DISCLAIMER: Eu nem quero possuir Harry Potter, mesmo. balança os ombros Afinal, quem ia querer ser talentosa, adorada e famosa como a J. K. Rowling? Não eu, com certeza. continua balançando os ombros Tô nem aí, tô nem aí.... (tô parecendo aquela raposa da fábula 'a raposa e as uvas'...)

N/A: AIIIIIIII!!!! (bate na cabeça repetidamente) Eu não ACREDITO que eu fiz essa burrice!!! (continua se batendo) Eu não sei se vocês perceberam, e eu VOU ser tonta o suficiente pra apontar meu próprio erro aos meus leitores, mas eu coloquei a Gemialidades Weasley em Hogsmeade.

(silêncio)

NÃO É EM HOGSMEADE!!!! É no BECO DIAGONAL!!! (continua se espancando sem dó) Não acredito que eu me esqueci desse detalhe. Eu tinha acabado de reler o livro 5, e tinha vindo escrever um pouquinho, quando eu estaquei. "Espera," pensei eu, "a loja dos gêmeos é em Hogsmeade? Será que não é no Beco Diagonal?? AARGH!!" e me joguei em cima do livro outra vez, procurando que nem uma doida a página em que o Fred e o Jorge fogem de Hogwarts de vassouras... claro que eu soltei um ganido quando eu vi que eu tinha escrito um monte de capítulos sob uma perspectiva errada... sabem quando a gente começa a se xingar do nada? Pois é. Foi isso que aconteceu.

E isso me fez perceber vários e vários erros que eu cometi escrevendo OVTAN... por exemplo... não era para o Harry (este em especial) e o Rony estarem fazendo redação de História da Magia, se eles foram com toda a certeza terrivelmente mal no N.O.M. dessa Matéria, assim como de Adivinhação; portanto, eles não teriam como continuar nas aulas dos N.I.E.M.s de ambas as matérias.

Mas, vamos esquecer que existem esses detalhes... vamos só... curtir a fic. Tá bom? Nem sei se alguém percebeu isso (se alguém tivesse percebido, creio eu que teriam deixado um review falando – ou não, vai saber...), mas eu sei que, um dia, alguém iria. E é melhor eu mesma assumir meus erros antes que alguém venha e me jogue na cara... :-P

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Obrigadinha (;D) pelos reviews de:

hermionegrange

Helena Black

Xianya (ora... talvez o Sirius descubra que são elas... quem sabe? ;D)

bLAH! - (Menina, você é doida... você saiu distribuindo minha fic assim, sem noção? :) Como diria minha amiga Mari, tá achando que a vida é assim?! Brincadeira... é tão bom saber que eu tenho fãs XD Me faz sentir importante!)

Ameria a. Black

Adriana Black (booom... eu gostei da parte do Colin ;), mas não acho que seria muito prudente um negócio desses. O Dumbledore disse pra eles não ficarem tentando descobrir o futuro deles. E, pelo menos dessa vez, eles vão obedecer ;D)

Alicia Spinnet (Voldemort? Hum.)

Coolpipa (eu tenho influência sobre os outros? 8O Não sei se isso é bom ou ruim, hehehe... Brigada pelos elogios!)

Raissa (ah... todo mundo tem medo de alguma coisa, o Sirius não é exceção :-)

Juliana

Ellen-Potter

Fabio (bem... e qual é o site? XP)

Nostalgi Camp

Persephone Pendragon (Você é da família Pendragon, não é? Tem um monte por aí :) E... Nossa, eu esqueci da Marieta! :-PPP)

Karen13 (Cho Torneira Humana Chang, ahahahahahaha XD)

Anonimous (Ah, deixa o Tiago com o nominho dele em português, mesmo... tadinho, tão rejeitado :-)

Tainah

Hermione Potter (calma!!)

Mel

Keshi Toshimasa (NOSSA! Que declaração de amor foi essa, hein? XD)

Marcellinha Madden

Cherryx (LOL é 'laughing out loud' – pelo sim, pelo não, eu traduzo: 'rindo muito e alto', algo assim :-P E – pô, como eu vou te explicar um ritmo com palavras? P Deixa eu ver... é parecido com o daquela musiquinha "ele é um bom companheiro", sabe?)

Anita McGonnagall

Morguene Evans (bem que eu tentei achar você no , mas não consegui! Qual é seu profile?)

