Disclaimer: Twilight não me pertence, mas sim a Stephenie Meyer. E eu peguei seus personagens emprestados, para escrever essa história. A postagem dela por outra pessoa em outro local é plágio e plágio é crime!

Trégua

EPOV

Fazia uma semana que eu e Bella parecíamos dois estranhos em nossa própria casa. Ela só falava o estritamente necessário comigo e eu seguia dormindo no quarto de hóspedes, por mais que na primeira noite eu tenha resolvido voltar e tentar conversar com ela, encontrando a porta de nosso quarto trancada à chave e por mais que eu tenha chamado seu nome inúmeras vezes, os soluços não cessaram do lado de dentro e ela não me atendeu, enquanto eu me deixava cair com as costas apoiadas na porta sentindo as lágrimas descerem pelo meu rosto também. O que havia acontecido com a gente? Como tínhamos chegado àquele ponto?

"Vocês precisam conversar, Edward." – Alice disse depois de bufar pela milésima vez desde que chegáramos a Forks há coisa de cinco minutos, para a festa de bodas de ouro dos meus pais. – "Vocês são adultos e se amam, não podem continuar dessa forma, um fingindo que o outro não existe."

"Você devia dizer isso para a sua melhor amiga e não para mim. Foi ela quem me colocou para dormir no quarto de hóspedes e anda pela casa como se eu fosse um ser invisível. Ela é a responsável por isso, Alice."

"Pelo amor de Deus, Edward, pare e preste atenção no que você está falando. Você parece aquele adolescente que não sabia se devia ou não se declarar para a Bella. Vocês não têm mais 17 anos. Vocês são adultos agora, estão casados e precisam conversar caso queiram que esse casamento siga adiante."

"Eu realmente não sei o que fazer, Alice. Eu nunca poderia imaginar que a Bella estaria trabalhando exatamente no mesmo caso que eu, que ela estaria disposta a provar que os meus clientes são os culpados por algo que eu luto para provar que não são. Por que é tão difícil para ela entender que a única forma de nós ficarmos bem é ela pedindo para sair da equipe de reportagem responsável pelo caso?" – perguntei passando a mão pelos cabelos mais uma vez, algo recorrente quando eu me sentia nervoso.

"Você está sendo tão injusto, Edward. É o trabalho dela. O trabalho que ela tanto lutou para conquistar e que você tanto dizia apoiar. Lembra que você estava lá, do lado dela na formatura, garantindo para aquela menina perdida, insegura quanto ao futuro, que ela seria a maior jornalista da nova geração? Que logo logo os Estados Unidos inteiro saberiam quem era Isabella Swan? E agora, do nada, você quer que ela abra mão de tudo isso por você? Eu não posso acreditar que o meu próprio irmão possa ter pensado em algo tão sórdido. Se é isso que você pensa, eu sinto muito, mas talvez a minha amiga esteja melhor sozinha." – e dizendo isso ela se levantou, me deixando sozinho com os meus pensamentos.

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"E então, me conte o que você faz além de se esconder entre os carros do estacionamento para ler escondido?" – perguntei me virando para a morena sentada ao meu lado, desenhando em seu caderno, depois de termos terminado os exercícios que o professor de biologia havia passado.

Ela mordeu o lábio inferior, parecendo ligeiramente assombrada por eu estar falando com ela, antes de se virar, seus profundos olhos castanhos encontrando os meus. "Hum... nada?" e aquilo soara mais como uma pergunta do que como uma afirmação.

"Nada?"

"Bem..." – ela começou antes de fixar seu olhar novamente no professor que passava de mesa em mesa observando o andamento dos trabalhos da turma. "Você logo verá que não há muito a ser feito em Forks. Então eu estudo, leio, às vezes vou à praia na reserva... mas eu gosto mesmo é de ficar em casa, quieta lendo. Porque com os livros é como se eu pudesse sair daqui, conhecer o mundo, outras pessoas, viver coisas que nunca viverei."

"E como você sabe? Você ainda tem muita coisa para viver. Quem sabe um dia não sai daqui e vai conhecer o mundo e depois voltará para nos contar tudo o que viu?"

