Disclaimer: Harry Potter e tudo relacionado à ele não me pertencem. Pertencem exclusivamente à J.K. Rowling.

NA: Fanfic sem betagem. Por favor, perdoem eventuais erros.

spell out
por Marília Malfoy

Hermione Jean Granger passou por muita coisa. Aos 11 anos descobriu que era bruxa, com quase 12 entrou na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Em Hogwarts, ela logo demonstrou a todos que não era necessário ser nascida-bruxa para ser inteligente, tirou sempre as melhores notas, sobreviveu a aventuras que incluíam pedra filosofal, basilisco, lobisomens e animagos. Sentiu a perda do maior bruxo da história. Presenciou uma Guerra. Sobreviveu à Guerra, mesmo sendo nascido-trouxa, amiga de Potter e estando na mira da varinha de Bellatrix.

Hermione Jean Granger poderia facilmente discursar sobre os 12 (principais) usos de sangue de dragão, sobre os principais feitiços de esquecimento, e até mesmo sobre como doera fazer com que seus pais se esquecessem de sua única filha. Mas nunca Hermione Jean Granger seria capaz de entender Ronald Billius Weasley.

Não conseguiria entender o porquê sempre ter sentido algo diferente por ele. De ficar chateada quando ele não reparou nela até o quarto ano, até ser tarde demais. Não conseguiria entender porque machucava tanto quando Hermione o via com outras garotas, ou quando ele abandonara a Harry Potter e a ela na guerra.

Hermione pensou que entendesse quando ele retornou, com a espada de Gryffindor em uma mão, um Harry molhado ao seu lado, e falando algo sobre uma voz no desiluminador. Ela realmente entendera a dor dele quando Harry foi ao encontro da morte, porque ela mesma sentia tal dor. E entendeu aquela frase sobre proteger os Elfos, e pensou ter entendido o significado daquele beijo na Câmara.

Entretanto, sempre que Hermione Granger se esforçara para entender Ronald Weasley ela falhava miseravelmente. Entendia que ele não queria retornar à Hogwarts para o seu último ano, assim como Harry e tantos outros não quiseram. Mas realmente significava a ela que ele viesse essa noite. Que ele estivesse ali, e não inventando alguma desculpa idiota para não estar.

Que a visse se formando. Que ele desse a ela o Baile que ele não deu no seu quarto ano.

E, pelo visto, nem em seu sétimo.

Naquela noite, Hermione pousou para fotos, sorriu para desconhecidos, abraçou Minerva McGonagall, conversou com jornalistas. Se despediu do Grande Salão, dos jardins, da Lula Gigante. Sorriu ao ver marcas da guerra pelo castelo e ao final da noite chorou ao relembrar daqueles que abraçaram a morte naquele castelo por conta de um ideal.

Disse adeus à Hogwarts e a tudo o que viveu ali – lembranças boas e aquelas não tão boas assim.

E, naquele momento, quando teve certeza que ele realmente não vinha, pensou que talvez sempre tivesse que ser assim. Que alguém, em uma relação, deveria amar mais do que o outro. E Hermione Jean Granger achava que o amava mais do que ele a amava. Mas ela não se importava.

Hermione amava Ron. Mesmo não o entendendo, mesmo ele tendo a capacidade sentimental igualada a uma colher de café, mesmo ele nunca tendo a levado a algum Baile.

Hermione Granger simplesmente sempre amou Ronald Weasley por motivos que até ela mesma desconhecia. Por seus erros, seus acertos, sua coragem.

E por isso, anos depois, ela disse sim a ele. Sim à vida com ele.

Hermione Granger não gostava de não entender as coisas, mas iria o desvendar a cada dia da vida deles.


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