Disclaimer:Os direitos do livro Imperdoável Paixão e do desenho Inuyasha não me pertencem.

N/A:Essa é um história baseada no livro Imperdoavél Paixão de Susan Mallery . Com algumas pequenas diferenças.E mesmo essa grande obra não sendo feita por mim eu adoraria receber alguns comentários.

Beijinhos,

Cely Potter!

Imperdoável Paixão

Cap 1-Inuyasha Yazaki

Osaka,Japão-1878

Inuyasha Yazaki voltara.Esse era o assunto do dia na Osaka's General Store,a única loja da pequena cidade Osaka,onde se podia comprar de tudo,desde mantimentos, ferramentas e implementos agrícolas até roupas finas e calçados elegantes.

Kagome Higurashi,a jovem proprietária,ouvia vozes animadas em meio ao ruído dos pregos sendo pesados na balança ao fundo do estabelecimento e às passadas dos fregueses no chão de tábua.

Os fazendeiros e os rancheiros,que tinham vindo à cidade em busca de suprimentos, comentavam a grande novidade:a volta de Inuyasha Yazaki para ocupar o lugar do xerife recentemente falecido.Os moradores mais antigos acreditavam não se tratar do mesmo rapaz que abandonara a cidade há sete anos.Ele não se atreveria a mostrar a cara em Osaka,depois do que acontecera.

Os mais novos queriam saber o que Inuyasha tinha feito.Vagas referências a travessuras infantis e farras de juventude não os impressionaram.Afinal,a cidade necessitava de um xerife,e se o sujeito fosse capaz de protegê-los e manter a ordem,seu passado não vinha ao caso.

As mulheres,reunidas ao redor dos rolos de tecido e dos figurinos com a última moda de Paris, comentavam que nunca tinham visto rapaz mais bonito do que Inuyasha Yazaki.

-Bonito e criador de problemas.-Afirmou a viúva Kaede.Depois, afastando-se do grupo,voltou para a frente da loja,onde ficava sua mesa de trabalho,que servia como agência do correio local.

As palavras da viúva atrairam a atenção de Kagome,que levantou os olhos da relação de estoque que conferia.O primeiro grande carregamento de mercadorias do leste acabara de chegar,e era preciso vereficar item por tem.

-Quem está criando problemas?-perguntou.A vontade de falar a respeito de Inuyasha venceu sua costumeira reserva.Perguntas sem fim giravam-lhe na mente:Ele estaria mudado?Lembrar-se-ia dela?Que bobagem,censurou-se em seguida.Claro que Inuyasha não esqueceria a cruel despedida de sete anos atrás...Mas quem iria imaginar que ele voltaria um dia?

A Sra.Kaede interrompeu a contagem de seu pequeno estoque de selos e ergueu a cabeça, ajeitando o corpete do vestido.Passados dez anos da morte do marido,ela continuava de luto.Na opinião de Kagome,apenas porque a cor a favorecia, constratando com os cabelos de um preto agora desbotado.

-No momento ninguém.-respondeu a viúva.-Estávamos falando de Inuyasha Yazaki.Aquele rapaz sempre foi mais bonito do que um homem tem direito de ser,mas também esteve sempre envolvido em confusões.É do tipo a quem as mulheres e os problemas perseguem o tempo todo.

Kagome enxugou a palma das mãos subitamente suadas na saia.

-Talvez esteja mudado.

Voltando-se,a sra.Kaede estreitou os olhos castanhos e encarou Kagome com atenção.

-Você nao era uma daquelas desmioladas que viviam atrás do rapaz,era,Kagome?

A jovem ergueu o queixo com altivez.Sua risada soou confiante a seus próprios ouvidos.

-Alguma vez me viu com ele?Pode imaginá-lo vindo à minha casa para me cortejar?

A viúva reclinou-se para trás na cadeira e sorriu.

- Claro que não,Kagome.Você sempre foi uma boa garota.Respeitável. - Ela voltou a lidar com os selos - Eu não a culparia se também também se encantasse por ele.Seria impossível censurá-la por isso.E Inuyasha não era de todo mau,sou obrigada a reconhecer.Ainda,assim,provocará problemas.Estou com um pressentimento.

