— Eu darei um jeito de pagar. — Charlie tentou argumentar com o homem loiro que apontava uma arma em sua direção. — Peça para o senhor Cullen... — Ele engoliu o nó que se formava em sua garganta, o medo corroia suas terminações nervosas, fazia seu coração acelerar e suas mãos – já trêmulas – suarem.
— Pedir o que? Para ele te dar mais um mês, Swan? Você disse isso mês passado. Acabou o seu tempo.
— Por favor... eu tenho família. — Implorou. Sabia que tudo era sua culpa, culpa de seu vício, mas precisava contornar aquela situação, precisava implorar, se ajoelhar e se humilhar caso fosse preciso.
— Eu sei disso — sorriu friamente —, e Carlisle também sabe. Cadê a sua esposinha?
— Não por favor eu... eu vou...
Céus! Sua família não, sua alma agonizava. Esteve tão cego que não pensou que sua família poderia sofrer com suas ações inconsequentes. Só a ideia o deixava tonto, enjoado, enojado de si mesmo.
— Você nada, Swan. Você perdeu tudo. — Vociferou. — Não deveria nem ter oxigênio em seus pulmões, pois até ele você deve à Carlisle. Suas dívidas de jogo irão te arruinar. Acabou seu tempo. — Repetiu.
Charlie viu Renée se aproximando da escada – seu coração perdeu uma batida – e rapidamente tentou avisá-la.
— Renée! Renée, fuja! — Mas antes que ela conseguisse passar pela porta um dos homens, moreno de cabelos longos, a segurou.
— Me solta!
— Muito bravinha essa daqui. Vamos amansá-la... — Ele desceu sua mão que estava no pescoço de Renée, contudo ela foi mais rápida e o mordeu.
— Sua vadia! — Soltou-a brutalmente, fazendo-a cambalear para frente. — Carlisle deu ordem para matarmos só o merdinha do Swan, mas acabo de mudar de ideia. — Mirou sua arma na direção da cabeça de Renée e então disparou.
Charlie gritou mergulhado em horror e desespero, correu em direção ao corpo de sua esposa e as lágrimas desceram de seus olhos achocolatados, sua garganta se fechou. Ele sentia como se alguém tivesse arrancado seu coração e em seguida o tivesse feito virar cinzas.
Sua esposa, sua Renée.
— Não!
O que ele fez? A que ponto chegou? Suas lágrimas banhavam seu rosto, mas não lavavam a dor que dilacerava sua alma.
— Nem comece com a choradeira, Swan. Pelo menos uma vez nessa sua vida cretina se mostre homem, porra! — O homem loiro, com um sorriso cheio de diversão, disse chamando sua atenção. — Você é o próximo. — Engatilhou a arma e disparou em direção a cabeça de Charlie, que tombou, caindo ao lado do corpo de sua esposa.
— A polícia está a caminho James, já consigo ouvir as sirenes. — O outro capanga, de pele clara e cabelos negros devidamente arrumados, avisou. — Vamos embora.
— E esses dois? — Perguntou o de cabelos longos.
— Deixem aí. Não tem testemunhas, nunca vão saber o que aconteceu. — O loiro disse depois de jogar uma rosa branca em cima dos corpos.
— Pra que isso, James?
— Ordens do chefe. Vamos embora. — E eles foram.
Pensaram que não existiam testemunhas, porém eles estavam enganados, pois dentro do armário estava Bella.
Alguns minutos antes dos terríveis assassinatos, Renée ao ouvir a movimentação lá fora escondeu Bella no armário da sala e subiu para o segundo andar, pois caso tudo falhasse ela poderia atrai-los para cima, dando a sua filha uma chance de fuga. Contudo, antes de subir, ela pediu para que Bella ficasse quietinha e só saísse do armário se visse seu tio Eleazar, que era agente do FBI.
Bella cobria sua boca com as mãos para que ninguém escutasse sua respiração e seus soluços. Ela tinha apenas seis anos, e havia acabado de presenciar o assassinato de seus pais, e ainda sim ela só conseguia pensar em uma coisa. Vingança. Um dia ela vingaria seus pais. Caçaria um por um deixando o mandante, o tal Carlisle, por último só para que ele soubesse que ela estava chegando.
