Capítulo 22

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Os garotos Cullen

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Setembro de 2017

BPOV

Com as mãos trêmulas, carregando o saco de papel, eu entro em casa disposta a esperar meu marido voltar do trabalho. Eu o quero ao meu lado. Eu sabia que poderia acontecer. Bem, ainda não tenho certeza, mas é muito provável.

Acho que estou grávida.

Desde que me consultei com a ginecologista, em abril, não estou utilizando nenhum método contraceptivo. Naquele momento informei a Edward que eu havia comprado as pílulas, mas não comecei a tomar. Nós não conversamos sobre isso. Não fiquei neurótica sobre a possibilidade de engravidar ou não. Nós simplesmente deixamos a vida seguir.

Então, meu fluxo - que é muito regular - atrasou este mês e depois de quase duas semanas, eu finalmente comprei o bendito teste. Tenho apresentado outros sintomas, como maior sensibilidade nos seios. E nessa semana comecei a sentir náuseas. Não relatei nada ao Edward porque quis que ele ficasse animado com a possibilidade e no fim das contas não ser gravidez. Mas não vou conseguir fazer o teste sem ele. Acho justo que ele esteja presente, participando desse momento.

Estou ansiosa para ter certeza. Ansiosa e esperançosa. Estaria mentindo se dissesse que não estou com medo, mas eu quero estar grávida. Eu sinto que estou grávida. E estou feliz.

Edward ficará radiante, eu já posso imaginar.

Meia hora depois, ele e Tony chegam em casa.

"Oi mamãe", meu menino querido vem me encontrar na cozinha.

"Oi filho", beijo suas bochechas antes de abraçá-lo. Enquanto ele começa a me contar sobre seu dia Edward se aproxima e me puxa em seus braços.

"Oi", ele sussurra em meu ouvido.

"Oi".

"...e na hora do recreio, o Josh brigou com o Noah e a professora colocou os dois no cantinho do pensamento", Tony continua falando.

"Bem, você sabe que é errado brigar com os coleguinhas. E com qualquer pessoa, não é?", Edward fala e ganha um aceno dele. "A sua professora estava certa".

"Agora vá para seu quarto e se prepare para o banho, Tony", eu peço. "Daqui a pouco o jantar estará pronto", o beijo de novo e ele vai.

Edward me segura em seus braços de novo quando estamos a sós e me beija de verdade agora.

"Pensei que você só chegaria mais tarde", ele comenta quando deixa minha boca.

"Eu desisti de ir à Port Angeles hoje. Vou amanhã", explico. Ele acena.

"Edward, eu...", como eu posso contar? "Venha aqui", eu o arrasto até a sala, onde minha bolsa e o teste que comprei está.

Eu pego o pacotinho no sofá e tiro o teste de dentro, estendendo-o para que ele pegue. Seus olhos se arregalam e ele me fita.

"Bella?"

"Eu ainda não fiz", digo.

"Você...mas você acha que está grávida?", ele parece realmente surpreso.

"Eu acho que sim", respondo sorrindo.

Ele olha para minha barriga, como se fosse possível detectar algo, o que me faz rir.

"Deus, Bella!", ele me abraça e me gira no ar.

"Edward!"

"Eu te amo", diz ao me colocar no chão. "Eu te amo". Ele repete após beijar cada pedacinho do meu rosto.

"Ei, ainda tenho que fazer o teste. Pra ter certeza", me sinto mal em esfriar sua alegaria, mas é necessário.

"Claro. Vamos agora", ele me puxa pela mão e nós subimos as escadas até nosso quarto.

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Eu o deixo sentado na cama e entro no banheiro. Sigo as instruções da embalagem e volto para meu marido. Ele já está sorrindo feito bobo pra mim.

"Se der negativo-"

"Nós vamos tentar mais", ele responde. "É claro que ficarei muito feliz se você estiver grávida agora, mas se não...bem, Deus sabe o melhor momento para os abençoar com uma criança".

"Obrigada", eu digo, montando em seu colo na cama. Ele franze a testa em confusão.

