Essa estória é baseada em personagens e situações criadas e possuídas por JK Rowling e várias editoras, inclusive, mas não só, a Bloomsbury Books, Scholastic Books e Raincoast Books, e a Warner Bros, Inc. Nenhuma renda está sendo feita e qualquer transgressão à marcas registradas não é intencional. Outras citações serão feitas quando necessário.

Autor: Elia Sheldon

e-mail do autor: eliasheldon@yahoo.com

Resumo:
Notas da tradutora: Oi pessoal, estou de volta! Sei que não era exatamente essa tradução que estavam esperando, mas espero que leiam e gostem assim mesmo. O primeiro capítulo da continuação de "Um beijo não é apenas um beijo" já está quase pronto, mas ainda é preciso acertar alguns detalhes (inclusive o título). Não se preocupem que não deve demorar muito! Paralelo à continuação, pretendo colocar no ar algumas traduções de pequenas (e boas) fics que li, alguns da autora de "um beijo..." e de outros autores. Se tiverem sugestão de alguma fic pra eu traduzir, podem mandar pra meu e- mail...
A Lista

de Elia Sheldon
"Exatamente quantos livros você tem, Hermione?" Harry perguntou, levitando outra pilha para uma das caixas.

"Não sei, perdi as contas no quarto ano." ela respondeu de algum lugar, do outro lado do quarto. "Acho que em sete anos, acabei juntando alguns, né?"

"Não sei como não começou a competir com a biblioteca de Hogwarts com tudo isso." ele abaixou a varinha e pegou um dos livros que chamou sua atenção; "Transforme aquele Sapo em um Príncipe - transfiguração para a bruxa ocupada" de Hildey Cinde Rella. Onde ela achava tempo pra ler tudo isso?

BAM. Parecia que o barulho veio do closet de Hermione. Largando o livro, Harry correu para o outro lado do quarto para ver se estava tudo bem.

Ela estava sentada no chão, coberta pelo que parecia pó de Flu. A seu redor, havia dúzias de livros, centenas de pergaminhos, penas velhas e garrafas de tinta. Parecia que ela queria gritar. Harry prendeu um riso e ofereceu a mão a ela.

"Obrigada." ela disse, aceitando e deixando que ele a tirasse da bagunça. "Já disse quanto estou grata por ter aceitado me ajudar a empacotar tudo? Não podia deixar os pobres elfos-domésticos fazerem tudo isso, não parecia certo". Ela limpou parte do pó de Flu de sua saia e colocou o cabelo atrás das orelhas, claramente cansada dessa atividade.

"Você sabe que sempre estarei por perto para você, Hermione." Harry disse, franzindo as sobrancelhas para como isso soou sério. Ele tinha ficado sentimental agora que eles estavam se formando?

"Eu sei." ela respondeu, quase de reflexo. Ela se aproximou dele e lhe abraçou. Ele enfiou o rosto no cabelo dela, inspirando sua fragrância. Ele sempre gostou do cheiro do cabelo dela, mesmo agora, com o pó de Flu. Por alguma razão, o perfume dela nesta noite o fazia sentir quente e paquerador.

Quando eles terminaram o abraço, fizeram algo que nunca tinham feito antes - seus olhos se encontraram e travaram por mais tempo que o de costume. Uma eternidade pareceu passar para Harry antes de Hermione falar.

"Bem, acho que é melhor voltarmos ao trabalho." ela disse, um pouco agitada.

"Sim, claro." Harry voltou para a pilha de livros que estava empacotando. Seu coração batia rápido como se ele tivesse acabado de apostar uma corrida com Rony até a cabana de Hagrid. Seu estômago tinha uma palpitação, que ele geralmente associava com como ele se sentia perto de uma mulher atraente. Mas essa era Hermione, sua melhor amiga. Não que ele não a achasse atraente, mas ele nunca sentira isso perto dela. Ele tentou se distrair se concentrando num pequeno pedaço de pergaminho que caíra do livro que ele derrubara.