Nianko

Yasmine Lupin (eu publiquei num site, sim, mas eu nunca mais consegui entrar nele! Era "The Burrow", em português. Tem até o endereço dele na minha BIO, procura que você acha ele naquela selva de palavras ;-)

Sheyla snape (Concentre-se, gafanhoto! HAHAHAHA!!! Obrigada, ajudou muito essa frase, me fez tomar vergonha na cara ;-)

Aline (ah... eu sou muito discreta nessas coisas de Remo/Mione ;D)

Mary

Fenix das Trevas

Ally Lupin

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É isso, pessoas, já falei demais! Em frente com a fic:


###SIRIUS###

Sirius caminhava mais atrás do grupo, resmungando – melhor dizendo, rosnando – desaforos extensos e ininteligíveis, as mãos nos bolsos, a cara fechada. Dava pra perceber que ele mancava ligeiramente. Por que diabo as mulheres tinham que ser TÃO complicadas?!

Ele tinha levado a porcaria do antídoto pra Cho, não tinha? Ela tinha engolido o negócio e voltado à forma natural, linda e exuberante como sempre, não tinha? Por que, então, ela tinha simplesmente berrado na cara dele que ele era um insensível, pisado no pé dele com o salto daquele sapato dela (os saltos altos eram armas mortais, definitivamente – provavelmente tinham sido criados por alguma feminista violenta) e saído pisando duro, como se ele fosse o culpado de tudo?? Não fora ele que a transformara naquela porca horrorosa, pra início de conversa. E ela ainda tinha a ajudado a voltar ao normal.

- Mulheres – ele resmungou para si mesmo, profundamente irritado. Se ela tivesse se transformado em qualquer outra coisa (de uma manticora até uma lesmalenta), ele não teria sequer pensado em fugir dela, muito pelo contrário, seria o primeiro a se apresentar em socorro dela, como um herói de armadura brilhante. Mas, nããão, a senhoritinha Cho Chang tinha que se transformar logo num porco. Um porco!!

E foi com esses pensamentos nada reconfortantes que ele continuou seguindo os amigos, sem nem prestar atenção a onde ia, até que eles pararam. Claro que ele não percebeu isso, e continuou andando, até alguém segurá-lo pelo colarinho.

- Volta aqui, rapaz – ele ouviu a voz de Remo dizer, divertida (Remo ficara estranhamente satisfeito com o fora que Sirius levara; dissera algo sobre "aprender a lição", mas Sirius não prestara atenção), antes de ser quase enforcado pela gola das vestes ao ser puxado para trás.

- O que foi? – murmurou ele, entediado, virando-se para eles.

Remo apontou para alguma coisa à direita de Sirius, que – depois de perceber que todos os outros quatro estavam olhando para o tal lugar – desviou o olhar naquela direção. Sua primeira reação foi erguer as sobrancelhas; logo depois, um sorriso largo se espalhou por seu rosto.

- A Casa dos Gritos – sussurrou ele, de si para si, inconscientemente dando um passo na direção da construção decrépita, sombria e caindo aos pedaços, no alto de um pequeno morro. Depois, voltando à voz normal: - Não esperava que ela ainda estivesse de pé depois de tanto tempo.

- Acho que uma atração turística a mais no vilarejo é sempre bem-vinda – disse Harry (que, depois de ele e Rony terem conseguido sair de trás daquele balcão, estava muito mais sociável), sorrindo levemente.

- Vamos entrar – disse Tiago, sem pestanejar, marchando em direção à casa. Harry e Rony arregalaram os olhos.

- Como assim?! – disse Harry, estranhando. – Só tem um jeito de entrar na casa, e é pelo Salgueiro Lutador.

- Bem se vê que você não ensinou nada ao menino, Pontas – alfinetou Sirius, só pelo prazer de ver a cara furiosa de Tiago (que estacou no meio do caminho para a construção e se virou para ele, tudo isso resumido num rodopio). – Tsc, tsc. Pais desnaturados são um problema.

- Dá pra entrar por outro caminho, Harry – disse Remo, alheio à troca de olhares fuzilantes dos dois amigos, num tom paciente. Ele apontou para a Casa dos Gritos, fazendo um gesto em espiral com o dedo, querendo indicar o lado de trás dela. – Pelos fundos. É uma portinhola quase imperceptível, vocês vão ver...

- Ooooooohhhhh, não entrem lá dentro! – disse uma voz feminina, alta e aguda, atrás deles.