"Por ser você...tão gentil, compreensivo e sensato. Por me fazer sentir segura e amada em todos os momentos", explico.

"Oh, minha Bella", ele segura minhas mãos entre as suas. "Eu fico feliz que você me veja assim. Eu quero ser a pessoa em quem você pode confiar e se apoiar sempre. Você é essa pessoa pra mim. Você é tudo pra mim", ele termina e me beija rapidamente.

Já se passou tempo suficiente e nós verificamos o teste juntos.

"Positivo", ele diz. "Positivo. Vamos ter um filho, meu amor!", ele diz rindo e joga seu corpo em cima do meu, nos deitando na cama. "Eu te amo demais, Bella. Obrigado".

Uau! Estou mesmo grávida! Eu estou encanta e assustada.

"Você precisa fazer exame de sangue e marcar consulta com sua ginecolo-", ele começa a entrar no modo médico, mas eu o interrompo com um riso alto.

"Eu farei tudo isso", digo. "Mas não precisamos pensar em tudo hoje".

Ele sorri em resposta. "Ok".

"Eu acho que podemos esperar até a confirmação com exame de sangue para contarmos pro Tony. O que acha?", eu pergunto.

"Eu concordo", ele responde.

"Mamãe! Papai! Cadê vocês?", ouvimos Tony gritar do andar inferior.

"Vamos voltar antes que ele suba", eu sugiro.

"Espere", Edward me impede de sair da cama. Ele leva sua mão direita ao meu ventre, alisando. Então, ele se ajoelha no chão e encosta o rosto ali, beijando minha pele por cima da roupa. "Obrigado, meu amor", ele diz, me encarando.

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Dias depois a gravidez está mais do que confirmada e hoje vamos contar para o Tony. Nossa expectativa é que ele ficará feliz, assim como nós estamos. Edward, aliás, está exultante. Vive sorrindo e olhando para minha ventre ainda plano. Em cada oportunidade que tem, ele me toca e beija o local onde nosso bebê está crescendo.

Nós já contamos a novidade para nossos pais. Minha mãe ficou muito feliz e expressou a alegria com entusiasmo, já marcando uma visita em breve. Meu pai ficou visivelmente emocionado, mas tentou disfarçar as lágrimas que começaram a se formar. E os pais de Edward também estão felizes com a vinda de mais um neto. Quando Kate engravidou, ela e Edward moravam do outro lado do país, então dessa vez eles poderão aproveitar muito mais.

"Filho, sua mãe e eu queremos conversar com você", Edward fala com Tony numa noite de quinta-feira após o jantar. Nosso menino nos olha desconfiado.

"Sente-se aqui, querido", eu aponto para o lugar no sofá ao meu lado e ele atende ao meu pedido. "Você se lembra quando nós te contamos que eu iria me casar com seu pai?"

"Eu lembro".

"Bem, naquele dia você me perguntou se nós iriamos ter um bebê", eu lembro. "Nós vamos ter um agora. Eu estou grávida".

"Tem um irmãozinho ou irmãzinha crescendo na barriga da mamãe", Edward acrescenta alegremente.

"Um irmão?", Tony repete, olhando para minha barriga.

"Isso, meu amor", eu confirmo.

"Oh. Quando ele vai sair daí?".

"Huh, vai demorar alguns meses, Tony. O bebê precisa crescer e se formar direitinho dentro de mim antes de nascer. O que acha? Vai gostar de ter uma irmã ou irmão?".

Ele fica pensativo por um tempo antes de responder. "Hum, eu acho", ele dá de ombros e abaixa a cabeça, escondendo os olhos.

Eu pensei que ele ficaria feliz.

"Você não quer um irmão, Tony?", Edward intervém.

"Eu quero, mas..."

"Mas o que? Pode falar, meu amor", eu incentivo.

Ele levanta o rostinho, me olhando diretamente nos olhos. "Ele vai nascer da sua barriga e você vai gostar mais dele do que de mim", ele diz com a voz chorosa. "Porque eu nasci daí".

