CAPÍTULO 13 – SOBRE ANJOS E DEMÔNIOS (PARTE 4/4)
Kyoko ficou deitada olhando para o teto. Em seu peito, ela aninhava os dois papeis que havia encontrado sobre o criado-mudo ao lado da cama: um cheque nominal para ela, de um valor escandaloso, assinado por um dos caras que todos os meses a ameaçava querendo mais dinheiro, e um bilhete de Corn.
Bom dia, Kyoko-chan
Após um longo debate, decidimos deixar a mamãe dormir um pouco mais e saímos para comprar o café da manhã.
Com amor,
Kuon e Rosa
Kyoko não conseguiu definir qual dos dois papeis a deixara mais emotiva, ao ponto de precisar de vários minutos para acalmar as batidas desenfreadas de seu coração. Afinal, a chance de um recomeço havia surgido tão inesperadamente quanto a visita de Corn, e apenas graças a ele. Como se isso não bastasse, ele havia aceito Rosa com naturalidade, provando que o temor dela de ser novamente desprezada era infundado.
Nem mesmo uma fada seria capaz de sempre lhe dar o que ela mais precisava, o que a fez repensar sua avaliação infantil e compreender que ela havia confundido as criaturas: com sua aparência e grandes asas, Corn na verdade era um anjo.
Kyoko sorriu quando ouviu a porta do apartamento abrindo e fechando. O som inconfundível de sacolas, passos e balbucio infantil aqueceram seu coração. Ela conseguia imagina-los naquele momento, Corn segurando sua filha com um braço enquanto o outro carregava o café da manhã. Ao som abafado da voz dele, murmurando algo para Rosa, seguiram-se os gritinhos animados que confirmavam que ela estava adorando a atenção.
Uma pena que aquela situação estivesse fadada a acabar. Corn, sendo um anjo, havia aparecido apenas para ajudá-la. Tendo cumprido sua missão, em breve ele retornaria para a nuvem na qual ele morava, um lugar magnífico e puro demais para alguém como ela.
Repentinamente entristecida, Kyoko se encolheu na cama. Depois de tudo que ele havia feito por ela em menos de trinta e seis horas, era vergonhoso querer que ele ficasse ao seu lado para sempre. Corn merecia mais do que uma mulher usada e descartada. Mais do que uma stripper. Mais do que a mãe da filha de outro cara. Aliás, ela não sabia sequer de onde tais pensamentos haviam surgido, porque Corn estava muito acima dela para ser sequer seu amigo, quiçá algo mais.
Não importava quão maravilhoso havia sido adormecer nos braços dele, tal evento não iria se repetir. Tratava-se apenas de um gesto solidário da parte dele, nada mais. Ela estava bem agora, com mais dinheiro do que jamais sonhara ter na vida. O suficiente para largar aquele emprego, mudar-se para um apartamento seguro para crianças e voltar a estudar.
Ou seja, era questão de tempo até ele dizer adeus mais uma vez.
Após passar a noite vendo vídeos e lendo artigos na internet sobre a primeira infância, Kuon se considerava apto para a missão de trocar uma fralda.
"Oh meu... oh meu Deus! Como...? Caramba, ninguém falou nada sobre uma arma biológica!"
Rosa gargalhou e ele sorriu. Kyoko, apesar de ter coberto a boca para abafar a risada, foi ouvida mesmo assim. Kuon olhou para trás, diretamente para ela, enquanto piscava rapidamente. Seus olhos lacrimejavam, mas ele sorriu ainda mais quando a viu.
"Veja, acordamos a mamãe. Não queríamos fazer isso, não é mesmo?"
Rosa gritou e agitou os bracinhos, feliz por ver a mãe, que por sua vez não parecia tão feliz quanto Kuon esperava.
"Eu não sei como agradece-lo por isto." Ela levantou o cheque que estava segurando com mãos trêmulas. Kuon pensou em responder que um sorriso bastaria, mas ele sabia que nada com ela era tão simples assim, então ele apenas deu de ombros.
"Não precisa me agradecer, não foi nada demais."
