Capítulo I - Queda-de-braço
Era uma bela e quente noite de luar. Casais apaixonados passeavam nos jardins de Hogwarts. Hermione e Rony andavam felizes, de mãos dadas, por entre as árvores que ladeavam o campo de quadribol.
- Rony, meu amor, o que você acha que devemos fazer em relação ao romance de Gina e Neville? – perguntou ela, enquanto despedalava uma flor.
- Mione, sinceramente! Você não acha que estou satisfeito de ver a minha irmã caçula nos braços de alguém como o Neville, não é?- murmura Rony entre dentes.
- Rony, o Neville é uma ótima pessoa. – ponderou Hermione- e alem do mais acho que não podemos culpar Gina, afinal ela desistiu de esperar pelo Harry.
- Harry.. Harry Potter....o famoso Harry Potter – exclama Rony- bem sabemos quem ele gostaria de namorar, não é, Mione? – olhando de soslaio para ela.
Hermione enrubescendo responde irritada:
- Lá vem você de novo com essa história, Rony... e afinal de contas, eu não namoro com você? Do que esta se queixando?
- È, mas você já namorou o Harry antes de mim .- contrapõe Rony.
- E, já namorei você antes dele, também esqueceu?? – perguntou Hermione irritadíssima.
Durante 5 anos de Hogwarts, Hermione considerava-se apaixonada por Rony. Eram frequentes as cenas de ciúmes entre os dois. A convivência estreita fez ela ver em Harry, qualidades e defeitos que Rony não tinha, e vice-versa. Do inicio ao final do quinto ano namorara Rony. Durante o sexto ano namorara Harry e agora no início do 7º ano, voltara a namorar Rony, que assim como fazia com a amizade de Potter, também a considerava um troféu. " Venci, ao menos uma vez, o famoso Harry Potter".
Quando estavam no 5º ano, mesmo com o namoro entre Rony e Hermione, a amizade com Harry continuou a ser a de sempre. O sofrimento dele, com a situação, era visível. Hermione então acreditou estar apaixonada por Harry , rompendo o namoro com Rony, no início do 6º ano. Rony por sua vez, acusou o amigo de propiciar a separação ( e não é que fora ele mesmo?) e querer roubar a sua namorada.
- O famoso Harry Potter não é capaz de conseguir uma namorada que não seja a minha? – gritava Rony, na sala comunal, atraindo a atenção de todos.
- Desculpe Rony, não foi por querer, acredite – implorava Harry- não quero que a Mione seja o pivô do fim da nossa amizade.
- Nossa amizade já acabou, Potter! E você, Mione, fique com ele se quiser, pois comigo não ficará mais- exclamou Rony, sombriamente subindo as escadas para o dormitório masculino.
Logo Harry e Hermione começaram a namorar. O namoro era feliz , tranqüilo e somente terminou porque Hermione não conseguia competir com a fama dele. Graças a algumas pitadas maldosas de Rony, que não se afastara deles, Hermione, percebeu as falhas em seu namoro com Harry. Ele nunca a amara, somente gostava de sua companhia, da sua amizade, de sua proteção. Quem a amava mesmo era Rony.
No início do 7º ano, voltara para Rony.
Com o luar, além de casais passeando, Rony e Hermione, viam uma figura solitária lendo as margens do Lago. Era Harry Potter, que ficava expreitando-os. Onde quer que fossem, Potter era sombra constante. Rony se enraivecia, mas Mione somente afirmava que Harry sentia falta deles, assim como eles sentiam a falta de Harry.
As aulas em Hogwarts continuavam como sempre, embora eles estivessem no sétimo e último ano... Transformação com Minerva ( sempre austera), Adivinhação com Sybila ( sempre inventiva, a falsa vidente) , Poções com Snape. Estas eram indiscutivelmente as piores aulas.
Na masmorra de Snape, Rony e Hermione, sentaram-se , e conversavam sobre bruxos famoso, enquanto picavam folhas de cactus do deserto, e colocavam juntamente com pó de orelha canina, no caldeirão que ardia com uma substância amarela- clara.
- Esta poção é muito útil para curar determinados ferimentos causados por mau uso de artefatos dos trouxas- falava Snape, enquanto observava Neville Longbotton, em cujo caldeirão encontrava-se uma substância azul, mostrando que mais uma vez, ele errara a fórmula.
- Longbotton, será que o senhor não é capaz, uma vez que seja, de acertar a poção? – exclamava Snape com um olhar feroz ao amedrontado Neville que tremia da cabeça aos pés.
No outro extremo da masmorra, Harry Potter observava Hermione e Rony aos cochichos e sentia uma dor no coração. Desta vez, realmente perdera Hermione. Ela mostrava estar muito feliz com Rony, e assim como ele, passara a ignorá-lo. Sentia-se infeliz com isso, mas quem provocara esta situação fora ele mesmo.
- Potter, o que teremos se adicionarmos aos ingredientes couro de percevejo curtido? - perguntou Snape com sua voz suave e letal.
Harry sentia os olhares de toda a classe sobre si. No outro extremo, Hermione erguia a mão.
- Não sabe, Potter? É a fama não lhe ensinou nada, pelo visto.- retrucou Snape, sob uma onda de risadinhas da Sonserina- Longbottom, você saberia?
Snape observava Neville que continuava tremendo, amedrontado. Hermone se apiedando dele, disse:
- Eu sei, professor Snape.