"Não, meu filho!", eu seguro seu rosto, mantendo contato visual. "Eu te amo demais, Tony. Não importa que você não tenha saído de mim. Isso não importa, querido. O amor vem daqui, do coração. E só daqui. Eu sou sua mãe. Eu sempre serei sua mãe. Eu vou amar esse bebê", passo a mão pelo meu ventre, "da mesma forma que eu te amo. Nem mais e nem menos. Você entende?"

Ele acena e eu o puxo para meus braços e acaricio seu cabelo ruivo.

"Eu quero que você me ajude a cuidar do bebê. Se for um garotinho, eu quero que ele seja como você: um rapaz forte, inteligente e bondoso. Você vai ensinar muitas coisas pra ele. E será o mesmo se for uma garotinha. Ela vai precisar sempre de você".

"De verdade?", ele pergunta.

"Sim. O irmão mais velho tem eu cuidar dos mais novos".

"Você cuidava do tio Jasper e da tia Rose, papai?".

"Eu ajudava sua vó Esme sim, Tony. E quando eles cresceram a gente brincava junto o tempo todo. Ter irmãos é muito legal". Edward, então, conta algumas histórias de quando eles eram crianças, suas aventuras e muitos bons momentos, arrancando risos de Tony.

"O que sua mãe disse é verdade, Tony. Nós não vamos te amar menos por causa do bebê. Pelo contrário, teremos muito mais amor entre nós. E nós queremos que você ame seu irmão ou irmãzinha também", Edward acrescenta, sentando-se ao nosso lado.

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Novembro de 2017

BPOV

"Quando você vai saber, mamãe?", Tony está com as mãozinhas na minha barriga, que já está um pouco saliente. Estou no início do quarto mês de gestação e ainda não sabemos o sexo da criança. A médica diz que há 99% de chances de ser menino, mas não foi possível confirmar pelo ultrassom. Meu bebê está se escondendo.

"Ainda não sei, Tony. Ele ou ela não quer que a gente saiba", eu brinco. "Mas eu acho que é um menino".

Desde o dia da nossa conversa inicial sobre a gravidez, Anthony está se mostrando cada vez mais animado com a ideia de ter um irmão. Eu entendo a reação inicial dele, o medo de perder o afeto com a chegada de outra criança. Ainda mais pelo fato de que não sou sua me biológica. Mas Edward e eu fazemos de tudo para deixá-lo tranquilo e com a certeza do nosso amor por ele.

"Eu também acho que é um menino", ele diz com a expressão séria, me fazendo rir. "Qual será o nome dele?"

"Eu ainda não sei. Nós temos que ter certeza se é menino ou menina. Mas podemos ir pensando em alguns nomes. Pra ele ou pra ela".

"Tá bom. Eu vou pensar", ele responde.

"Certo", eu digo, me levantando da cama. "Vamos descer e preparar o jantar? Seu pai chagará daqui a pouco".

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"Um menino!", Edward exclama, feliz ao confirmar o sexo.

"Outro menino Cullen", eu digo com os olhos cheios d'água, ainda na maca do consultório médico. "Oh, céus! O que será de mim com três homens Cullen na mesma casa?", eu brinco e meu marido ri, assim como minha médica.

"Eu te amo, Bella", Edward beija minha testa antes de descer para os lábios.

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"Que tal Evan?", Edward sugere, mas Tony nega.

Estamos os três em casa, deitados no meu quarto, tentado escolher um nome.

"David", Tony propõe.

"Hum, eu até goste David", respondo. "O que acha, amor?", pergunto ao meu marido.

"É um nome bonito, mas eu não me vejo nomeando meu filho assim".

"Hum. E James?", eu sugiro.

"Deus, não! Eu tive um colega com esse nome e nós nos odiava-, eu quero dizer, a gente não se dava bem. Além disso, eu sei que você já namorou um James. Eu não quero esse nome para meu filho", ele diz e eu o encaro boquiaberta, mas não digo nada. Eu também não iria querer nomear minha filha, se fosse o caso, com o nome de uma ex-namorada dele.