Nada demais. A melhor e mais significativa reviravolta da vida dela, e ele não queria agradecimentos.
"Foi mais que demais: foi incrível. E irresponsável. Eu não sei como Corn conseguiu, mas, por favor, não se arrisque assim de novo."
Kuon a olhou demoradamente, tentando decifrar em seus olhos tão sinceros o que a estava perturbando, mas Rosa estava ficando impaciente.
"Por que você não arruma a mesa enquanto eu termino aqui? Não que eu ache que conseguirei comer alguma coisa depois desta fralda..."
A última frase foi dita em um sussurro, mas Kyoko o ouviu e conseguiu rir antes de acatar sua sugestão.
Alguns minutos depois, os dois se sentaram frente a frente enquanto Rosa brincava com um coelhinho de pelúcia sobre um tapete emborrachado no chão. A mesa de refeições era tão pequena que os joelhos deles se encostavam de vez em quando, e sempre que isso acontecia, Kyoko se sobressaltava.
Kuon a conhecia bem o suficiente para saber que ela estava pensando coisas desnecessárias, do tipo "como vou recompensa-lo?", "sou tão inútil", "só dou trabalho para Corn" e blábláblá. O semblante dela oscilava entre raiva e tristeza com tanta rapidez que era fascinante observar, mas ele já estava cansado de vê-la supondo tanto.
Era hora de faze-la parar de supor que ele iria embora e que ela era um estorvo e começar a faze-la acreditar que ele era louco por ela e não iria a lugar algum onde sua pequena nova família não estivesse.
"Eu gosto do que você está vestindo."
Kyoko piscou algumas vezes. Ela realmente havia escutado isso?
Kuon apenas sorriu quando viu sua expressão de incredulidade. Não o sorriso brincalhão de quando eram crianças, mas um sorriso muito masculino e muito adulto.
Pela primeira vez, Kyoko se deu conta de que estava usando a mesma roupa da noite anterior: camiseta grande demais, calcinha... e só. Aliás, ela havia dormido assim. Ao lado dele. Em uma cama estreita demais para duas pessoas.
Kuon assistiu, satisfeito, ao rubor se espalhando pelo rosto dela. A gola larga deixava o ombro esquerdo à mostra. Um ombro nu que evidenciava que ela estava sem sutiã, diga-se de passagem. Sim, dormir ao lado dela havia demandando todo o seu autocontrole. Foi difícil não olhar para baixo, para onde a camiseta terminava e longas pernas começavam, especialmente porque a camiseta havia subido e uma parte da calcinha ficara à mostra.
Atordoada demais para falar, Kyoko enfiou na boca um pedaço grande demais de muffin e tentou se concentrar em qualquer outra coisa que não fosse ele, mas tal tarefa parecia impossível. Como qualquer desejo reprimido, pensar em Kuon como mais do que um amigo havia tomado a mente dela de assalto e criado raízes profundas, que cresciam mais rápido do que ela conseguia arranca-las.
Ela estava solitária, isso era um fato, mas ainda não era argumento suficiente para transpor o abismo que existia entre eles. Contudo, havia algo na maneira dele de olha-la que a fazia crer o contrário.
Kyoko apertou um joelho contra o outro, perturbada. Um homem sorvendo café de uma embalagem para viagem não deveria ser tão excitante. O fascínio dela pela mão enfaixada ao redor do copo a constrangeu e a fez desviar o olhar.
Antes não o tivesse feito. Kyoko percebeu, olhando para o rosto dele, que Kuon estava encarando os mamilos dela, subitamente endurecidos. Os olhos dele não demoraram mais do que três segundos antes de encontrarem os dela por sobre a borda do copo, e neles não havia o menor traço de arrependimento ou embaraço por ter sido flagrado.
A cozinha jamais parecera tão abafada.
Kuon, por sua vez, a observava observando-o e vendo-o como se fosse pela primeira vez, porque, de certa forma, era. Havia uma tensão nova entre eles. Uma tensão pela qual ele era extremamente grato, pois representava um inegável progresso.