Disfarçando a pertubação,Kagome foi refugiar-se nos fundos da loja.Atrás de uma cortina havia dois aposentos.À esquerda,o maior era usado como depósito para o estoque.À direita,uma pequena sala servia-lhe de escritório.Fechando a porta,ela apoiou os quadris na escrivaninha

Como o restante do estabelecimento,o lugar era limpo e organizado.Lutando contra a agitação que a dominava,Kagome colocou os papéis que trouxera numa pilha à direita no fundo do pequeno escritório.Lá havia uma bacia e uma jarra de água.Depois de arregaçar as mangas,tratou de jogar um pouco de água fresca nas faces afogueadas.

Não adiantou.O espelho oval colocado na parede mostrou-lhe o rubor de seu rosto.Seus olhos brilhavam,se de excitação ou medo,ela não saberia dizer.Os lábios rosados e carnudos tremiam.

Inuyasha Yazaki voltara.

Talvez não fosse ele,tentou acalmar-se enquanto descia as mangas.O nome era relativamente comum.Pelo menos,era uma vaga esperança.

Ajeitando os cabelos,Kagome voltou para a loja.Shippo,seu assistente,estava embrulhando um corte de musselina para uma jovem freguesa.Sem dúvida ela confeccionaria para um belo vestido para o baile.A comemoração para a festa da primavera ainda estava a meses de distância,mas as pesoas se preparavam para a data com muita antecedência. Pensar na festa contribuiu mais ainda para lhe despertar lembranças de Inuyasha.Trouxe-lhe à memória as ocasiões em que ficava dançando com os rapazes que seu pai aprovava,enquanto observava Inuyasha pelo canto do olho.Ele dançava com quase todas as garotas,menos com ela.Fazia-as rir com suas brincadeiras e as fascinava com seu charme.

Uma vez,porém,numa dessas festas,numa noite mágica de céu estrelado,Inuyasha a encontrara fora do salão,caminhando por entre o arvoredo.Não havia mais ninguém ao redor,embora a música das rabecas e sanfonas ainda se fizesse ouvir.Sem dizer uma palavra,ele a tomara nos braços e começara a dançar,segurando-a mais próximo do que os outros rapazes costumavam fazer.Tão perto que Kagome sentiu o calor do corpo jovem e másculo,e a respiração quente em sua face.Dançaram pelo que lhe pareceu uma eternidade, girando, olhos nos olho.As mãos dele queimavam em suas costas. Depois, enquanto aguardavam no intervalo entre as duas músicas,Inuyasha inclinou-se e,por um breve instante,seus lábios roçaram os dela.Então ele a fitou e...

-Ei,Kagome.-Uma voz de mulher veio interromper-lhe as recordações.-Preciso de alguns metros de seda.

Piscando um pouco confusa,ela descobriu-se de pé atrás de um dos balcões da loja.A mulher à sua frente falava a respeito do próximo casamento da filha e da necessidade de fazer alguma coisa para a jovem usar na noite de núpcias.

Kagome voltou a devanear.Nunca tivera uma noite de núpcias.Nem um casamento.Aos vinte e quatro anos,já era considerada solteirona.Mas era também uma mulher de negócios,lembrou a si mesma, apressando-se a seguir a freguesa.E daí se Inuyasha tinha voltado?Não ligava a mínima.Não tinha tempo para procupar-se com isso.Durante toda aquela tarde,porém,enquanto trabalhava,sua mente reproduzia a música daquela noite há tanto tempo passada,e seus lábios tremiam com a lembrança do beijo de Inuyasha.

Às três e meia,Kagome não aguentava mais.Se outra pessoa entrasse na loja falando sobre a volta de Inuyasha Yazaki,ela gritaria.Todos comentavam sobre a tal possibilidade,mas ninguém parecia disposto a averiguar a veracidade da informação.

Não suportando o falatório nem por mais um minuto,Kagome marchou para seu pequeno escritório nos fundos da loja.Lá,colocou o chapéu,fazendo uma pequena pausa diante do espelho para verificar se estava direito e se nenhum fio de cabelo escapava do penteado.Depis,pegando o manto,ajeitou-o sobre os ombros e prendeu o fecho na altura do pescoço.Luvas e bolsa na mão,voltou para o interior da loja.

-Shippo,tome conta de tudo para mim-determinou, enquanto encaminhava-se para a porta.

-Aonde vai?-perguntou a viúva Kaede.

Detendo-se à soleira,Kagome calçou as luvas.

-Vou descobrir se é verdade.

