Oi!

Disse que voltaria aqui no sabado com uma estória nova, mas não resisti e estou chegando mais cedo com uma adaptação linda e fofa. Li esse livro ontem a noite, melhor devorei.

A outra estoria é um pouco mais dificil de adaptar, mas mesmo assim começarei a postar no sabado.

Assim estarei postando duas ao mesmo tempo.

Espero que gostem desta, é gostosa e com momentos "calientes".

O nome original é Frigid, mas não achei que combinava muito, por isso mudei.

Então, bora ler.

Eu estava apaixonada pelo meu melhor amigo.

Mas poderia ser pior, eu imaginei. Eu poderia ter me apaixonado por um stripper ou um viciado em drogas.

Edward Cullen não era nenhuma dessas coisas. Embora, pudesse facilmente se passar como um stripper masculino com aquela boa aparência de cair o queixo e cabelo cobre bagunçado, e sem dúvidas, ele era tão viciante quanto qualquer droga lá fora.

Eu o vi antes mesmo que ele soubesse que eu estava aqui. Não tinha como alguém deixar de notar Edward, nem mesmo na amontoada DryDocksBar, onde todos da Universidade celebravam o início das férias de inverno. As pessoas corriam para ele, especialmente as garotas.

Sempre as garotas.

Eu não quero dizer que Edward parecia um Deus, porque as esculturas de deuses gregos e romanos normalmente não caíam no lado atraente das coisas. E todos eles eram realmente pequenos lá embaixo. Eu duvidava que ele estivesse sofrendo nesse departamento,

já que havia um trem interminável de mulheres que voltavam para segundas e terceiras vezes. Mas ele era bonito de uma maneira puramente masculina. Um nariz com uma leve curvatura compensando as amplas bochechas, mandíbula definida e expressivos lábios largos. Ele quebrara o nariz em uma luta quando era calouro.

Eu ainda me sinto mal por aquele nariz.

E quando ele sorria? Ah cara, o garoto tinha o sorriso mais lindo do mundo.

Seus olhos eram de um verde quente, da cor de uma esmeralda rara e escurecia quando ele estava se sentindo ansioso, e eu aposto que ele estava sentindo todos os tipos de ansiedade agora. Bem no meio do bar, eu parei e inclinei minha cabeça para trás, com impaciência. Suspirando alto, realmente queria me dar um soco no rosto. Edward era totalmente fora dos limites, já que éramos amigos inseparáveis desde o dia em que ele me empurrou para fora do carrossel e me disse que eu tinha piolhos quando tentei segurar sua mão. Eu revidei segurando-o e obrigando-o a comer uma torta de lama no dia seguinte.

As pessoas tinham dificuldade para entender como éramos tão próximos. Nem eu entendia isso. Ele era um leão e eu uma gazela. Na verdade, somos como um leão e uma gazela manca que não tinha chance de ultrapassar o predador. Eu era a gazela manca. Enquanto eu me aproximava da mesa em que ele e nosso amigo Emmett ocupavam, uma loira com pernas que eram mais longas do que toda a minha estatura se sentou no colo de Edward. Os braços dele foram ao redor da cintura impossivelmente estreita da garota, e uma estúpida dor aguda, totalmente inadmissível cortou meu estômago. Sim, Edward pode não ser um stripper, um viciado, ou um terrorista, mas ele era um jogador.

Retornando para o bar, eu quase bati diretamente nas costas de alguém e rolei os olhos. Conseguir uma concussão seria perfeito. Percebi então que luzes de natal coloridas pendiam na borda do bar e isso era algo perigoso com todos os bêbados derramando suas bebidas.

Encontrei um banco vazio e esperei o bartender me notar. E isso sempre foi fácil, pois parecia que eu tinha dezesseis anos, então bastava eu me sentar em algum balcão para que viessem verificar minha identidade. O garçom apareceu e perguntou se seria o de costume, e eu pedi o de sempre – Coca Cola Diet com rum. Por cima do zumbido de conversa e música, uma risadinha destacou-se em meus ouvidos. Era um tipo de aviso que eu não veria nada de bom caso olhasse, e decidi que não havia nenhuma razão para arruinar a noite tão cedo. Cruzei meus tornozelos, coloquei minhas mãos no bar batendo levemente meus dedos com a música a qual eu mal prestava atenção. Olhei para prateleira de garrafas de licor que minha outra melhor amiga estava intimamente familiarizada.

Por fim eu me virei e olhei para trás. Afinal, eu era apenas uma garota mergulhando de cabeça num ato estúpido que somente uma menina entenderia.

A loira estava encarando Edward. Sua saia jeans subiu até as coxas e era tão curta que poderia fazer alguém pensar que não era inverno do lado de fora. Mas, eu usaria uma saia assim o tempo todo se eu tivesse as pernas dela.

Ele estava de costas para mim, mas deve ter dito algo interessante em seu ouvido, porque ela riu novamente. Suas unhas cor-de-rosa quente cravaram em seus ombros, amontoando o tecido de seu suéter preto. Em seguida, ela estendeu a mão, passando-a pelo cabelo em sua testa, puxando-o de volta pra si.

Eu não conseguia desviar o olhar agora. Como um comilão é castigado pela gula, eu estava fixada neles.

Ele inclinou a cabeça para o lado e inclinou-a de volta. Eu podia ver metade de seu rosto agora, e ele estava sorrindo. Não os grandes sorrisos que revelavam aquelas covinhas totalmente atraentes, mas eu sabia que ele estava balançando aquele meio-sorriso dele – seu irritante e incrivelmente sexy meio-sorriso. Suas mãos colocadas nos quadris dela.

— Aqui está. — O barman colocou a minha bebida no balcão.

Afastando-me do transe em que estava, eu olhei para o barman e afastei um longo fio de cabelo do meu rosto.

— Obrigada.

Ele piscou.

— Não tem problema.

O barman foi ajudar alguém enquanto eu fiquei me perguntando o porquê ele havia piscado. Concluindo que eu provavelmente não deveria ter deixado Edward me convencer a sair hoje à noite, peguei meu copo e tomei um gole maior do que o normal. Forcei-me então a engolir o pouco de álcool ao mesmo tempo em que a bebida queimou minha garganta.

Enquanto colocava meu copo sobre o balcão, fui abraçada por trás. O perfume com aroma de baunilha e o grito alto indicou a culpada.

— Você está aqui! Eu te vi do outro lado do bar e tentei chamar a sua atenção — disse Rose, me girando em torno do banco do bar. Seus cachos loiros estavam torcidos em todas as direções. Minha companheira de quarto pareciauma boneca toda crescida... desde que bonecas tivesse um potencial problema com a bebida, é claro. Evidenciado pelas cervejas que ela segurava nas duas mãos.

— Quanto você bebeu? — perguntei.

Ela rolou seus olhos.

— Esta cerveja é para Emmett, sua vadia.

— Desde quando você pega cervejas para Emmett?

Rose deu de ombros.

— Ele está sendo agradável essa noite. Então, eu estou sendo agradável essa noite.

Emmett e Rose eram estranhos. Eles se conheceram no ano passado e foi ódio à primeira vista. De alguma forma, eles continuaram terminando nos mesmos lugares, e eu imaginei que ambos tropeçaram e caíram nos lábios um do outro ou alguma coisa. Eles fizeram algumas vezes, brigaram muito mais, e agora ela estava levando bebidas pra ele. Eu nunca poderia entendê-los.

— Há quanto tempo vocês estão aqui? — perguntei.

— Cerca de uma hora. — Ela se encaixou entre alguma garota do banco ao lado e eu. — Desfile da Garota Oficial de Edward está em plena força.

Eu estremeci.

— Eu posso ver.

— Sim, eu notei que você viu. É por isso que você não me viu. — Ela tomou um gole de cerveja. — Você vem para a mesa?

Para a mesa onde a Loira estava praticamente transando a seco com Edward? Conte comigo.

— Eu vou ficar mais um pouquinho.

Ela fez beicinho.

— Você precisa apressar sua bundinha e vir para a mesa. Edward vai escapar da garota se você estiver por lá, e então eu não preciso me preocupar em pegar herpes.

— Herpes não é transportado pelo ar — eu disse a ela.

— Sim, você diz isso agora, mas depois se mistura com clamídia e verrugas genitais, então você tem uma super-tensão de herpes. — Seu nariz enrugou. — Você respira, e então bam! Você vai precisar de terapia antiviral para a vida.

Rose estava pensando em ir para a escola de medicina após a faculdade, e eu achava que ela precisava estudar mais um pouco para isso ser possível. Mas eu sabia qual era o verdadeiro problema, e não era pelo motivo que ela estava me dando.

Onde havia uma garota atrás de Edward, havia pelo menos mais duas ou três garotas penduradas em volta. Olhei por cima do meu ombro. Sim. Duas garotas. Rose não me queria lá para certificar que Edward se comportasse. Ela era tão boa em esconder seus sentimentos como eu era. Ela não queria que uma dessas outras garotas caísse no colo de Emmett, o que parecia perto de acontecer.

Uma das garotas conversava com o tatuado, com cabelo cortado estilo militar. Emmett parecia apenas meio-interessado, dizendo alguma coisa para Edward. A loira não estava feliz com a falta de atenção. Ela se virou, pegou um pedaço de gelo de uma bebida em cima da mesa e colocou-o na boca. Com a outra mão, ela puxou a cabeça de Edward na direção dela enquanto inclinava a cabeça para baixo.

— Oh, olhe para isso. — Rose suspirou. — Eu acho que vi isso uma vez em um filme dos anos 80. Você acha que a garota tem qualquer senso de vergonha?

Meu estômago mergulhou como se eu estivesse em uma montanha-russa. Não era sobre não ter vergonha. Era sobre fazer o que você queria. Parte de mim invejava a Loira – uma verdadeira e grande parte de mim, tamanho-Edward.

