Janeiro
Tywin havia acenado para que ela permanecesse após a reunião, o que por si só fez com que Ava desconfiasse de alguma coisa.
Muito jovem para isso, eles diziam, muito jovem.
Jovem demais para tirar sua graduação na faculdade de Porto Real, jovem demais para uma advogada. Jovem demais para trabalhar na Mineradora Casterly Rock, jovem demais para ter um bom emprego. Jovem demais para ser promovida, jovem demais para ter um cargo importante.
Ava nunca se sentiu jovem demais para nada, ela sempre se sentiu velha.
— Senhor? — perguntou ela, deixando a arrumação dos papéis de lado.
— Diga-me o que acha sobre a aquisição.
Ela discordava totalmente, havia manifestado isso em inúmeros relatórios para Jaime Lannister, que haviam sido completamente ignorados durante a sessão.
— Pode ser rentável para a empresa… — começou ela, evitando o olhar do chefe. — Mas eu receio que não.
— Acha muito arriscado? — perguntou ele, com as mãos entrelaçadas apoiando o queixo.
— Sim. Acho muito arriscado caso o investimento não obtenha resultados positivos e pouco rentável caso os obtenha.
— E as chances de não obter resultados positivos?
— Estão em todo lugar — Ava começou a remexer em suas planilhas. — Existem muitas adequações a serem feitas, e incontáveis processos sobre a empresa. Centenas de formas de perdermos tudo o que for investido e o negócio se transformar apenas em uma massa falida cheia de débitos a serem quitados.
Tywin sorriu, um sorriso minúsculo que era apenas um repuxar dos lábios, como se aquilo fosse exatamente o que ele quisesse escutar.
— Penso que a senhorita tenha identificado essas centenas de possibilidades…
—Sim, senhor — havia identificado e enviado para o filho de Tywin, que previsivelmente não havia dado crédito.
— Tem uma razão para a senhorita se sentar nesta mesa, e ocupar o cargo que tem, afinal — disse Tywin, o olhar observador. — A senhorita está certa. Às chances de uma recuperação não estão a nosso favor, e o lucro não é de tanto valor. Porém, houve um motivo para que eu ordenasse que esta empresa fosse adquirida. Pode chamar de intuição, se preferir.
— Sendo assim — respondeu Ava, juntando seus papéis novamente, pronta para sair. Ele havia concordado com ela, mas não era algo que importasse pelo visto.
— Chamei-a aqui porque quero que use todo o seu conhecimento sobre os problemas desta aquisição para minimizar os danos. Tudo relacionado a isso está a sua disposição, assim como qualquer recurso que precisar. Pode fazer isso?
O coração de Ava acelerou drasticamente enquanto encarava Tywin. Ela podia dizer não, e permanecer em seu emprego, sabia disso. E podia dizer sim e alavancar sua carreira. Alguma coisa sobre estar sob o olhar de Tywin Lannister fazia com que você se sentisse desajeitada e incapaz, e essa mesma coisa fazia com que você sentisse vontade de se superar. Ela não podia falhar. Se falhasse em sua tarefa estaria apenas confirmando o que sempre haviam pensado: ela era apenas jovem demais para estar ali.
— Sim, eu posso.
Fevereiro
— Surpresa em me ver? — perguntou Jaime quando Ava entrou na sala. De fato, ela estava surpresa em vê-lo.
— Minha secretária informou que a reunião era com o senhor Lannister, assumi que se tratava de seu pai — respondeu ela, aproximando-se de Jaime para um aperto de mão.
— Quando jovem tinha pesadelos sobre ser conhecido como senhor Lannister — sorriu Jaime, apertando sua mão.
Ava sorriu, embora não soubesse o que responder àquilo. Ela não possuía nenhuma relação estreita com Jaime, de fato; apesar dos dois serem responsáveis pelos mesmos setores na empresa, Ava trabalhava muito mais com Tywin.
— Tome um lugar, temos muito trabalho a fazer — disse ele.
