Aviso: antes de começar a leitura, queria avisar que a fic tem spoilers da fic Anjos Caídos, da minha autoria!
Gritos. Silêncio. Soluços.
Ela gritava quando ouvia passos ecoando nos frios corredores de pedra. Mas os gritos morriam em sua garganta quando ela vislumbrava o causador dos passos.
Após os gritos vinha o silêncio. Silêncio enquanto ela servia de brinquedo para o homem que quase lhe condenara à morte anos antes. Ela o odiava com todas as suas fibras. Odiava aquele cabelo loiro platinado. Odiava aqueles olhos gélidos e cinzentos da cor da prata, com um toque de insanidade.
E então vinham os soluços. Soluços enquanto ela se desesperava. Todas as vezes em que ele vinha, ela implorava para que ele não voltasse mais. Mas ele sempre voltava. E ele fora seu primeiro. O que fazia com que ela o odiasse ainda mais.
E então tudo acabou. Ela estava em algum beco em Londres. Apavorada. Não sabia onde estava. Ou o que fazer. Não podia voltar para casa. Não naquele estado. Não após ter escrito diversas vezes, sob coação, que estava bem. Como ela o odiava. Ela deixou-se escorregar para o chão, as costas na parede imunda do beco.
Ela tentou levantar-se. Mas não conseguiu. Tontura. O beco girava ao seu redor. Ela deixou-se cair no chão novamente. Abraçou os joelhos, esperando que o beco parasse de rodar vertiginosamente.
Ela recostou-se na parede. Forçando a mente em busca de lembranças de risos. Mas o que lhe veio foi o dia em que ela fora atirada ao inferno. Não queria se lembrar daquilo. Queria esquecer. Mas aquele dia voltava. Sempre voltava.
Sua cabeça começou a ficar pesada. Ela sentia que se perdia. Sua consciência se desvanecia. E, por fim, ela a perdeu.
Ela acordou em um lugar que, definitivamente, não era o beco. Era um hospital. O Saint Mungus. Mas por que não havia ninguém de sua família ali? O relógio de Molly Weasley devia estar sinalizando que ela estava no hospital. E então lembrou-se. Eles haviam viajado para a Romênia, para visitar Carlinhos. Era até melhor que fosse assim.
-Que bom que acordou! Não se preocupe, o bebê está bem.
-Bebê? Que bebê- não podia ser. Não podia!
-A senhora não sabia?
-Não...
-Se quiser, posso pedir que chamem o pai...
-Não! Essa criança não tem pai.
Horas mais tarde, ela estava de volta às ruas. Novamente. Estava em algum beco. Deixou-se escorregar para o chão. Chovia. A água lhe escorria dos cabelos. Ela tiritava de frio. Grávida. Daquele maldito. O que faria? O desespero apossou-se dela. E agora? Não sabia. Olhou ao redor. Viu apenas lixo e sujeira.
Enquanto ela se encolhia, algo a cortou. Procurou o que a cortara. Uma garrafa quebrada. Olhou como que hipnotizada para o pequeno filete de sangue que escorria do pulso. Por que não?
Ela tomou um dos maiores cacos que ela encontrou próximo a ela. Em seguida, traçou os cortes no pulso. Então, largou o pedaço de vidro. O sangue que escorria de seus pulsos misturava-se à água. Sua cabeça foi ficando leve...Antes de perder a consciência, ela ouviu, ao longe, botas chapinhando na água. Mas talvez fosse apenas ilusão...Então ela entregou sua consciência, a cabeça pendendo para a frente. E ainda chovia.
N/A
e aqui temos o primeiro cap da fic que eu havia dito q eu ia fazer! esse cap é curtinho, pq os cap seraum exatamente iguais aos da Anjos Caídos. Mas, se eu receber reviews, eu posto mais rápido!
Jinhus
G.W.M.