Hey, amores! Primeiríssima SwanQueen e com muito amor, principalmente pela ste, que me virou de ponta cabeça e me fez me apaixonar por esas duas, e pela larissa, minha linda que me incentivou a postar aqui. A ideia leva em consideração os últimos episódios da quarta temporada, antes da Emma virar a DarkOne, e quanto tá tudo confuso demais dentro dela. Se gostarem, reviews deixam uma autora muito feliz -33
open at the close
O motor do carro continuava ligado, mesmo que o veículo não se movesse há mais de uma hora, e as lanternas permaneciam apagadas, apesar de ter escurecido rapidamente em Storybrook. Emma estava com o rosto encostado no volante e desistira finalmente de tentar sair da cidade. Sabia que era uma jornada sem volta, e por alguns momentos pensou em buscar Henry e sair com o filho dali, retornar a vida deles em Nova York, onde não teria que lidar com bruxas loucas e gente mentirosa o tempo todo. A frustração a corroía por dentro, e o ódio estava estampado nos olhos muito verdes. Cada vez que se olhava no espelho retrovisor, parecia que estavam escurecendo, e temia que uma hora o ódio a consumisse de vez e os tornasse completamente pretos, como os de Gold já foram. Qualquer pensamento que desviasse para o que estava prestes a enfrentar já fazia-lhe fechar os pulsos e socar o veículo, tendo, inclusive, os nós dos dedos sujos de sangue. Estava estacionada no meio da floresta, seu esconderijo habitual, e não esperava que ninguém a encontrasse àquela hora da noite, seu único desejo era ficar sozinha. Mas como o destino (ou o Autor) diversas vezes havia tentado lhe ensinar, seus desejos não valiam de nada naquela história. Com a cabeça enfiada no volante, a loura não sentiu a aproximação e deu um pulo quando alguém bateu de leve no vidro do carro.
- Porra. - Emma resmungou, fazendo um gesto com a mão como se não quisesse ser incomodada. Como já devia ter aprendido, era inútil.
- Abra a porta, Swan. - O tom de Regina era impaciente, mas como a loura não fez qualquer movimento, a outra fez questão de abrir ela mesma. Emma quase caiu de lado, e recusou-se a encarar Regina. - Esse é um péssimo lugar para se esconder, Swan. Não sabe como essa floresta é lar dos mais perversos monstros? - A leveza na voz dela era uma surpresa para Emma, mas não o sarcasmo, que simplesmente fazia parte daquela mulher. Por diversas vezes a loura se pegara rindo com a situação, mas agora estava estressada demais para reparar em qualquer coisa.
- Como você me encontrou aqui? - Respondeu no maior mau-humor que conseguiu reunir, debruçando-se novamente no volante até que sentiu a mão de Regina fechar-se em seu braço e puxá-la para fora. Ainda resmungando, recostou-se no carro e cruzou os braços.
- Bem, apesar da sua habilidade formidável de não ser notada, você estacionou apenas alguns metros longe da minha cripta. Parece que está ocupada demais se machucando para prestar atenção. – A morena apontou com os olhos para as mãos de Emma, vermelhas como o batom que usava. – Sei que não quer falar com ninguém no momento, mas seus pais estão deixando todo mundo louco. – Emma bufou e esfregou as mãos contra o rosto; os olhos estavam irritados, mas não parecia que ela havia chorado.
- Não quero lidar com eles agora. E talvez nunca. – Acrescentou em tom mais baixo, com teimosia. Para Regina, a loura estava agindo como uma criança birrenta que precisava de uma correção. Suspirando, apelou para um golpe mais baixo.
- E Henry? Vai deixa-lo no escuro também? – Estalou os lábios em reprovação e viu um lampejo de lucidez passar pelos olhos de Emma. Ela abriu e fechou a boca sem emitir nada mais que murmúrios, e Regina se adiantou e encostou-se ao veículo ao lado dela, seus ombros quase se tocando. Emma virou-se de frente, como se a proximidade a perturbasse.
- Ele tem você. Terá que ser suficiente por enquanto. – Foi a vez da morena bufar.
- Como é? Você passou boa parte da sua ''estadia'' aqui brigando comigo por Henry, e agora vai simplesmente deixa-lo pra mim?
- Eu não confiava em você antes. – Emma soltou, sem pensar muito nas palavras. As sobrancelhas da outra se ergueram em curiosidade, e a loura deu de ombros ao complementar: - Eu confio agora. Você... sei lá, acho que passamos por provações suficientes para que eu pudesse, pelo menos, confiar Henry a você por um dia. – Ela parou por um instante. – Consegue lidar com isso ou não? – Provocou, com um ligeiro sorriso de canto de lábios, o único daquele dia. Regina entreabriu os lábios em surpresa, depois entrou no jogo.