Naquele momento, Kyoko estava explorando o mundo atrás da cortina com passos tímidos e incertos, mas ao menos ela caminhava até ele, que sempre estivera ali esperando-a. Kuon estava adorando que ela finalmente estivesse vendo-o como homem, identificando nele exatamente o que ele queria que ela visse: que ele era alguém disposto a ser seu provedor, seu protetor, seu amigo e seu amante. Ele saberia como cuidar dela e de sua filha, o que não poderia ser mais afrodisíaco para uma mãe solteira acostumada à rejeição.
Talvez Kyoko o considerasse um maldito sociopata se soubesse quão determinado ele estava a pertencer àquela pequena família, ao ponto de estar ensinando Rosa-chan a chama-lo de papai. Ele sabia que estava ultrapassando um limite, mas não se envergonhava disso. Afinal, ele já havia cometido o erro de deixar o caminho livre para outro cara, e o resultado havia sido abuso e abandono.
Ele não cometeria tal estupidez outra vez.
Kyoko se levantou apressada e ruborizada, agradeceu-o pela refeição olhando para o chão e quase correu para o banheiro. Impassível, Kuon pegou Rosa do chão, onde ela ainda brincava com o coelhinho, e levou-a para o quarto para uma soneca.
Kyoko estava absorta lavando a louça e tartamudeando palavras incompreensíveis. Ela queria ter trocado de roupa, mas Corn continuava no quarto ninando Rosa. Da cozinha era possível ouvi-lo murmurando suavemente uma canção que parecia russa. Da última vez que ela os viu, a bebê estava com a cabecinha apoiada em seu ombro e lutando para permanecer acordada enquanto brincava com uma mecha loira do cabelo dele. Corn, por sua vez, balançava o corpo de um lado para o outro enquanto cantarolava e acariciava as costas de sua filha.
A cena toda era tão meiga que quase a nocauteou. Ao mesmo tempo, Kyoko se surpreendeu com quão excitante era ver um homem sendo paternal.
"Kyoko-chan?"
Ela deu um pulo e um gritinho de susto antes de olhar para ele. Kuon, o rosto muito sério, olhava-a com o dedo indicador sobre os lábios.
"Cuidado para não acordar Rosa-chan."
Hipnotizada pelo calor nos olhos dele, Kyoko apenas assentiu com a cabeça e engoliu em seco enquanto ele caminhava em sua direção, até parar muito próximo e segurar seu rosto.
Os olhos dela foram atraídos para os lábios dele quando Kuon sorriu.
"Seu rosto está tão vermelho... que me faz pensar... que talvez Kyoko-chan se sinta atraída por mim." Ela não soube o que fazer. Ela sequer se sentia apta a respirar. Ninguém a havia olhado daquela maneira antes. "Isso me deixa esperançoso..."
O polegar dele acariciando seu lábio inferior a impediu de espremer mais do que um gemido por sua garganta contrita. No segundo seguinte, Kuon a beijou, e foi como se uma súbita explosão ocorresse em seu corpo. As mãos que até então estiveram segurando com força a bancada da cozinha se agarraram a ele e ela gemeu alto quando sentiu sua ereção.
"Shhhh..." Ela choramingou quando ele abruptamente encerrou o beijo. Ambos ofegavam. "Você precisa ficar bem quietinha, ok?"
Kyoko imediatamente concordou com a cabeça. Ela concordaria com qualquer coisa que ele propusesse naquele momento, desde que as mãos dele continuassem subindo por suas pernas e sob a camiseta horrorosa. Quando ele alcançou seus quadris, algo primitivo inflamou o sangue dela, fazendo-a ficar nas pontas dos pés para beija-lo enquanto ele fazia sua calcinha descer até o chão. Quando os dedos dele a tocaram, Kyoko só não gritou porque a mão dele foi rápida em cobrir sua boca.
Kuon praguejou por entre os dentes ao senti-la pronta. Mais do que querer, ele precisava estar dentro dela com uma urgência inédita. As mãos dela sob sua camisa, apesar de molhadas e frias por causa da louça que ela estivera lavando, de nada serviram para aplacar seu desejo.