Toda aquela cordialidade fez Ava sentir vontade de perguntar se o Lannister estava bem.
Após passado um tempo de reunião haviam conseguido avançar de uma forma surpreendente sobre os pontos a serem discutidos, fazendo com que Ava aos poucos relaxasse. O telefone de Jaime tocava de tempos em tempos, e a foto de Cersei aparecia no visor, lá pela terceira vez, aquilo começou a incomodar.
— Pode atender, se quiser.
— Não quero — respondeu Jaime, lançando um olhar para o celular. — Não é importante.
Ava não sabia o que responder para aquilo também, apenas acenou com a cabeça e continuou.
Quanto mais tempo passava com Jaime Lannister, mais tinha certeza de que não, ele não estava bem.
Março
— Sim, faz umas duas horas já — informou Ava à polícia local pelo telefone. — Como eu estava dizendo para o outro atendente, eles sempre brigam, mas dessa vez parece diferente. Vai demorar muito?
Havia algo muito ruim sobre a briga de seus vizinhos desta vez. Ava estava decidida a mudar de apartamento se aquilo continuasse.
Não conseguia trabalhar com todo aquele barulho e precisava de ar fresco. Calçou um par de sapatos, pegou um casaco, a bolsa e saiu.
Começou a remoer seus problemas enquanto andava e acendia um cigarro. Estava cometendo um erro, meio que sabia disso. Na próxima semana haveria um super jantar da família Lannister, e ela estaria lá. O próprio Tywin a havia convidado, era um evento beneficente, ou algo assim.
Eles não eram boa gente, do tipo que tem amigos. Ela estava se metendo em algo que talvez não pudesse lidar, algo problemático demais.
Viu quando a viatura da polícia chegou no prédio, achou melhor continuar do lado de fora. Sentou-se na calçada e lembrou-se de Jaime Lannister na última sexta, Grandes planos para o sábado, Reyne? Oh, sim… Um belo sábado ela estava tendo.
Abril
— Mais cuidado, Reyne — sorriu Jaime quando Ava caiu em seus braços em uma quarta-feira qualquer. Ela vinha apressada pelo corredor, ocupada com um tablet, concentrada demais, até que já era tarde demais para evitar a colisão.
— Obrigada — agradeceu a moça com um sorriso. Já estava firme, mas Jaime não a havia soltado. Suas mãos fortes apertavam firmemente os ombros da moça, os olhos verdes procurando insistentemente pelos dela.
— Não há de que.
Mesmo depois do momento com Jaime já ter passado, Ava conseguia sentir suas mãos fortes e firmes em seus braços.
Maio
— Preciso de sua assinatura nestes contratos também, senhor — a Reyne passou os papéis para Tywin por sobre a mesa, conferindo se não estava esquecendo nada. Ele viajaria ainda naquele dia e Ava teria que dar continuidade em seu trabalho, a última coisa que precisava era esquecer alguma assinatura e ter que esperar pelo chefe.
— Quando eu estiver de volta, visitaremos a filial em Harrenhal — informou ele. Ava tomou nota mentalmente. Haviam mais visitas desta, ultimamente. O que parecia gerar algum efeito, pois a mineradora nunca parecera em uma era melhor. — Antes que eu me esqueça, feliz aniversário, Reyne.
Ava estancou, levantando o olhar. Sobre a mesa havia uma pequena caixa azul com um laço.
— Obrigada, senhor — agradeceu, provavelmente corando. — Não estava esperando por nada, pedi que não fizessem um espetáculo disto — pigarreou e se ajeitou novamente na cadeira. — Muito obrigada.
Tywin deixou um vestígio de sorriso ocupar seus lábios e apertou a mão que a Reyne lhe estendia.
— Abra.
A garota tentou impedir que suas mãos tremessem enquanto desfazia o laço. Era um relógio dourado, modelo feminino, com acabamentos em branco. Ouro branco? Por que não? Poderia muito bem ser. Ela conhecia a empresa bem o suficiente para saber que aquilo não significava nada diante da fortuna dos Lannister.