Tiago deu um pulo e se virou, tropeçando nos próprios pés; Sirius levou um susto e quase caiu pra trás; Harry e Rony bateram a mão na testa ao mesmo tempo, fazendo caras de sofredores; Remo (sempre do contra) simplesmente ergueu a sobrancelha e olhou por cima do ombro.

A primeira coisa que Sirius viu foram dois olhos azuis e protuberantes. Só depois ele reparou que havia uma garota grudada neles: uma menina de cabelos loiro-encardidos e muito compridos, sobrancelhas muito claras, e um certo ar de maluquice. Ah – e algo que parecia um ninho de passarinho no alto da cabeça, rodeado de florzinhas amarelas e três ovinhos em cima. Sirius nem percebeu que seu queixo estava ligeiramente caído de choque. A menina começou a falar.

- Vocês não vão querer entrar aí, acreditem em mim – sussurrou ela, letal, olhando para eles com seus olhos do tamanho de sicles, sem piscar. Ela parecia ter escolhido Rony para fixar o olhar; o garoto estava olhando para os lados e de volta para ela, inquieto. Deu um passo para o lado; os olhos dela o seguiram. – Dizem que há todo tipo de assombração aí dentro. Vocês já ouviram falar no Tafum de asas doiradas?

- Douradas – corrigiu Rony, revirando os olhos.

- Doiradas – rebateu a menina esquisita, imperturbável.

- Douradas.

- Eu tô falando que é doiradas.

- E eu digo que é douradas!

- Você não sabe o que diz – disse a menina, encerrando o assunto magistralmente. Rony, indignado, ainda ia dizer alguma coisa, mas a olhuda já havia virado para Sirius.

Sirius se segurou pra não dar um pulo involuntário. Ele se pegou pensando em como aquela garota era parecida com a Sibila (talvez por causa do tamanho dos olhos, quem sabe), mas não deu pra pensar muito mais, pois ela começara a falar de novo.

- Muito prazer, meu nome é Luna Lovegood, estou no quinto ano da Corvinal. Eu só vi vocês de longe e pensei em vir dar as boas-vindas. Bem-vindos ao nosso país – ela sorriu. Que alívio; ela era normal o suficiente para sorrir.

- Ah, muito... muito obrigado – disse Sirius, atropelando as palavras. Olha pro outro lado, pelo amor de deus, pensava ele, nervoso, enquanto ela continuava a olhar para ele sem piscar. – Eu sou... Paul Mussel.

- Sim, eu me lembro, vocês disseram ontem na hora do jantar – disse ela, desviando os olhos dele e correndo-os pelos outros. Tiago continuava parado no mesmo lugar, a meio caminho da Casa dos Gritos. – E seus dois amigos são Gary Windham e Daniel Thompson. Vocês viram a Gina por aí? – acrescentou ela, do nada, para Harry e Rony.

- Depende. Quem quer saber? – disse Rony, com um sorriso sarcástico no rosto. Luna fitou-o por um momento; depois ergueu os dois braços ao lado do corpo e apontou para si mesma, as sobrancelhas erguidas, dizendo em alto e bom som "Luna Lovegood. Conhece?".

- A gente viu ela e a Kathie perto da Dervixes e Bangues – disse Harry, sorrindo com a cara contrariada de Rony. – Mas eu duvido que elas ainda estejam lá.

- Kathie... o nome dela é esse mesmo ou é apelido? – perguntou Luna, pendendo a cabeça para o lado. Harry titubeou.

- Bom... ela se apresentou como Kathie pra gente – disse ele, olhando para Rony como que pedindo ajuda.

- E é Kathie o quê? Qual o sobrenome dela?

- Kathie... ah... - disse Rony, pensando rápido. – Kathie Bookshelf.

- Bookshelf, Rony?! – disse Harry, entre dentes, e Sirius pôde ouvi-lo sussurrar: – Endoideceu?? Desde quando alguém ia se chamar Kathie Prateleira?

- Desde que esse alguém fosse a Kathie – respondeu Rony, no mesmo tom, dando um sorrisinho falso quando Luna tentou ouvir a conversa deles, descaradamente, os ovinhos dentro do ninho em sua cabeça perigando cair enquanto ela se esticava toda pra chegar perto deles.