Pela maneira como ela se contorcia e tremia, ele a estava guiando até o ápice rapidamente. Era delicioso, mas ele queria estar dentro dela quando isso acontecesse.
Infelizmente, não havia lugar naquele minúsculo apartamento onde ele pudesse fazer aquilo com conforto. De todas as vezes em que ele fantasiou tê-la em seus braços, nenhuma incluía uma foda clandestina contra a parede da cozinha, mas aquele era o lugar mais longe possível do único quarto, onde Rosa estava dormindo, e se ela acordasse seria fim de jogo.
E ele precisava aproveitar aquela oportunidade, antes que ela conseguisse rechaça-lo com um argumento absurdo como "você é bom demais para mim".
"Kyoko-chan, para a parede."
"Hm?"
A visão dela, zonza e ofegante, os olhos dilatados e desfocados, quase o fez gozar.
"Vamos para a parede."
Ela o compreendeu desta vez, porque obedeceu ao comando ainda que suas pernas parecessem contrárias à ideia de se moverem.
A maneira como ela usava os lábios e os dentes para brincar com sua orelha dificultava a tarefa de tirar a camisa, abrir a calça, tocar seus seios, brincar com os mamilos, beija-la e marca-la no pescoço, tudo ao mesmo tempo. Ele vagamente pensou que era muito errado que ele tivesse apenas uma boca e duas mãos, porque tais quantidades eram insuficientes para tudo que ele queria fazer.
Para piorar, havia o fato de que ela era deliciosamente vocal sob os cuidados dele, o que seria maravilhoso não fosse a necessidade de serem silenciosos. Então, no que ele considerou ser seu momento mais brilhante, Kuon a livrou da enorme camiseta e a enrolou como se fosse uma corda.
"Morda."
Kyoko prontamente obedeceu. Por mais que houvesse o inconveniente de não mais sentir a boca dela, ao menos ele poderia se concentrar apenas em lhe dar prazer. E ela estava gloriosamente nua, o que não poderia ser melhor.
Com um movimento rápido, ele a sentou sobre a mesa onde haviam tomado o café da manhã menos de uma hora antes e a fez deslizar até se deitar. Ainda que a mesa fosse pequena, era grande o suficiente para acomoda-la do quadril à cabeça, mas não resistente o bastante para suportar o peso do dois. Portanto, Kuon ficou de pé, olhando para ela, tímida e ruborizada, ofegante e necessitada. Suas mãos deslizaram do pescoço recém-marcado aos seios, que subiam e desciam rapidamente a cada respiração, passaram pelas costelas aparentes – ele podia dizer que ela andara pulando refeições em um passado próximo, coisa que ele jamais permitiria que acontecesse outra vez – e alcançaram o ventre, que retesou sob seu toque.
Kuon ouvia a respiração dela se tornando mais ruidosa conforme as mãos dele desciam por seu corpo, mas ao invés de pararem em seu sexo, ele as direcionou para as pernas, até chegarem aos joelhos, que ele ergueu até que os pés dela estivessem apoiados na borda da mesa.
Kyoko instintivamente tentou se cobrir, mas Kuon foi mais rápido em segurar-lhe as mãos.
"Por favor, Kyoko-chan... eu quero tanto isso..."
A voz dele estava tão baixa e rouca de desejo que seu timbre soou diferente. Hipnotizada, Kyoko só conseguiu arregalar os olhos enquanto a cabeça dele descia, quase em câmera lenta, no meio de suas pernas abertas.
Ela estremeceu ao primeiro contato. Era a primeira vez que alguém lhe fazia aquelas coisas, e a sensação era tão maravilhosa que qualquer vergonha acerca dos sons molhados que ela estava escutando desapareceu rapidamente. A pressão dentro dela aumentava avassaladoramente a cada lambida e sucção, mas antes de ela se fragmentar em milhares de pontos brilhantes, Kuon se levantou do chão.
Por entre olhos semicerrados, ela viu sua expressão faminta enquanto ele secava o queixo com o braço, pegava uma embalagem do bolso traseiro da calça, rasgava-a e colocava o preservativo com destreza.