— É uma peça muito linda — sorriu ela. — Muito obrigada.
Tywin não comentou nada enquanto assinava seus contratos, mas ela pensou ter visto um sorriso de verdade em seu rosto.
Junho
— Você — Ava Reyne olhou ao redor antes de entrar no elevador, para encontrar um par de olhos verdes muito familiares a encarando. Só que esse rosto não era o que ela estava acostumada.
Conhecia Cersei apenas o suficiente para saber que não gostava dela, mas ela duvidava que muitas pessoas gostassem.
— Pois não? — perguntou com o semblante franzido. O que ela era para ser chamada assim, uma estagiária?
— Eu teria mais cuidado se fosse você, querida — sorriu Cersei. — Você não quer acabar se envolvendo com as pessoas erradas, não é?
— Desculpe, mas não acho que compreendi...
— É só um conselho. Tenha uma boa tarde — e com isso a madame loira entrou no elevador e fechou as portas. O mesmo sorriso no rosto. Sorriso que para Ava, soava muito como uma ameaça.
Pessoas erradas? Quem? Estaria ela falando do próprio pai, Tywin? E o que ela queria dizer com "se envolver"?
Julho
— Reunião com o senhor Lannister, por favor — anunciou Ava para a secretária.
— Lamento, senhorita Reyne, a reunião teve que ser cancelada — informou ela, com um olhar aflito. — Ele está com o presidente...
— Presidente?
— Aerys Targaryen... Ele chegou sem aviso, estão trancados na sala durante toda a tarde.
Ela sabia que Tywin havia sido vice-presidente da gestão atual, mas era de senso comum que o Lannister havia se retirado do partido no mesmo ano. Seria aquele apenas um encontro entre amigos? Um encontro de negócios?
Agosto
— Liquide aquela empresa, Reyne — ordenou Tywin.
— Senhor? — liquidar a empresa? Centenas de empregados estariam na rua, todo o investimento ainda não tendo volta...
— Eu quero aquilo no chão, imediatamente — continuou, o olhar que lançou para a garota foi apenas o suficiente para que Ava se calasse. — Na verdade, nós faremos alguns cortes em relação às aquisições, a partir de agora. Eu vou lhe dar os nomes, e eu quero as empresas liquidadas até o final do mês... Comece a anotar.
Setembro
Ava fechou depressa a aba do computador de Tywin, a última coisa que precisava era que alguém aparecesse agora e a pegasse naquilo.
Não haviam padrões nas empresas liquidadas: produtivas, improdutivas, falidas, atuantes. Bom, havia um padrão que ela reconhecia. Todas estavam ligadas com a petrolífera Targaryen.
Ela sabia que a família do presidente era rica, mas seriam essas liquidações fáceis de superar? Como tantas ações haviam parado na mão dos Lannisters?
O email de Tywin aberto no notebook continha uma mensagem com o título "provas", anexo os arquivos escrito "fraude" e ao lado o nome das empresas.
O que era um pouco de dinheiro perdido perto da ruína de alguém?
Outubro
Ava mexia no celular perto da estátua em forma de leão que decorava o salão de festas. Não era como se os Lannisters não soubessem como dar uma festa, ela que aparentemente não estava no ânimo para aproveitar uma. A festa de trinta e três anos dos gêmeos Lannisters era o evento do ano, com certeza. Sofisticação e glamour por toda a parte.
— Alguns diriam que uma pirâmide de taças de cristal como decoração seria um exagero, mas você conhece Cersei, não é? — disse alguém saindo por detrás da estátua. Ela nunca o tinha visto, mas poderia facilmente dizer quem era.
Primeiramente, pelo indescritível cabelo loiro e par de olhos verdes. Depois porque só havia um anão na família Lannister. Aquele era Tyrion, o irmão mais novo de Jaime, que até o momento Ava nunca tinha conhecido.
— Não conheço, na verdade — respondeu Ava.
— Ah, certo — riu Tyrion. — É com Jaime que você está familiarizada.