— Eu realmente espero que suas bocas não estejam se tocando, porque agora tudo que eu penso é herpes. Rose se afastou do bar.— Uhrrgg...

Seus lábios estavam se tocando.

Droga.

Um segundo depois Edward se inclinou para trás, sua mandíbula trabalhando enquanto mastigava o que eu assumi que era o pedaço de gelo que a Loira tinha tão abertamente compartilhado.

— Urgh — murmurei, virando ao redor.

Rose estremeceu, porque ela sabia... ela era a única pessoa que sabia.

— Eu voltarei daqui a pouco. Vou terminar a minha bebida primeiro.

— Tudo bem. — Ela sorriu, mas tristeza penetrou em seus olhos. — Isabella...

Agora, eu me senti como uma merda.

— Está tudo bem, de verdade. Eu ficarei bem.

— Depois que você terminar a sua bebida? — Quando eu balancei a cabeça, ela suspirou. — Você nunca termina uma bebida, mas eu estarei esperando. Não tome para sempre. — Ela começou a girar e, em seguida, voltou para mim, quase perdendo uma garrafa de cerveja. — Na verdade, leve o seu tempo.

— Huh?

Seu sorriso se espalhou.

— Olha quem acabou de entrar.

Estiquei o pescoço para acompanhar seu olhar.

— Oh.

— Oh é certo. — Rose inclinou-se e beijou meu rosto.

— Esqueça Edward, o mulherengo. Você é melhor que isso. Mas ele? — Ela assentiu com a cabeça para a porta. — É um goleiro que está mais do que disposto a acabar com seu celibato.

Calor inundou meu rosto. Antes que eu pudesse discutir o uso da palavra celibato, Rose pulou fora e eu fiquei olhando para Mike Newton.

Mike era novo em nosso grupo; eu o conheci em meu laboratório de processos cognitivos. Ele... ele era bonito. Ele era bom e engraçado. Ele era perfeito, realmente, mas...

Ele parou apenas na borda da pista de dança, puxando seu gorro. Escaneando o bar, ele passou a mão sobre seu cabelo loiro. Seus olhos encontraram os meus e um rápido sorriso se espalhou por seu rosto. Me dando um pequeno aceno, ele facilmente navegou pelo grupo de pessoas amontoadas em volta de mesas redondas.

Mike seria perfeito para mim agora, e por essa razão, eu precisava parar de pensar sobre o inatingível e começar a pensar sobre o que estava bem na frente do meu rosto.

Respirando fundo, reuni o que eu esperava que fosse um sorriso sexy. Não havia melhor momento do que esta noite.

Pov Edward

Eu já estava começando a ficar com dor de cabeça. Pela forma como a garota se contorcia no meu colo como se estivesse pronta para começar agora mesmo, essa ia ser uma longa noite. Eu mastiguei o pedaço de gelo, meio tentado cuspi-lo.

Mas isso seria rude.

Eu deveria estar no clima para comemorar, só que eu não estava. Mais um semestre da faculdade terminou, e depois? Juntar-se aos negócios da família e merda? Deus, isso era a última coisa que eu queria. Bem, não necessariamente a última coisa. Tentar explicar para minha mãe por que eu não almejo uma carreira em restauração de bar no meu futuro era, provavelmente, a última coisa que eu queria fazer. Nunca foi algo que eu quis fazer, mas quase quatro anos de faculdade mais tarde, e eu estava prestes a sair com um diploma na merda de negócios.

Alcançando ao redor da garota, eu agarrei o pescoço da garrafa de cerveja. Do outro lado de mim, Emmett ergueu as sobrancelhas. Eu sorri quando ele voltou para o que quer que a garota morena dizia para ele. Algo sobre se depilar ontem e ela estava fora do período obrigatório de espera de 24 horas. Sério? Essa era praticamente a última coisa que qualquer um de nós queria ouvir.

Saber que estava tudo limpo lá embaixo dava uma euforia, mas Emmett não focou muito para isso.

— Edward — a loira sussurrou em meu ouvido, enquanto mexia sua bunda. — Você não parece feliz em me ver. Eu estou feliz em vê-lo de novo.

E, aparentemente, eu também não estava muito para isso. Tomando um gole, eu sabia que tinha de proceder com sábia cautela. Supostamente, eu conhecia essa garota – tipo conhecer ela, conhecer ela – mas eu não podia identificar seu rosto ou sua bunda, o que era confuso. Como eu não poderia conhecê-la quando definitivamente dormi com ela em algum momento?

Foda-se.

Às vezes eu ficava cansado de mim mesmo.

Ela se inclinou, pressionando os seios debaixo do meu queixo. Ok. Eu não era tão cansado comigo mesmo.

— Querida — eu disse, tocando a garrafa. — Eu vou precisar respirar em algum ponto.

Rindo, ela se afastou o suficiente para que eu pudesse dar outro gole. Ela passou as mãos pelos meus cabelos, afastando-os da testa. Lutei contra a vontade de bater nas mãos dela. — Você vai tocar seu violão para mim mais tarde?

Minhas sobrancelhas se levantaram.

— Eu toquei violão para você?

Emmett se engasgou com uma risada.

A garota – e caramba, eu esperava que sua amiga dissesse seu nome realmente em breve – franziu o cenho.

— Sim! — Ela bateu no meu peito brincando. — Você tocou com esses seus impressionantes dedos talentosos, e, em seguida, você tocou alguma outra coisa.

Oh.

Emmett se inclinou para trás em sua cadeira.

— Olhe para você e seus dedos impressionantes.

— Meus impressionantes dedos talentosos — o corrigi.

Balançando a cabeça, ele desviou o olhar quando a morena se inclinou, seguindo a borda da tatuagem que saía de debaixo de suas mangas enroladas.

— Você não se lembra? — Ela estendeu um lábio inferior brilhante. — Meus sentimentos estão feridos.

Eu bufei e tomei outro gole, meus olhos examinando o agora lotado bar. Às vezes eu não tinha ideia de como acabava em situações como esta. Ok. Essa era uma mentira deslavada. O que estava entre as minhas pernas era como eu acabava em situações como esta.

Mas era mais do que isso.

Sempre foi mais do que isso.

— Edward — a garota choramingou.

Eu respirei fundo e voltei para ela, dando a garota o meu sorriso mais encantador.

— Sim?

— Você vai compartilhar?

Antes que eu pudesse responder, ela pegou a garrafa da minha mão e bebeu malditamente quase a coisa toda. Minhas sobrancelhas se ergueram. Droga. Isso era meio impressionante... e bruto.

Sua amiga deu uma risadinha.

— Jesus, Mindy, devagar hoje. Estou muito não carregando a sua bunda bêbada de volta para o dormitório.

Aha! O nome dela era Mindy! Eu me senti um pouco melhor sobre isso.

Mindy apenas deu de ombros quando se virou para mim. Ela se inclinou e quando ela falou, tudo o que eu podia sentir era o cheiro de cerveja.

— Você é tão incrivelmente sexy. Alguma vez foi dito isso para você?

— Uma ou duas vezes — eu respondi, desejando outra cerveja.

Rose apareceu na mesa, duas cervejas na mão. Uma era para ela e outra para Emmett. Ela olhou para mim e bufou.

— Como se Edward precisasse de ter seu ego acariciado.

— Edward precisa de algo mais acariciativo — Mindy murmurou, se empurrando para baixo com seus quadris.

Um olhar de repulsa atravessou o rosto de Rose quando ela se sentou no outro lado de Emmett. O olhar não me incomodava. Agora, se fosse outra pessoa?

— Você viu Bella? — perguntei.

Rose me olhou por cima da borda de sua garrafa, os olhos apertados. Ela não disse nada.

Me sentei na cadeira, suspirando.

— Eu a convidei.

Emmett arqueou uma sobrancelha.

— Você sabe muito bem que Bella está em seu dormitório, fazendo as malas para a nossa viagem. Na verdade, ela está, provavelmente, refazendo as malas para nossa viagem.

Um sorriso puxou os meus lábios. Ela provavelmente se asseguraria sobre o que levar.

— Quem se importa com ela? — Mindy cruzou os braços, o que fez seus seios ainda maiores. Impossível. Ela olhou para a amiga. — Eu preciso de outra bebida.

— Eu também — eu disse, balançando os joelhos para que ela saísse. Ela não pegou a dica. Eu suspirei.— Já que você bebeu a minha, por que você não vai buscar outra?

Outro beicinho enfeitou os lábios de Mindy.

— Você viu como o bar está lotado? Vai demorar para sempre.

— Você sempre pode se levantar — Rose sugeriu.

Olhei por cima do ombro para o bar. A maldita coisa estava lotada. Merda. Metade da Universidade parecia estar aqui.

O bafo encharcado de cerveja de Mindy roçou minha bochecha.

— Você deve ir pegar uma bebida, bebê. Eu adoro doses de Jel-O.

— Eu não sou seu bebê. — Meu olhar viajou sobre as pessoas no bar. Aquele era o Mike? Ele não vinha aqui regularmente, somente se Bella realmente aparecesse aqui. Espere um pouco... Eu me inclinei para o lado para conseguir um olhar em volta de alguns caras enormes. Era Bella no bar? Com Mike?

A mão acabou no meu cabelo novamente.

— Você foi o meu bebê um par de semanas atrás.

— Interessante — murmurei. O cara se afastou, cervejas na mão, e puta merda, era Bella. Seu cabelo longo e castanho estava solto e os pés estavam cruzados nos tornozelos. Ela parecia tão malditamente pequena sentada lá, fiquei surpreso que ela chegou e se serviu.

Eu também fiquei surpreso que ela estava no bar, sem mim e com Mike.

Que diabos havia de errado com esta imagem?

Virando ao redor, prendi Rose com um olhar.

— Quando ela chegou aqui?

Ela encolheu os ombros.

— Não sei.