O sorriso que se abriu no rosto da morena sentada ao meu lado me fez ter a certeza de que eu viveria para fazê-la sorrir daquela forma novamente.

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"Edward, eu posso saber onde você está me levando?"

"Calma, Bella, eu já disse que é surpresa. Você confia em mim?"

"Confio, mas..."

"Mas nada, Bella. Se você confia, confia. Nós já estamos chegando."

Eu havia descoberto aquele lugar há alguns dias enquanto andava sem rumo, pensando na morena que agora me acompanhava. Tentando entender os sentimentos confusos que me tomavam quando estava ao redor dela, sem sucesso, para desespero de Alice, que apenas rolou os olhos e disse que eu era muito tonto, quando contei tudo o que estava sentindo para ela.

"Pronto, pode abrir os olhos", - eu disse quando entramos na grande e florida campina, parando atrás dela, segurando-a pelos ombros.

Lentamente eu a senti relaxar sob as minhas mãos, enquanto seus olhos se abriam e esquadrinhavam toda a campina.

"Oh meu Deus, é linda, Edward." – ela murmurou antes de correr até o meio da campina, deitando-se para aproveitar os poucos raios de sol que se abriam sobre o local.

"Eu não usaria a palavra linda, tendo você no mesmo recinto, mas sim, é um lugar muito bonito." – disse enquanto me aproximava, deitando-me ao seu lado e via o rubor tomando suas bochechas. Aquela era a segunda reação que eu mais amava em Bella, perdendo apenas para quando ela sorria para mim.

Passamos a tarde ali, conversando, rindo, falando sobre nossas infâncias, famílias, sonhos ou apenas curtindo a companhia do outro, no mais absoluto silêncio. Era como se tanto o silêncio quanto o diálogo fluíssem bem entre nós. Era algo natural nesses seis meses em que nos conhecíamos.

As primeiras gotas de chuva nos pegaram de surpresa e logo uma chuva torrencial desabava sobre nós, enquanto corríamos de volta até o local onde eu deixara o meu Volvo. Bella me surpreendeu, como sempre fazia, ao começar a cantarolar e dançar em volta do carro, rodopiando sob a chuva enquanto ria, parecendo extremamente feliz. "Eu adoro tomar banho de chuva", ela disse dando mais uma pirueta, em direção ao capô do carro, onde eu estava encostado. Como se tivesse vida própria minha mão se fechou ao redor de sua cintura, a parando na minha frente, marrom e verde se encontrando novamente, brilhantes e felizes à medida que nossos lábios se aproximavam, um pouco receosos de início, mas logo se acostumando uns com os outros, e ganhando confiança para explorá-los um pouco mais e aprofundar o beijo.

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"O que você está fazendo sentado aí sozinho, com esse olhar perdido, Edward?" – Jasper perguntou, parando do meu lado.

"Eu a amo, Jasper. Como nunca amei ninguém, mas eu realmente não sei o que fazer com essa situação em que nos encontramos. Eu tenho medo de que ela acabe machucada, que alguma coisa aconteça com ela, mas ela não me ouve. E o que mais dói é que ela não confiou em mim, não me contou nada e me deixou descobrir tudo através dos jornais."

"E você contou pra ela no que estava trabalhando? Contou para ela que era o advogado de defesa dos irmãos Volturi?"

"Mas eu..."

"Vocês dois erraram, Edward. Não adianta dizer o contrário. E da mesma forma que você está magoado, ela também está. E, se você tentou protegê-la, ela fez a mesma coisa. Você já parou para pensar nisso? Já parou pra se lembrar do trauma que sua mulher carrega e que, muito provavelmente ela simplesmente não queria ver outra pessoa que ela ama sofrendo as consequências por algo que ela não é culpada? A Bella nunca superou a morte do Seth, Edward. Você mais do que ninguém sabe disso. Do jeito dela, ela está te protegendo, meu amigo."