- Ah... não é por nada não, mas você não ia ver a Gina?! – perguntou Tiago, lá de longe, quando Luna não deu sinais de deixá-los em paz. Ele, evidentemente, já estava mais do que ansioso (assim como Sirius) pra entrar logo na Casa dos Gritos, e lá estava aquela sujeita puxando assunto.

- Sim, é mesmo – disse Luna, endireitando-se e fazendo um dos ovinhos sair voando; Remo murmurou "Opa" enquanto o pegava antes de cair no chão. – Obrigada – acrescentou ela quando ele lhe cutucou no ombro e devolveu-lhe o ovo, rindo.

- Tchau, vai pela sombra, viu? – disse Sirius, empurrando-a discretamente pelos ombros, e soltando um suspiro de alívio quando ela seguiu pela rua que dava para o resto de Hogsmeade, parecendo não perceber onde estava indo. Virou-se para os outros, balançando a cabeça. – Ela é meio desmiolada, não é?

- Eu diria que não – disse Harry, balançando os ombros enquanto eles seguiam Tiago, que corria/pulava em direção à Casa. – Ela só é... Di-Lua.


###REMO###

Aquela casa ainda ostentava aquele ar sombrio de uma casa mal-assombrada; os móveis quebrados por todo canto, as paredes arranhadas, e ocasionais manchas de sangue no chão (todas provenientes dele mesmo, ao se ferir enquanto tempesteava pelos cômodos em sua forma lupina) agora se misturavam à grande quantidade de poeira e teias de aranha que haviam se alojado por ali – evidentemente, ninguém nunca mais entrara naquele lugar depois que ele saíra da escola.

Como ele detestava aquele lugar... cada tábua pregada nas janelas, cada porta derrubada, cada mancha de sangue coagulado pelos cantos lhe traziam terríveis lembranças. Se sua maldição fosse menos cruel, ele não seria capaz de se lembrar do que acontecia durante suas transformações; mas ele se lembrava. Essa era a pior parte. Porque ele tinha uma noção terrivelmente nítida do que ele teria de passar na próxima lua cheia. Da dor lancinante que ele sabia que viria. De uma noite inteira, sozinho consigo mesmo – e ele era a companhia mais indesejável nessas horas.

Mas, disse uma vozinha parecida com a de sua mãe em sua cabeça (fazendo-o sentir uma pontada de angústia no peito ao lembrar-se dela), nos últimos tempos não tem sido tão ruim, não é? Você tem os seus amigos por perto desde o final de março passado. Lembra disso?

Ah, é verdade... desde que seus amigos tinham conseguido se transformar em animagos, eles o haviam acompanhado todo mês até a Casa dos Gritos. Mas até aquilo trazia uma lembrança ruim: a primeira vez em que eles o tinham visto se transformar em lobisomem. Nunca se esqueceria da cara que eles tinham feito. De terror e aflição, pelo que Remo conseguira decifrar através de seus olhos de lobo.

- O que há com você?

Remo não respondeu à pergunta de Sirius. Não que não tivesse ouvido, mas porque ele tinha agora um nó na garganta. Mesmo que ele tentasse falar alguma coisa, sua voz não sairia.

- Ah, não, não me venha com seus ataques de melancolia, Aluado – disse Sirius, passando o braço por cima dos ombros de Remo, em tom alegre. – Não pense nesse lugar como uma jaula, como você diz. Pense nele como um Clube dos Marotos! Antes mesmo da doida da Trelawney nos trazer pra esse tempo, a gente tava planejando nossas próximas peripécias na noite de lua cheia. Lembra? A gente tava falando sobre sair pela floresta e uivar pra lua, cara! Aluado e Almofadinhas – Os Ás de Hogwarts, o mais novo dueto de dois!

- Vocês iam uivar pra lua?! – interrompeu Tiago, que estivera ouvindo a conversa, em tom de riso contido. Remo deu um sorriso fraco. – Eu não acredito, eu tenho que ver isso!

- Vai rindo, vai rindo – disse Sirius, com superioridade na voz, enquanto Tiago (que, é claro, havia imaginado os dois amigos fazendo serenata para a lua e achado muita graça na cena) se dobrava em gargalhadas. – Mas quando eu e o Aluado aqui estivermos em todas as paradas de sucessos no rádio e todos ouvirem nossos uivos, em cada canto do mundo bruxo, não vá ficar pedindo pra ser nosso empresário.

- Empresário de dois vira-latas? Tenha dó.