Minha irritação cravou.

— Ela não deveria estar sozinha no bar.

Mindy disse alguma coisa, mas eu não estava escutando. Eu tinha essa coisa maravilhosa de audição seletiva acontecendo agora.

Rose trocou um olhar com Emmett, um olhar que eu ignorei. Portanto, o olhar nunca aconteceu.

— Ela não está sozinha — disse ela docemente.

— Esse é o ponto. — Eu agarrei os quadris de Mindy. Um olhar animado atravessou seu rosto bonito. Pena que eu estava prestes a estourar sua bolha de tesão. Levantando-a para fora do meu colo, eu a depositei em seus pés.

— Eu voltarei.

O queixo de Mindy desequilibrou.

— Edward!

Eu a ignorei. Eu também ignorei o sorriso de Rose e o rolar de olhos que Emmett me deu quando eu levantei e girei ao redor.

Bella realmente não deveria estar no bar sozinha. Estar com Mike não contava. Ela precisava de alguém para cuidar dela, para manter um olho nas coisas, porque Bella... bem, ela tinha este charme sobre ela que atraía idiotas pelas massas.

Idiotas como Mike e outros caras como eu, que praticamente não faziam nada, além de ter uma garota em suas costas. Mas eu era diferente, muito diferente quando se tratava de Isabella. Esse foi meu trabalho desde que eu poderia me lembrar, de mantê-la longe de problemas. Agora não era diferente de qualquer outro momento.

Sim, essa era exatamente a razão pela qual eu estava prestes a quebrar esta pequena conversa.

— Hey — Mike disse, deslizando para o local que Rose havia ocupado. — Eu não sabia que você vinha. Você não disse nada na sala de aula hoje.

— Decisão de última hora. — Eu tomei um gole do meu rum e Coca-Cola. Ele já tinha se diluído. — Como foi a prova final?

— Eu acho que fui bem. E você?

Eu dei de ombros.

— Eu acho que passei.

— Você provavelmente gabaritou a maldita coisa. — Ele parou, pedindo um Sam Adams quando o garçom se aproximou. — Você tem tudo pronto para a viagem de amanhã?

Nós estávamos indo para nossa viagem anual de esqui para a Montanha Snowshoe amanhã. Esta era a primeira vez de Mike, mas Edward e eu íamos até a casa de esqui de sua mãe desde que éramos crianças. Este era o segundo ano de Rose e Emmett, e alguns outros amigos de Edward estariam lá também. Nós geralmente íamos com um grande grupo.

— Eu arrumei na semana passada. — Eu ri. — Sou detalhista assim.

Seu sorriso fácil espalhou.

— Eu ainda preciso arrumar. A propósito, obrigado por me convidar. Eu nunca fui até Snowshoe.

Surpreendente, já que ele cresceu na cidade vizinha, e eu imaginei que todos que viviam em Esmeland estiveram em Snowshoe em algum ponto.

— Não tem problema. Você disse que gostava de esquiar e outras coisas, por isso fazia sentido. Edward estará nas pistas todo dia e noite, então você vai definitivamente ter alguém para esquiar com você.

Os olhos azuis de Mike afastaram em direção à mesa em que eles se sentavam.

— Eu não sei nada sobre isso.

Eu fiz uma careta e totalmente recusei-me a ver o que estava acontecendo na mesa do pecado e sexo. Eles estavam, provavelmente, fazendo bebês.

— O que você quer dizer?

— Eu não tenho a impressão de que Edward é um grande fã meu. — Seu olhar pousou em mim mais uma vez e ele deu de ombros. — De qualquer forma, você irá voltar para casa depois de ir embora de Snowshoe?

Eu balancei a cabeça.

— Sim, passando o Natal com a família e ficando lá até o semestre da primavera recomeçar. E você?

— Eu estarei em Bethesda parte do tempo e, em seguida, Winchester com a minha mãe. — Ele coçou o rótulo de sua garrafa, suas sobrancelhas unindo. — Meus pais se divorciaram há alguns anos, então eu fico entre as casas.

Eu não sabia disso.

— Sinto muito em ouvir isso.

Um pequeno sorriso apareceu.

— Não é grande coisa. Eu ainda tenho que fazer toda a coisa de dois Natais, então não estou reclamando.

Tomando outro gole, eu abaixei o meu copo.

— Dobro de presentes.

— O dobro da diversão. — Seu olhar caiu para sua cerveja. Metade do rótulo foi embora. — Olha. Eu pensei que poderíamos fazer...

Braços fortes se enrolaram em volta da minha cintura por trás. Eu estava sendo puxada para fora do banco, e meu grito de surpresa foi cortado quando minhas costas bateram em uma parede imóvel de músculos. Eu estava envolta em um abraço de urso que cheirava a luz, ar livre e colônia.

Apenas uma pessoa neste mundo me dava abraços como este ou cheirava tão forte... tão bom.

A voz profunda de Edward retumbou pelo meu corpo.

— Quando você chegou aqui?

Meus pés ainda não tocavam o chão.

— Um tempinho atrás — ofeguei, segurando seus braços através de seu suéter.

— Que diabos? Você está se escondendo de mim?

Mike recostou-se no bar e sorriu, mas foi tenso. Não que eu pudesse culpá-lo. Edward sempre meio que explodia e assumia todas as situações.

— Eu não estava me escondendo — disse a ele, corando quando meus olhos encontraram os de Mike. — E você pode me colocar para baixo?

— E se eu não fizer? — ele brincou. — Você é tão pequena que eu poderia colocá-la no meu bolso.

— O quê? — Eu ri. — Ponha-me no chão, seu idiota. Eu estava tendo uma conversa.

— Sinto muito, Mike, eu estou roubando ela. — Edward não estava nada arrependido. Ele se afastou não me dando outra opção, porque não havia nenhuma maneira de romper seu abraço. Então se virou, caindo em uma cadeira perto da mesa que em que estava antes me puxando em seu colo, me deixando sentada de lado. Ele enrolou os braços em volta da minha cintura. — Eu não estou feliz com você, Bella.

— Sério? Sobre o quê?

— Você está falando com aquele idiota.

— Que idiota?

Ele inclinou-se, apoiando a testa contra a minha, e minha respiração parou em meu peito. Por que ele sempre fica tão perto? E realmente, verdadeiramente, sempre fazia isso.

— Mike.

— O que tem ele? — Eu coloquei minhas mãos em seus ombros para empurrar para trás, mas seus braços apertaram, me segurando no lugar. — Você está bêbado?

— Eu estou bêbado? Aw, agora você feriu meus sentimentos, Bella.

Eu sorri.

— Você não tem nenhum sentimento.

— Agora, agora. Isso não foi muito agradável. — Seus impossivelmente longos cílios abaixaram, protegendo seus olhos quando ele levantou a cabeça, esfregando seu rosto junto do meu. Meus dedos cravaram em seus ombros como o desejo torcia apertado no meu centro. — Eu tenho todos esses sentimentos, Bella.

Levei um momento para responder.

— Você é tão cheio disso.

Ele esfregou seu rosto contra mim como um gato buscando um carinho na barriga, e, eu lutei contra a vontade de ronronar.

— Estou cheio de alguma coisa.

— Mijo e vinagre? — sugeri enquanto tentava desesperadamente ignorar a forma como o meu pulso batia em todos os lugares certos.

Ele riu profundamente em sua garganta quando se inclinou para trás contra o assento que tomou como refém.

— Voltando para a seriedade da nossa conversa.

— O que é: por que você está brincando de Papai Noel agora?

Os cílios de Edward levantaram e seus olhos perfuraram os meus.

— Hmm, agora isso parece interessante. Você foi desobediente ou boa este ano, Bella?

Abri a boca, mas nada saiu. Meu rosto ardia enquanto o seu olhar se voltou conhecedor.

— Eu sei que você foi. — Ele beijou minha testa. — Você tem sido boa.

Meus ombros caíram. Eu não queria ser boa. Eu queria ser impertinente como a Loira. Quando ela estava em seu colo minutos antes, eu duvidada que Edward houvesse brincado com ela. Talvez eu deva pegar algum gelo e ver o que ele faria, só que exigiria que eu o pegasse de um copo qualquer, o que era grosseiro, especialmente após toda aquela conversa de herpes.

Eu precisava mudar de assunto.

— Ainda está bem eu deixar meu carro na sua casa amanhã, e você me levar para casa quando sairmos de Snowshoe?

— Claro. Por que não estaria?

Eu dei de ombros desequilibrada.

— Apenas verificando.

E assim, Edward estava todo sério, provando que ele não estava totalmente bêbado.

— Você nunca tem que checar algo assim, você precisa de uma carona às duas da manhã, você me chama em primeiro lugar.

Abaixei meu queixo.

— Eu sei.

— Ainda que eu estivesse curioso com o que você estava fazendo nessa hora da manhã — acrescentou ele, como a probabilidade de eu estar fora tão tarde fosse impensável. — De qualquer forma, se você sabe disso, então você não tem que verificar algo parecido. Eu pego você.

Colocando meu cabelo para trás, eu assenti.

— Obrigada.

— Você não precisa me agradecer. — Ele fez uma pausa e seus braços apertaram. — Ele é um idiota.

— Huh? — eu pisquei.

Edward estava olhando por cima do meu ombro, os olhos apertados.

— Mike. Ele está nos encarando agora. Eu não gosto do jeito que ele olha para você.

Eu quase virei.

— Ele não está nos encarando, seu burro. Ele e eu estávamos tendo uma conversa antes de você aparecer, então ele está provavelmente esperando que eu volte. E ele não é um idiota.

— Mas eu não quero que você volte.

Eu suspirei. Seria de admirar por que nunca saio em um encontro quando Edward era meu amigo? Bem, havia outras razões, mas ainda. Edward agia como um pai e irmão mais velho enrolado em um só.

— Você está sendo ridículo.