O silêncio caiu entre nós enquanto eu revivia aquele momento de dor ocorrido há tantos anos, mas que eu sabia que povoavam os pesadelos de minha mulher. Foram meses em que eu, Jasper e Alice praticamente nos mudamos para a casa dos Swan na tentativa de reanimar Bella, de fazê-la pelo menos por algumas horas, não pensar na cena que ela fora a primeira a visualizar, para tentar fazê-la sorrir novamente e, por mais que ela tenha voltado a fazê-lo, seu sorriso nunca mais foi o mesmo. Chegara próximo no nosso casamento, mas ainda assim, não era como aquele primeiro sorriso que ela me dera em meu primeiro dia de aula na Forks High School. Sempre faltava algo para que seu sorriso fosse novamente completo e eu sabia que sempre faltaria.

"Edward?"

"Hum..." – respondi afastando aquelas lembranças de minha mente e voltando a encarar meu melhor amigo e cunhado.

"Vocês estão fora de Nova York agora, na cidade onde vocês se conheceram e se apaixonaram, na festa de bodas de ouro dos seus pais... aproveite essa chance cara. Por esse fim de semana, esqueça os problemas, as diferenças e mostre pra Bella que você está aqui por ela. Que apesar de tudo, ainda são vocês dois e que é isso que verdadeiramente importa. Dê essa chance para vocês dois." – e dizendo isso ele se levantou, se dirigindo para a porta que separava a sala do jardim da casa onde eu passara boa parte da minha vida.

"Jasper?" – chamei antes que ele sumisse de meu campo de visão.

Ele apenas se virou, sem dizer nada, esperando que eu continuasse.

"Você acha que ela tem razão, que eles são os culpados?"

Seu olhar desviou brevemente do meu enquanto ele abria um sorriso para Alice, que descia as escadas e caminhava em sua direção.

"Eu não sei Edward. Não tenho como saber, mas diante de todos os fatos que a Bella me apresentou e tudo o que vi nos noticiários, eu não confiaria plenamente em tudo o que eles te dizem. Principalmente a garota."


Eu estava nervoso. E se ela não aparecesse? E se ela não quisesse falar comigo nunca mais? Um simples trabalho seria capaz de nos destruir dessa forma? De repente, o som de um galho seco quebrando me indicou que eu não estava mais sozinho e eu me permiti abrir um pequeno sorriso. O primeiro em uma semana. Eu não precisava me virar para saber que ela estava ali. Meu corpo era capaz de sentir a presença do dela.

"Sua irmã me disse que você queria falar comigo?"

"Lembra quando eu te trouxe aqui pela primeira vez?" – perguntei, finalmente me virando e caminhando em sua direção, tomando suas mãos entre as minhas antes de continuar. "Eu estava tão nervoso. Eu tinha finalmente me dado conta do que sentia por você e tudo o que eu mais queria era me declarar. Mas ao mesmo tempo eu estava morrendo de medo de te perder. Mas então, quando você começou a redopiar à minha frente, dançando na chuva, foi como se nada mais importasse. Eu tinha que te beijar. E se você me rejeitasse, bem iria doer muito, mas eu continuaria do seu lado do mesmo jeito, para qualquer coisa que você precisasse. Porque nós dois fomos feitos para isso, Bells, para estarmos um ao lado do outro, não importa o momento."

"Edward..."

"Por favor, deixa eu terminar", eu disse apertando um pouco sua mão, que continuava entrelaçada com a minha. "Me perdoa, Bells. Eu não deveria ter deixado o meu trabalho me afastar de você. Eu podia ver, mesmo nos poucos momentos em que nos vimos nesses últimos meses, que você não estava bem, eu via os resquícios de lágrimas em seu rosto ao dormir, a volta dos pesadelos, as olheiras... tudo isso deveria ter me alertado e ainda assim eu fui deixando a conversa para depois. Mas principalmente, eu nunca deveria ter gritado com você como eu fiz. Você só estava fazendo o seu trabalho e nós não tínhamos como saber que estávamos trabalhando no mesmo caso. Afinal, você não me contou sobre o que estava acontecendo no jornal e eu também não te contei sobre o meu caso. Nós dois erramos, mas isso não é justificativa para a forma como eu agi. Eu jurei nunca te deixar sozinha e foi exatamente o que eu fiz. Você pode me perdoar, Bells?"

