Disclaimer: Você sabe, eu sei: Harry Potter não é meu. Tudo é da tia JK.

N/A: Bom, tive um plot esses dias enquanto estava relendo algumas partes de Harry Potter e o Enigma do Príncipe. Então, essa fic se encontra no sexto ano deles em Hogwarts e sob o POV's de Ginny Weasley. A Fic é bem curtinha, tem só esse capítulo. Porém, se você aí leu, gostou, odeia a Ginny como eu, então deixa sua review, e sua forcinha para a gente que escreve.

Ela nem sabe disso, mas dedico essa Fic a Vihctória, minha recente conhecida desse fandon maravilhoso. Para tu, mulher! que assim como eu, gosta desse mundo mesmo depois de tanto tempo.

O nome da fic é "Appartenir", é francês e significa pertencer.

Appartenir

Quando soube que seu irmão Ron Weasley era o melhor amigo de Harry Potter, não acreditou. Ela se surpreendera realmente porque na família como a deles que o dinheiro nunca era muito e sempre haviam bocas demais para alimentar, um grande bruxo como Harry Potter não poderia se interessar por algum deles.

Ela ficara muito vermelha quando começara seu primeiro ano em Hogwarts e Harry estava por perto conversando com Ron e Hermione.

O seu primeiro ano fora deveras conturbado e ela ainda se lembra muito envergonhada dos sapos de chocolate que mandara a Harry de natal junto com o poema que falava sobre o verde dos seus olhos. Ela era uma menina e já estava perdidamente apaixonada por Harry. Ela sonhara desde muito cedo em uma vida inteira ao seu lado, como uma boa esposa, cuidando dos seus machucados e lhe dando palavras de conforto quando ele estivesse preocupado a respeito da sua vida de Herói. Ela sonhara muitas vezes com suas mãos entrelaçadas e com ele lhe beijando as bochechas de forma doce. E quando Harry e ela começaram a namorar ela acreditou piamente que todos esses sonhos se tornariam realidade.

Mas não foi o que aconteceu.

Ginny percebia que ele sorria mais desde que começaram a sair juntos, isso é verdade, ele disse que estava apaixonado por ela, trocavam beijos e apesar dela andar pela escola ao seu lado como sua namorada, não era ela quem cuidava dos seus machucados ou lhe aconselhava sobre sua vida de Herói, tampouco era ela quem lhe dava palavras de conforto. Ele sempre parecia mais descontraindo ao seu lado – pensava como forma de se convencer- mais eram as palavras de outra pessoa que o confortavam e o deixavam com aquele ar de esperança para o futuro.

Porque as palavras da outra pessoa eram sempre cheias de tanta sabedoria e conhecimento que Ginny via que ele sempre a escutaria e que se assim não fizesse, se sentiria enormemente culpado por ir contra a opinião dela.

Oh sim, dela! Porque o pior de tudo isso era que a outra pessoa era uma mulher!

Ginny forçava-se a pensar que eles eram somente amigos, somente amigos e que amigos estão um nível abaixo de namorados numa escala de prioridade. Mas então, perguntava-se porque ele sempre escolhera sua amiga e não ela para dividir seus medos a respeito do seu fardo de Herói e tantos outros segredos que Ginny pensava que ele tinha.

Fora numa noite amena no salão comunal da Grifinória que Ginny recebeu a resposta de sua pergunta. Harry, Ron e Hermione, estavam lá com seus habituais olhos atentos um no outro e conversando baixinho.

Fazia pouco tempo que Harry e ela estavam namorando e ela os observou antes de se aproximar. Ron estava calado e olhava a conversa um pouco alarmado, Hermione franzia o cenho mais estava muito concentrada no que Harry dizia, ele terminou sua fala e a olhou aguardando sua resposta, ela estava perto da loucura com toda aquela preocupação e quando Rony lhe falou algo, ela levantou a mão pedindo para que esperasse, estava visivelmente muito preocupada a respeito do que Harry lhe falara, assim que ela terminou de falar, Rony murmurou algo e Harry se virou para Hermione novamente para responder, ele estava lhe explicando e tocara no braço dela a fim de enfatizar algo, ela lhe olhou pesarosa e havia um mundo entre os olhares dos dois. E Ginny odiou aquilo.