Ele me lançou um olhar que dizia que ele sabia melhor.

— Eu não gosto dele. Eu posso listar todas as maneiras que eu não gosto.

— Eu vou passar.

— Você está perdendo uma lista estimulante de razões. — Meus olhos rolaram.

— Bem, eu não gosto da Loira. Eu tenho uma lista emocionante, também.

Uma sobrancelha arqueou.

— Loira? Oh. Minha nova amiga?

— Amiga? — eu ri. — Eu não acho que amiga é o termo certo para ela.

Ele suspirou quando se inclinou para frente, apoiando o queixo no meu ombro.

— Você está certa. Esse é o termo errado.

— Ok. Você deve estar bêbado, se você está admitindo que eu estou certa.

— Você está tão espertinha essa noite. — Ele deslizou a mão até minhas costas, e eu tremi. — Frio?

Uma vez que não havia nenhuma maneira no santo inferno que eu admitiria a verdade, eu menti.

— Um pouco.

— Hmm... você sabe o quê?

A pequena pressão que ele colocava em minhas costas me forçou para frente. Eu coloquei meu rosto em seu ombro e fechei os olhos. Por um momento, era fácil fingir que não estávamos em um bar que tocava música ruim, e melhor ainda, que estávamos juntos.

Juntos, do jeito que eu queria estar com ele.

— O quê? — perguntei, aconchegando-me mais perto, absorvendo o momento.

— Aquela garota não é minha amiga. — Sua respiração era quente contra o meu ouvido, e eu adorei a sensação disso. — Você é minha melhor amiga desde que me lembro. É um insulto a você mesmo chamá-la assim.

Eu não disse nada. Nem Edward depois disso. E nós nos sentamos lá por pouco tempo. Parte de mim queria subir em uma cadeira e gritar para todo o bar que Edward pensava mais de mim do que da Loira.

Mas a outra parte queria ir para casa e me jogar em um canto, porque ele não mudaria a forma como esta noite iria terminar. Eu voltaria sozinha para meu dormitório e ele levaria a Loira de volta para seu apartamento.

Era a mesma coisa todo fim de semana, e Deus sabe como muitas vezes durante a semana.

Ninguém poderia me substituir na sua vida. Eu sabia disso. Eu era a amiga que sabia tudo sobre ele e em quem ele confiava acima de todos os outros.

Eu era a melhor amiga de Edward.

E por causa disso, ele nunca iria me amar do jeito que eu o amava.

As rodas estúpidas na parte inferior da minha mala agarraram no barato tapete marrom do lado de fora do apartamento de Edward, fazendo com que eu perdesse o equilíbrio. Cabelo voou em meus olhos quando oscilei para o lado. Levantei minha mão, tentando me equilibrar, e no último segundo os itens que eu precariamente segurava começaram a escorregar.

Eu tive que fazer uma escolha terrível e rápida. Soltar meu leitor de livros ou o meu cappuccino.

Ambas as coisas são necessárias para a sobrevivência, mas o leitor de livros é como um bebê precioso, tão frágil e importante para mim.

Apertando o meu domínio sobre o leitor de livros, deixei o café cair no chão e espatifar, espalhando líquido escuro sobre o tapete como uma horrível cena de crime.

Eu suspirei.

Bem, as aulas de yoga que eu estava tendo duas noites por semana, depois da minha aula de Psicologia e Direito, aparentemente, não fizeram nada para os meus reflexos. Peguei o copo de papelão e joguei-o no lixo do elevador.

Respirando fundo, bati meus dedos na porta e trocava o meu peso de lado, impaciente. Vários segundos se passaram e eu não ouvi nada, nem mesmo o tamborilar suave de passos. Bati de novo, e quando não houve resposta na segunda vez, me virei e apoiei as costas contra a porta.

Edward tinha o sono pesado. Eu não me incomodei em tentar seu celular. Nada menos do que uma bomba nuclear iria acordá-lo.

Meu olhar foi para o leitor de livros. Droga, eu perdi minha página. E estava ficando bom. Hades aparecera em uma loja de conveniência. Suspiro. Tocando na tela, sem querer eu tinha voltado várias páginas...

A porta atrás de mim se abriu de repente, e eu estava caindo no espaço vazio. Eu virei, minha mão colidindo com um corpo quente, nu. Corpo duro nu, quente. Um braço forte foi em torno da minha cintura, me pegando antes que eu plantasse o rosto em um plano, mamilo marrom masculino.

Oh meu Deus do Céu...

Eu me afastei, quebrando o aperto. Ar correu para fora dos meus pulmões e meus olhos se arregalaram. Eu estava cara-a-cara com um peitoral perfeito – o tipo de peitoral que alguém iria querer tocar. Meus olhos fizeram essa coisa errante sem o meu consentimento, e havia muita carne dourada em exposição, o que era como uma cena de Magic Mike ganhando vida. A coisa confusa é que eu vi Edward seminu mais vezes do que eu gostaria de admitir, mas isso nunca deixava de me surpreender.

Edward era um ávido corredor e esquiador quando as estações estavam certas, o que se refletia em seu corpo. Pele lisa, esticada sobre abdominais ridiculamente definidos. Ele até tinha aqueles travessões na parte interna de seus estreitos quadris. Havia uma pequena verruga marrom acabando de sair de seu umbigo. Por alguma razão, eu sempre fui fascinada por esse pontinho.

Ele estava vestindo boxers – boxers com chapéus vermelhos de Papai Noel e presentes coloridos nelas. Agora, esse era um presente de Natal que muita gente não se importaria de encontrar debaixo de sua árvore de Natal.

Um monte de gente incluindo eu.

Calor inundou meu rosto. Meu cérebro estava caminhando para uma conversa séria, mas Edward... sim, ele colocou aquele oo em desmaio.

Lábios cheios se curvaram em um meio sorriso, como se soubesse o que eu estava pensando, seu cabelo castanho estava precisando de uma escova. Parecia que ele passara a noite com alguém correndo os dedos por ele.

Meu estômago caiu. Eu voltei para o dormitório na noite passada antes dele deixar o bar. Ele não teria trazido a Loira para casa. Espere. O que eu estava pensando? Ele teria trazido a Loira para casa.

— Você cheira como... Cappuccino de baunilha francês.

Eu pisquei. Sua voz era profunda e rouca de sono.

— Huh? Oh, Eu deixei cair meu café. Sinto muito.

Um meio sorriso apareceu.

— Você está adiantada.

— Não, eu não estou.

— Você chegou cedo, como de costume — continuou ele, dando um passo para o lado. Ele olhou por cima do ombro para o som da água sendo ativada no banheiro. Ele suspirou. — Você não vai ficar feliz.

Eu senti o sangue correr para fora do meu rosto, o que era estúpido. Eu totalmente não importava com um N maiúsculo.

— Eu estou bem. Eu posso esperar no corredor.

Edward olhou para mim com uma careta.

— Você não vai ficar esperando no corredor, Bella.

Ele passou por mim e saiu no corredor, completamente indiferente que alguém e o menino Jesus pudessem vê-lo seminu. Eu tenho uma visão completa dos músculos magros das costas. Ele tinha uma tatuagem, uma inscrição intrincada que era principalmente barras – enrolando em sua espinha. Era algum tipo de inscrição tribal que ele fez quando tinha dezoito anos. Eu não fazia ideia do que isso significava. Ninguém sabia.

Mas essa não era a sua única tatuagem. Meus lábios dividiram em um sorriso.

Ele perdeu uma aposta com Emmett sobre um jogo de futebol americano e acabou com um coração vermelho tatuado em sua nádega direita.

Edward era um homem de palavra.

Agarrando minha mala, ele grunhiu.

— O que você embalou aqui? Uma legião de bebês gordos e com raiva?

Eu teria rolado meus olhos, mas eles estavam colados à forma como os músculos de seu braço estalaram. Nossa. Eu precisava de uma lobotomia.

— Não está pesada.

— Você superlotou. — Ele colocou a mala dentro do apartamento, e, em seguida, fechou a porta. — São apenas cinco dias, Bella, não um mês.

— Que seja — eu murmurei, ousando um olhar para baixo no estreito corredor. A água foi desligada. — Então...

— Sinta-se confortável. — Quando ele saiu, ele beliscou meu nariz. Eu bati nele, mas ele facilmente se esquivou da minha mão e riu. — O que está lendo?

— Nada da sua conta. — Eu o segui até a elegante sala de estar. Para um cara de 21 anos de idade, ele gostava de manter as coisas arrumadas, o que era surpreendente porque em casa ele tinha uma empregada que recolhia tudo atrás dele. Mas nem sempre foi assim para ele.

— Título legal.

Eu parei atrás do sofá verde-oliva.

— Boxer legal. Sua mãe comprou para você?

— Não. Sua mãe comprou.

— Engraçado ha ha.

Olhando por cima do ombro, ele piscou quando enfiou os polegares na borda de suas boxers, deslizando para baixo de modo que o topo de sua bunda espiou.

— Oh meu Deus. — Debrucei-me sobre o sofá, peguei um travesseiro e atirei-o para ele.

Ele pegou com reflexos surpreendentes e jogou-o de volta. O travesseiro saltou do meu peito e caiu no chão.

— Você gostou.

Embora eu julgasse que ele tinha uma bela bunda, eu comecei a dizer que não era algo que eu sinceramente estava ansiosa para ver, mas a porta do banheiro com um sinal de RENDIDO se abriu.

Prendi a respiração.

Quem poderia ser? Quando eu deixei o bar na noite passada, ele tinha uma legião de garotas que o cercavam. A loira pernalta cujo nome do meio deveria ter sido doses de Jel-O? Ou a morena sexy que tinha a risada profunda e gutural da qual eu era meio que invejosa? Eu parecia uma hiena quando tentava ser sexy. Era a ruiva que não podia decidir-se entre Edward e Emmett? Era uma incógnita neste momento.