"Eu acho que a gente nunca vai encontrar um nome que agrade a nós três", eu concluo depois de passarmos horas tentando sem sucesso.

"Já sei!", Tony grita de repente. "Matthew". Eu sei que é o nome de um personagem de desenho animado que ele adora.

Matthew.

Matt.

Eu gosto.

"Matthew. Eu gosto muito", digo e olho pra Edward.

"É...perfeito. Matthew", ele concorda.

"Nosso pequeno Matt", eu digo, acariciando meu bebê. "É um lindo nome para seu irmão, Tony. Obrigada, querido", beijo seu rosto.

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"Você pensou sobre o que eu falei na semana passada?", Edward pergunta. Ele quer que nos mudemos para uma casa maior. Eu sinceramente acho que essa casa está de bom tamanho. São três quartos, o que nos serve muito bem agora.

"Eu ainda não vejo motivos para sairmos daqui. Temos um quarto sobrando, que será do Matt".

"Mas não será suficiente quando tivermos mais filhos e eu quero um quintal maior, para as crianças terem muito espaço, como na casa dos meus pais", ele fala naturalmente.

"Mais filhos?! Deus, Edward. O bebê ainda nem nasceu e você já está pensando no próximo", eu fico irritada. "Eu não quero o stress de uma mudança agora. Eu tenho trabalhado muito para deixar tudo organizado quando eu tirar licença. Uma mudança de casa agora é tudo o que não preciso", eu grito e saio da sala, deixando-o sozinho.

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Horas mais tarde, eu me sinto culpada pelo meu comportamento mais cedo. Não havia necessidade de gritar com Edward. Quando o deixei e subi para nosso quarto, ele veio me encontrar logo depois. Eu estava deitada em nossa cama, chorosa e ainda chateada. Ele beijou meu rosto e disse que conversaríamos mais tarde. Disse ainda que não queria me deixar chateada e pediu desculpas. Avisou que iria dar uma volta com Tony pela praça e traria o jantar na volta.

Ele dizer que quer mais filhos me deixou irritada e eu não sei o motivo. Acho que é porque estou sobrecarregada. Sinto-me cansada o tempo todo e qualquer coisa me deixa brava ou estressada.

Após tomar um banho, eu decido descer e esperar pelos meus meninos na sala. Eles não demoram a chegar.

"Oi, mamãe", Tony vem me dar um abraça logo que me vê no sofá. "O papai me levou para ver os filhotes de cachorro que nasceram na casa da senhora Garcia".

"É mesmo?"

"Eles são fofos, ficam brincando de morder um ao outro", ele conta sorrindo. "Eu pedi um deles para o papai, mas ele disse que tem que pensar primeiro e que você tem que deixar".

"Huh, eu não sei se é um bom momento, Tony. Mas prometo que vou pensar, tudo bem?"

"Tá. Posso assistir televisão agora?", ele pede.

"Já fez seu dever de casa?", pergunto.

"Já fiz".

"Então, pode ir", beijo sua bochecha antes que ele se levante.

Edward esteve todo esse tempo nos olhando.

"Oi", ele diz e se aproxima. Eu abro os braços e ele se senta ao meu lado, me abraçando.

"Me desculpe, Edward".

"Shhh. Sou eu quem deve pedir desculpas, meu amor. Eu não queria te chatear ou te pressionar com aquela conversa", ele replica. "Não vamos mais falar sobre isso. Podemos continuar aqui. Vamos começar a montar o quarto do Matt do jeito que você quiser. Minha mãe vai ficar feliz em ajudar".

"Eu vou pensar a respeito disso depois. Eu estou tão cansada esses dias que tudo parece...demais", eu admito.

"O que eu posso fazer agora? Você quer eu prepare a banheira? Uma massagem? Ou quer tirar um cochilo", ele oferece.