- Não lhe perguntei nada, Srta Granger- falou Snape pousando os olhos negros sobre ela. Hermione se calou, e Snape recomeçou a bateria de questões:
- A poção Telepatium faz com que duas pessoas possam comunicar-se pela telepatia. Potter, sabes como poderíamos fazer essa poção?
Harry mantém a cabeça abaixada, mesmo sob os risos dos alunos da Sonserina. Hermione ergue o braço mais uma vez.
- Não sabe Potter, isso não me surpreende. Nenhum aluno da Grifinória sabe nada, nunca, a não ser é claro, a Srta Sabe-Tudo Granger.- afirmou convictamente Snape.
A raiva de Hermione ficou estampada em seu rosto, enquanto Snape a observava e pensava em como ela havia ficado bonita com o passar do tempo, embora continuasse extremamente estudiosa. Quando Hermione fez um movimento para levantar, escutou a voz suave de Snape:
- Mais um movimento, Srta. Granger, o seu namoradinho Wesley será transformado em uma aranha, de tal forma que nem mesmo a Srta. poderá desfazer o feitiço.
As unhas de Hermione estavam cravadas em seu próprio rosto e Rony ao seu lado lhe implorava calma.
- Mione, por favor, se acalme, senão esse .... desconta 50 pontos da Grifinória- implorava Rony abraçando Hermione.
Snape, mais insuportável do que nunca, voltava a atacar Neville:
- Já sei, Longbotton, para melhorar a sua poção, vamos usar seu sapo Trevo, como ingrediente mágico- diz sardonicamente Snape, enquanto os alunos da Sonserina vibram.
Neste instante, ouve-se um grito no fundo da marmorra:
- Chega!- grita Hermione que se levanta e vai de encontro ao professor Snape.
- O que é isso, Srta. Granger? Quer perder 50 pontos para a Grifinória? Se este for o caso, não me farei de rogado. – ri Snape.
- O senhor é malévolo, vil, insuportável- exclama Hermione frente-a-frente com Snape- gosta de humilhar e ultrajar os alunos da Grifinória. Não quer alunos que saibam a sua matéria? Pois bem, eu sei. Mas eu não sirvo. Não sirvo porque não sou da Sonserina.
Snape fica petrificado, bem como todos os alunos da Sonserina. os da Grifinória vibram, e somente Rony pede a Hermione que mantivesse calma.
- Mione, acalme-se por favor- exclama Rony.
- O Sr. sabe de todos os problemas de Neville, e mesmo tendo sua parcela de culpa neles, faz questão de o expor a cada oportunidade. Gosta de ferir Harry nos seus pontos mais fracos descontando nele todo o ódio que o senhor tem por Tiago Potter, Sirius Black e Remo Lupin. Gosta de nos ferir a todos pelos mais simples motivos. E é por isso que eu o odeio, eu e todos os alunos, porque o senhor é sujo, é odioso, é desprezível, Severo Snape.
Hermione suspira e para de falar. Agora é tarde para se arrepender, e mesmo não haveria do quê, pensa ela.
Acidentalmente, no ano anterior Hermione havia feito algumas pesquisas sobre os Comensais da Morte e havia descoberto que contra o auror Frank Longbotton e sua esposa Melissa- pais de Neville- havia sido utilizada a Maldição Cruciatus, os levando a loucura. Entendera então, porque Neville fora criado pela avó. ela sabia que Snape fora um Comensal da Morte e o havia ligado ao fato.
Snape olha ferozmente para Hermione. Está chocado. Os alunos da Sonserina se entreolham excitados.
- 100 pontos a menos para a Grifinória, Srta. Granger.
- Valeu o sacrifício, professor Snape. – responde Hermione sorrindo desdenhosamente para ele, indo sentar-se
Snape caminha pelas masmorras, atordoado pelas palavras proferidas por Hermione.
- Estão todos dispensados, exceto a Srta. Granger.- fala Snape.
Ouvem-se passos, cadernos e ingredientes sendo recolhidos, vozes sussurrantes.
- Eu te espero lá fora, Mione. – fala Rony.
- Qualquer coisa, grite que estarei aí fora.- exclama Harry.
Hermione sorri para os dois, que são os últimos a sair. Snape esta sentado em sua mesa e diz brandamente a ela:
- Poderia vir até aqui por favor?
Decididamente, Hermione faz os passos que a separam da mesa de Snape, e para em frente a este.
- Se é sobre a detenção, basta marcar o dia, professor. – diz serenamente Hermione.
- Não, não é isso, Srta. Granger...
Neste momento, Snape levanta-se e com os olhos negros fixos nos olhos de Hermione, diz:
- Hermione, sinceramente eu sinto muito que você seja uma Grifinória.....
Hermione sustenta fixamente, o olhar frio de Snape por alguns instantes, até que este diz:
- Pode ir, se quiser.
Hermione então caminha em direção à porta. Se voltasse seus olhos em direção a mesa de Snape, veria presos em si um par de olhos negros sem a frieza costumaz. Ao transpassar a porta, encontra-se com Harry e Rony a sua espera; ambos com cara de preocupação:
- O que ele disse, Mione? – perguntou Rony abraçando-a
- Ele disse que infelizmente sou uma Grifinória... decerto pelo que disse a ele hoje, deveria ser uma Sonserina... há.. há..há... – respondeu Hermione começando a rir, saindo abraçada a Rony e estendendo uma mão a Harry, enquanto andavam, os três, em direção a sala comunal.
Na sala comunal, todos felicitaram Hermione pela coragem em desafiar Snape, mesmo custando 100 pontos à casa.