Havia algo de malicioso na forma que dizia aquilo. Algo que deixava Ava incomodada.
— Nós temos trabalhado em conjunto — comentou ela, quase como uma desculpa. Estava interagindo mais com Jaime no trabalho do que com qualquer um. E às vezes almoçavam juntos no restaurante próximo ao prédio. Ele era agradável de conversar quando não estava sendo idiota.
— Todas essas fusões e aquisições… e liquidações — e então lá estava novamente o que que fazia os cabelos da nuca de Ava ficar em pé.
— Parte dos trâmites normais de uma empresa como a Mineradora Casterly Rock — disse ela automaticamente.
— Reyne, você nunca se perguntou por que uma empresa como a Mineradora se dedica tanto a uma atividade alternativa como fusão e aquisição de empresas de atividades diversas? — Ava percebeu no mesmo momento o brilho no olhar que deixava claro haver segundas intenções. Segundas, terceiras, quartas…
— Não — por dentro, sua cabeça gritava sim, sim, sim!
— É uma ótima forma de exercer poder.
— Por que o você está me dizendo isso, exatamente?
— Achei que gostaria de saber — com uma piscadela Tyrion afastou-se, acenando para o garçom por uma nova taça.
Ava não sabia o fazer com aquela informação.
Suspirou e olhou para a estátua ao seu lado. Se olhassem com atenção, veriam uma marca na pata direita do leão, onde uma criança havia batido forte demais com o patinete. Nunca havia gostado daquela estátua quando adornavam o salão da casa dos Reyne.
Novembro
Sábado à noite e Ava se encontrava no tapete da sala, rodeada de papéis, seu computador e salgadinhos. Eram papéis antigos, trazidos diretamente do depósito que a garota mantinha com alguns pertences antigos da família.
Quando Ava era pequena o nome Reyne possuía algum significado na sociedade. Sua família coordenava o turismo nas ruínas do Castelo de Castamere e a empresa Reyne era uma das principais fontes de emprego e renda da região ocidental. Seu pai começava o lançamento da candidatura a governador regional e tudo ia bem.
Então tudo desmoronou. Ava era jovem demais na época para entender os reais problemas que a família estava passando, mas sabia que tinha a ver com a empresa da família. Não demorou muito para que os bens fossem leiloados para sanar dívidas, o que incluía um lote de obras de arte para os Lannisters. A família perdeu a posse do Castelo, que para Ava foi o fim, havia crescido naquelas ruínas, nas pedras vermelhas dos salões, dos jardins em meio as rosas.
Um dia uma empregada da casa acordou a garota, com lágrimas no rosto. Haviam encontrado o corpo de Roger Reyne em meio às rosas do castelo, morto com um tiro na boca.
Sua mãe já havia falecido alguns anos atrás, não havia muito dinheiro sobrando para que algum parente se interessasse de fato pela guarda da menina, e foi dessa forma que Ava Reyne foi deixada no mundo, com a vida virada de ponta cabeça.
Talvez a Ava de anos atrás fosse muito nova para entender os motivos da falência da família, mas a Ava atual tinha uma noção um pouco melhor.
Uma porcentagem alta das ações da empresa haviam sido liquidadas. Investidores anônimos haviam retirado seus investimentos… Ava conhecia muito bem os procedimentos, era o que fazia todos os dias.
Haviam falido intencionalmente sua família. Assim como ela estava falindo alguém.
Dezembro
— Eu sempre vi algo em você — comentou Tywin enquanto Ava arrumava os papéis da reunião que haviam acabado de ter. — Hoje eu sei o que era: potencial.
— Obrigada, Tywin — Ava forçou um sorriso e se obrigou a dizer as próximas palavras. — Significa muito para mim.
O velho Lannister sorriu como ela não o via sorrir para ninguém.
— Está no seu sangue, é claro. Seus pais estariam orgulhosos se pudessem vê-la agora gerindo esta companhia.
