Sinopse

Rony fez uma pergunta. A resposta que ele recebeu foi: 'Through the Rain'. Agora ele só precisa entender o que isso significa...

N/Rbc: Certo, mais uma FanFic! Estamos rendendo, né? OK! Esta é uma história com o ponto de vista de Rony. Eu tentei misturar romance com humor, e tentei fazer uma Short Fic, mas parece que não deu muito certo. Dividi em capítulos sem títulos, de modo que foi mesmo só para uma página não ficar muito grande, o que pelo menos em mim dá muita preguiça de ler... o título surgiu quando eu estava pensando no site Through the Rain, que é dedicado para os fãs de Rony/Hermione... a história veio praticamente toda na minha cabeça e eu apenas acrescentei o humor (me digam: eu consegui?). Espero sinceramente que gostem dessa FanFic, e comentem. Até agora tenho recebido muitos comentários positivos para as outras histórias, e agradeço muito por isso. Bjinhos... Rebeca Maria

Through The Rain

"Uhm, ok, vamos começar logo com isso, antes que eu desista e... e feche essa... esse livro idiota antes mesmo de eu escrever uma linha... certo. Uma linha eu já escrevi... então, ok, comecemos com a história.

Eu nunca fui realmente com a cara da matéria da Trelawney, a Adivinhação. E digo que nem mesmo acredito em toda aquela bobagem de visão interior da qual a professora sempre fala, e insiste em repetir que Harry e eu não a temos...

De qualquer modo, só há um motivo para eu não ter desistido de toda aquela baboseira como Mione fez no terceiro ano: sou o melhor aluno da classe, apesar de tudo. Harry também é bom, mas a professora sempre diz que as mortes previstas para ele nunca são desastrosas o suficiente para ele conseguir um bom 'Excepcional'.

E mesmo sendo o único aluno na escola que coleciona 'Excepcionais' no boletim de Adivinhação, continuo não acreditando que bolas de cristal mostram o futuro, ou que borras de chá nos permitem ver o destino de uma pessoa.

Porém, algo tem ocupado a minha cabeça e me tirado o sono nesses últimos dias. Algo que eu realmente não compreendo, e que para mim, não acreditando em Adivinhação como eu não acredito, nem deveria ser fato tão preocupante...

Mas, como eu disse, é algo que eu não compreendo... Então, é algo que realmente me tira o sono...

O fato é que há alguns dias, no Sábado passado, foi a primeira visita a Hogsmeade. Nada de mais até aí. Harry foi encontrar a namorada dele e ficou com ela o resto do dia em algum lugar que eu prefiro nem imaginar.

Hermione teve uma briga com o Malfoy e deu um soco na cara dele. Algo que eu já nem estranho mais, já que, de alguns meses para cá, isso tem acontecido regularmente. Eu realmente não gostaria de estar no lugar do Malfoy. Hermione parece dar um ótimo gancho de esquerda...

Depois disso, Hermione e eu conversamos o resto do dia, tomando cerveja amanteigada no Três Vassouras e comendo salgadinhos gasosos.

Ao fim do dia, Hermione foi juntar os alunos para voltarmos a Hogwarts. Esse era o trabalho dela como monitora-chefe... aliás, era trabalho dela também tricotar centenas de gorros para os elfos domésticos da escola e colocá-los em 'lugares estratégicos' no salão comunal... coitadinho do Dobby...

Bem, eu provavelmente deveria ajudar a Mione a juntar os alunos, já que sou monitor da escola também, mas eu achei que ela estava fazendo o trabalho direitinho e que não estava precisando da minha ajuda. Acho que eu não ajudei também porque eu lembrei que havia esquecido meu gorro no bar da Madame Rosmerta. Então eu voltei para buscá-lo.

A dona do bar logo que me viu me devolveu o gorro, dizendo que este era bem melhor do que os que eu costumava usar antes. Este era verde escuro, e num formato bem elegante, e não mais multicolorido e infantil como os que mamãe costumava fazer quando eu era pequeno, se é que quinze anos pode ser chamado de pequeno.