Que atencioso, ela pensou vagamente enquanto ele se posicionava em sua abertura. Então, os olhos dele buscaram os dela, e por um segundo o mundo parou.
"Eu te amo, Kyoko-chan."
Ela não percebeu que estava chorando, porque tudo que importava no momento era Kuon, amando-a com cuidado e acariciando-a com reverência enquanto o corpo dele se movia. O orgasmo chegou rápido para ambos, e ele insistiu para que ela estivesse olhando para ele enquanto gozava. Coisa de orgulho masculino, ela supôs, sem saber que ele queria penetrar tão fundo em sua mente que ele ficaria entranhado nela, para que nada nem ninguém conseguisse separa-los.
Quando a euforia diminuiu o suficiente para Kyoko voltar a si, Kuon ainda estava trêmulo e ofegante, sentado no chão da cozinha com ela no colo enquanto a beijava e secava suas lágrimas. A camiseta rosa-choque jazia ainda torcida ao lado deles, e era possível ver marcas úmidas de dentes no tecido.
A camiseta, contudo, não era a única coisa esquecida no chão.
"...Corn...?"
"Hm?"
"...Você também foi à farmácia no caminho para a cafeteria?"
Ele suspirou resignado. Era questão de tempo até ela perceber quão calculista ele poderia ser, mas Kuon torcia para que ela já estivesse apaixonada por ele quando sua máscara caísse.
"Sim."
"...Então, você comprou...?"
"O preservativo, sim. E fraldas, porque tínhamos poucas. E também bandagens para a minha mão."
"Oh."
Ela tocou a mão dele suavemente, e Kuon aproveitou para entrelaçar os dedos nos dela, rezando para que o gesto fosse suficiente para impedi-la de se afastar dele.
"...Corn...?"
"Hm?"
"Então, você tinha planejado...?"
"Seduzi-la?" Ele esperou que ela confirmasse com a cabeça antes de responder. "Sim."
"...Por que?"
"Porque eu amo Kyoko-chan. Sempre amei."
Kuon a sentiu se retesar em seus braços. Enquanto ansiava por ter seus sentimentos aceitos, ele quase podia sentir as engrenagens funcionando furiosamente na cabeça dela.
"...Corn...?"
"Hm?"
"...E quanto a Rosa-chan?"
Ele sorriu aliviado. Se esta era a única preocupação que ela tinha, nada havia a temer. Afinal, Rosa era metade Kyoko, o que era mais do suficiente para que ele a amasse por inteiro.
"O que tem a nossa filha?"
Kyoko o abraçou com força e escondeu o rosto em seu peito. Tantas lágrimas de alegria ainda eram novidade para ela.
CAPÍTULO BÔNUS
"Kuon, meu garoto! Está ligando para me convidar para ser seu padrinho de casamento?"
"...O convite formal deve estar a caminho, então não, não foi por isso que eu liguei."
"Então a que devo a honra da sua ligação?"
"Eu preciso de um favor."
"E não é por isso que todos me ligam?"
"Chefe, por favor..."
"Eu sei, eu sei, você está cansado do meu drama. O que eu posso fazer por você?"
"...Na verdade, é o Ruto quem pode me ajudar."
"Oh? Você quer que eu te empreste meu contador?"
"...Não é do conhecimento dele em contabilidade que eu estou precisando, Chefe."
"Hmmm... e porque você está precisando do meu faxineiro?"
"Espere, eu vou lhe mandar uma foto."
"..."
"..."
"Uau, que bagunça!"
"Eu sei. Eu me deixei levar."
"Impressionante. É quase artístico. Você tinha algo contra o rosto dele?"
"O rosto dele me irritava, sim. Especialmente o sorriso arrogante."
"Bem, ele não está sorrindo agora. Não se preocupe, estou enviando alguém."
"Alguém? Não é Ruto?"
"Não. Eu precisava de sangue novo na organização, com a sua saída e a de outro afilhado meu. O nome dele é Yukihito Yashiro, e tenho o pressentimento de que vocês dois se darão muito bem."
Fim