Por uma fração de segundo, Ava paralisou, o sorriso escorregou de seus lábios e seu olhar endureceu. Ela podia ver um filme passando por trás de seus olhos: uma criança correndo nas ruínas de um castelo para os braços de um casal feliz; gritos no escritório do pai; caminhões levando os móveis; um funeral; um corpo deitado em uma cama de sangue e rosas; ações Lannisters na empresa Reyne.
Como Tywin ousava citar tão casualmente assim as pessoas que havia destruído?
— Eu espero que sim — respondeu, recompondo-se rapidamente.
Tywin alcançou a mão da jovem, interpretando a súbita mudança de humor como nostalgia, talvez, e acariciou.
Algo no gesto, e no olhar.
— Ava, tem algo que eu gostaria de lhe dizer…
Mais tarde naquele mesmo dia, com o cigarro aceso entre os dedos, Ava se deu conta que fazia sentido. Desde a morte dos pais, manter-se na linha parecia ser uma luta contra a correnteza, cada passo em direção a um bom caminho parecia uma maratona, e cair era tão simples, sucumbir ao que estava fadada a ser era tão simples. Ali, em meio a degradação, ela entendeu seu verdadeiro lugar na vida.
Observou o corpo nu de Tywin deitado nos lençóis de seda, dormindo, tão em paz, tão desprotegido. Quanto tempo levaria para que achassem o velho Lannister morto em uma poça de seu próprio sangue? Ela podia fazer aquilo. Podia pegar a tesoura da gaveta, ou a taça de vinho que haviam tomado, e apenas… fazer aquilo. Ela podia pegar o travesseiro que horas atrás havia se recostado enquanto ele escorregava os lábios pelo corpo dela e sufocar aquele corpo que a havia possuído naquela noite. Ela podia fazer o que quisesse.
Vestiu suas roupas e deixou o quarto em silêncio, ela precisava ir embora.
— Para alguém que se gaba por ser tão sábio — Ava congelou ao pé da escada quando ouviu aquela voz. —, meu pai gosta muito de brincar com fogo.
— Boa noite, Tyrion. — cumprimentou a jovem. — Vim buscar alguns papéis com o senhor Lannister, já estou de saída.
O olhar de Tyrion foi o suficiente para que ela entendesse que ele não havia comprado a história nem por um segundo.
— Tome cuidado, Reyne — advertiu o anão.
— O que você está tentando me dizer, Tyrion?
— Ele sabe quem você é. Ele sabe o que ele fez. Você sabe?
Ava não respondeu. Apenas deu as costas para o Lannister mais novo e foi embora.
Pelos Sete, o que ela estava fazendo?
Avistou uma figura conhecida antes de entrar no carro, desta vez não seria surpreendida por um Lannister.
— Ava? — perguntou Jaime quando a moça se aproximou, parecendo meio desnorteado.
— Olá. Vim buscar alguns papéis — sorriu ela.
Jaime não era tão esperto quanto o irmão, pois não pareceu desconfiar de nada.
— Ah, sim. Já está indo? Eu preciso de um favor.
— Claro..
— Me tire daqui agora, por favor.
— Tudo bem, entre. — disse a jovem, destravando as portas do carro. — Para onde você quer ir?
— Qualquer lugar longe daqui — respondeu o Lannister, acomodando-se no banco do passageiro, com o rosto encostado na janela.
Qualquer lugar longe dali soava bem.
Ava Reyne acelerou o carro e saiu.
Ela sabia exatamente o que estava fazendo, e sabia exatamente qual caminho queria seguir.
Há muito tempo haviam feito canções sobre seus ancestrais milenares, arrasados e aprisionados em seu próprio castelo em razão de sua determinação em não se curvar para aqueles que não eram seus reis. Eles haviam perdido. Por muito tempo cantaram sobre a dizimação da família Reyne, até que um Reyne sobrevivente surgisse e mostrasse as garras novamente.
As pessoas se esqueceram naquela época, e continuavam a esquecer até hoje, mas Ava iria lembrá-los.
Os Reyne também eram leões.