Coloquei o gorro e já ia voltando para o trem, quando alguém me chamou a atenção. Era uma velha, a dona da Zonko's, que se preparava para fechar sua loja de brincadeiras.

Sem se virar, ela me chamou para ajudá-la com as caixas, dizendo que a varinha ficara em casa e que provavelmente não a usaria enquanto ela estivesse na loja. Ajudei, claro.

-A senhora precisa de mais alguma coisa?- perguntei, devolvendo as caixas para ela.

-Ah, não, Ronald, obrigada. Mas parece-me que você precisa.- fitei-a, não entendendo as suas palavras.

-Eu não preciso de nada, senhora.- disse educadamente, mas um pouco incomodado.- obrigado.

-Faça-me a pergunta, Ronald.- ela segurou minhas mãos, passando os dedos por cima das luvas grossas.

Eu estava surpreso. Como aquela senhora sabia que eu estava com uma pergunta formulada na cabeça?

-As coisas dentro da loja da senhora parecem tão simples- falei, fitando o chão, e achando a neve muito interessante- e às vezes penso se tudo não poderia ser tão engraçado e incrivelmente simples como os seus logros, e até mesmo os logros dos meus irmãos. E então, eu só queria saber se todas as respostas para os meus problemas não estão escondidos nessas coisas tão simples...- acho que usei essas palavras.

-Então é isso?

-Eu só queria saber onde posso encontrar as respostas para os meus problemas.

Eu olhei para a dona da Zonko's e depois para a estação, onde todos os alunos se acomodavam nas carruagens e Hermione acenava para mim. Então, como um silvo de vento, a resposta chegou aos meus ouvidos:

-Through the rain...- virei-me para onde a senhora estava, mas ela tinha sumido, assim como o silvo passou quase despercebido.

Já tinha ouvido falar da fama de 'adivinhadora' da Sra. Zonko, mas eram apenas boatos e eu nunca levava muito em consideração. A única coisa que me chamava a atenção no nome Zonko era os logros, então, o que viesse depois não importava.

Então, agora eu me pergunto: que raios de resposta é 'através da chuva'? o que o tal do 'Through the rain' tem a ver com os meus problemas? E outra: acabo de notar que meus problemas aumentaram!

OK! Diga que estou realmente perdido... certo! Não diga nada!"

Hermione espiou o livro por cima do ombro de Rony, esticando-se para tentar ler alguma coisa.

-Desde quando você escreve diários?- ela perguntou e Rony ruborizou.

-Isso...não é um diário.- ele apressou-se em dizer- E desde quando você se importa com isso?

-Com isso- ela apontou para o 'diário'- nunca me importei. Mas você tem andando estranho esses dias.

-Eu? Estranho?

-É, você não foi ao nosso encontro.- Rony pensou por um instante e depois, num movimento brusco, bateu com a mão na testa, como se tivesse lembrado de algo muito importante.

-O encontro!- ele falou pesaroso- Eu esqueci. Desculpa, Mione...eu juro que...

-OK, não precisa explicar.- ela deu um sorriso singelo e Rony sentiu-se estranhamente excitado- A Patil adiou para Sábado, e os outros monitores já foram avisados.

"Sabe, foi realmente difícil despistar a Mione e fazê-la acreditar que isso não é um diário. Nem eu sei exatamente o que é isso, mas eu prefiro pensar que não seja um diário.

Diários me lembram o segundo ano, e isso não é uma lembrança exatamente boa.

Então, como dizia, Mione insiste em dizer que isso é um diário, e que acha 'fofo' que eu esteja escrevendo um. 'Fofo', foi essa a palavra que ela usou. E quando eu protestei o 'fofo', ela disse que ser 'fofo' não significava ser 'gay'. E eu não levei muito em consideração.