"Eu me senti tão traída aquela noite, Edward. Todo mundo me ligando para me parabenizar pela matéria. Eu estava tão orgulhosa do trabalho que eu e James fizemos juntos. Deu muito trabalho, foi esgotante, principalmente com todas as lembranças que o caso me traz, mas ainda assim, pela primeira vez eu estava fazendo um trabalho jornalístico capaz de trazer algo de relevante para a sociedade. E tudo o que eu mais queria naquela noite era comemorar com você e ver o meu orgulho refletido em seus olhos. Mas ao invés disso, eu só encontrei raiva, acusações e egoísmo." – As lágrimas desciam pelo seu rosto, me deixando ainda mais pesaroso pela nossa situação. "Eu errei ao não te contar no que estava trabalhando, mas eu estava tentando te proteger, Edward. Te deixar afastado dessa família perigosa. Eu sei que eles são perigosos e eu não quero correr o risco de perder outra pessoa inocente por vingança, Edward. Eu não aguentaria perder você."

"Você não vai, Bells. Eu não vou a lugar algum." – disse secando suas lágrimas e a puxando para os meus braços, finalmente respirando aliviado ao senti-la novamente em meus braços. "Eu não sei como vamos fazer ao voltar para Nova York, amor, mas uma coisa eu te prometo: sem mais segredos. Você me promete o mesmo?"

"Sem mais segredos." – ela disse, com a cabeça ainda firme no meio do meu peito.

"E Bells?" – eu chamei, a fazendo olhar finalmente para mim. "Apesar do choque e da raiva iniciais, eu senti um baita orgulho de você. Eu sempre soube que você ia ser reconhecida pelo seu trabalho um dia, meu amor. Eu não poderia estar mais orgulhoso." – eu disse antes de tomar seus lábios em um beijo cheio de paixão. Como eu sentira falta daqueles lábios e, pelo jeito como ela reagia e agarrava meus cabelos, eu não era o único a estar com saudades.

Horas depois estávamos de volta à casa dos meus pais. Depois de meses eu podia sentir meu coração leve novamente. Mas eu sabia que ainda tínhamos algumas coisas para acertar assim que voltássemos para Nova York.

"Bells" – eu disse logo depois de parar o carro na garagem da casa dos meus pais. Eu sabia que não demoraria muito para os convidados chegarem e que Alice já deveria estar surtando com a nossa demora, mas eu ainda precisava falar mais uma coisa antes de entrar naquela casa. "Que tal uma trégua?"

"Trégua?" – ela perguntou, parecendo confusa.

"Sim, estamos longe de Nova York. Longe de jornal, de escritório, de tudo o mais relacionado a trabalho. Podemos curtir esse final de semana como antigamente e deixar para nos preocuparmos novamente com tudo isso a partir do momento em que voltarmos? Eu sei que ainda precisamos resolver muitas coisas. Mas podemos curtir Forks como sempre curtirmos?"

"É tudo o que eu mais quero, Edward." – E dizendo isso ela me beijou mais uma vez. E o beijo teria se aprofundado e demorado um pouco mais, se uma batida no vidro do carro não tivesse nos feito pular como dois adolescentes pegos no flagra.

"Eu fico muito feliz de ver que vocês se acertaram, mas vocês já viram que horas são? Eu ainda preciso arrumar a Bella." – Alice gritou, abrindo a porta do carro e praticamente arrancando minha esposa dos meus braços. "Sua roupa está em cima da sua cama, Edward. E não se preocupe, eu te devolvo sua linda esposa em algumas horas e depois que os convidados forem embora vocês podem continuar de onde pararam." – ela disse puxando Bella junto consigo, os braços das duas entrelaçados. Mas antes de entrar em casa, Bella ainda se virou mais uma vez em minha direção, piscando e sorrindo para mim, parecendo leve e tranquila, como nos velhos tempos.


Duas horas e meia depois eu estava perambulando pelo jardim, cumprimentando os convidados, mas meus olhos não saíam da porta de vidro, que separava o jardim da casa, esperando pelo momento em que Bella finalmente poderia estar novamente ao meu lado. Depois de tantos dias afastados um do outro, tudo o que eu mais queria, era ter ela junto a mim o máximo possível de tempo. Eu não era bobo, apesar de todas as promessas feitas, eu sabia que a nossa vida ainda seria um loucura quando voltássemos para Nova York. Estava preso em meus pensamentos quando senti uma mão em meus ombros, me deparando com meu sogro, assim que me virei.

