Avisos: Fumar provoca cancêr de pulmão, impotência sexual, mal-hálito e um monte de outras coisas que eu não me lembro... mas que são chatas a beça! Ah sim, este fic além de ser SLASH (homens se agarrando e fazendo coisas que até Deus duvida) também é ANGST, ou seja, não tem ceninhas cutes-cutes com borboletas, passarinhos verdes e crianças felizes. Se você não gosta de ficar pensando em quanto a sua miserável existência é tão desprezível quanto um verme cego ou em como acha asqueroso ver dois varões (que para quem não sabe trata-se de uma palavra para designar homens, ô mente poluída!) rolando na cama, bem, é melhor dar meia volta. AGORA. Eu não admito, não aceito reclamações de gente ignorante e analfabeta! Pela última vez: Você foi avisado. Para aqueles com frieza e curiosidade o suficiente: Boa leitura e beijim no corpo da Tia Dana! ;)


Nicotina
por Dana Norram

Harry assistiu a fina e esbranquiçada nuvem de fumaça tremeluzir quietamente no ar. Então com uma nova tragada jogou um pouco mais dela para fora, através das narinas ligeiramente dilatadas.

Suspirou, sentindo o cheiro ocre impregnar-se ao ambiente e sorriu meio de lado, esmagando o que restava de seu cigarro no cinzeiro pousado sobre o criado-mudo.

"Hum..."

Prendendo a respiração, Harry estancou os dedos no ar e voltou seus olhos para aquele que estava adormecido em seu peito.

Cabelos loiros desalinhados e uma face pálida, ligeiramente corada pelo frio.

Mãos delicadas moveram-se sobre o tórax nu de Harry e ainda em seu sono, o jovem se aconchegou um pouco mais.

O moreno sorriu de leve e cuidadosamente passou uma das mãos sobre os ombros magros, trazendo-o para mais perto de si. Apoiando-se contra o encosto da cama, Harry fechou os olhos e sem querer começou se recordar de como chegara ali...

(...)

Havia bebido bastante. Mas não estava bêbado.

Ajeitando o casaco, Harry passou a mão por seus revoltos cabelos, no momento um tanto úmidos por causa da garoa. Estava muito escuro. Devia ser bem tarde mas era impossível ter certeza - esquecera o relógio em casa. Andava muito distraído ultimamente... muito distraído...

Continuou seu caminho a esmo durante vários minutos, mas sabia aonde ia. Já tinha estado lá antes, apenas uma vez e daquela vez sim, podia dizer que bebera feito um gambá! Sequer lembrava-se de como era o rapaz com que tinha dormido... loiro, moreno, ruivo, negro... como se importasse. Para ele ou para Harry. Eram apenas garotos de programa. Rostos bonitos, mas sem nome ou uma mera sombra de dignidade.

As ruas mal iluminadas davam uma sensação de impotência e o bruxo sentiu-se tentado em puxar sua varinha e murmurar um 'lumus' ali mesmo. Claro que agora já tinha permissão de usá-la quando bem entendesse. Aliás, há muito que deixara de ser apenas um adolescente revoltado...

Muitas coisas aconteceram. Muitos morreram. Mas a guerra acabou.

E eu sobrevivi.

Mas Harry não queria pensar nos próprios problemas. Queria somente ir até aquele bendito bordel, escolher um bom rapaz e passar uma noite agradável, sem se preocupar com que aconteceria em sua vida no dia seguinte.

Viu um casal de namorados passar apressado, abraçando-se na tentativa de fugir do frio. Sentiu uma contração engraçada na barriga.

Inveja.

Será que um dia teria alguém para compartilhar daquela cumplicidade? Provavelmente não...

Voldemort estava acabado. Mas ele conseguira. Pregara seu maldito nome como ferro em brasa na mente de mais de uma geração. Muitos ainda olhavam por cima do ombro durante a noite, com medo de que um comensal saltasse da escuridão para atacá-lo. Muitos continuariam chorando as mortes da guerra, mas não Harry...

O menino que sobreviveu não tinha mais lágrimas a derramar. Tudo... finalmente acabara.

Harry escutou um latino solitário ecoar em algum beco e respirando fundo, procurou não pensar em quem aquele som lhe lembrava. Era passado.

Fantasmas já esquecidos... não me assombrem mais uma vez...