Desde que Harry começou a namorar, e isso faz mais de um ano, ele meio que se afastou de mim e da Mione. Quero dizer, ele ainda é o meu melhor amigo e tudo, e sei que sempre que eu precisar dele ele vai me ajudar. E eu acho que eu o entendo. Digo, não que eu esteja apaixonado ou algo assim, mas eu sei que ele está MUITO apaixonado. E muito bobo, diga-se de passagem. (Nota mental: 'bobo' não significa 'gay').

Quando ele começou a namorar eu fiquei muito irritado, mas depois esfriei a cabeça. Mione e eu ficamos mais amigos, e nem brigamos mais por coisas bobas. Digo, brigamos de vez em quando, sempre que ela deixa gorros tricotados para os elfos no salão comunal, ou que ela tranca o salão comunal para evitar que alunos entrem ou saiam dele de forma desorganizada e tudo o mais... porém, estamos realmente muito mais amigos.

Ela sempre me ajuda quando eu tenho dificuldades nos estudos, e tenta pôr na minha cabeça que estamos no ano dos NIEM's, e que jogador de quadribol não é uma profissão de futuro, apesar de eu ter recebido uma ótima proposta para goleiro no Chuddley Cannons Júnior para depois que eu terminar Hogwarts...

Eu sempre a levo para voar de vassoura no campo de quadribol, e a faço burlar as regras da escola durante a noite, quando nos esgueiramos pelos corredores depois do horário da ronda, só para fazê-la se divertir um pouco e se livrar da preocupação com os estudos.

Às vezes ficamos horas na torre de Astronomia, observando as estrelas e a lua. E nessa hora ela aproveita para me ensinar a enxergar as influências das estrelas sobre os humanos... e eu vejo que Hermione nunca deixará de ser como ela é: excessivamente preocupada com os estudos.

Apesar das várias tentativas dela tentar me ensinar qualquer coisa às duas da madrugada na torre, nos divertimos muito. Sempre temos algo para conversar, por mais que o assunto pareça banal. Sempre comentamos fatos do dia-a-dia, e também planejamos um futuro, no qual seremos amigos para sempre, ela, Harry e eu.

É legal pensar assim, que teremos amigos para a vida toda. Ou que teremos sucesso na nossa vida, seremos ricos e felizes, e teremos amigos para a vida toda, enfim...

OK! E voltando para o 'Through the Rain', eu acabo de notar que não está chovendo. Não chove água, quero dizer. Só chove neve. Isso é legal porque assim eu fico mais noites acordado sem saber o que essas três palavras significam e sem saber exatamente porque eu estou acordado.

Bem, eu vou perguntar pra Mione se é possível chover neve."

Rony fechou o 'diário' e enfiou-o na bolsa no instante em que viu Gina se aproximar da mesa da Grifinória. Hermione, como todos os dias, estava escondida atrás do último exemplar d'O Profeta Diário.

-Roniquinho...- Gina chegou um pouco dengosa para cima do irmão. Rony fez uma cara de descrente, revirando os olhos para cima e logo depois apontando para um canto afastado da mesa, onde Harry e Luna conversavam- Obrigada...- Gina sorriu e se afastou. Hermione baixou o jornal e olhou para Rony.

-Como você sabia o que ela queria?- ele deu de ombros.

-É exatamente a mesma coisa que ela quer sempre. E isso já faz mais de um ano, não é mesmo?- Hermione escondeu-se novamente atrás do jornal, comentando em seguida algo como "Elfos domésticos recusam a Frente de Liberação aprovada pelo Ministério da Magia..."- Mione...- ele chamou.

-Ahn?- Hermione olhou para o amigo com as sobrancelhas erguidas. Rony olhou-a de um modo estranho, parecendo uma criança que carregava consigo uma dúvida cruel.

-É possível chover neve?- Hermione piscou algumas vezes, tentando absorver a pergunta do amigo. Depois disso ela largou o jornal em cima do prato de cereais e começou a sorrir. Rony permaneceu com a mesma cara de uma criança que tinha uma dúvida cruel não respondida.