DUAS REALIDADES

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Resumo: Hermione está com 20 anos, cursa duas faculdades e continua grande amiga de Harry Potter, um fato que a coloca em grande perigo, pois Comensais da Morte, em plena guerra entre Luz e Trevas, planejam capturar a moça para poder atingir Harry e tentar derrubá-lo de uma vez por todas.
Hermione é atacada por um Comensal, mas um acidente acontece e ela é remetida para 1980, durante o auge da ascensão de Voldemort. Lá, envolve-se com a versão jovem de alguém que ela pouco considera no presente...
Baseado num episódio do mangá "Silent Möbius", de Kya Asamiya.
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Duas Realidades
Episódio I – Dona de Si
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Estavam todos reunidos em mais uma das constantes reuniões da Ordem da Fênix na Mansão Black: Rony, Harry, Hermione, todos agora com 20 anos, Alvo Dumbledore, Severus Snape, Remus Lupin e mais cinco novos membros, todos aurores, que aliaram-se às forças de Dumbledore, agora que a guerra contra Voldemort havia se intensificado.



Enquanto Harry e Rony cursavam a Academia de Aurores, Hermione dedicava-se a duas faculdades ao mesmo tempo: cursava Sociologia na parte trouxa de Harvard e Transfiguração na parte bruxa da mesma faculdade. Esta escolha de Hermione, como de praxe, não agradava em nada seus dois amigos, que preferiam que ela estivesse na Academia de Aurores junto com eles. Numa época perigosa como aquela, ela deveria estar preparada para defender-se, no mínimo, e não preocupada com seu futuro intelectual. Mas, Hermione, tinha outros planos.



Severus Snape, que, sabe-se lá como, ainda continuava a agir como espião de Dumbledore, passando-se por um dos comensais de Voldemort, havia trazido uma notícia que deixou todos em alvoroço, enquanto Rony e, principalmente, Harry, beiravam o pânico. Os comensais da morte, a mando de Voldemort, planejavam capturar Hermione, para chegar até Harry Potter e, assim, derrotá-lo de vez. Sabiam o quanto a moça era próxima de Potter, talvez fosse até uma namorada; sabiam que através do instinto heróico do rapaz que era muito bem conhecido de todos de longa data, ele faria qualquer coisa para resgatar a grande amiga... e, sabiam, para desespero de Harry, o quanto Hermione era uma presa fácil. Todos estavam alardeados com a notícia, mas, por incrível que pareça, menos a própria envolvida, que era o alvo do ataque. Hermione mantinha-se tranqüila, analisando o fato, buscando uma conclusão. Os estudos demasiados devem ter deixado Mione com um parafuso a menos... pensava Rony, enquanto a observava boquiaberto e com os olhos transparecendo seu terror.



_Hermione, você ouviu isso, não ouviu? - Harry quebrava aquele silêncio que já durava alguns minutos, estava exasperado e encarava a amiga com uma fúria nos olhos.

_Ouvi o quê exatamente, Harry? Foi dito mais alguma coisa depois da informação do Sr. Snape? - Perguntava com a maior calma do mundo, contrapondo-se a Harry, o que o deixou ainda mais furioso.

_Rony está certo, Mione! Tantos estudos e finalmente estão surtindo efeito em você! O seu cérebro está derretendo! Será que você não consegue perceber a gravidade da situação, Mione?! - Harry termina quase num grito.



Todos emprestavam toda a sua atenção para a discursão dos dois amigos, esperando que suas preocupações fossem assimiladas por Harry e este fizesse com que a idéia de perigo iminente entrasse na cabeça de Hermione. Não eram apenas Rony e Harry que achavam que Hermione se arriscava demais em levar uma vida normal como se nada demais estivesse acontecendo. Ela era um dos membros da Ordem e alguém muito ligada a Harry Potter e Alvo Dumbledore e, nem sequer, sabia duelar direito! Um absurdo! Ela devia ser realmente louca! Porém, a mesma preocupação não passava na mesma proporção aos membros mais antigos, principalmente a Dumbledore, que confiava plenamente nas convicções da moça e sabia que a missão dela seria de extrema importância e muito valiosa quando chegasse a hora dela agir. E Snape, parecia se divertir com o contraste da fúria de Harry com a tranqüilidade serena de Hermione.



_É claro que percebi a gravidade do problema. E, francamente, é uma idéia ridícula! Parece historinha de filme americano. Não acredito que estamos travando uma guerra há mais de cinco anos contra seres com esse raciocínio! - Hermione estava, ao mesmo tempo sarcástica e intolerante. Esse tipo de coisinha a tirava do sério!

_Mione! Acorda! Você pode ser raptada a qualquer momento! Um comensal pode agarrá-la enquanto você caminha tranqüilamente para suas aulinhas na faculdade trouxa! - Rony estava tão rubro quanto seus cabelos e gritava tão perto de menina que suas baforadas balançavam-lhe alguns cachos.