Pernas longas, bronzeadas foram o que eu vi por primeiro, e, em seguida, a bainha de uma saia jeans que estava um pouco torta. Eu reconheci as pernas imediatamente, mas a colante gola alta preta selou o acordo.

Era a Loira – a rainha do cubo de gelo.

Estava quinze graus negativos lá fora ontem à noite, com uma fina camada de neve cobrindo as ruas de College Park, mas essa garota se vestiu como se estivesse em Miami.

Eu me senti seriamente aborrecida no meu suéter de grandes dimensões e calça jeans desgastada. Sem mencionar que me senti como se estivesse balançando um sutiã comparado com os peitos dessa garota.

Ela deu uma olhada para mim e franziu a testa. Rímel preto estava borrado sob seus olhos. — Quem é essa, bebê?

— Você a conheceu na noite passada no DryDocks. — Edward voltou para mim e pegou o travesseiro. — Você não se lembra?

Confusão estampada seu rosto, e achei que isso ia demorar um pouco.

Os lábios de Edward se curvaram em um canto.

— Você derramou uma bebida no colo.

— Oh! — a Loira riu. — Desculpe por isso.

— Sim — eu desenhei a palavra. Eu tinha esquecido sobre isso. — Nada demais. Cheirar como um picolé realmente atrai os caras.

Edward franziu a testa enquanto olhava para mim de lado.

— Ela esteve aqui a noite toda? — perguntou a Loira, a cabeça inclinada para o lado.

Eu arqueei uma sobrancelha e comecei a abrir a boca, porque este era um cenário tão comum que a garota não teria se lembrado de outra garota juntando-se na sua festa? Se assim for, eu realmente precisava sair mais.

— Não. Ela acabou de chegar. Estamos saindo para Snowshoe — ele cortou suavemente, esfregando uma palma ao longo de sua mandíbula. — Então...

A loira balançou os quadris esguios até ele e colocou uma mão sobre o peito de uma forma familiar, íntima. Uma pontada irracional de inveja me bateu. Tocá-lo era tão fácil para ela. Eu conhecia Edward desde sempre, e eu engasgava com a minha língua, se eu começava a senti-lo.

— Vocês dois estão indo para Snowshoe sozinhos? Parece romântico — ela disse, um pouco de uma picada em suas palavras.

— Não. — Edward deslizou para fora de seu alcance. — Vamos encontrar um monte de amigos lá em cima. Em breve. Então eu preciso ir.

Entretanto, a loira, não estava pegando a dica, e isso estava prestes a ficar estranho. Essa era a coisa sobre Edward. Ele poderia tirar a calcinha de uma freira por encanto, mas ele não fazia a coisa da manhã seguinte. E enquanto ele era tipicamente agradável, ele tinha a paciência de uma cascavel encurralada.

— Mulherengo — eu murmurei, quando passei por ele.

Edward ignorou isso.

— Eu vou vê-la mais tarde, Cindy.

A loira não se moveu.

— Mindy – meu nome é Mindy.

Eu atirei um olhar para Edward, mas ele estava completamente não arrependido. Balançando minha cabeça, eu fui para a cozinha.

Havia algumas xícaras na pia, mas como em todos os outros cômodos do apartamento, as coisas estavam mais arrumadas do que a maioria dos quartos do dormitório que eu vi. Não o meu, apesar de tudo. Eu era tão obsessiva sobre isso que deixava Rose louca.

Pulando em cima do balcão, eu cruzei as pernas e voltei para o meu leitor de livros. Tão absorta como eu estava na história mais cedo – tanto de modo que eu estava sorrateiramente espreitando os sinais vermelhos no caminho – eu estava demasiado distraída com a conversa sem som na sala de estar.

Eu olhei para a garrafa de Jack em seu balcão. Um pouco cedo para começar, mas quanto mais tempo ele levava mais eu queria uma dose.

Quem eu estava enganando? Eu não bebi o meu rum e Coca- Cola na noite passada até que estivesse completamente diluído em Coca-Cola e Coca-Cola. Todos nossos amigos ficaram muito embriagados, celebrando o início das férias de Inverno. Rose vomitara no beco atrás do DryDock. Ela seria a alegria da pousada esta noite, e Emmett estivera tão fora que ele segurava o casaco dela em vez de seu cabelo. Edward conseguiu segurar a bebida como uma mãe, mas ele soltou.

Eu? Eu não gosto da ideia de me soltar e perder o controle. Não era como se estivesse nervosa nem nada, mas... bem, talvez eu estivesse um pouco.

Todo inverno desde o ano de caloura na escola, eu me perguntara por que eu concordava em ir para Snowshoe. Nós ainda tínhamos duas semanas até o Natal. Eu poderia ir direto para casa.

Eu não conseguia esquiar, a menos que esquiar consistisse em descer um monte nevado de bunda. Por outro lado, Edward era natural nas pistas e um profissional em se soltar. Era tradição, porém, e não tinha como eu poder pular para fora disso.

— Você está realmente, verdadeiramente adiantada, Bella.

Eu pulei ao som de sua voz.

— Eu gosto de estar na hora certa.

— Obsessivamente. — Ele se inclinou contra o balcão em frente a mim.

Talvez eu estivesse um pouco adiantada, mas eu odiava estar atrasada. Entrar em uma classe após ela começar era pior do que um apocalipse zumbi para mim.

Mais uma vez, meu olhar caiu para baixo do seu estômago. A cueca tinha escorregado?

— Você não pode colocar uma camisa? E talvez algumas calças.

Edward arqueou uma sobrancelha.

— Eu tenho certeza que você já me viu nu, Bella.

Uma quantidade ímpia de calor me inundou, o que era tão inapropriado, considerando as circunstâncias de como eu o vi nu.

— Você tinha, tipo, cinco anos e teve catapora. Você ficava tirando suas roupas. O que, portanto, não é a mesma coisa.

— O que há de diferente agora?

Será que eu realmente preciso explicar isso?

Rindo baixinho, ele deixou o balcão e rondou até mim. Sentada no balcão, eu era finalmente da sua altura. Ele era ridiculamente alto, chegando a mais de um metro e oitenta de altura, e eu era insanamente baixa, pouco mais de um metro e meio. Na maioria das vezes eu sentia que pertencia ao Lollypop Guild (programa infantil amerciano) quando eu estava ao seu redor.

Edward estendeu a mão e puxou o cabelo que não tinha desfeito no corredor.

— Tranças. Sexy.

Eu dei de ombros.

Ele pegou o final da trança e me deu um tapa no rosto com ela.

— Tenho tempo para uma corrida?

Afastei meu cabelo dele.

— Se você não fizer, então você ficará chorão o dia todo.

Edward me deu seu sorriso mais encantador. A covinha apareceu em sua bochecha esquerda, e meu coração pulou uma batida.

— Quer se juntar a mim?

Acenando o leitor de livros, faço uma careta.

— Eu pareço que quero correr com você?

Ele inclinou-se, colocando as mãos em ambos os lados das minhas pernas, que o deixou muito, muito perto. Mesmo se eu não nutrisse um desejo eterno por ele, eu não seria imune a sua proximidade. Qualquer mulher com ovários seria afetada. Edward escorria sex appeal, uma mistura perigosa de aparência e inteligência envoltas em um ar de imprevisibilidade.

Inspirei – oh ele cheirava bem. Não como se tivesse bebido uma tina cheia de álcool na noite passada e, em seguida, fez sexo selvagem por horas. Oh não, ele cheirava como homem e uma fina colônia que eu não conseguia identificar.

Cara, eu não podia acreditar que eu estava cheirando-o como um tipo de trepadeira extraordinária.

Inclinando-me para trás, olhei para longe.

— Você vai se divertir. Eu prometo. Vamos. — Ele puxou minha trança novamente.

Eu balancei minha cabeça.

— Tem neve e gelo por toda parte. Eu vou quebrar meu pescoço. Na verdade, você pode quebrar seu pescoço. Um dia de não corrida não vai matar você.

— Sim, vai.

Mantendo meu olhar focado na fotografia presa na frente da geladeira, eu apertei minhas mãos. Era uma foto de nós dois juntos, na escola primária, vestidos com nossas fantasias de Halloween. Ele foi um lobisomem e eu a Chapeuzinho Vermelho. Foi ideia da minha mãe.

— Eu não posso acreditar que você ainda quer ir correr depois de tudo que você bebeu na noite passada.

Ele riu, e sua respiração era quente contra minha bochecha.

— Eu posso lidar com isso. Não se esqueça, você está bebendo com as crianças grandes.

Eu rolei os olhos para isso.

Fechando o espaço entre nós, ele beijou minha bochecha.

— Vai sentar em um lugar mais confortável. Não será por muito tempo.

Quando eu não me mexi, ele fez um som descontente no fundo de sua garganta, e, em seguida, colocou as mãos em meus quadris. Sem nenhum esforço, ele me levantou do balcão e me colocou em pé.

Ele me deu um pequeno tapa na bunda, que me mandou correndo para fora da cozinha.

Eu sentei no sofá, olhando para ele.

— Feliz?

Edward inclinou a cabeça para o lado e parecia estar prestes a dizer alguma coisa, mas ele apenas sorriu.

— Eu vou te ensinar snowboard esta semana. Você sabe disso, né?

Rindo, eu me inclinei para trás contra a almofada estofada.

— Boa sorte com isso.

— Você tem tão pouca fé em mim. Tenho habilidades.

— Eu tenho certeza que você tem — eu disse secamente, olhando para a estreita árvore de Natal na frente de sua janela.

Uma risada irrompeu Edward, uma bela e profunda gargalhada, e meus músculos apertaram. — Você não gostaria de saber a extensão dos meus talentos?

— Se eu quisesse, seria fácil de descobrir. Eu poderia perguntar para cerca de noventa por cento das garotas que vivem no andar do meu dormitório.