- Ah, olha só quem fala, o grande veadinho de Hogwarts...

- Veado, não!! Cervo!

- Que seja, é tudo chifrudo, não é? É mau sinal, Pontas, seu futuro pode estar escrito na sua galhada.

- Ah, vocês não têm salvação... - murmurou Remo, sentindo-se feliz, enquanto os dois continuavam a se bicar. Quem conseguia ficar de baixo astral com aqueles dois por perto?

Um grito surdo ribombou pela casa abandonada, fazendo os três pularem no mesmo lugar, e Tiago e Sirius pararem de discutir. Era a voz de Rony! Antes que eles pudessem sair correndo pra ver o que tinha acontecido, a voz de Harry ecoou pelos corredores:

- Controle-se, sujeito!! Parece uma menininha gritando! Quer parar de se sacudir pra eu tirar isso da sua cara?!

Alguns momentos depois, lá estavam aqueles dois entrando na sala; Rony, branco como um papel, e Harry, olhando para o alto e fazendo um barulhinho de impaciência. Os três marotos olhavam emudecidos para eles; Harry ergueu as sobrancelhas, num gesto de "Que caras são essas?", e os três falaram ao mesmo tempo.

- O que foi que aconteceu??

Rony abriu a boca, mas não produziu som algum, fechando-a logo depois. Estremecendo subitamente, ele cobriu o rosto com as mãos; logo depois fez como se fosse vomitar, mas se conteve. Harry olhou de esguelha para ele, e suspirou pesadamente.

- Uma aranha – disse ele. Quando eles arregalaram os olhos, ele completou: - Caiu no nariz dele. Foi por isso que ele gritou.

- Uma aranha preta, cascuda e cabeluda!! – gritou Rony, desafinado.

- É, mas você não fez esse papelão todo na frente do Aragogue, lembra? – alfinetou Harry, mexendo os dedos das mãos como se elas fossem duas aranhas. Rony estremeceu de novo.

- Foi diferente, eu estava em estado de choque.

- E não está agora?!

- Não! Estou em estado de pânico, não de choque, é bem diferente.

- Quem raios é Aragogue? – perguntou Sirius para os outros dois, que simplesmente deram de ombros.


###SIBILA###

Sibila ergueu os olhos de seu sorvete de creme com cobertura de caramelo e chocolate picado por cima ("E uma cereja no topo, falta a cereja" exigira ela ao sorveteiro), quando Gina levantou-se de sua cadeira num salto e foi correndo cumprimentar uma garota de olhos muito grandes – como alguém podia ter olhos tão grandes assim?! Todos deviam tem olhos como os de Sibila: amendoados e charmosos. Hermione soltou um grunhido, apoiando a cabeça nas mãos e os cotovelos na mesinha da sorveteria Pistache's à qual estavam sentadas.

- Kathie, essa é minha amiga, Luna Lovegood – apresentou Gina, alegremente, quando a menina se sentou junto delas, sem parecer perceber onde estava (aquilo em cima da cabeça dela era um ninho?! Sibila preferiu não perguntar). De uma forma ou de outra, ela repousou os olhos sobre Sibila, que olhou de volta com a mesma firmeza. – Luna, essa é a Kathie Whisp, você deve tê-la visto ontem de noite, era aquela que tava fazendo escândalo na porta do Salão Principal.

- Kathie Whisp? – repetiu Luna, sem dar sinal de ter ouvido resto do falatório de Gina, as sobrancelhas ligeiramente franzidas. – Seu nome não é Kathie Bookshelf?

- Bookshelf?! – tossiu Hermione, engasgada com as castanhas sobre seu sorvete de duas bolas (morango e amendoim). Sibila meramente ergueu a sobrancelha esq---ou melhor, a direita, dá mais efeito.

- Foi o que o seu irmão disse – disse Luna a Gina, despreocupada. Um passarinho cor-de-rosa veio pousar na sua cabeça, mas ela não pareceu notar. – Talvez ele só estivesse brincando.

- Às vezes eu não sei o que o Rony tem na cabeça – resmungou Hermione, mordendo seu sorvete e depois se dobrando ao meio de dor.

- E nem você, não é? Não sabe que dói o dente quando a gente morde sorvete? – comentou Sibila, lambendo o próprio sorvete com ar importante. Hermione lhe lançou um olhar mortal, a mão sobre a boca, como se isso fosse esquentar seu dente.