"Você já faz tudo por mim, Edward", eu reconheço. "Não me deixa fazer nenhuma tarefa doméstica, tem cuidado do jantar todos os dias...tem paciência comigo. E mesmo assim eu estou pirando às vezes".

"São os hormônios da gravidez, amor. Venha, eu vou fazer uma massagem", ele me ajuda a levantar e vamos para nosso quarto.

Ele me ajuda a tirar a roupa, me deixando apenas de sutiã e calcinha. "Deite-se em uma posição confortável", ele pede gentilmente. Eu deito de lado porque de barriga para baixo já me deixa incomodada. Sinto seu toque gentil - as mãos lambuzadas de algum óleo de fragrância suave - começando pelo meu braço e subindo até o ombro. Ele se dedica às costas depois, mesmo que essa não seja a posição ideal. Eu consigo sentir a tensão deixar meus músculos e relaxo cada vez mais.

Humm.

Quando meu corpo começa a reclamar da postura, eu me deito de costas. As mãos de Edward se mudam para meu abdômen, acariciando nosso filho ao mesmo tempo em que conversa com ele. Eu adoro vê-lo assim. Ele é um pai incrível para Tony e já para Matt também. Passa minhas mãos pelo cabelo rebelde do meu marido.

"Você precisa de um corte", eu aponto.

"Você acha?", ele me olha, sem interromper o movimento das mãos.

"Sim. Eu gosto de puxar seu cabelo assim, quando está maior", faço isso para demostrar, "mas prefiro meus homens com cabelo curto".

"Seus homens?", ele finge indignação, me fazendo rir.

"Sim, meus homens. Você e Tony. E agora o Matt vai entrar pra essa turma".

Sorrindo, ele inclina o corpo sobre o meu, me beijando suavemente. Antes que ele se afaste, eu o seguro pelo pescoço e aprofundo o beijo. O contato rapidamente me incendeia e eu gemo em sua boca. O beijo só termina quando estamos sem fôlego. Sem perder tempo, ele desce os lábios pelo vale entre meus seios. De modo ágil, desprende meu sutiã e toma um dos mamilos na boca, sugando delicadamente. Eu arqueio as costas devido ao raio de prazer que atravessa meu corpo.

"Edwaaard".

Uma de suas mãos desce até meu centro úmido e ele me acaricia por cima da roupa íntima. Logo eu estou balbuciando, implorando por mais. Ele tira minha calcinha quando eu levanto meu quadril. Seus dedos sondam minha entrada, deslizando facilmente para dentro pelo meu estado excitado. Quando eu penso que não pode melhorar, ele junta sua boca aos dedos, chupando meu clitóris e me fazendo gritar de prazer.

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2018

BPOV

No final do ano nós nos mudamos para uma casa maior. Edward não tocou mais no assunto, mas eu refleti quando estava mais calma e cheguei à conclusão que ele estava certo. Eu quero que nossos filhos tenham muito espaço para brincar, correr e subir em árvores. Encontramos uma casa bem próxima à dos pais dele, o que é um benefício. Esme tem sido de muita ajuda e eu tenho certeza que será ainda mais quando Matt nascer. Ela e Edward cuidaram de tudo em relação à mudança. Ele não quis me preocupar com nada. E aqui estamos, morando há uma semana na casa nova.

As nossas famílias estão aqui agora, a primeira reunião com todos. Meu pai, Sue, os pais de Edward, seus irmãos, Emmett. E até Alice. Eu não faço questão da presença dela, mas não posso impedir que ela esteja aqui porque não quero criar uma situação desconfortável com Jasper e, consequentemente, com toda a família. Edward me disse que se eu não a quisesse aqui, ele me apoiaria e falaria com Jasper. Mas eu prefiro ignorar a presença dela.

"Olha, mamãe!", um Tony radiante me puxa pela blusa. "Está quase pronta". Ele estica o braço, apontando para a casa na árvore que Emmett e Jasper estão terminando de construir para ele. Edward está lá, mas eu suspeito que ele não seja de muita ajuda.

"Está ficando fantástica, não é filho?!"