Sorrindo sem vergonha, ele saiu do quarto, indo em direção ao seu quarto.

— Na verdade, seria mais como 89%. Eu não dormi com a garota no final do corredor. Ela apenas me deu...

— Eu não quero saber.

— Soa como ciúmes, não é?

— Improvável — eu respondi, virando meu leitor de livros novamente.

— Uh-huh. Continue dizendo isso a si mesma, querida. Um dia desses você vai admitir que é louca e profundamente apaixonada por mim. É o meu charme de menino – difícil de resistir.

— Se você tivesse dito que o seu corpo é irresistível, teria sido mais convincente.

Ele riu de novo quando se virou. O vi desaparecer da sala com uma sensação estranha afundando na minha barriga. Era a verdade dolorosamente embaraçosa que Edward nunca soube. Ele pode brincar comigo e me provocar, mas era ignorante quando se tratava de como eu me sentia por ele, e isso precisava ficar desse jeito.

Inclinei minha cabeça para trás e fechei os olhos, gemendo baixinho.

Garotas eram como sabores para ele e eu era um sabor que ele não queria saborear. Foi assim desde o colegial, e eu aceitava isso do jeito que era. Precisava ficar desse jeito, porque eu sabia que se Edward descobrisse como eu realmente sentia, nossa amizade acabaria em um batimento cardíaco.

Merda. Merda. Merda.

Meus pés batiam nas partes desobstruídas da calçada, o que não era muito, e minha respiração soprava em pequenas nuvens brancas. Eu realmente poderia ter pulado a corrida esta manhã, mas eu precisava sair e colocar os músculos em movimento.

Eu precisava correr.

A queimação em meus músculos e o ar frio trabalhava como um inferno de limpador do cérebro, mas a merda azeda ainda estava no meu estômago, e não tinha nada a ver com o álcool que bebi na noite passada.

Eu deveria saber melhor porra.

Isabella era sempre obsessivamente adiantada. Hoje não seria diferente. Tudo começou na quarta série, quando ela chegou à escola atrasada e teve de entrar na sala de aula sozinha. Todo mundo olhava para ela quando a mesma tropeçou e deixou cair o fichário

multicolorido. O valentão da classe – Kris Henry – riu dela, o que fez com que metade da classe risse.

Eu dei um soco nele por isso e fui chamado para o escritório do diretor, mas valeu muito a pena bater na bunda daquele valentão. Deus, só de pensar nisso me fazia querer dar um soco em Kris Henry novamente.

E eu queria me bater nas bolas, enquanto eu estava nisto, por esta manhã.

A última coisa que eu queria era fazer Isabella testemunhar a caminhada da vergonha. Não foi a primeira vez, mas cada vez que isso me acontecia jurava que seria a última. Exceto que isso nunca acontecia.

Completando o quarteirão, eu cruzei para o pequeno parque e mudei para a grama. Minha mente entrou em uma direção realmente estranha. Quando conheci Bella, a minha vida não era nada como era agora. Minha mãe e meu pai mal conseguiam fazer face às despesas de abrir o bar que compraram. Vale-refeição era o que colocava comida na mesa e minhas roupas eram compradas na Goodwill local. Como reviravoltas acontecem, foi só depois que meu pai faleceu, quando eu estava no ensino médio, que o bar decolou.

Uma porra de acidente de carro roubou a sua vida, e ele nunca conseguiu ver seus sonhos realizados.

Mamãe investiu seu seguro de vida no negócio da restauração. Agora ela tinha dinheiro e um negócio incrivelmente bem sucedido, e eu estava preparado para assumi-lo. Eu ainda era o mesmo menino branco escória do parque de trailers que não podia acreditar que a garota bonita da classe queria ser sua amiga.

Minha cabeça foi em uma direção ainda mais estranha. Eu pensei sobre a vez que escalei a árvore para entrar em seu quarto. Ela esteve doente com mononucleose e os nossos pais estavam nos mantendo afastados por razões óbvias, mas eu estava preocupado com ela. Bella sempre foi pequena e eu sentia que precisava cuidar dela.

Eu caí da maldita árvore naquele dia e quase quebrei minha perna.

Nossos pais não tentaram nos manter separados depois disso e uma semana depois eu acabei com mononucleose, de qualquer maneira. Mas ela ficou tão feliz quando eu finalmente entrei com minha bunda idiota em seu quarto. Mesmo doente, quando ela me viu, seu sorriso iluminou seu rosto e seus olhos azuis brilhavam, e merda.

Eu sempre fui um pateta por seus olhos.

E isso sempre foi assim. Ano após ano, quando ela me via, ela sempre sorria e seus olhos ficavam tão brilhantes e tão azuis que eu não podia evitar, além de achá-los bonitos. Então, ver seu olhar decepcionado quando uma garota aleatória tropeçava fora do meu apartamento era matador.

As vezes acho que ela ficaria farta de mim – com garotas, festas, seja o que for – descobrir que ela era mil vezes melhor sem mim, e sair da minha vida.

E isso ia acontecer eventualmente. Eu sabia.

Circundando o parque, peguei velocidade enquanto evitava as manchas de gelo. Isabella era perfeita – a personificação real da mulher perfeita. Ela era praticamente pura e fresca. Era intocável.

Ela era tudo para mim.

Eu passei a maior parte da minha vida tentando não estragar tudo para Bella, e ainda assim falhando miseravelmente. Eu vi o olhar nos olhos dela quando Mindy saiu do banheiro esta manhã, e eu sabia que ela achava que eu havia dormido com a garota na noite passada. O que era muito lógico, mas não era como se eu não tivesse normas ou um código moral, pelo amor, porra.

Eu tinha certeza que eu não convidara Mindy, mas ela terminou na minha casa, de qualquer maneira. Eu depositei sua bunda bêbada no meu sofá e tranquei a porta do quarto, e foi isso. Eu não culpo Bella por pensar o pior, e não havia realmente nenhum ponto em corrigir a suposição.

Isso não mudava nada.

Isabella Swan sempre estará em um pedestal muito alto para mim.

Cerca de uma hora depois, Edward estava de banho tomado e vestindo roupas. Uma vergonha cobrir aquele corpo, mas ele ainda conseguia ficar bem com jeans desgastados e um velho moletom com capuz em forma de U e com o cabelo úmido caindo na testa. Ele atirou um estojo preto de violão por cima do ombro, e eu não podia deixar de ficar animada – o rapaz sabia tocar. E aqueles dedos? A maneira como ele os passava pelas cordas era suficiente para fazer minha imaginação saltar alegremente.

Não havia nada mais sexy do que um cara tocando violão. Ok. Talvez um homem em uma motocicleta. Isso era muito quente também.

Suspirei enquanto o seguia para fora, puxando minhas luvas. Eu precisava transar, porque minha mente estava realmente se tornando perturbadoramente fixada em sexo. Muito hilário, considerando que eu realmente não contava a primeira – e única – vez que eu tive relações sexuais. E honestamente, eu não entendia qual era o grande negócio. Eu sabia que tinha que ter alguma coisa, porque todos sempre falavam disso e considerando o fornecimento infinito de garotas para Edward, precisava haver mais do que empurradas, dor e ruídos estranhos. Empurrando os pensamentos de minha mente enquanto nós íamos para fora, eu me concentrei em algo menos embaraçoso.

— Você acha que a grande tempestade não vai nos alcançar? — Eu estive assistindo ao noticiário enquanto ele corria e eles fizeram uma atualização sobre o nordeste. No início da semana eles disseram que ela alcançaria o West Virginia, mas parecia que a tempestade estava se movendo mais ao sul do que o esperado.

Carregando sua bagagem e a minha, ele parou atrás de sua Durango (marca de carro).

— Estamos indo para um resort de esqui, Bella, onde há neve. Um pouco mais não vai doer.

Fui pegar minha mala, mas ele me empurrou para fora do caminho. Olhando para o céu cinzento, eu comecei a mordiscar minha unha.

— Mas eles estão dizendo que esta poderia ser a tempestade do século, ou algo parecido.

Ele riu quando estendeu a mão e puxou a minha da minha boca.

— Como um nevemageddon? (espécie de neologismo misturando as palavras neve e armageddon, que significa destruição, desastre).

Eu sorri.

— Sim, assim. Devemos chamar Rose e ver se eles querem esperar e descobrir se a tempestade vai alcançar essa área de West Virginia? Eu sei que ela está indo com Emmett e o resto. Mike está dirigindo sozinho.

O sorriso desapareceu de seu rosto quando ele fechou a janela de trás, dirigiu-se para o meu lado do carro e segurou a porta aberta.

— Quem convidou esse babaca, afinal?

Eu fui para o banco do passageiro.

— Mike não é um babaca.

— Ele é um idiota. — Edward fechou a porta. Eu o vi trotar em torno da frente da SUV e subir atrás do volante, onde reiniciou a conversa. — Quem convidou? Rose?

Eu imaginei que a antipatia de Edward por Mike fosse de uma noite, o tipo de coisa de muitas bebidas.

— O que importa quem chamou? Mike é muito legal, e ele tem sido legal para você. Qual é o seu problema?

Edward conduziu o SUV no tráfego. O conjunto de sua mandíbula era tão forte que eu pensei que quebraria seus dentes.

— Eu só não gosto dele.

Eu fiz uma careta, balançando a cabeça.

— Ok. De qualquer forma, eu o convidei, então espero que você não seja um idiota com ele.

— Você o convidou? — Ele me lançou um olhar rápido antes de rigidamente voltar seu olhar para a estrada. — Você convidou-o para a casa de minha mãe sem pedir?

Olhando para ele, eu não tinha nenhuma maldita pista de onde vinha esta atitude. No entanto, Edward poderia ser mal-humorado às vezes. Aparentemente, este foi um desses momentos.

— Eu te disse semanas atrás que estava convidando ele e você não teve nenhum problema com isso até então.