Ginny se aproximou e ela vira muito bem quando Harry notou sua chegada, ele tentara ser discreto, mas não conseguiu realmente. Ele baixou o tom da voz olhando para os amigos como se dissesse para encerrar a conversa. Nada poderia doer mais que aquilo. O fato deles encerrarem o assunto porque ela havia chegado.

Ginny fingiu não perceber e sorriu para todos, beijou o namorado e começara a falar algo sobre Quadribol de propósito, somente para que Hermione não pudesse participar da conversa.

Hermione sequer notou. Seus olhos fitavam o carpete, Ginny percebeu com asco, e depois de um tempo, com os cabelos sempre volumosos, Hermione se levantou com um suspiro e se despediu de todos. Olhando uma última vez para Harry, lhe sorrindo minimamente enquanto apertava as costas de sua mão. Ele retribuiu o sorriso. E Ginny percebeu que jamais poderia se equiparar à ela. Não com tantos anos de prática de Hermione, não com tantas segredos que eles compartilhavam. Era por isso que Harry a preferia, ela estava lá desde tanto tempo enquanto Ginny havia chegado agora.

Como sempre fazia para não sentir ciúmes, Ginny pensou que os segredos eram dos três, que Rony estava no meio disso. Mas então se perguntou porque Rony não afagava a mão de Harry ou o olhava com a preocupação exacerbada de Hermione, se perguntou se os três tinham a mesma relação, por quê Hermione não se dedicava da mesma maneira a Ron? Porque tudo tinha que ser para Harry? Em meios a esses pensamentos Ginny o beijou. Como se quisesse provar algo para si mesma, e no fim da noite quando pensou no que fez - beijar Harry para tomar sua atenção - se achou patética.

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No ano anterior, Ginny presenciou centenas de cenas especialmente ridículas entre os dois. Ela cuidava dos seus machucados quando ele voltava das detenções de Umbridge, e Ginny soube por Luna que Cho Chang havia terminado com Harry por causa de Hermione, imagine só, por causa de Hermione!

Ginny pensou que não era tão louca afinal, que outra namorada de Harry já havia se incomodado com o seu relacionamento com Hermione. Mas ao invés disso lhe trazer mais conforto, ficou mais irritada, porque se Ginny estava se incomodando também significava que não era de hoje que Harry preferia Hermione.

Sem conseguir dormir, ela desceu as escadas do dormitório feminino e quis lançar maldições ao vento quando viu o que estava acontecendo no salão comunal da Grifinória. Harry e Hermione estavam lá e já era tão tarde que Ron só podia estar dormindo. Eles conversavam tão empolgados que não perceberam que Ginny havia chegado. Tomada de rancor ela se escondera perto de um pilar e olhara para os dois só para ver se estavam de segredos novamente e que segredos eram porque nenhum deles contava nada a ela.

Hermione estava sentada ao lado dele com as pernas cruzadas enquanto ele estava jogado no sofá da maneira mais confortável possível.

"Não consigo parar de pensar que você vai numa missão juntamente com Dumbledore! Tem certeza que ele não lhe deu pistas de onde iriam?" Hermione falou com seu tom de preocupação.

"Não, Hermione, não me deu. Eu já te disse!" Ele a olhou sem paciência e a viu acrescentar:

"Porque você sabe que eu poderia ir a biblioteca e então procuraria alguma coisa a respeito e você poderia ao menos estar preparado...e" Harry a olhou e riu baixinho.

"O que foi?" Ela lhe perguntou.

"Oh, nada, nada. Mas é que sua resposta para tudo é ir à biblioteca e você precisa ver, Hermione, a cara que você faz quando fala a palavra biblioteca!" Ele disse ainda rindo com a lembrança, ela tentou disfarçar o próprio sorriso e quis parecer que estava ofendida.

"Não vi você reclamando quando minhas idas a biblioteca me fizeram salvar o seu pescoço uma dezena de vezes" Ele riu um pouco mais.