- Está brincando? Fui eu quem cuidei dele o tempo inteiro, enquanto você estava roubando carros por aí. – A loura deu um empurrão leve em Regina, por puro instinto, e a outra cambaleou nos saltos altos, soltando uma exclamação.
- Não vamos esquecer que a culpa de tudo isso é sua, pra começo de conversa. – Emma tornou a cruzar os braços contra o peito e recostou a cabeça na parte de cima do fusca amarelo, fechando os olhos. Sentia a presença da morena muito próxima, e aquilo era estranhamente reconfortante.
- Você não vai querer trazer de volta o meu passado agora, vai? – Emma só ergueu os braços, mantendo os olhos fechados. Ouviu Regina pigarrear e abriu outro sorriso. – Tudo bem, a culpa foi minha. Eu cometi todos os erros possíveis, mas agora... – A pausa foi dramática, obrigando a loura a encará-la para saber o que estava por vir. – Estou tentando repará-los. Assim como seus pais. – É claro que ia voltar naquele assunto. Emma virou-se tão rápido que assustou Regina, e bateu com o punho contra o teto do fusca, fazendo-o ceder ligeiramente com a força de sua magia.
- Eles não deviam ter feito aquilo, Regina, foi imperdoável. Não quero falar sobre isso. – A loura continuou apoiando as mãos contra o carro, e logo a estrutura inteira acabaria sendo amassada com o peso de sua raiva. Calmamente, a morena tocou-lhe no ombro com força suficiente para chamar sua atenção, e olhos muito verdes e outros muito negros se encontraram, permanecendo um transe por um instante.
- Muito bem, se quer continuar agindo como criança, não vou impedi-la. – Com o toque em seus ombros, Emma foi soltando os pulsos tensos e por fim fechou os olhos. Pareceu extremamente vulnerável naquele momento, e talvez (talvez) por esse motivo, Regina mordeu o lábio inferior e hesitou outro instante para soltá-la. Passado o momento, a morena quebrou o silêncio das respirações. – Mas vá para casa, Emma. – Inclinando-se dentro do carro, Regina colocou o teto no lugar, e sem mais silêncios estranhos, deixou-lhe ao lado do fusca amarelo, mais perdida do que nunca.
-.-.-.-
A farsa de Regina havia acabado, mas isso não impediu que Gold fosse atrás dela e lhe propusesse a mais absurda das coisas: tornar o coração de Emma Swan negro, o que parecia ser a única solução para um final feliz para os vilões. Para tanto, fê-la descobrir sobre Robin, que estava sendo enganado por sua irmã bastarda e infeliz, Zelena, que nada mais tinha para fazer a não ser atormentá-la. Era desta Regina cheia de ódio que Gold precisava, que era muito mais influenciável do que a pessoa que se tornara. Desta vez, porém, a morena estava mais que preparada. Iria sozinha na busca por Robin e acabaria de uma vez com Zelena, quem acreditava estar morta e enterrada há tempos. A viagem seria de no máximo um dia, e ela teria como voltar para Storybrook por causa do pergaminho que portava. Antes que conseguisse deixar a cidade, porém, estava tomando café da manhã com Henry no Granny's quando Maleficent apareceu. Depois de confirmar que a filha estava viva e o nome dela era Lilith, seguiu-se a surpresa: o fabuloso destino havia encomendado o encontro de Swan com a tal da Lily, quando crianças, e obviamente as duas tiveram alguma história.
- Eu vou encontra-la e trazê-la para cá. – A teimosia de Swan era insuperável. Ela ainda se recusava a falar com David e Snow, mas estava determinada a reunir mãe e filha, separadas pelo erro de seus pais. Não havia como negar que ela se culpava pelo destino de Lily e faria de tudo para mudar aquilo. Talvez fosse preciso que Emma deixasse a cidade para curar aquele coraçãozinho teimoso dela, e como Regina também precisava fazer uma viagem...
- O endereço dela consta de uma cidade próxima de Boston, onde Robin está. Passamos lá, encontramos sua amiga, e depois seguimos para derrubar Zelena. – A proposta surpreendeu Emma, que ficava cada dia mais pálida e magra, e não aceitou de pronto a companhia.
- Eu não preciso de uma babá, Regina. –
- Mas talvez eu precise de você. – E foi o suficiente.
Curto e rápido, eu espero.