Parou numa esquina, olhando para os lados com atenção. A garoa fina e enrregelante descia em camadas grossas, procurando arrancar-lhe a vontade de seguir em frente, embaçando sua visão. Harry a ignorou, simplesmente tirando os óculos do rosto e secando-os demoradamente no casaco antes de retomar a caminhada.

A rua deserta, escura e úmida parecia inóspita, mas Harry não se importava. Harry não sentia medo.

Harry Potter não tinha mais nada a perder.

Depois de vários minutos finalmente alcançou a casa em questão. A fachada era pequena, um pouco suja e mal iluminada por meia dúzia de lâmpadas coloridas já nas últimas, ameaçando apagar-se de uma hora para outra debaixo daquela garoa. Não havia qualquer placa que identificasse a casa, apenas um enorme segurança - três vezes maior e mais largo do que Harry - parado junto à porta, denunciava a natureza daquele lugar.

Não havia necessidade de mostrar qualquer documento ao leão-de-chácara. Harry simplesmente lançou-lhe um olhar penetrante, sem qualquer sombra de medo ou dúvida e entrou no recinto olhando para os lados, tentando se lembrar com clareza dos passos que dera ali noutra ocasião.

Porque estivera aqui daquela vez? Não... não se lembrava... e de qualquer forma... não importava mais...

Espremendo-se entre os vários homens do salão e sem dar atenção ao olhar comprido que alguns deles lhe lançavam, Harry alcançou uma mesa vazia e sentou-se nela, colocando os cotovelos sobre a superfície e enterrando o rosto nas mãos, como se uma dor de cabeça tivesse lhe atacado subitamente.

Inspirou fundo, decidindo se esperaria ser abordado ou se ia por conta própria até o balcão tomar um drink, enquanto escolheria sua companhia a dedo.

Ficou por quase um minuto assim, quando as vozes, o som de risadas e de copos sendo batidos contra mesas se misturaram, resultando num único ruído alto e constante. Irritante.

Doentio.

E foi no meio de todo aquele barulho desconexo que Harry escutou alguém parar atrás dele. Podia sentir o corpo quente antes mesmo que um par de mãos aparentemente delicadas, lhe tocassem nos ombros. Enrijeceu na cadeira e ergueu a cabeça, escutando uma voz rouca se dirigir a ele.

"Procurando companhia?"

"Se você es..." mas sua voz morreu antes de chegar à boca. Tão logo virou o corpo, Harry resistiu ao desejo de coçar os olhos para ter certeza de que estava enxergando bem.

Não era apenas um belo rapaz aproximadamente da sua idade, dono de um par de olhos cinzas arregalados, quase saltando de um rosto pálido, fino e pontudo emoldurado por cabelos loiros platinados cuidadosamente penteados. Não... não era apenas para isso que Harry olhava...

O que via era uma algo que fazia parte de seu passado. Passado que ele achava ter esquecido.

Ter enterrado.

O rapaz também ficara mudo e apenas quando Harry conseguiu desenrolar a língua e murmurar um baixo "Malfoy?" que o jovem se mexeu, parecendo ter sido despertado de um sonho ruim. Parecendo que acordara para um pesadelo.

Soltando-se de Harry o jovem cruzou os braços sobre o peito, esboçando um sorriso deprimido. Suas bochechas estavam levemente vermelhas e ele baixou o tom de voz quando falou num tom ríspido e cortante.

"Que diabos faz aqui, Potter?!"

Continua.


NdA: Ahhhhhhhhhhhhhh... minha primeira HD (disco rígido, CD-Rom... ok, piada horrivel, sorry), que emoção! E então, meninas (e meninos) continuo... ou não continuo? Este aqui eu prometo, juro de pés juntos que vou atualizar rápido - até porque já tenho a história todinha na cabeça!

Ah, fic dedicada a minha querida Bellinha (Daphne), que já está ficando mal-acostumada! Foi ela quem me passou um fic HD que me inspirou para escrever este SÉCULOS atrás e também, sempre me indicou fics dos dois. Não morro de amores, mas slash sempre é bem-vindo... menos com o James no meio! D:


Harry Potter, suas frescuras e personagens pertencem exclusivamente à J.K. Rowling e Warner Bros. Agora... esta triste fanfic me pertence e eu vou fazer miséria da vidinha infeliz daquele que se meter a besta de copiá-la ao postá-la em algum lugar sem minha prévia autorização. Gostou? Quer colocar no seu site? Blog? Fórum? Me mande um e-mail, bolas! Não se esqueça: Plágio é crime.