"Oh, não, não! Por favor, continue indo! Vamos precisar bastante do seu conhecimento para derrotar Voldemort!" E então, ele parou de sorrir e Hermione o olhou penalizado.

"Não me olhe assim, Hermione. Eu não sou um doente que você precisa visitar no St Mungus" Ela abriu a boca em tom de choque e falou afobada:

"Não estou o olhando como se fosse doente, Harry! Eu só morro de preocupação com você! Porque acha que fico insistindo em te ajudar a ficar preparado para a sua missão com Dumbledore? Francamente!" Ela amarrou a cara e ele suspirou cansado murmurando um palavrão.

"Eu sei, eu sei, Hermione. Me desculpe. Sinceramente. Você sabe que não gosto quando as pessoas me tratam com pena porque tenho de derrotar Voldemort."

"Mas eu não sou as outras pessoas, Harry! Veja bem, eu sei que você é totalmente capaz e sei que quando chegar a hora, você vai conseguir."

Ele abriu a boca para falar algo mas não conseguiu, e Ginny viu que os olhos de Hermione marejavam com a possibilidade de Harry frente a frente com a morte. Hermione o abraçou, e ele fechou os olhos quando ela encostou a cabeça em seus ombro. Ele pegara sua mão e os dedos dos dois se enroscavam com uma facilidade absurda, como se o hábito os trouxesse cada vez mais para perto. Ginny viu que Harry não sorria abertamente ou estava descontraído, ao contrário, ele parecia muito preocupado mas percebeu que quando ele abriu os olhos, nunca o viu tão destemido. Hermione se desvencilhou dele por um momento e pegara o jornal para que pudessem folhear juntos. Ele passou a mão por cima dela e eles continuaram a conversar comentando as notícias enquanto ele afagava a juba de cabelos de Hermione.

Ginny gostaria de sentir um ódio muito profundo, mas não conseguiu. Fora muito bonito a forma como Hermione falara as coisas certas, como Harry fechou os olhos ao seu toque como riu quando Hermione falava de ir a biblioteca e principalmente, como Harry pareceu invencível ao ouvir as palavras de conforto de sua amiga. Fora exatamente por isso, que Ginny soube que em breve ele terminaria com ela, que por algum motivo nobre e idiota ele diria a Ginny que seria perigoso demais e a deixaria. Porque quando esse momento chegasse, Ginny não poderia ter o efeito de Hermione sobre ele, ela não poderia lhe dizer palavras tão bonitas que se faziam perfeitas junto com a sequência de toques e carinhos que os dois trocavam. Ginny não saberia com tanta maestria o que Harry deveria ouvir e no momento que deveria. Ela não o conhecia da mesma maneira que Hermione, tampouco era tão inteligente como ela ou sequer poderia convencê-lo de ir com ele como Ginny sabia que Hermione faria.

Harry sequer lhe contava segredos! Quiçá a deixaria ir com ele...

Ginny fora para o quarto tentando fazer o mínimo barulho que conseguia e pensou que nem com quinhentos beijos que ela poderia lhe dar, Harry a colocaria no lugar de Hermione.

Ginny não era de fazer cenas, ou chorar, ela sempre se fazia de muito forte porque fora criada com seis irmãos, mas não podia deixar de admitir que o fato de ser a única garota de sua casa a fazia ter tudo o que queria. Sua mãe lhe enchia de elogios sempre que podia e os irmãos mais velhos a mimavam com alguns presentes. Ela sempre teve tudo que quisera. Exceto Harry. Porque mesmo quando o teve ele não era seu por completo. Ron iria namorar Hermione um dia. Mas mesmo ele, não teria Hermione por completo também. E da mesma forma que Ginny percebia como Harry preferia Hermione, sabia que ela o preferia também, e quando chegasse a hora em que Ron a pedisse para escolher (e esse dia chegaria logo, porque ao contrário de si, Ron gostava de fazer cenas), Hermione escolheria Harry. E esse seria o final. Porque o coração deles já haviam determinado. Porque os olhos sempre tão preocupados de Hermione já pré-assinalaram o futuro, porque as mãos deles entrelaçadas urravam a notícia.

Ginny jamais poderia competir com aquilo: Eles pertenciam um ao outro.

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