N/A: Antes de iniciarmos essa história é importante deixar claro a época em que ela se passa em um passado não muito distante, no século XX, mas não foi exatamente especificado. Caberá a cada leitor a tarefa de situar os personagens no tempo...
Sem mais delongas, vamos à fic.
Desígnios do Destino
Capítulo Um
O homem estava sentado sobre o galho de uma árvore observando alguns jovens que treinavam com espadas de bambu. Estavam em horário de descanso, mas eles não paravam, o que era comum entre os mais novos cadetes do exército. Sorriu ao ver aquela cena. Já fora assim quando mais novo, porém o sentimento de ansiedade diante das batalhas desaparecera quando seu pai morreu na guerra.
Sua família possuía vários bens, acumulados através de muitas gerações. O pai, seguindo a tradição da família, fizera parte do exército chinês e era um respeitado general. No entanto, morrera consideravelmente cedo, antes de, sequer, completar os quarenta anos.
Sua mãe ficara muito abalada, entrou em terrível depressão, negando-se a comer, ou até mesmo a sair do quarto, não queria falar com ninguém. Certa noite, uma das criadas foi levar-lhe o jantar e a encontrou inconsciente no chão. Havia tomado uma super dosagem de antidepressivos. Foi levada com urgência para o hospital, mas não adiantara. Ela já havia falecido.
Fora um golpe muito forte para ele e suas irmãs. Não conseguiam mais permanecer na casa, então puseram-na a venda.
Ele tinha dezoito anos quando se mudou para o Japão, onde foi morar na casa de amigos de infância. Suas irmãs separaram-se, indo cada uma para um lado, viver suas vidas.
Eriol Hiiragizawa e Tomoyo Daidouji participaram de um programa de intercâmbio durante um ano em Hong Kong, quando ele estava na quarta série. As famílias de ambos mantinham negócios com a sua e foi assim que se conheceram. Eriol era dois anos mais velho, enquanto Tomoyo tinha um ano a mais, mas isso não impediu que se dessem bem. Eriol e Tomoyo haviam se casado no ano anterior à mudança do jovem chinês.
Eriol fazia parte do exército japonês e havia acabado de se tornar capitão, na ocasião. Ele, então, decidira fazer o mesmo. Tinha recebido treinamento em combate e havia sido criado de forma extremamente disciplinada, não fora difícil ingressar nas forças armadas, muito menos, subir de patente. Em um ano já havia alcançado o posto de tenente e quase dois anos depois se tornou capitão, enquanto Eriol tornava-se comandante.
'E isso já faz três anos…' – pensou, olhando o céu cinzento sobre sua cabeça. Suspirou, estava com um mau presságio, esperava apenas, não estar certo.
"Aí está você, meu amigo!" – ouviu alguém dizer junto à árvore. Olhou para baixo e viu Eriol lhe sorrindo. – "Estive procurando-o, Shaoran…" – disse, enquanto o chinês descia.
"Então fale, meu amigo... O que quer de mim?" – perguntou sorrindo de volta.
"O general nos convocou para uma reunião sobre alguns incidentes que estão ocorrendo nas proximidades de Kanoya, um vilarejo católico ao leste de Kagoshima, em Kyushu… no extremo sul do Japão...".
"Ah, sim..." – suspirou. – "Pois então não nos demoremos por aqui... Não queremos irritar o general, não é mesmo?" – riu, acompanhado do amigo.
"Você realmente não gosta de Kurosawa, não é?" – perguntou Eriol, ainda rindo.
"Ele é convencido demais para quem sai com o rabo entre as pernas à mínima menção de enfrentar o inimigo..." – explicou, debochando. – "Vamos logo...".
Foram até o local onde estavam reunidos vários soldados, tenentes, capitães e o general. Assim que se uniram ao grupo, Kurosawa começou a falar.
"Como todos sabem, um grupo militante chinês está invadindo nosso território pelo sul... O primeiro local a ser atingido será Kanoya..." – suspirou, vendo alguns soldados ficarem confusos. – "Kanoya é um vilarejo católico, bem pequeno e subsistente... Por isso muitos não sabem de sua existência..." – ouviu-se um 'ah...' de alguns soldados. – "Precisamos deter esse avanço, por isso estaremos mobilizando algumas unidades para lá, que se instalarão no vilarejo para esperar o momento certo para acabarem com os chineses..." – olhou para Li rapidamente. – "Um comandante e um capitão serão enviados com a tropa... e a escolha já foi feita...".
"E quem irá, senhor?" – perguntou um dos tenentes, percebendo a pausa do general.
"Hiiragizawa e Li..." – respondeu, mal-humorado, demonstrando sua insatisfação com a escolha. – "Partirão amanhã pela manhã, portanto vão arrumando as coisas... O restante da tropa estará pronta quando chegarem... Estejam aqui às cinco da manhã em ponto."