- E você, Luna, não vai tomar sorvete? – perguntou Gina, sorrindo.

- Vou sim, obrigada – disse Luna, sorrindo também. Mas não se mexeu da cadeira. Nem piscou, o que era mais estranho: aquela menina não piscava. E aquele diabo daquele passarinho?! Sibila se controlou para não fazer "xô, x" quando ele começou a piar (um pio agudo e irritante).

- Hã... e não vai até o balcão comprar?

- Ué, eu achei que você fosse pagar um pra mim.

- Eu?!

- Sim, ora, não foi você quem me convidou?

- Mas eu não... ah, tudo bem, que seja – Gina engoliu o restinho de sorvete de chocolate que havia em sua taça (era o segundo, já, enquanto Sibila e Hermione ainda estavam no início do primeiro; aquela garota comia que era uma beleza) e se levantou, puxando Luna consigo. O passarinho piou alto, e um dos ovinhos caiu; Hermione se jogou para pegá-lo antes de cair no chão, e bem que conseguiu, mas se estatelou no chão ao fazê-lo. – Opa... desculpa, Mione. Mas então, Luna, eu só vou te pagar esse sorvete porque eu estou muito feliz hoje! De qual você vai querer?

- Especial de Natal, por favor – Sibila ainda pôde ouvir a menina dos olhos grandes dizer, antes de ser arrastada até o balcão colorido do lugar.

Hermione (que, sem saber o que fazer com o ovinho que salvara, acabara por colocá-lo dentro do bolso), continuava a saboreá-lo, enquanto resmungava frases bem coloridas sobre a capacidade mental de Rony. Sibila, vendo isso, sorriu de si para si e resolveu cortar-lhe os devaneios.

- Granger? Poderia tirar o ruivinho da cabeça por um instante? – disse ela, suavemente, fazendo Hermione olhar para ela com os olhos perigosamente estreitos. – Obrigada. É que eu não me lembro se você mencionou, mas... por que foi que você concordou entrar na nossa gangue anti-Cho, mesmo? O que você tem contra ela?

- Nada em especial – disse Hermione, pegando uma colherada enorme de sorvete de morango. – Eu só precisava de uma distração, ultimamente. Eu quero ajudar a Gina a se vingar dela, entende? Além disso, eu nunca fui muito fã dela, mesmo – arrematou ela, enchendo a boca de sorvete.

- Hum – fez Sibila, querendo dizer "faz sentido, pra mim", mas estava com a boca ocupada.

Afinal, Gina e Luna voltaram, Luna com um sorvete de coco com granulado branco e um bonequinho de neve em marzipã em cima, e Gina com mais um – de três bolas, dessa vez.

- Credo Gina, outro?? – espantou-se Hermione, observando enquanto a menina acabava com a bola de cima (pelo jeito, de abacate) numa velocidade incrível.

- Eu estou dizendo, ela não engorda de ruim que é! – afirmou Sibila, cada vez mais convencida do que dizia.

- Isso é só porque eu tenho dinheiro hoje, senão eu não exagerava assim – disse ela, passando para a bola de chocolate com pedacinhos de biscoito.

Luna tirara seu bonequinho de marzipã de cima do sorvete e estava absorta num papo cabeça com ele, enquanto comia. Ela devia achar que o boneco de neve estava respondendo, porque dizia "sim, você pode estar certo, mas não acha que... quer parar de me interromper, cabeça de melão?". Hermione e Sibila olhavam meio confusas para ela, mas Gina fez um gesto com a mão para elas levarem na brincadeira.

- Hã... e então, Luna, como vão os tafuns do seu pai?

- Os o que do pai dela?! – perguntou Sibila, o cenho franzido, curiosa.

- Os tafuns de papai vão bem, ele tem testado vários tipos de alimento neles, e pelo jeito eles gostam de manjar branco – disse Luna, entusiasmada, enfiando o bonequinho de neve na boca. – Nasceu um tafunzinho nessa quarta-feira, ele tem o corpo vermelho e azul e as asas são verde-limão---

- Perdão... como são mesmo esses tafuns? – perguntou Hermione, com cara de tédio.

- Eu nunca te disse? Tafum é um tipo de libélula gigante, eles nunca têm a mesma cor em duas partes do corpo, têm olhos grandes como os seus – Luna indicou Sibila com a cabeça – e---

- O QU?! – exclamou Sibila, batendo a mão na mesa e esmigalhando o resto da casquinha de seu sorvete. Hermione e Gina sufocaram risinhos. – Desde quando meus olhos são referência para "grande"?! Nunca se olhou no espelho, não, queridinha?!