"Ei, Hermione." ele chamou por cima do ombro, "Estou surpreso com você - deixando pedaços de pergaminho dentro de livros. Não é muito bom para cola." ele riu e abriu o pedaço de pergaminho dobrado. Ele sempre gostava de irritar ela - era tão fácil.

"Eu sei, às vezes deixo algumas notas separadas com o livro para me lembrar de algo importante." Hermione falou de dentro do closet.

Só por curiosidade, Harry leu o que Hermione escrevera. Ao fazê-lo, seu rosto se abriu num sorriso.

"O que mais quero no bruxo com quem vou me casar - por Hermione Granger, 1º de setembro de 1994.

Essa lista será usada para julgar cada bruxo com quem namorar por critérios padrões para medir seu valor para o casamento. Pontos são dados para um dos dez itens, dando assim a pontuação máxima para o bruxo (se é que ele existe, o que duvido) que tenha os dez. Aqui estão os critérios em ordem aleatória:

Ele deve me fazer sentir que posso ser eu mesma.

Ele deve conhecer meus defeitos, mas me amar do jeito que sou.

Ele deve ter um brilho no olhar - quando olhar para ele, tenho que derreter.

Seus beijos devem me deixar fraca nos joelhos e querendo mais.

Ele deve cuidar de mim, sem me tratar como uma donzela em perigo (pontos serão tirados por comportamento possessivo).

Ele deve fazer algo por que seja apaixonado.

Ele deve ser não só um grande amante, mas também um grande amigo.

Ele deve entender meu passado, minhas experiências e meus sonhos.

Ele deve amar as pessoas com quem mais me preocupo no mundo: meus pais, Harry e Rony.

Ele deve me amar, total e completamente.
Harry levantou os olhos da leitura, o sorriso ainda intacto, mas sua mente girando cheia de pensamentos. Hermione tinha julgado-o com essa lista? Era impossível julgá-lo em dois itens - eles eram só amigos, então sua habilidade como amante tinha que ser inferida. Ele se surpreendeu quando percebeu que realmente se importava com o que ela achava. Isso explicava porque ele se sentia tão intoxicado perto dela ultimamente?

"O que está lendo, Harry?"

"Algo que vários bruxos gostariam de ver." ele disse malicioso, colocando o pergaminho bem na frente dela pra que ela pudesse ver.

Ela ficou vários tons de vermelho - quase da cor das vestes de Quadribol da Grifinória. Ela tentou tomar o pergaminho, mas Harry foi mais rápido que ela e o segurou acima da cabeça. Enquanto ela o perseguia, ele lia a lista em voz alta para ela, imitando sua voz.

Inesperadamente, ela o derrubou, fazendo os dois caírem no chão de madeira. Ignorando isso, ela continuou agarrando o braço e a mão que seguravam o pergaminho, prendendo-o com o outro braço. Depois ela estava deitada em cima dele, tentando segurar os braços dele, ao mesmo tempo impedindo que ele levantasse. Os dois riam como duas crianças de pré-escola, brincando no parque - só que eles não eram mais crianças de pré-escola, Harry pensou.

Ele claramente tinha vantagem por causa do tamanho e da força. Ele era muito delicado com ela, mas queria ter certeza que ela sabia quem estava ganhando essa guerra. Com um rápido movimento, ele virou a mesa e agora a prendia contra o chão, as mãos nos pulsos dela, segurando os braços dela acima da cabeça. Ela lutou pra se libertar, rindo e tentando chutá-lo, mas não conseguia. Depois de dois minutos assim, ela decidiu desistir.

"Ta bom," Hermione disse, ofegante por causa das risadas e da luta, "você venceu. Pode ficar com o pergaminho. Eu não preciso mais dele mesmo, já decorei a lista". Ela deu língua para ele. Ele ainda a segurava, só prevenindo para o caso dela estar usando essa desculpa para distraí-lo.

