Capítulo 1

"Você não pode fumar aqui."

O aviso foi dado pela terceira vez e ele sentia como se aquela fosse a única frase que chegava aos seus ouvidos ultimamente. O dono daquela voz estava literalmente jogado sobre o sofá mais largo, uma das pernas tocando o chão, enquanto a outra descansava sobre o braço do sofá. Sobre seu peito havia uma caixinha de Pocky e ele lia confortavelmente o mais novo exemplar da JUMP, como se não houvesse preocupações no mundo e a situação em que se encontravam não fosse desesperadora. Seus olhos se apertaram e foi impossível não acender o cigarro. A nicotina pareceu viajar por todo seu corpo ate encontrar em seu cérebro aquele lugar que deveria acalmá-lo. Ver-se agindo como um parasita era demais para Hijikata Toushirou.

"Oi, eu disse para não espalhar seu câncer por aqui! Kagura e Shinpachi jamais vão acreditar que eu simplesmente surtei e decidi começar a fumar."

"Eu não me importo." Hijikata recostou-se melhor à cadeira e cruzou as pernas que não lhe pertenciam. Aquelas eram maiores e mais musculosas do que as suas. E você já arruinou a minha reputação por que diabos eu me importaria com a sua.

"Alguém está visivelmente mal-humorado," apesar de ouvir sua própria voz ele jamais utilizaria aquele tom preguiçoso ou a mania de puxarpuxaria as últimas letras das palavras, tornando-as desnecessariamente longas, "você quer conversar sobre isso?"

"Vá para o inferno."

Ele deu uma longa e revigorante tragada, fechando os olhos e sentindo a fumaça deixar seus lábios. Eu gostaria que meus problemas fossem resolvidos dessa forma: eu apenas os inalaria e eles retornariam sem serem mais problemas. Hijikata abriu os olhos ao sentir a presença próxima e, embora já houvesse acontecido antes, ele viu-se como se olhasse em um espelho e a sensação era novamente incômoda. A pessoa à sua frente vestia seu rosto e suas roupas, mas não suas expressões ou personalidade. O formato dos olhos parecia diferente, o cabelo, a boca... por décadas aquela foi sua face, porém, ele sabia que aquele corpo não lhe pertencia mais.

"Nós dois estamos cansados, sabe? Eu estou tão infeliz quanto você." O novo Hijikata soou complacente. "Eu tenho certeza de que encontraremos uma maneira de voltarmos ao normal."

O encorajamento foi seguido por um gesto que não chegou a ser completado.

Gintoki esticou a mão e fez menção de tocar-lhe os cabelos, no entanto, Hijikata levantou-se antes e recuou. Tal atitude lhe custou muita força de vontade, pois, ainda que aquele não fosse o seu corpo, a "casca" que utilizava parecia incrivelmente suscetível a afagos e carícias. Todas as vezes que o Líder da Yorozuya tentou tocá-lo o corpo parecia manter as lembranças, aceitando as investidas e até mesmo iniciando-as. Por várias vezes ele precisou se policiar ao perceber que inconscientemente aquele corpo desejavadesejava tocar o do outrotocá-lo. Não o outroele, o meueu! Ele quer me tocar!

A realização foi tão aterradora que Hijikata, que desde que assumiu aquele novo corpo tinha insônia, não conseguiu sequer pregar o olho, passando as horas em frente à janela e tentando pensar em uma solução. Fingir ser Gintoki na frente dos demais era simples se comparado à luta interna travada quando estava sozinho.

"Nee, Toushirou-kun." A voz veio de sua orelha direita e foi acompanhada por um abraço por trás.

Hijikata arregalou os olhos e não se moveu. Ele podia ouvir seu coração batendo rápido e as mudanças gradativas que aquele abraço causava. Seu baixo ventre reagiu automaticamente e foi fácil entender porque o idiota estava sempre disposto a qualquer investida sexual. Eu vou matá-lo! Eu vou massacrá-lo! A veia em sua testa palpitou e ele fechou as mãos pronto para virar-se e acabar com aquela provocação barata. Havia coisas muito mais importantes a serem pensadas do que aquilo.