- ... e seu zumbido é melodioso, eu tenho certeza de que um tafum lá de casa sabe cantar "tico-tico no fub"! E diz a lenda que o líder supremo dos tafuns, o Tafum de asas doiradas, mora na Casa dos Gritos – prosseguiu Luna, sem notar os gritos de Sibila. – Ele não consegue voar porque as asas de ouro são muito pesadas, e por isso os outros tafuns inferiores vêm lhe trazer comida, mas ele não come manjar, ah não, ele come sabem o quê? Ovos de barata!

Gina quase cuspiu seu sorvete de banana com abóbora, e de repente Sibila não estava mais muito interessada no chocolate picado em cima do sorvete de caramelo.

- AH!! É mesmo!! – exclamou Hermione, sobressaltando a todas ao bater na mesa de repente. Entusiasmadíssima, ela alcançou a mão de Luna por cima dos sorvetes, os olhos brilhando. – Luna! Você é da Corvinal, não é?!

- Sim, eu sou! – respondeu Luna, numa voz tão entusiasmada quanto a de Hermione, os olhos bem abertos. Gina e Sibila se entreolharam, espantadas. Qual era a da Hermione?

- Perfeito! Eu queria que você fizesse uma coisa pra gente! – quando Gina e Sibila continuaram a olhar estupidamente para a cara dela, Hermione baixou o tom de voz e chegou o rosto perto dos delas: - Acordem, vocês duas, a Chang é da Corvinal!!


###TIAGO###

Nuvens negras de chuva começavam a se formar no céu enquanto os alunos se dirigiam às carruagens, no final do dia. Ninguém estava muito entusiasmado em voltar para Hogwarts; o dia seguinte era segunda-feira, com toda aquela enxurrada de aulas e matéria e professores e – enfim, a chatice do cotidiano. Tiago não se importava tanto assim. Afinal, a segunda aula do dia seguinte seria Poções. E Severo Snape Seboso nem imaginava o que fora planejado para o seu futuro.

Tiago avistou Malfoy Júnior entrando numa das carruagens, acompanhado dos dois armários que ele chamava de amigos e um outro garoto, magricela e de cabelos partidos no meio. Malfoy tinha uma expressão muito suspeita, mas não olhava para os lados deles; estava muito ocupado rindo malevolamente com os companheiros.

Ele teria seguido aquele loiro aguado se seus próprios amigos não o tivessem distraído.

- Olha lá, aquela não é a Hermione? – comentou Sirius, olhando para um ponto mais adiante.

Os outros seguiram seu olhar. Realmente, lá estava ela, conversando muito entusiasmada com Gina, Sibila e Luna – estranho. Ou ela era realmente uma ótima atriz ou ela tinha esquecido que devia espioná-las para eles. O quarteto ria conspiratoriamente, falando baixo depois de olhar para os lados, e Hermione nem sequer desviou o olhar na direção deles.

- EI!! MIONE!! – gritou Rony, acenando por cima dos outros alunos. Hermione olhou para ele. E arregalou os olhos.

Virou-se rapidamente para falar com as outras, com uma expressão urgente. Fez uma pequena série de gestos enérgicos (fechando a boca com um zíper, um dedo na frente dos lábios, atravessando a mão em linha reta pela garganta, etcétera e tal), deu tchau a elas e se precipitou para perto dos garotos.

- Oi de novo – disse ela, um sorriso amarelo estampado na cara. Tiago e Remo se entreolharam. Sirius ergueu a sobrancelha. Harry fez uma cara de desconfiado. E Rony simplesmente cruzou os braços.

- E então?! – disse ele.

- E então o quê? – Hermione retrucou, num tom que ela pretendia que fosse inocente.

- Como, "e então o qu"? Minha filha, você esqueceu o que tinha que fazer?

- Primeiro: EU NÃO SOU SUA FILHA. – disse ela, em tom alto, na cara de Rony (que recuou um passo). – Segundo: Não, eu não me esqueci. Terceiro: elas não estavam aprontando nada, aquilo eram só... doces da Dedosdemel.

Apesar de ela ter dito isso tudo com muita convicção, ela rapidamente olhou para o outro lado ao fazê-lo, como se evitando o olhar de Rony e dos outros também.