"Eu posso dormir lá, mãe? Por favor! Por favor!", ele suplica.

"Não, Tony. De jeito nenhum. Ainda mais com o tempo frio assim. Você pode brincar e tudo mais, mas dormir lá, não. Eu passo mal só de pensar no perigo, em tudo o que poderia acontecer. Não!".

Ele faz beicinho, mas não insiste.

"Bella, sente-se. Você não parou um minuto desde que chegamos", Esme fala ao se aproximar de nós dois na cozinha. Sue vem logo atrás.

"Deixe-nos te ajudar", minha madrasta diz. "Eu termino de preparar os lanches. Vá descansar".

Eu já passei da época em que me irritava quando todos me mandavam descansar, como se eu estivesse doente. Eu sei que elas só têm boas intenções.

Levo Tony até a mesa onde meu pai e Carlisle estão sentados.

"Aquelas duas mulheres te expulsaram da cozinha?", meu pai pergunta sorrindo.

"Me mandaram sentar e descansar". Eles riem.

"Vovô?", Tony fala com meu pai. "Quando eu posso andar no carro da polícia de novo?"

Ele simplesmente adora isso! A primeira vez que meu pai o levou para passear na viatura com as sirenes ligadas, ele foi à loucura.

"Se seus pais permitirem, nós podemos ir à La Push amanhã. O que acha?"

"Posso mamãe?", ele me olha suplicante.

"Tudo bem, Tony. Mas só se você se comportar hoje".

"Eu vou. Eu prometo", ele responde.

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"Pode ficar tranquila, Bella. Nós vamos cuidar de tudo por aqui", Riley diz. "E em Port Angeles, também", ele fala com segurança. Hoje é meu último dia de trabalho. Já estou na metade do oitavo mês de gravidez e minha licença maternidade começa.

"Obrigada, Riley. Se precisar, me contate por telefone", digo.

A princípio ficarei seis meses afastada do trabalho, me dedicando integralmente ao meu filho. Bem, na verdade, participarei apenas de algumas reuniões entre os sócios, mas serão compromissos esporádicos. E eu confio em Jess para tomar conta da livraria de Forks.

Edward está me esperando no estacionamento, já que não quer que eu dirija.

"Como foi, amor?", ele pergunta após me beijar suavemente nos lábios.

"Tudo certo. Riley está preparado e por dentro de tudo o que é preciso".

"Bom. Podemos voltar pra casa?", ele pergunta e me ajuda a entrar no carro e ajustar o cinto de segurança.

"Vamos. Eu não quero mais nada do que tomar um banho e relaxar assistindo a um filme com meus garotos", pisco pra ele.

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Em um fim de tarde de terça-feira, em abril, eu estou colocando algumas roupas de Tony para lavar na máquina quando começo a sentir as primeiras contrações. É diferente de tudo que já senti antes. Pela próxima hora eu observo a progressão e elas estão acontecendo com mais frequência. A dor também se intensifica.

Edward está trabalhando no hospital e estou sozinha com Tony, que brinca no quintal. Eu tento ir até a sala, para pegar o telefone, mas uma dor profunda parece me cortar ao meio. Um grito me escapa e logo depois Tony entra em casa assustado.

"Mamãe?", seus olhos estão arregalados.

"Tony", eu me sento em uma cadeira na cozinha, segurando meu abdômen. "Eu preciso que você pegue o telefone na sala, meu amor".

Ele acena e corre para fazer o que pedi. Ao voltar, ele me entrega o aparelho e fica me olhando. Eu disco o numero do celular do meu marido, rezando para que ele não esteja em algum procedimento.

"Alô. Bella?"

"Edward", minha voz deixa a dor transparecer.

"Bella? Você está bem?", pergunta preocupado.

"Eu estou sentindo...ele vai nascer", respondo ofegante devido a mais uma contração. "As contrações estão aumentando".

"Ok. Ok. Fique calma. Eu estou indo pra casa agora. Tony está aí?", ele pergunta.

"Sim. Nós estamos na cozinha".

