Prólogo
O Pedido
- Ele subia apressadamente a colina em direção ao Thor, a mente fervilhando com os pensamentos que as últimas visões provocaram. Precisava agir rapidamente.
- Não acho prudente que você vá sozinho, Sebastian. - a voz da prima o tirou de seu devaneio.
- Já disse que vocês não vão, Kristyn. Pelo menos uma vez na vida, não discuta.
- Mas é muito perigoso!
- E o que vocês vão fazer, Ana? Não podemos usar o Gaworn, até mesmo usar os seus dons pode ser arriscado. - ele sacudiu a cabeça energicamente - Não, está decidido, eu irei sozinho. Dierna providenciou uma fenda na barreira para que eu possa sair, e depois de resolver um assunto pessoal, irei diretamente a Dumbledore.
- Que assunto pessoal?
- Isso não vem ao caso.
- Você não vai interferir em nada que não deva, não é mesmo, Sebastian? - perguntou Kristyn, astutamente.
- Como posso saber, não estou usando o Gaworn, esqueceu?
- Não faça nenhuma bobagem, primo. - aconselhou Ana, muito séria, suspirando em seguida - Procure os rapazes, está bem? E conte-lhes sobre... tudo.
- Pode deixar, eu vou explicar a eles. – abraçou-a com carinho, sentindo que talvez fosse a última vez que as veria.
- Que Merlin o guie, meu querido. - Kristyn abraçou-o com força.
- Obrigada, minha linda. - ele voltou-se para Dierna, que o aguardava, e antes de entrar na passagem que ela abrira, voltou-se uma última vez, despedindo-se daquelas mulheres tão importantes para ele - Abençoadas sejam.
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Sentiu o coração contrair-se ao ver a sinistra figura sobre a casa. Não podia ser! Tinha que ter chegado a tempo! Entrando correndo na casa, deparou-se com seu maior pesadelo.
Ajoelhou-se ao lado do corpo inerte, abraçando-o delicadamente, sentindo todo o seu ser amortecido pelo vazio que aquela dor lhe causava. Não tivera sequer a chance de vê-la com vida uma última vez. Jamais veria novamente aqueles olhos verdes brilharem com malícia e inteligência. Não ouviria mais o riso encantador, que tanto o fascinara. Não beijaria outra vez aqueles lábios tão doces, enquanto amavam-se com paixão.
- Marlene... - chamou baixinho, acariciando o rosto ainda quente da amada - Por que não me esperou, como eu pedi?
Mas sabia o por quê. Ela não ficaria parada, sabendo que a família estava sendo atacada. Era leal, e jamais abandonaria as pessoas que amava.
Um som as suas costas o fez voltar-se, deparando-se com meia dúzia de Comensais, que divertiam-se com a cena. Rapidamente ele se pôs em guarda, e apesar de lutar furiosamente, sabia que não teria chances. Seu último pensamento antes que um jato verde o atingisse no peito foi o de que teria que arranjar um jeito de avisar Dumbledore.
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Dezesseis anos depois...
- Entre, Remo, e sente-se, por favor.
Remo obedeceu, sentando-se na cadeira em frente ao diretor. Tinham-se passado mais de dois anos desde que estivera ali pela última vez, e o escritório continuava o mesmo, cheio de objetos interessantes, como sempre fora.
- Eu o chamei aqui para tratarmos de um assunto muito delicado.
- Algo a ver com a Ordem?
- De certa forma, pode-se dizer que sim.
- Fico aliviado, Dumbledore. Por um momento pensei que queria me indicar novamente para professor, e não creio que seria prudente.
- Discordamos nesse ponto, Remo, mas, de qualquer forma, já encontrei um novo professor, e muito competente, por sinal. O que quero discutir com você é o caso de Sirius. Precisamos trazê-lo de volta. Ou pelo menos tentar.
- Isso é impossível, Dumbledore. - Remo estava muito triste. Perdera o amigo pela segunda vez na vida. - Você sabe que ninguém pode voltar da morte.
- Eu sei disso. - retrucou calmamente - O que eu não sei é se ele realmente está morto.
- Como assim?
- Veja bem, Remo, - começou Dumbledore, como se estivesse em uma sala de aula - Aquele véu é na verdade uma passagem para as várias dimensões existentes. Uma delas é a dos mortos, e se ele caiu justo nessa, realmente não há volta. Mas existem infinitas opções.
- E como saberemos onde ele caiu?
- Para isso precisaremos de ajuda extra, que eu já providenciei.
Remo sentiu uma sensação estranha, uma espécie de pressentimento, que há muito não sentia. Olhou desconfiado para Dumbledore.
- E quem vai dar essa ajuda?
- Você já vai ver. Ah, ela chegou! - os olhos de Dumbledore brilharam ainda mais, enquanto ele olhava na direção da porta atrás de Remo - Bem vinda, minha cara!
- Obrigada, professor. - respondeu aquela voz, provocando um arrepio na espinha de Lupin. Ele voltou-se, deparando-se com os enigmáticos olhos azuis que ainda conseguiam mexer profundamente com ele. - Olá, Remo.
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N/A:
Gente, esse cap. ficou curtinho, é só uma pequena introdução mesmo. Os capítulos de verdade serão maiores, eu prometo. Espero que gostem tanto dessa nova estória como gostaram da Tríade. Por favor, não deixem de comentar, ok? Bjks.