_Que horror vocês dois! O que querem que eu faça? Encolha-me num canto desta casa e espere que a guerra termine?! Se eu fizer isso, para mim a guerra já terá sido vencida por eles! Deixar de viver, sucumbindo a um tolo terrorismo psicológico é pior do que morrer!



_Você diz isso porque não é você que seria responsável por qualquer coisa ruim que te acontecesse... - Harry encarava a moça, mas agora com um tom ameno na voz, como se suas energias estivessem se exaurindo - Se te acontecer algo, a culpa será minha! É a mim que eles querem chegar. Será a minha culpa, da mesma forma que é a morte de Cedrico e de Sirius; por ter deixado Rabicho escapar naquela noite; por ter posto todos vocês em perigo; por você ter quase morrido no nosso quinto ano quando aquele comensal lançou-lhe aquela avada kedavra silenciosa! Você estaria morta hoje se aquele maldito tivesse conseguido expor a voz! E isso é minha culpa!
Um silêncio constrangedor dominou a grande sala. Parecia que havia passado horas até que Hermione quebrasse aquele silêncio com sua voz doce e tranqüila.

_Harry... você tem que parar de se culpar por tudo. O único e exclusivo culpado de tudo isso é Voldemort. - A menina aproximou-se de Harry, segurando docemente seu rosto para que ele a encarasse. _Ninguém aqui é ingênuo. Todos têm perfeita consciência dos riscos que correm, inclusive eu. - Hermione deu um sorriso confortante e continuava a encarar meigamente Harry, com suas mãos em seu rosto.

_Tenha certeza que seria muito mais simples eu largar tudo isso e tocar minha vidinha sem me preocupar com guerra ou o que quer que seja. Eu conheço os riscos e estou pronta para eles... e não é de hoje!



Hermione desvencilhou-se de Harry e ia em direção à mesa da sala, em busca de sua bolsa e livros.

_Bom... não sei quanto a vocês, mas preciso ir, amanhã terei um dia longo pela frente. Terei que ir ao Beco Diagonal comprar uns livros, antes de ir pra faculdade para ver meus horários e buscar a relação de material de Sociologia.

_A senhorita não gostaria de pernoitar aqui mesmo, Hermione? - Dumbledore lhe dirigia a palavra, mas seus olhos inspiravam a confiança que tinha pela moça e mostrava o quanto havia gostado do que ela acabara de falar para Harry. _É mais fácil ir ao Beco Diagonal daqui e algum dos membros poderia fazer-lhe companhia.

_Não, professor Dumbledore. Muito obrigada pelo convite, mas realmente preciso ir. - Virava-se para Harry e Rony, que a olhavam crucificadamente. - Bichento pode ser um gato bruxo, mas precisa se alimentar também. O pobrezinho deve estar faminto!

_Então Rony e eu iremos com você e passaremos a noite em sua casa! - Harry se prontificou.

_Mas é claro que não! Sou uma moça solteira que mora sozinha! O que está pensando, afinal? - Hermione respondia divertida, e sorriu largamente ao ver os rostos dos dois amigos se enrubescerem. _Minha casa é tão segura quanto a de qualquer membro da Ordem, está protegida pelo feitiço fidelius e irei aparatar para lá! Não-há-perigo! Não-há-problema!
Hermione pendura sua bolsa no ombro e abraça seus livros, enquanto se despede antes de desaparatar.

_Beijos e boa noite para todos! Qualquer dia desses a gente se vê!
E desaparata.



Rony e Harry estão inconsoláveis. Não conseguem assimilar o fato de Hermione nunca se abalar com nada, parecendo uma cabeça-oca sem noção de perigo. Os outros membros mais jovens voltam a conversar enquanto outros também desaparatam. Remus dá risadinhas fazendo sinal negativo com a cabeça, enquanto Snape abafa uma risada mais calorosa, porém sarcástica. Dumbledore apenas observa com olhar divertido.

_Essa menina é um caso sério! - Exclama Remus entre uma risadinha e outra.

_Ela realmente sabe o que faz... não precisamos nos preocupar com ela, não em demasia. - Dumbledore sorria enquanto respondia à Lupin.

_Exatamente - dizia Snape em resposta a Dumbledore e dirigia seu olhar faiscante em direção à Rony e Harry. _Não é com ela que devemos nos preocupar... só com os tolos.

Harry sente o sangue ferver e tenta se controlar para não voar no pescoço de Snape.

_Qual é a tua, Snape? O que está querendo dizer, afinal?!

_Que apenas os tolos se deixam levar pelas emoções, não conseguem manter a frieza necessária! Se a metade dos membros da Ordem tivesse o mesmo temperamento ponderado da Srta. Granger, essa guerra já teria se findado há tempos!



Harry e Rony pensaram em retrucar mordazmente como Snape fizera dirigindo aquelas palavras, mas estavam em estado de choque ao ouvir um elogio daquela natureza à Hermione proferido por Snape!!

_Alvo, também estou indo embora. Há muito que fazer agora que o ano letivo está preste a começar.

_Claro, Severus. Amanhã nos veremos em Hogwarts.

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Fim do Capítulo I - continua
By Snake Eye's - 2004
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