— Eu devia estar bêbado quando você me pediu — ele murmurou, tomando a estrada que leva ao anel viário. — Mike? Você gosta dele ou alguma coisa?

— O quê? — Eu fiquei de boca aberta para ele. — Ele é um cara legal.

Seus dedos longos tamborilavam no volante.

— Isso não é o que eu perguntei.

Levei alguns momentos para responder. Mike era realmente legal e engraçado, e eu provavelmente não iria expulsá-lo da minha cama por comer biscoitos.

— Não — eu disse finalmente. — Eu não gosto dele.

Edward não disse nada até que entramos no anel viário.

— Eu acho que ele gosta de você.

Eu arqueei uma sobrancelha, lembrando de como ele acusou Mike de nos encarar ontem à noite.

— Você acha que ele gosta de mim?

Ele balançou a cabeça bruscamente.

Rose dissera a mesma coisa inúmeras vezes antes, mas eu sempre pensei que era sua maneira de tentar me convencer a ficar obcecada sobre alguém que não fosse Edward.

— Como você sabe disso? Já que, obviamente, você não é o melhor amigo dele?

— Por quê? — Facilmente cortando a pista expressa, ele olhou para mim. — Saber que ele tem tesão por você muda a maneira que você pensa sobre ele?

— O quê? — Eu joguei minhas mãos para cima, frustrada. — Esta é uma conversa idiota.

Edward esboçou um sorriso rápido, mas seus olhos eram tão escuros que quase pareciam pretos.

— E eu sou um cara. Eu sei quando outro cara quer uma garota. É a forma como o sujeito a olha. Isso diz tudo.

Mordi a unha do meu polegar. Talvez pudesse haver algo lá, porque definhar atrás de Edward era estúpido, e se Mike estava disposto...

— Você está cheio de si mesmo.

— Ele olha para você cada vez que nós saímos. — Ele fez uma pausa e estendeu a mão, puxando minha manga até que eu deixei cair a minha própria mão. — Ele te olha, se você quiser saber, como se estivesse praticamente te comendo com os olhos.

— Oh. Uau. Isso é romântico. — Uma secreta onda de prazer correu através de mim, pois era bom saber que alguém me achava desejável, mesmo que esse alguém não fosse exatamente quem eu queria.

Ele riu.

— É a verdade. Embora, eu não sei o que o cara está pensando.

Eu virei para ele lentamente.

— O que isso significa, exatamente?

— Tentando ficar com você — ele terminou, estreitando os olhos enquanto olhava para os sinais verdes de saída. — Ele está louco. Você não é ...

Uma lenta queimação encheu meu estômago, viajando pelas minhas veias como ácido. Eu sabia que eu não era o tipo de garota que os caras deixavam cair suas cuecas todos os dias, mas eu não era tão ruim a ponto de um cara ter que ser louco para querer ficar comigo.

Raiva borbulhou como água fervendo, mas uma mágoa profunda inflamou debaixo dela, alimentando as minhas palavras.

— Eu não sou o que? A garota que não fica aleatoriamente com caras que ela conhece em bares? Alguém que, obviamente, tem um gosto e um senso de autoestima?

Suas sobrancelhas voaram.

— Whoa. Isso é ...

— Esse é o tipo de garota que você vai para... — eu cortei, minhas mãos apertando em pequenos punhos.

— E só porque eu não sou assim, então não há outro cara que poderia querer ficar comigo? Talvez Mike só tenha gosto e não tem uma coisa por garotas chamadas Mindy.

— Tudo bem — disse ele lentamente. Um músculo bateu em seu queixo enquanto ele olhava para frente. — Primeiro, a última vez que verifiquei, tenho gosto soberbo. Em segundo lugar, eu sou adulto. Assim são as garotas com quem eu saio. Em terceiro lugar — Quantos pontos ele vai fazer? — Não há problema em se divertir, Isabella. Diversão. Como algo que existe fora de ler livros e ir para a aula.

Minha boca caiu aberta.

— Eu sei como se divertir, seu burro.

Edward sorriu.

— Isso é besteira. Você é a pessoa mais tensa que eu conheço. Você é ...

— Se você dizer frígida, eu vou chutar sua bunda e bater esse carro. — Meu coração batia dolorosamente. — Sério.

Ele olhou para mim, então, quase como se estivesse assustado.

— Eu não ia dizer isso, Bella. Eu nunca diria isso.

— Que seja — eu murmurei.

— De qualquer forma, você me distraiu do meu ponto final.

— Oh, fale.

O meio-sorriso irritante estava de volta.

— Não há absolutamente nada de errado com as amigas que eu trago para casa.

— Mas há algo de errado comigo? — No momento em que essas palavras saíram da minha boca eu queria me socar. Não acho que eu poderia soar mais patética.

— Além do fato de que você deve usar uma placa que diz interaja por sua conta e risco? Não. Nada de errado com você, querida.

— Oh, cale a boca.

Edward respirou fundo e soltou o ar devagar, um sinal claro de que estava perto de perder a paciência.

— Às vezes, eu nem sei como nós somos amigos — disse ele, passando a mão sobre a sua cabeça. — Honestamente, eu não sei.

As lágrimas saltaram em meus olhos, e eu rapidamente voltei minha atenção para a janela do lado. Pressão apertou o cerco contra o meu peito, uma dor forte que tornava difícil respirar. Nós realmente éramos como leão e a gazela manca.

— Nem eu — eu sussurrei.

A viagem foi dolorosamente estranha, em um nível que saltar de um veículo em movimento parecia ser uma opção viável. Nós pegamos um tráfego no meio do caminho que acrescentou mais uma hora e meia a nossa viagem, e então pegamos uma tempestade de neve. Depois da nossa pequena discussão, Edward ligou o rádio, deixando-o na estação de hard rock por todo o caminho. Sim. Ele não estava com um humor melhor.

Às vezes eu nem sei como nós somos amigos.

Esta não foi a primeira vez em que Edward e eu reclamamos um do outro, mas geralmente quando fazíamos isso, não estávamos presos em um carro. E por causa disso, eu nem conseguia lamber minhas feridas em particular.

Cerca de uma hora depois que a tempestade de neve havia acabado, paramos em um posto de gasolina para abastecer. Enquanto ele se dirigia para a loja para comprar petiscos, eu liguei para Rose.

— Onde vocês estão? — perguntei, olhando para a minha unha do polegar desigual.

A voz de Rose foi abafada

— Nós estamos presos do lado de fora de Frederick. Pegamos esta enorme tempestade de neve. Está totalmente nevando para baixo. Há! Você entendeu isso – hey! Cale a boca, Emmett. Foi engraçado. Diz para ele que foi engraçado, Isabella.

— Foi engraçado — respondi. — Voltando para a neve – é uma parte do nordeste? Alterou trajetos?

— Parece com isso. — Ela fez uma pausa. — Talvez tenhamos que parar em breve e esperar, então, vamos nos atrasar.

Atrasar? Mais tempo a sós com Edward. Ótimo. Eu queria bater minha cabeça no painel.

— O que está acontecendo com você? — perguntou Rose. — É o início das férias de inverno do nosso último ano, e você soa como se alguém tivesse atropelado seu gato e, em seguida, o colocasse em sua cama.

Eca. Eu fiz uma careta. Eu tinha amigos tão estranhos.

— Eu não sei. Edward e eu meio que entramos em uma discussão mais cedo, por isso não foi um passeio divertido.

Rose riu.

— Vocês discutem o tempo todo.

— Isto foi diferente.

Houve uma pausa e, em seguida, sua voz era realmente baixa.

— Era aquela garota com ele quando você foi para a casa dele esta manhã?

Eu me encolhi, sabendo que Emmett, e quem mais estivesse no carro, com certeza poderia ouvir a conversa.

— Eu sabia! — exclamou ela. — Ele é desprezível às vezes. Você...

— Está tudo bem, Rose. — Olhei para fora da janela. — Hey, ele está voltando. Me liga quando vocês souberem quando estão se aproximando. Tenha cuidado.

— Você também.

Edward pulou dentro, balançando a fina camada de neve fora de seu cabelo. Então ele enfiou a mão no saco plástico e puxou um ginger ale (tipo de bebida) – meu favorito – e me entregou.

— Obrigada — eu disse.

Ele resmungou algo incoerente.

Respirei fundo e me atrevi a olhar para ele, que estava rasgando um saco de beef jerky (tipo de aperitivo) enquanto puxava em torno das bombas de gasolina.

— Acabei de falar com Rose. Eles estão presos do lado de fora de Frederick devido à neve e vão se atrasar. Talvez nós...

— Nós vamos ficar bem.

E essas foram praticamente as últimas palavras que trocamos. Ficando em silêncio o resto da viagem. Mesmo que eu ainda quisesse desatar o cinto de segurança e acertá-lo algumas vezes em sua barriga, eu não queria começar o inverno assim. Nós ainda tínhamos que dirigir de volta para casa para nossas famílias.

Pareceu uma eternidade antes de virmos a placa para Snowshoe um pouco além de Marlinton. As rajadas constantes diminuíram até então, acendendo a esperança de que iríamos ser presos apenas pela tempestade e nada mais.

A montanha Snowshoe realmente era linda. Como uma das maravilhas do inverno, com a neve fresca e pavilhão principal subindo vários andares, majestosamente colocada entre os altos, olmos e encostas cobertas de neve. Para baixo em ruas estreitas entre os condomínios e empresas, os postes de luz ao longo das ruas e os muitos chalés situados juntos sempre me lembravam do Polo Norte. Com as nuvens pesadas e o crepúsculo se aproximando, as luzes brancas brilhavam circundando os postes e envoltas nos abetos das árvores menores já estavam brilhando.

Passamos a Starbucks assim que as luzes de Natal piscaram e um grupo de pessoas saiu para fora de suas portas, rindo e levando xícaras de café fumegante.