"Oi, seu maldito!"

Seu corpo virou-se, sua mão agarrou o braço de Gintoki, contudo, a surra nunca aconteceu. Ao invés disso, Hijikata viu-se empurrando o próprio corpo contra a parede enquanto o prensava. Um de seus joelhos subiu entre as pernas e sua companhia gemeu baixo antes que seus lábios fossem capturados. O beijo, que começou forçoso e eufórico de sua parte, não demorou a tornar-se menos direcionado. Gintoki tomou as rédeas da situação e ele sentiu-se guiado até a mesa, onde se sentou e teve as pernas separadas sem muita gentileza. Os corpos se encaixaram e seus olhos se abriram ao sentir ambas as ereções. Os lábios se afastaram, as respirações se misturaram e... e... ambos esconderam os rostos com as mãos ao se encararem diretamente.

"Desculpe, eu n-não..." O Líder da Yorozuya escondeu-se no canto da sala, abraçando os joelhos em total desânimo.

Eu sabia. Hijikata sentiu as mãos se fecharem em forma de punho. Eu sabia que não conseguiríamos. O pensamento inicialmente cruzou sua mente na noite anterior e ele precisava testá-lo antes de chegar a qualquer conclusão. Os lamentos de Gintoki cessaram e um constrangedor silêncio pairou sobre a sala, até que o antigo morador da casa, e agora Vice-Capitão provisório, levantou-se, bateu a poeira das roupas e retirou um pirulito do bolso.

"Acho melhor eu voltar." A voz soou abafada por causa do doce, "da última vez que me ausentei por muito tempo Yamazaki estava cogitando tomar o seu lugar."

"Ele não ousaria."

Nenhum deles dirigiu qualquer olhar e a despedida foi muda.

Hijikata permaneceu encarando a mesa, ouvindo a porta de entrada ser aberta e consequentemente fechada. Por que eu estou tão frustrado? Não havia trabalho, nenhum programa que ele gostaria de assistir na televisão ou alguma série que ele acompanhasse nas diversas JUMP estocadas embaixo dos sofás, então ele simplesmente sentou-se em uma cadeira que não era sua, recostou-se e acendeu outro cigarro.

A velha nicotina que sempre o acalmava parecia ter perdido parte de seu efeito e, ao invés de se sentir aliviado, ele surpreendeu-se por encontrar ansiedade em seu coração. Nós talvez nunca mais tenhamos nossos corpos de volta. Os olhos se abaixaram e fitaram as mãos que estavam sobre os joelhos. Hijikata as conhecia, eram grandes e pesadas e ele secretamente adorava senti-las por suas costas enquanto pegava no sono.

As lembranças o fizeram fechar os olhos e sorrir um amargo sorriso. Eu entendo agora... o que ele sente quando estamos próximos, mas não podemos nos tocar.

x

As peças foram retiradas uma a uma, formando uma pilha dentro do cesto.

Seus passos ecoavam pelo azulejo e ele sempre tinhanão conseguia afastar a sensação de que aquele banheiro era grande demais para uma casa tão pequena. Os olhos, que até aquela noite se abaixavam ao passar em frente ao espelho, dessa vez se mantiveram firmes. O olhar da pessoa refletida arrepiou-o e ele precisou engolir seco antes de recordar-se de quem o encarava. Tantas cicatrizes... Hijikata já havia visto aquele corpo despido antes, mas aquela era definitivamente a primeira vez que ele realmente as enxergava. Elas eram rosadas e algumas levemente altas, cortando a pele pálida. Abdômen, braço, peitoral, costas... elas estavam em todos os lugares, inclusive nas coxas. Shiroyasha, hm?