A mulher mais velha ficou de boca aberta.

-Está querendo dizer...

-Que vou ao escritório do xerife.

-Mas,você não pode.Minha querida menina,se for ele...Bem,Inuyasha é "aquele" tipo de homem.O que as pessoas vão pensar?

A pergunta fez com que Kagome hesitasse.Tinha vivido toda a vida na dependência do que os outros pensariam ou não dos seus atos.Entre as regras de comportamento de seu falecido pai e tendo como cunhado o pastor da igreja local,ela sempre fora obrigada a levar em consideração as opiniões alheias.

Por outro lado,tinha de saber se era verdade.Se não fosse o mesmo Inuyasha Yazaki que conhecera,simplesmente se apresentaria e sairia de lá.Se fosse ele...bem,pensaria no que fazer quando o visse.

-Estamos em plena luz do dia-falou,enquanto abria a porta.-O escritório do xerife é um lugar público.Não é como se eu estivesse indo ao quarto de um homem,sra.Kaede.Por que alguém pensaria mal?

E antes que perdesse a pouca coragem que reunira,saiu para a calçada,dirigindo-se a delegacia.

Os saltos de suas delicadas botinas batiam nas tábuas de madeira da calçada em frente a loja.O calçamento continuava até a cocheira onde as diligências paravam,terminando abruptamente em frente ao açougue.Dali em diante havia um trecho de terra,até a calçada de madeira recomeçar diante da delegacia.

Sem hesitar,Kagome levantou a barra das saia até os tornozelos.Depois de observar com atenção o barro,a fim de evitar os piores trechos,e de fazer uma prece pelo bem-estar de suas botinas,atravessou corajosamente o lamaçal,alcançando de novo o calçamento.Batendo os pés para livrar-se do barro nas solas,ela cumprimentou alguns conhecidos, rezando para que não parassem para conversar e perguntar o que ela ia fazer.Seu coração batia disparado no peito a as mãos estavam suadas dentro das luvas de pelica.Erguendo o queixo,tentou ignorar o medo e aproximou-se da entrada do edifício de dois andares que abrigava a delegacia e cadeia local.Duas janelas flanqueavam a porta.Não eram lavadas havia meses,o que a impedia de apenas espiar o interior e ver a cara do novo xerife.Mas,afinal,não ficava bem uma dama espreitar pelas janelas dos outros.Não,o que tinha que fazer era simplesmente abrir a porta e entrar,como qualquer cidadão decente.Veria por si mesmo e depois sairia.

Fácil falar,mas difícil fazer.A indecisão a mantinha paralisada."Ora,vamos acabar logo com isso!",ordenou-se com firmeza."Tinha de agir antes que algum outro conhecido aparecesse.Além do mais,o que de pior aconteceria?

Sem fazer ruído,abriu a porta e entrou.Naquele momento,Kagome deu-se conta de que era a primeira vez que entrava na delegacia.Nunca tivera motivos para ir até lá.

Parada à soleira,inspecionou o ambiente.As paredes rústicas não eram empapeladas e vários cartazes de criminosos procurados achavam-se pregados nelas.Um pálido raio de sol infiltrando-se pelas janelas empoeiradas iluminava o chão riscado pelos saltos de botas e esporas dos homens que por ali transitavam.Três escrivaninhas ocupavam quase todo o espaço.Duas portas conduziam aos fundos da delegacia,onde ficavam as celas.Ambas encontravam-se fechadas,e com exceção dela própria,a sala estava deserta.

Aliviada,avançou alguns passos.Não haveria ninguém para testemunhar sua potencial humilhação em face de Inuyasha Yazaki.Claro,também não havia nenhum Inuyasha

Yazaki.

Devagar,ela aproximou-se da mesa maior,onde se via uma grande caixa de madeira.A tampa havia sido retirada e era possível ver o conteúdo:lápis e papéis,juntamente com um par de algemas.No fundo,Kagome avistou o cabo de uma faca,com as iniciais gravadas.Não dava para ler as letras naquela posição,mas nem era preciso.Inuyasha Yazaki tinha o hábito de gravar suas iniciais nas facas que certeza tratava-se de um I e um Y,idênticos aos que estavam gravados na faca que ela ainda guardava no fundo de sua caixa de jóias.

Era ele.O Inuyasha Yazaki que conhecera tinha voltado.

-Ora,que bela surpresa!

Continua...