- Então, acho que você não se importa em voltar na nossa carruagem em vez de na da Gina? – perguntou Harry, com um sorriso descrente. – Gostaríamos de ouvir seu relato sobre o dia.

- Vocês... vocês estão duvidando de mim?! – exclamou ela, em tom agudo. O número de carruagens vazias diminuía pouco a pouco.

- Não, Hermione, que é isso – disse Remo, com um sorriso suave. – Só queremos analisar a conversa que você teve com as meninas. Até parece que você não gosta de ficar com a gente!

- Eu não disse isso – murmurou ela, corando. Rony ergueu uma sobrancelha e olhou dela para Remo, irritado.

- Vamos de uma vez – disse ele, mal-humorado, empurrando-a na direção da carruagem mais próxima. Ela ainda protestou, mas logo ela estava na carruagem com Sirius, Remo e Rony.

Harry e Tiago se entreolharam. Suspirando, Harry deu de ombros.

- Vamos na da Gina, então.

Dois minutos depois, lá estavam eles sentados na carruagem, com Gina, Sibila e Luna – as duas primeiras muito contrariadas. Harry e Gina fitavam um ao outro de vez em quando e viravam o rosto rapidamente quando seus olhares se cruzavam. Tiago não conseguia parar de revirar os olhos. Aquele moleque nem parecia seu filho (ele já estava se acostumando com a idéia), de tão mané que ele era.

- Por que foi que vocês raptaram a Granger?! – reclamou Sibila, imprensada entre Gina e Luna (era uma sorte que ela era tão magrela, ou não caberiam os cinco ali dentro), muito irritada.

- Ninguém raptou Granger nenhuma – disse Tiago, olhando torto para Sibila. Aquela menina era de enlouquecer qualquer um. No mau sentido. – E o que era aquela caixa que vocês estavam levando, naquela hora? Cadê ela?

Gina abraçou a mochila com mais força, num movimento involuntário. Sibila deu-lhe uma cotovelada nas costelas.

- Não é da sua conta – disse Sibila, empurrando os óculos-lupa mais para cima. – E mesmo que fosse, nós não lhe diríamos. E você – ela se virou para Luna, de repente – quer parar com essa droga desse passarinho?!

Luna havia tirado duas minhocas do bolso das vestes e estava muito entretida alimentando o passarinho empoleirado em sua cabeça. Se fosse só isso, estaria muito bem; o bicho alimentado, ela distraída, e todo mundo contente. O problema era que aquele passarinho era histérico. Ele não parava de piar!

- Onde foi que você arranjou esse bicho, Luna? – perguntou Harry, se manifestando pela primeira vez desde que entrara na carruagem.

- Papai mandou ele pelo correio pra mim – disse ela, ajeitando os galhinhos do ninho, emaranhados em seu cabelo. Harry fez uma cara meio perplexa, mas não disse mais nada.

Passou-se um minuto inteiro. Só o que se ouvia eram os rosnados de Sibila, até que Luna falou outra vez, os olhos bem abertos (parecia uma maníaca, na opinião de Tiago).

- Windham, você já viu como você e o Harry são parecidos? – sussurrou ela, dirigindo-se a Tiago, que lançou-lhe um olhar de "você é idiota?". Ele estava ficando cada vez menos paciente com aquele tédio (por que ele não fora com os outros?!).

- É mesmo, eu não tinha reparado, obrigado por me avisar – disse ele, mal-humorado.

- Eu já ouvi falar nesses fenômenos, quando duas pessoas que nunca se viram antes e nem têm parentes em comum são exatamente iguais – continuou ela, os olhos ainda arregalados. – Papai uma vez publicou uma reportagem sobre isso. Parece que, quando uma pessoa nasce, ela nasce cercada de energia cósmica celular cor-de-laranja; e nesse caso, essa energia escapole da pessoa e sai voando pelos ares, até atingir outra mulher grávida que vai ter um filho igualzinho àquele que nasceu primeiro.

- Mas nós não somos iguaizinhos – protestou Tiago, achando aquela história ridícula. – Olha só, nós somos só parecidos.

- Bom, aí eu já não sei; talvez duas nuvens de energia cósmica celular cor-de-laranja perpendiculares tenham colidido no caso de vocês, e ocorrido algum tipo de mutação...

Assim que a carruagem parou em Hogwarts, Tiago pulou para fora como um desesperado.