Eles nunca falavam sobre a vida, fosse o passado ou o futuro. Quando se encontravam não havia muito tempo para longos diálogos e quando terminavam o presente os chamava, então portanto, nunca houve oportunidade para trocas de experiências. Não, mesmo se tivéssemos tempo não falaríamos sobre nada. A atual situação o fez perceber que a falta de informação a respeito da outra parte tornava tudo muito pior. Apesar de íntimos, nenhum deles sabia como agir estando na pele do outro. Nós não temos nada em comum e só nos encontramos para foder. Se nunca mais voltarmos para nossos corpos verdadeiros até isso deixará de acontecer.

Imaginar sua vida sem as escapulidas secretas com Gintoki o fez sentir mais triste do que ele gostaria de admitir. Eles não se viam com frequência, os encontros eram puramente esporádicos, mas às vezes era difícil lembrar-se da época em que seus momentos de prazer eram obtidos com prostitutas. Na verdade, Hijikata não conseguia se lembrar da última vez que envolveu uma mulher, pois visto que sua mente sempre acabava retornando a alguma noite passada em motéis baratos, sendo amado vigorosamente por um homem de cabelos prateados cujos beijos eram literalmente doces. E até mesmo em suas fantasias o Líder da Yorozuya se mostrava presente, fazendo-o crer que talvez houvesse chegado a um estágio na vida em que não conseguisse se excitar por outra pessoa. A ideia o fez suar frio, afastando-o do espelho e mergulhando o corpo na banheira. A água estava morna e aos poucos o relaxou. A nuca foi apoiada na beirada borda e o teto daquele ângulo parecia muito mais longínquo.

Por longos minutos Hijikata lembrou-se com carinho do Shinsengumi, imaginando o que seus homens estariam fazendo. Tudo deve estar uma bagunça. Aquele inútil vai acabar com anos de disciplina e eu terei trabalho ao retornar. Ele se lembrava recordava de todos aqueles que serviam à força policial, conhecendo seus vícios e virtudes, e sabendo que tudo o que precisavam era de um deslize para retornarem aos velhos hábitos. Ele é a pior coisa que poderia acontecer ao Shinsengumi. A veia em sua testa começou a palpitar e Hijikata afundou-se totalmente na banheira, não querendo que seu precioso banho fosse estragado.

A casa estava silenciosa quando ele deixou o banheiro vestindo um pijama listrado de branco e azul claro.

Com a nova disciplina, Shinpachi retornava para casa antes do sol se pôr e levava Kagura. Hijikata achava absurdo uma garotinha dormir no armário, e decidiu dar uma quantia a mais em seu salário para que ela comprasse um futon e pernoitasse na casa de Otae. Ele os trata como escravos! A toalha em sua cabeça enxugava os cabelos, que não importasse o que ele fizesse sempre acabavam bagunçados, como um ninho de passarinhos. Como ele consegue lidarlida com essa bagunça diariamente?

Já passada das 22h quando Hijikata seguiu para o quarto. O futon já havia sido arrumado antes do banho, mas ele permaneceu se manteve alguns segundos em pé até decidir dormir. Aquela era a parte mais difícil de seu dia e, mesmo deitando-se sem nenhum cobertor ou travesseiro, era impossível se manter impassível.

O cômodo inteiro tinha o cheiro de Gintoki.

Não havia móveis além do guarda-roupa, entretanto, cada centímetro o fazia lembrar-se do parasita. A primeira noite passada naquela casa foi um martírio, com Hijikata tendo de dormir no corredor de entrada — , lugar este que recebia o ar direto da rua e o fazia esquecer-se de onde estava. Cinco minutos sobre o futon e ele literalmente fugiu do quarto. Eu me acostumei a isso. Dormir no chão do corredor só serviu para fazê-lo acordar com dor nas costas, então foi preciso escolher outra estratégia. E mesmo agora conseguindo passar a noite no quarto, ele evitava utilizar a roupa de cama do dono da casa. A sombra de Gintoki ainda se esgueirava pelo local, mas aquele nível de presença era tolerável. Aliás, ele notou que conseguia cochilar sobre o futon, que o remetia às noites em que acabara cochilando nos braços do amante.

