATAN TIDAL TEMPEST, Brwendally Malfoy (obrigado por entender nosso esforço), fye, Gaa-chan (você não é idiota, não ok? XD), Isis coelho, NewTon Granger, msmdhr, Gabri Chaplin, POTOlover, JuzinhaMalfoy e Tatymoluka.

E uma sugestão para quem diz que não tem o que escrever na review: Bom trabalho, continuo a ler.

PS: Quanto a demora para se postar, nós prezamos pela qualidade, mas fiquem a vontade para buscar outras traduções que não façam o mesmo.

Anna Malfoy - Os Tradutores