"Sim, senhor!" – os dois bateram continência e saíram de lá, indo para a residência Hiiragizawa.
"Não acho que Tomoyo ficará muito satisfeita com a nossa partida..." – comentou Shaoran. – "Ela não gosta de ficar sozinha...".
"Não se preocupe com isso... Tomoyo entende que temos nossas obrigações..." – suspirou. – "Mas mesmo assim acho que vou ter que persuadi-la a não ir conosco na hora da partida...".
"Eu ainda não entendo porque não quer a presença dela no momento da partida. Ela fica muito chateada com isso, sabia?".
"Que fique somente entre nós, Shaoran... Eu não quero que ela vá, pois sei que a verei triste por minha partida e isso é algo que não conseguiria suportar..." – suspirou. – "Algum dia você entenderá... Quando encontrar alguém realmente especial...".
Assim que chegaram na casa, Tomoyo foi recepcioná-los.
"Boa tarde!" – cumprimentou. – "Voltaram cedo, aconteceu alguma coisa?" – estranhou.
"Bem..." – começou Eriol, olhando para Shaoran.
"A esposa é sua... Conte você..." – disse, rindo do amigo. – "Vou para meu quarto tomar um banho... Avisem-me quando o jantar estiver servido..." – saiu do hall e foi para seu quarto.
O jantar foi um período de pesado silêncio, como Shaoran já esperava. Tomoyo estava triste, o que era incomum no dia-a-dia. Quando um dos dois viajava, ela ficava um pouco abalada, mas nada muito sério. Se os dois estavam fora, ela ficava deprimida daquela forma.
Assim que terminou, Shaoran levantou da mesa e foi para uma saleta anexada ao recinto, onde havia um piano e um violino. Sabia que Eriol e Tomoyo iriam discutir um pouco, depois se trancariam no quarto e Shaoran só veria Eriol na manhã seguinte para saírem. Era o que acontecia todas as vezes que os dois, ou somente Eriol, saíam em viagem pelo exército.
Sentou-se em frente ao piano e começou a tocar. Uma melodia melancólica tomou todo o cômodo, enquanto o guerreiro perdia-se em pensamentos sobre seu passado e como fora parar ali. Tudo acontecera extraordinariamente rápido e, apesar de tudo, ele se considerava alguém de sorte. Tinha amigos fiéis, que o ajudaram quando ele precisou. As irmãs, apesar da distância, sempre arranjavam um jeito de saber dele... Riu enquanto lembrava da reação delas ao contar que ele entrara no exército... E quando descobriram de sua patente de capitão? Elas eram extremamente histéricas e indiscretas, o que lhe causava muita dor de cabeça, mas no fundo sentia falta das maluquices que faziam. A última vez que se viram, fora um ano antes quando ele visitou seu sobrinho recém-nascido. Deixou sua mente vagar junto à música. Gostava muito de Tomoyo e Eriol. Eram ótimos amigos e não se incomodavam com sua presença na casa, mas, em certos momentos, não podia evitar a sensação de ser um peso para os dois, além daquele vazio em seu peito ao vê-los interagindo. Achava belo o sentimento que unia os amigos e detestava ver Tomoyo amargurada, principalmente quando sua tristeza era relacionada às constantes viagens de Eriol. Tinha receio de que, caso algo acontecesse a ele, acabasse tomando uma atitude semelhante à de sua mãe. Afastou rapidamente esses pensamentos, Tomoyo não era uma mulher fraca, embora o parecesse. Fora surpreendido muitas vezes pela força e perseverança que sua amiga tinha.
Finalizou a melodia, ainda imerso em lembranças, e ouviu palmas. Virou-se para a porta e fitou Eriol, ao lado de Tomoyo, observando-o.
"Excelente, meu amigo!" – Eriol disse sorrindo e entrando na saleta, com a esposa logo atrás dele. – "Mas a melodia é um tanto triste… por que não toca algo mais alegre?" – perguntou.
"Claro!" – apontou o violino. – "Acompanha-me?" – perguntou, recebendo assentimento do amigo que pegou o instrumento e posicionou-se ao lado do piano.
"Sente-se e aprecie o espetáculo, minha querida!" – Eriol disse em tom de brincadeira.
"Ora, mas eu não perderia isso por nada…" – respondeu no mesmo tom do esposo.
Tocaram entusiasticamente uma seqüência de melodias descontraídas. Shaoran não entendia bem o motivo deles estarem tão tranqüilos, mas não importava. Ele preferia ver Tomoyo sorrir a chorar. Ao término da apresentação Tomoyo pôs-se de pé para aplaudi-los.