"Não quero ficar com ela por muito tempo, só quero ver quantos pontos teria." Harry disse, também recuperando o fôlego. Ele largou os braços dela e sentou, ainda prendendo-a no chão. Ele parou, fazendo alguns cálculos de cabeça. "Diria que conseguiria nota máxima em todos eles." ele disse um pouco mais sério.

Hermione pareceu notar a seriedade no tom dele, porque seu sorriso desapareceu e foi substituído por um olhar de pura confusão. "Qual é, Harry. Você não pode ser julgado pela lista. E os números quatro e sete? Seja realista!" ela riu e cruzou os braços.

"Você não acha que pode chutar?" Harry disse, quase embaraçado.

"Chutar o que?"

"Como seria?"

"Harry!"

"Estou falando sério. Fico ofendido por não ter tido chance com sua lista. E Rony? Você deu nota a ele pela lista? Não podia chutar como seria estar com ele?"

"Eca. Não e não!"

"Bem, digo que não é muito justo de sua parte. Afinal eu formaria um ótimo casal com você."

"Quem disse?"

"Eu digo".

"Não seria."

"Seria sim."

"Não seria."

A luta recomeçou porque Hermione levantou os joelhos e o derrubou de cima dela. Ela tinha pernas fortes para uma bruxa, Harry pensou. Rindo, ele a perseguiu pelo quarto até que a derrubou na cama, espalhando livros e pergaminhos por todos os lados. Ela resistiu bastante, batendo nele com travesseiros e empurrando-o, enquanto tentava desesperadamente impedir que sua saia passasse do nível da decência. Os dois estavam se divertindo tanto que tiveram um ataque de risadas.

"Você não é páreo para mim, Harry Potter," Hermione disse ofegante, apesar de estar presa e não ter escapatória.

"Eu não acho isso." ele disse, percebendo a posição em que estavam. Toda essa brincadeira o deixara muito excitado. Ele tentou ignorar como se sentia e continuou, "Ao meu ver, eu superei você, mas tenho que dizer que esperava mais luta de você, Hermione. Sinceramente, não te ensinamos nada nesses sete anos?" ele balançou a cabeça e olhou no rosto dela sorrindo. Ela sorriu calorosamente em resposta, seu olhar passeando pelo rosto dele.

De repente, a energia entre eles mudou e os dois notaram. Nenhum dos dois sorria mais. Harry sentiu seu pulso acelerar e sua respiração ficar mais curta a cada inspiração e expiração. Os lábios de Hermione pareciam tão suaves e convidativos do jeito que estavam. Por puro instinto, Harry abaixou seus lábios até os dela e num instante, os dois estavam envolvidos em uma luta diferente. Várias e várias e várias vezes, com seus rostos e corpos bem juntos, eles se beijaram. Instantes depois, travesseiros, pergaminhos e livros espalhados por todos os lados, eles estavam deitados recuperando o fôlego, olhando para o teto.

Com a cabeça apoiada no ombro de Harry enquanto ela brincava com seu cabelo, Hermione foi a primeira a falar.

"Harry." ela sussurrou em seu ouvido.

"Sim, amor."

"Estava enganada."

"Sobre o que?"

"Sobre a lista. Eu estava errada."

"Como?"

"Bem, eu não achava que acharia alguém que chegaria perto de tirar nota máxima. Mas você refez minha lista, Harry, adicionando mais do que podia sonhar." ela disse suspirando.

"Quero fazer isso e muito mais por você, Hermione." ele disse, a voz um pouco arranhada. Ela olhou para ele intensamente com os olhos castanhos cheios de lágrima e ele pôde ver que ela o amava mais que como um amigo.

"Só pense, somos amigos há tanto tempo e não sabíamos. Nós apenas não sabíamos." Harry sussurrou para ela, puxando para mais perto e acariciando seus cabelos.

Bem, eles sabiam. E de algum jeito, Harry pensou, eles sempre saberiam - e não precisariam de uma lista para dizer isso a eles.
Nota da autora:

Essa fanfic foi inspirada numa lista verdadeira escrita pela autora.