capítulo 6 - "Todos se enganam"
Lupin já era tímido. Já costumava corar à toa. E agora isto... Sem mais nem menos, dissera na maior cara de pau que amava Severo. Sobre a influência indestrutível da bendita poção da verdade. Caminhou constrangido pelos corredores banhados unicamente pelo luar. Ao menos não tinha mais aquele peso dentro de si. Nos declarar para quem amamos é uma forma de libertar o espírito. Mas Lupin agora sentia outro peso. Causado pela resposta de Snape. Este apenas o olhara (não com frieza, é verdade) e o mandara dormir... Lupin achava que não era correspondido, por isso. Sim, Severo não quisera magoá-lo, dizendo que não o amava, devia ser isso. Talvez o professor de poções tivesse apenas gostado dos beijos, mais nada. Como não era orgulhoso, Lupin não sentia-se humilhado. Sentia-se infeliz...
Entrou no quarto, mas não dormiu. Chorou. ************
"Eu mereço", pensou o mestre das poções. Adiantara tentar não tirar proveito do desastre de Lupin? Não, nada disso... ouvira justamente o que temia ouvir. Remo era tão doce, com certeza amava as pessoas facilmente, sem se preocupar com aparências ou com reputação... E Snape sabia que sua fama não era boa... Era considerado frio, rabugento, traiçoeiro e sabe-se lá mais o que. Mas Remo Lupin o amava... Por um lado isso era uma honra... Mas por outro lado, pensava se ele, Severo, poderia dar o que Remo merecia: amor puro e honesto. Ele era o oposto de Lupin, no entanto este nem parecia se importar. Realmente era alguém especial, sim, Remo é especial, pensou. Olha para o interior.
Olha tanto para o interior dos seres, que descobriu dentro de Severo Snape um potencial de amar.
Snape não pôde se conter e sorriu. "Você venceu, meu Remo"... ************************
Foi apenas nos meados da madrugada que Lupin conseguiu dormir, exausto de chorar e sofrer sozinho. Portanto, já adormecido, não viu quando alguém entrou em seu quarto com passos mais silenciosos que o vento. A pessoa tinha os olhos fundos e negros bem fixos em Lupin, com um inconfundível ar de possessividade. Sentou-se no cantinho da cama e observou Lupin dormindo, o leve movimento do peito com a respiração, que ainda estava meio alterada por causa do longo choro. Se é que isto era possível, Lupin parecia mais inocente dormindo. Cobriu-o com a colcha e acariciou os cabelos castanhos. Remo pareceu dormir mais profundamente com a carícia. Mas abriu os olhos assustado quando sentiu alguém lhe beijando a testa.
"Sever... foi calado por um beijo voraz em seus lábios, e perdeu-se nos braços confortantes de Snape quando este o abraçou. Emocionado, descansou a cabeça no peito de Severo e acomodou-se mais no abraço caloroso. "Achei que não havia gostado do que eu lhe disse..."
"Achou?" perguntou Snape com os olhos fixados nos de Lupin e aproximando-se para beijá-lo novamente. Desta vez, o beijo foi mais longo e menos desesperado, como se Snape quisesse mostrar a Lupin que não iria deixá-lo. "Acontece, meu caro Remo, que todos podemos nos enganar."
FIM
Lupin já era tímido. Já costumava corar à toa. E agora isto... Sem mais nem menos, dissera na maior cara de pau que amava Severo. Sobre a influência indestrutível da bendita poção da verdade. Caminhou constrangido pelos corredores banhados unicamente pelo luar. Ao menos não tinha mais aquele peso dentro de si. Nos declarar para quem amamos é uma forma de libertar o espírito. Mas Lupin agora sentia outro peso. Causado pela resposta de Snape. Este apenas o olhara (não com frieza, é verdade) e o mandara dormir... Lupin achava que não era correspondido, por isso. Sim, Severo não quisera magoá-lo, dizendo que não o amava, devia ser isso. Talvez o professor de poções tivesse apenas gostado dos beijos, mais nada. Como não era orgulhoso, Lupin não sentia-se humilhado. Sentia-se infeliz...
Entrou no quarto, mas não dormiu. Chorou. ************
"Eu mereço", pensou o mestre das poções. Adiantara tentar não tirar proveito do desastre de Lupin? Não, nada disso... ouvira justamente o que temia ouvir. Remo era tão doce, com certeza amava as pessoas facilmente, sem se preocupar com aparências ou com reputação... E Snape sabia que sua fama não era boa... Era considerado frio, rabugento, traiçoeiro e sabe-se lá mais o que. Mas Remo Lupin o amava... Por um lado isso era uma honra... Mas por outro lado, pensava se ele, Severo, poderia dar o que Remo merecia: amor puro e honesto. Ele era o oposto de Lupin, no entanto este nem parecia se importar. Realmente era alguém especial, sim, Remo é especial, pensou. Olha para o interior.
Olha tanto para o interior dos seres, que descobriu dentro de Severo Snape um potencial de amar.
Snape não pôde se conter e sorriu. "Você venceu, meu Remo"... ************************
Foi apenas nos meados da madrugada que Lupin conseguiu dormir, exausto de chorar e sofrer sozinho. Portanto, já adormecido, não viu quando alguém entrou em seu quarto com passos mais silenciosos que o vento. A pessoa tinha os olhos fundos e negros bem fixos em Lupin, com um inconfundível ar de possessividade. Sentou-se no cantinho da cama e observou Lupin dormindo, o leve movimento do peito com a respiração, que ainda estava meio alterada por causa do longo choro. Se é que isto era possível, Lupin parecia mais inocente dormindo. Cobriu-o com a colcha e acariciou os cabelos castanhos. Remo pareceu dormir mais profundamente com a carícia. Mas abriu os olhos assustado quando sentiu alguém lhe beijando a testa.
"Sever... foi calado por um beijo voraz em seus lábios, e perdeu-se nos braços confortantes de Snape quando este o abraçou. Emocionado, descansou a cabeça no peito de Severo e acomodou-se mais no abraço caloroso. "Achei que não havia gostado do que eu lhe disse..."
"Achou?" perguntou Snape com os olhos fixados nos de Lupin e aproximando-se para beijá-lo novamente. Desta vez, o beijo foi mais longo e menos desesperado, como se Snape quisesse mostrar a Lupin que não iria deixá-lo. "Acontece, meu caro Remo, que todos podemos nos enganar."
FIM