"Como está, garoto?" – Charlie perguntou apertando minha mão, me estendendo um copo de whisky.

"Indo. E você, Chefe Swan?"

"O mesmo. Você sabe como essa cidade é."

"Sei. E sinto saudades disso todos os dias." – disse, me dando conta do quanto eu realmente sentia falta de toda aquela calmaria, da família e, principalmente, da falta de preocupação.

"Está tudo bem, garoto?" – Charlie perguntou, parecendo visivelmente preocupado. "Olha Edward, eu não quero me intrometer, mas eu tenho sentido a Bells estranha nestes últimos dias pelo telefone e hoje quando foi me visitar ela passou horas sentada no jardim, chorando, quando achou que eu não estava vendo. Agora vejo você todo preocupado. Está acontecendo alguma coisa?"

Quando foi que meu sogro se tornara alguém tão perceptivo? E como se eu só estivesse precisando de uma deixa, me vi contando tudo para ele, desde o dia seguinte à nossa volta para Nova York, até essa última semana infernal. Charlie continuou em silêncio por alguns segundos, antes de virar o restante da dose de whisky que ainda estava em seu copo e me encarar.

"Você a ama, Edward?"

"Mais do que a minha própria vida, Charlie."

"Então não deixe que o seu trabalho te faça perder o amor da sua vida. Não me entenda, mal, garoto, a Sue é uma companheira incrível e eu a amo, mas ela nunca vai ser a Rennée. Eu sei que eu não poderia ter feito nada, que o meu trabalho envolve lidar com pessoas perigosas. Mas talvez eu pudesse ter sido mais presente para ela. Ter lidado com a nossa perda de uma forma diferente, ter protegido melhor a minha família. Não sei. Só sei que vou carregar essa culpa pelo resto da minha vida. E sabe, Edward, é pesado demais. Eu não desejo isso para você, garoto. E menos ainda para a minha criança. Ela já sofreu demais."

"Eu sei. E isso me preocupa, Charlie. Eu tenho a sensação de que ela vai ser capaz de se arriscar, de ir além do necessário por estar revivendo tudo o que aconteceu com a família de vocês. É como se ela estivesse tentando evitar a tragédia por meio de outras pessoas."

"Então esteja lá por ela, como você esteve da outra vez, Edward. Você foi a única pessoa capaz de tirar a Bella daquele torpor daquela vez. Você pode fazer isso de novo."

"Obrigado pela confiança, Charlie."

Antes que ele pudesse falar mais alguma coisa, eu senti a mão de Bella envolver minha cintura, antes de sentir seus lábios em minha bochecha, logo antes dela perguntar:

"O que os dois homens da minha vida tanto conversam?"

"Nada demais", Charlie disse, dando um abraço apertado na filha. "Apenas me certificando de que o garoto aí está cuidando bem da minha criança. Mas agora vou deixar vocês voltarem para os convidados e vou procurar a Sue. Divirtam-se crianças e Bells...", ele chamou virando-se depois de alguns passos, "...será que você guardaria uma dança para o seu velho pai?"

"Claro Charlie, quantas você quiser."

Estávamos caminhando para o local onde o fotógrafo tiraria as fotos da família, quando Bella parou, me obrigando a parar também.

"Está tudo bem?" – ela perguntou assim que me virei, encarando seus olhos.

"Sim, por que?"

"Não sei, achei você pensativo depois da conversa com Charlie. Edward, eu não sei o que ele te disse, mas você sabe como meu pai tende a ser superprotetor às vezes. Você não tem que ouvir tudo o que ele disser e..."

"Bells, respira. Seu pai não disse nada demais. Estávamos apenas conversando. Você sabe que o Chefe Swan sempre gostou de mim, diferente daquele seu outro namorado, como era mesmo o nome dele? Ah sim, Mike Newton."

"Tão convencido esse meu marido." – ela disse rindo.

"Convencido não, amor. Eu apenas sei."

"Vamos logo antes que Alice venha nos buscar para essas malditas fotos." – ela disse depositando um selinho rápido em meus lábios.