"Em cinco minutos estarei aí", ele diz. "Quer que eu fique no telefone com você?"

"Não precisa. É perigoso dirigir assim".

"Só alguns minutos e eu chegarei", ele repete e desliga.

"Ai", e solto um lamento e percebo que minha bolsa se rompeu. Um líquido escorre por minhas pernas. Tony parece ainda mais pálido que o normal. "Ei, amor. Está tudo bem", eu digo tentando sorrir. "É o seu irmão que está querendo sair da barriga da mamãe. Está tudo bem. O seu pai já está vindo".

"Mas está doendo muito, mãe?"

"Um pouco, querido. Mas é normal".

"Eu acho que-", Tony começa a falar, mas Edward chega nesse momento e vem em nossa direção. Não se passaram cinco minutos.

"Bella!", ele me abraça com cuidado, beijando minha testa. Eu o encaro. Ele está sorrindo, feliz. "Eu já avisei no hospital que estou voltando com você. Qual o intervalo entre as contrações? Você está com muita dor?".

Ele me enche de perguntas e eu respondo a toas elas. Ele pega a pequena mala para levarmos para o hospital e liga para seus pais, que nos encontrarão lá.

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"Minha mãe ficará com Tony na sala de espera", ele diz enquanto dirige.

"Mas eu quero ver meu irmão", ele reclama.

"Você irá vê-lo logo que for possível, filho. Mas você não pode entrar na sala de parto. Nenhuma criança pode", Edward diz em tom de conclusão.

Chegando ao hospital, eu sou colocada em uma cadeira de rodas e, depois, em uma maca. Tudo parece acontecer muito rapidamente. Enfermeiras e a minha obstetra falam comigo, mas Edward não está aqui. Eu pergunto por ele e elas me respondem que ele voltará em breve.

Quando Edward volta, está vestido com roupas esterilizadas. Ele conversa com a médica, eu os ouça falando sobre dilatação e placenta.

"Está na hora, meu amor", ele diz, segurando minha mão. "Nosso Matt está chegando".

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Eles me pedem para fazer força.

Para empurrar.

Ele está saindo.

Edward está rindo. Ou chorando? As duas coisas?

Ele aperta minha mão, me dando força.

Empurro mais uma vez.

Eu vejo a médica segurar o bebê. Ele chora.

Edward também.

Eles limpam Matt e o colocam em meu colo.

Estamos os três chorando.

Uma felicidade indescritível.

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Horas mais tarde, eu estou exausta, mas imensamente feliz. Meu menino lindo. Meu Matthew está em meus braços. Ele é perfeito. Já nasceu cabeludinho. Ao contrário do pai e do irmão, os fios são marrons, como os meus. Edward diz que ele se parece comigo, mas acho que é muito cedo para ele se parecer com qualquer um de nós. Pelo que já ouvi dizer, os bebês mudam bastante ao longo dos meses.

Já estou no quarto, podendo receber visitas, e pedi a Edward para buscar Tony, para que ele conheça o irmão. Eles entram e Anthony se aproxima da cama, sorrindo pra nós. Eu sorrio de volta para meu menino querido e para meu marido.

"Tony, conheça seu irmão, Matthew Charlie Cullen", Edward diz orgulhosamente.

Meus olhos se enchem d'água de novo, tendo meus três meninos Cullen juntos aqui comigo pela primeira vez.

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FIM

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É isso, pessoal. Acabou. Vocês já sabiam que esse momento estava chegando, né?!

Antes de tudo, eu gostaria de agradecer a todos vocês que acompanharam essa história e que me alegraram com seus comentários a cada capítulo :)

Eu pretendo escrever um epílogo, mas não vou estimar uma data para postagem porque a vida anda uma loucura.

Tenho duas historias novas presas na minha cabeça. Provavelmente só terei tempo de me dedicar a elas daqui um ou dois meses. Se for do interesse de vocês, sigam meu perfil para serem notificados quando eu começar a postá-las.

Obrigada!

Beijos e até breve,

T. Darcy