Seus olhos já estavam pesados quando um ruído o fez pegar instintivamente a espada que estava repousava ao lado. O silêncio o deixou alerta e ele sabia que precisaria apenas de um segundo para retirar a espada da bainha e usá-la contra o que quer que houvesse entrado do quarto.

"Oi, oi, você realmente pensa em usar essa coisa perigosa contra o Gin-san?"

A voz entrou por seu ouvido esquerdo, fazendo-o tremer. A mão que estava sobre a espada relaxou e seus olhos se abriram devagar, encarando a porta fechada e que estava iluminada pela luz que vinha da rua.

"Não se vire ainda," a voz pediu assim que ele fez menção de mover-se, "eu preciso dizer algumas coisas, mas não conseguirei se ficarmos cara a cara."

A pausa não foi longa, mas seu coração batia rápido em antecipação. Os braços que o envolviam por trás eram seus, mas ao mesmo tempo não eram. O cheiro de Gintoki estava em todos os lugares e pela primeira vez desde a troca de corpos ele sentiu-se finalmente relaxado.

"Nós não vamos continuar assim para sempre. Eu tenho certeza de que encontraremos uma maneira de reverter a situação." A voz soava baixa, quase um sussurro e o fez fechar os olhos. Daquela maneira era como se nada houvesse acontecido. "Até lá precisaremos nos adaptar, mas eu sei que é apenas por um tempo. Não existe a menor chance de eu nunca mais fazer amor com você, Toushirou."

As últimas palavras foram acompanhadas por uma lambida na ponta de sua orelha. Hijikata tremeu, escondendo o rosto no futon para omitir um gemido involuntário ao sentir a ereção encostar-se ao seu quadril. Todos os sentimentos que ele tentou esconder começavam a despontar e só havia duas opções para aquela situação: correr para o banheiro e aliviar-se ou virar-se e pisar em um território até então desconhecido. Como se eu realmente tivesse escolha!

"Eu já sei de tudo isso, idiota!" Ele virou-se devagar. A pessoa deitada ao seu lado tinha o seu rosto e seu corpo. "Como se eu fosse desistir de procurar uma saída."

Gintoki sorriu e os dois ficaram frente a frente.

"A propósito, o que você faz aqui?"

"Eu andava sem rumo e quando percebi estava em casa."

"Você sempre entra pela janela?"

"Sim."

"Mentiroso!"

Hijikata apertou os olhos, mas somente por hábito. Ele não estava verdadeiramente irritado e a presença do Líder da Yorozuya o deixou menos ansioso exatamente por saber o motivo que o levou a visitar sua casa. Os dois se olharam e sabiam que nada mais seria dito a respeito daquele assunto. Hijikata sentiu a proximidade, mas não fez nada para evitá-la, da mesma forma como permaneceu conservou-se imóvel quando os lábios tocaram os seus. O beijo foi totalmente diferente daquele trocado durante à tarde, e as línguas se encontraram de imediato. A estranheza e consciência sobre a situação não desapareceudesapareceram, porém, ele sabia que aquela ansiedade e frustração que sentia eram pura insatisfação sexual, logo, qual a melhor maneira de aliviar-se do que nos braços daquele que seu corpo tanto desejava?

As pernas se misturaram, as cinturas se juntaram e por longos minutos o quarto ecoou os baixos gemidos e suspiros. De olhos fechados nada impróprio poderia ser visto e ele sentiu como se aquela fosse mais uma das noites passadas com Gintoki, as grandes mãos percorrerem pecorrendo seu corpo, os lábios marcando sua pele e a dolorosa antecipação pelo que viria. Como das outras vezes, o amante não poupava esforços em deixar claro quais eram suas intenções então e foi impossível se controlar ao sentir-se apalpado. A carícia, no entanto, não continuou e o déjà vu foi doloroso.