"Estava maravilhoso…" – disse em meio a um grande sorriso. – "Agora é melhor irmos dormir. Precisamos descansar, pois a viagem até Kanoya é bem longa e cansativa…" – suspirou saindo da sala e deixando os dois homens sozinhos.
Shaoran virou-se para Eriol, que tinha um olhar cansado, enquanto observava a esposa.
"Eriol,… diga que eu entendi errado e que Tomoyo não irá conosco amanh" – pediu vendo o amigo balançar negativamente a cabeça.
"Não posso dizer isso, meu amigo…" – ele tirou os óculos do rosto e um lenço do bolso, começando a limpá-lo.
"Mas isso é loucura. Não será seguro para ela…" – estava transtornado.
"Eu sei disso. Tomoyo sabe disso…" – recolocou os óculos. – "Mas ninguém vai conseguir mantê-la aqui, Shaoran. Se ela não for conosco, irá sozinha. Acredite, ela realmente ir" – suspirou caminhando até a porta.
"Não entendo como você aceitou uma coisa dessas, Eriol…" – Li disse confuso, seguindo o amigo. Tomoyo apareceu na porta com um sorriso.
"Não brigue tanto com Eriol por causa disso, Shaoran…" – pediu. – "A única razão de eu ir com vocês é a obrigação que tenho com uma familiar. Minha prima mora naquele vilarejo…" – levou as mãos até o peito. – "A história toda é meio complicada e o que interessa é que sou a única família que Sakurinha tem…" – suspirou. – "Sinto-me culpada até hoje por não ter insistido mais para que ela viesse morar conosco quando meus tios morreram…" – sorriu para o rapaz. – "Correspondemo-nos com freqüência e sabendo que algo ruim pode acontecer com minha priminha não posso ficar aqui…" – concluiu, vendo o rapaz balançar positivamente a cabeça, indicando que compreendia os sentimentos dela.
"Devemos dormir, então, porque temos de estar no quartel às cinco e ainda há muito a ser preparado para nossa partida." – Eriol disse passando o braço pelo ombro da esposa.
"Certo!…" – o chinês sorriu. – "Boa noite para vocês. Até amanhã!" – disse saindo da sala.
"Boa noite!" – o casal disse vendo o rapaz passar pela porta.
Continuará...
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Yoru: Aiya, gente, olha quem está de volta... Eu e a minha mãe!!... erguendo uma sobrancelha... hei... Nada de: "Essas duas de novo, não!"... Vocês vão ter que nos aturar novamente!!!... huahuahuahuhauauhau... gargalhada mortal... COF! COF! COF! COF!... uiui... Depois quando falam que a gargalhada é mortal, ninguém acredita... Essas gargalhadas descontroladas são perigosas... O."...
Miaka: Pois é... u.u Sei que vocês não aguentam mais nós duas, mas tenham um pouco de paciência... E, dessa vez, prometemos não atrasar! Isso ajuda um pouco?
Yoru: Isso aí, pessoas... além do mais, nem vamos incomodá-los tanto assim, né mãe?... Logo, logo vocês poderão dar Graças que acabou a nossa tortura... "... Sem contar que todos os capítulos são assim curtinhos...
Miaka: Sim, sim... Andaram falando que meus capítulos eram grandes, então agora não têm do que reclamar... '' E, tenho que confessar, tava com muuuuuuuuita saudades de escrever com a minha filhinha querida.
Yoru: Hehehe... É muito bom escrever com você também, mãe!! Realmente faz falta as maluquices que fazemos até sair o produto final... hehehe... nhai... suspiro... Bem,... esse foi o primeiro capítulo do Desígnios do Destino... (DdD, viu, Merry, hehe... )... Valeu para quem for acompanhar e para quem nos ajudou. Obrigada, Fe e Ro (sem os assentos pra não dar problema...) e é claro, além do óbvio ululante que pulula nas mentes humanas, eu agradeço à minha querida e adorada mãezinha... abraçando Miaka
Miaka: Nhai... abraçando de volta Eu é que te agradeço, afinal, sem você, essa fic nem teria dado certo... Eu tava sem final, você se lembra? '' Falando na minha vovó, Merry... Essa fic é dedicada à você sim, querida! Afinal de contas, você foi a que mais nos encheu com essa sigla (DdD)...
Yoru: negando com a cabeça... Beijinhos a todos e o próximo capítulo vem dentro de... olhando para Miaka
Miaka: Hum, vejamos... Nove capítulos... Acho que, para não ficar muito corrido para revisão e escrita das notas, duas semanas? Assim temos tempo para responder reviews e etc.
Yoru: Concordo!... Até daqui a duas semanas, então, fellows...
Miaka: Beijinhos para todos vocês! Obrigada por lerem tudo isso... ''