"Falando em Alice, eu já te disse que você está ainda mais linda nesse vestido, Sra. Cullen?"

"Hum... acho que não."

"Que absurdo. Pois saiba que você está deslumbrante." – eu disse pontuando cada palavra com beijos pelo seu rosto e pescoço. "Eu adoro você de azul."

"Eu sei. Por isso que entre os dois vestidos que eu podia escolher, eu optei por este. Eu sabia que ia deixar você feliz."

"Obrigado, amor. Agora vamos, que quanto mais cedo tirarmos essas fotos, mais cedo eu posso te roubar novamente só para mim."


Bella estava dançando com Charlie enquanto eu observava os dois, sentado em uma das mesas colocadas no jardim.

"Fico feliz de ver esse sorriso novamente em seu rosto, meu bem." – minha mãe disse beijando minha bochecha antes de se sentar ao meu lado. "Eu realmente estava preocupada ao ver vocês dois tão tristes quando chegaram."

"Vai ficar tudo bem, mãe. As coisas ficaram complicadas por causa do trabalho, mas nós já conversamos e concordamos em mudar nossa forma de agir."

"É claro que vai ficar tudo bem, Edward." – ela disse pegando minha mão por sobre a mesa. "Estamos falando de você e da Bella. Seja o que for que esteja acontecendo, vocês dois vão passar por isso e sair mais fortalecidos no final. Porque é isso que duas pessoas que se amam fazem. E se tem algo de que eu não duvido nem um pouco é do tamanho do amor que vocês sentem um pelo outro, meu filho."

"Obrigado, mãe. Se eu e a Bella conseguirmos chegar aos 50 anos de casados a metade do casal que você e papai são, eu sei que já vou me considerar um cara sortudo pra caramba.

"Não tem nada para agradecer, Edward. Eu só estou falando o que vejo e sinto. E eu vejo e sinto a amor entre vocês. Agora se você aceitar um conselho de sua velha mãe. O segredo do meu relacionamento com o seu pai é nunca ir dormir sem resolver o que quer que esteja nos incomodando. Nunca deixe nenhum problema para ser resolvido no dia seguinte, Edward. Às vezes essa espera pode ser o tempo necessário para criar a desordem e tornar um problema que era pequeno em algo gigantesco. Agora vá encontrar sua esposa naquela pista de dança, que ela não para de olhar para cá."

"Eu te amo, mãe." – disse depositando um beijo em sua bochecha antes de me levantar e caminhar em direção à pista de dança onde a mulher mais bonita da festa me aguardava com um sorriso enorme no rosto.


Infelizmente o final de semana passou mais rápido do que eu gostaria e ali estávamos nós, de volta à nossa vida. Assim que entramos no prédio o porteiro chamou Bella, dizendo que havia chegado um envelope para ela na véspera. Assim que entramos em casa eu fui deixar as malas no quarto, enquanto Bella se sentava no sofá, abrindo o misterioso envelope sem remetente. Eu mal tinha colocado as malas no chão quando o grito desesperado tomou todo o apartamento.

Eu corri para a sala, o coração batendo acelerado e assim que a alcancei ela se jogou em meus braços, chorando forte e murmurando nãos repetidamente no vão do meu pescoço. Em busca do que a deixara naquele estado eu vi o papel impresso sobre a mesa:

Se afaste ou você poderá ser a próxima.

Mas eu sabia que não havia sido aquilo que a assustara, mas sim as fotos grotescas caídas no chão. Um terceiro assassinato acontecera enquanto estivemos fora da cidade!


N/A: e agora, quem será que morreu? E será que essa trégua vai durar ou o Edward vai se tornar ainda mais superprotetor do que nunca? O próximo capítulo já está escrito, então já sabem, me deem amor e eu trago ele rapidinho para vocês. Vamos fazer assim, quem comentar ganha um spoiler do próximo capítulo. Lembrando que tem que comentar logado no fanfiction ou senão tem que enviar o e-mail da seguinte forma anacarolina (arroba) yahoo (ponto) com (ponto) br senão o fanfiction apaga e eu não consigo enviar. Combinado? Beijinhos