"E-Eu não me importo..." a voz soou baixa e seu rosto queimava. O quão direto ele teria de ser para deixar claro que precisava de sexo naquela noite?

"Na verdade, eu me importo..." A voz de Gintoki soou risonha. "Q-Quero dizer, se fizermos... esse será meu corpo... futuramente."

"E?" Hijikata entendeu automaticamente o motivo daquela hesitação e duas veias saltaram em sua testa.

"E, quero dizer, o corpo do Gin-san é como uma via de mão única, nee? N-Não há como mudar! As leis de trânsito não permitem! Os carros só saem da rua!"

"É mesmo?" O Vice-Capitão sentiu os olhos se tornarem pequenas fendas. Aquele à sua frente encarava outra direção e parecia suar frio. "Que tipo de rua é o meu corpo?"

"Uma avenida de mão dup—"

O chute foi certeiro e o fez voar para o outro lado do quarto. Gintoki bateu na parede com barulho, sentando-se em seguida e praguejando contra a violência.

"Você mereceu, maldito!"

"Mereci? O que você queria que eu fizesse?" Os dois estavam novamente frente a frente, ajoelhados sobre o futon. "EU NÃO VOU ENTRAR NO MEU PRÓPRIO CORPO, FICOU LOUCO?"

"Eh~" Hijikata arregalou os olhos e o agarrou pelo colarinho da camisa social que ele conhecia tão bem. "Então, vamos trocar de posição." O Líder da Yorozuya foi empurrado contra o futon. "Dessa forma não precisaremos mudar nada, não é? Apenas relaxe que hoje eu farei o serviço."

"Eh?!" Gintoki tornou-se pálido. "Q-Qual serviço? V-Você não se refere a... a... H-Hijikata-kun, não seria estranho, quero dizer, em você mesmo? É, isso, isso não parece c-certo."

"Eu não me importo," Ele o segurou pelo ombro, virando-o em um único movimento. Sua mão agarrou a calça e fez menção de puxá-la, mas desistiu ao ouvir os gritos de protestos.

Gintoki virou-se, mostrando olhos brilhando em lágrimas e o nariz escorrendo. Hijikata suspirou, jogando-se para trás e sentando-se no futon. Ele não teria coragem de realmente ir até o fim, mas aquele inútil sanguessuga mereceu um pouco de seu próprio veneno.

"Vamos apenas dormir." Ele coçou a nuca.

"Você não se importa se eu ficar?"

"É sua casa."

O silêncio foi a pior parte, lembrando-o do inegável fato de que eles não tinham o que conversar quando estavam a sós, visto uma vez que aquele tempo geralmente era passado entre beijos e gemidos.

Hijikata arrastou-se para sua posição, deixando um espaço vago ao seu lado, que foi ocupado após algum tempo.

Gintoki deitou-se inicialmente um pouco afastado, mas não demorou a aproximar-se, voltando a abraçá-lo por trás.

"Desculpe," O Líder da Yorozuya murmurou baixo, afundando o rosto nos próprios cabelos.

Ele não respondeu, fechando os olhos e permitindo-se relaxar. Hijikata continuava frustrado, contudo, infelizmente aquele problema estava momentaneamente fora de suas mãos. Amanhã eu pensarei em uma maneira de voltarmos aos nossos corpos. As mãos ao redor de seu corpo se tornaram menos apertadas e ele percebeu que Gintoki já havia dormido. Ele deve estar cansado. Aparentemente eu não sou o único com problemas para dormir. A respiração baixa e ritmada em sua orelha esquerda fez seus olhos pesarem e a última coisa que ele lembrou-se foi da surra que daria naquela pessoa assim que obtivesse seu corpo de volta... entre outras coisas.

Continua...