Cara, eu sinto falta do meu cappuccino.

À medida que alcançávamos o topo da colina, eu podia ver o

teleférico ao longe. Essas coisas me assustavam. Pés balançando no ar e você apenas deveria pular? Isso não era minha ideia de um tempo divertido... Ficar enrolada em um cobertor, perto de um fogo lendo um bom livro, isso sim combina comigo. Eu ousei dar uma espiada em Edward. A tensão diminuiu de sua mandíbula e seus olhos estavam mais leves, já preenchidos com um brilho de excitação. Ele amava Shay's Revenge, a mais sórdida ladeira que Snowshoe tinha para oferecer. Basta olhar para mil e quinhentos metros de queda vertical e me dava vontade de vomitar.

Cullen Lodge estava bem ao lado das pistas e era uma das maiores casas de propriedade privada. Dois andares, com vários quartos e um espaçoso porão com uma tela grande, mesa de bilhar, e vários outros brinquedos de menino. E seria nossa por toda semana.

Edward freou e pulou para fora, digitando o código de segurança para a porta da garagem. Com um forte chocalho, ela deslizou para cima. Por força do hábito, eu desapertei o cinto de segurança e fui para o assento do motorista. Edward desapareceu na garagem e um segundo depois, a luz inundou o espaço.

Eu mal chegava aos pedais, mas coloquei a enorme SUV em seu lugar entre os três snowmobiles, os faróis brilhando em uma pilha de equipamentos de esqui. Desligando o motor, eu abri a porta e comecei a descer, mas Edward apareceu no espaço.

Antes que eu pudesse dizer uma palavra, suas mãos estavam em meus quadris. Minha respiração assobiou entre os dentes com o contato íntimo. Foi a segunda vez hoje que ele agarrou meus quadris com suas mãos gananciosas. Não que eu estivesse reclamando, mas o

calor fervia em minhas veias, enrolando meus dedos dentro de minhas botas e meu pobre corpo mal aguentava tanto.

— Aqui — ele disse, sua voz leve. — Você é do tamanho de um chihuahua. Você vai se machucar.

Edward me levantou do Durango, e eu agarrei seus braços. Duros músculos flexionados sob minhas mãos, e, uma réplica espertinha morreu na ponta da minha língua. Ele estava me tocando, o que provavelmente significava que não estava chateado comigo, e já que seus dedos estavam envoltos em torno de meus quadris, eu não tinha a menor ideia do motivo de estar com raiva dele.

— Aí está você, sã e salva.

Eu murmurei algo – nenhum indício do que era. Sabendo que se eu olhasse para ele, tão próximo quanto nossas bocas estavam, eu ia provavelmente plantar meus lábios nos dele e realmente me envergonhar. Eu mantive meus olhos fixos em suas gastas botas pretas. Um beijo? Eu nem deveria pensar nisso, por uma infinidade de razões. Ele só me via como uma amiga, e, só Deus sabe onde sua boca esteve nas últimas vinte e quatro horas. Pensar isso deveria ter atenuado a minha excitação, mas não aconteceu. Ao invés disso, minha imaginação retratou suas mãos deslizando em torno de meus quadris para a minha bunda. Minha pele se arrepiou toda com o pensamento disso. Calor inundou meu rosto e eu respirei profundamente.

— O que você está pensando?

Minha cabeça virou-se na profundidade de sua voz, e ele soltou meus quadris. Eu imediatamente perdi seu toque.

— Uh, nada – nada mesmo.

Ele arqueou as sobrancelhas, mas não disse nada.

— Quer entrar e ligar as luzes enquanto eu pego a bagagem?

Feliz por ir embora, eu concordei e praticamente corri em direção à porta. Que inferno havia de errado comigo? Minhas mãos tremiam enquanto eu abria a porta para o pequeno corredor que levava para o porão. Enquanto batia minha mão ao longo da parede, eu disse a mim mesma para me controlar. Eu não poderia passar toda a semana cobiçando o inatingível.

Encontrando o interruptor de luz, liguei-o e corri em torno das mesas de bilhar cobertas. O ar cheirava canela e pinheiro. Subindo as escadas, entrei no primeiro andar. O interior da casa era tão belo quanto o exterior. Um grande corredor quadrado levava à grande sala de estar, uma cozinha espaçosa e sala de jantar formal do outro lado.

A mãe de Edward deve ter estado aqui recentemente pois havia uma árvore de Natal em frente as janelas do corredor e sob ela, dois presentes.

Curiosa, fui até a árvore, as minhas botas em silêncio sobre o piso de madeira. Ajoelhei-me e peguei o embrulho vermelho e verde, lendo a pequena nota anexada ao laço brilhante.

Isabella – abra este uma vez que você esteja em casa e seja manhã de Natal. Sem trapaça!

Amor, Esme

Sorri quando coloquei o presente de volta debaixo da árvore. Havia um para Edward, também, e pendurado na janela atrás da árvore várias meias, cada uma para os nossos amigos. A mãe de Edward era incrível. Além do fato de que ela fez um bilhão de dólares começando sua própria empresa, ela era uma das mulheres mais doces que eu conhecia.

— O que você tem aí? — Perguntou Edward, colocando o estojo do violão do lado de fora da sala de estar.

Levantando, me virei, emocionada ao descobrir que eu não tinha imediatamente começado a babar ou cedido para a ideia boba de escovar a mecha de cabelo que caiu em sua testa.

— Sua mãe nos deixou presentes, mas não temos permissão para abri-los até que estivermos em casa e for Natal.

Ele riu enquanto contornava as escadas que levavam ao segundo andar.

— Aposto que é um suéter de Natal extravagante.

Eu o segui para cima.

— Sua mãe nunca daria um presente extravagante.

— Não. Essa geralmente é sua mãe.

— Tão verdade — eu respondi, deslizando minha mão ao longo do corrimão polido. Mamãe era tão piegas quando era Natal. — Você sabe, eu posso levar minha própria mala.

— Garota não deve levar a sua bagagem. — Ele olhou por cima de seu ombro. — Especialmente alguém que pesa 40 kg.

Eu rolei os olhos para isso.

— Eu não sei de qual garota você está falando, porque eu tenho certeza que só a minha bunda sozinha pesa 40 kg.

— Uh-huh. — Ele parou no topo do patamar. Havia cinco quartos, cada um com seu próprio banheiro.

— Qual é o quarto que você quer? Rose está ficando com Emmett, certo?

Dependia ou não se estavam prontos para matar um ao outro no momento em que chegassem aqui, mas eu assenti.

— Qualquer quarto serve, realmente.

— Que tal esse? — Ele caminhou abaixo pelo corredor, parando entre os dois últimos. O quarto que ele normalmente ficava era diretamente do outro lado do corredor. Eu não poderia evitar, mas achava que ele iria ouvir quem entrava e saía do quarto. Não que eu tenha qualquer tipo de tráfego.

Ele, por outro lado? Eu suspirei. Seria como um ponto de ônibus.

Quando eu assenti novamente, ele empurrou a porta e entrou, colocando minha mala na colcha marrom profundo.

— Eu estava pensando em ir até o pavilhão principal para o jantar. Você quer vir comigo?

Provavelmente seria uma boa ideia ficar para trás e dar espaço a ele, mas eu estava com fome e... Bem, eu queria passar mais tempo com ele.

— Claro. Quando você quer sair?

— Em cerca de uma hora mais ou menos. — Edward se dirigiu para a porta e parou, olhando para mim. Parecia que ele estava

prestes a dizer alguma coisa, mas, em seguida, os lábios inclinaram para cima em um meio sorriso enquanto sua mão apertava ao redor da alça de sua enorme mochila.

— Vejo você, então.

Eu esperei até que ele fechasse a porta e então cai na cama e olhei para as vigas de madeira. Realmente eu precisava cortar essa merda. Consegui passar esse tempo todo sem deixar minha atração ficar no caminho e essa semana não poderia ser diferente – eu não podia arriscar destruir nossa amizade. Cobiçar Edward só ia acabar de uma maneira: um coração partido. O meu.

E um monte de frustração sexual.

Depois de arrastar a minha bunda estúpida para fora da cama, abri minha mala e tirei os meus produtos de higiene pessoal. No banheiro, que era do tamanho do meu quarto, me refresquei o melhor que pude. Eu queria tomar um banho, mas meu cabelo era muito longo e pesado para passar pelo chato processo de secagem novamente.

Enquanto eu soltava as tranças do meu cabelo, percebi que não havia necessidade de me maquiar. Minhas bochechas ainda estavam coradas e os olhos um pouco maiores do que o normal. Libertando uma trança completamente, me inclinei para frente, me mudando para o outro lado e olhando diretamente para meu rosto. Isso era uma espinha aparecendo no meu queixo?

Eu suspirei. Por que não? Perfeito.

Uma projeção de sardas cobria a ponte do meu nariz e meus lábios estavam grosseiramente nus. Eles precisavam de um pouco de cor. Minha melhor característica – ou pelo menos o que a minha mãe sempre me disse – eram meus olhos que possuíam um tom claro de azul que se destacava contra o meu cabelo e cílios escuros.

Acabando com as tranças, balancei a cabeça, feliz ao descobrir que meu cabelo caía em ondas despenteadas pelas minhas costas em vez de parecer como se eu tivesse tomado um fórceps para ele. Procurei na bolsa de maquiagem, puxando um tubo de rímel e batom. Depois de alguns minutos, voltei para o quarto e comecei tirando as minhas botas. Se eu não podia tomar banho, então eu poderia pelo menos colocar algo limpo.

Depois de tirar as roupas que trouxe comigo, o que era demais para uma semana, eu percebi que não tinha trazido nada remotamente sexy. Havia um grupo de jeans e suéteres, além de uma camisa que eu poderia usar sob um casaco de lã, mas eu com certeza congelaria se usasse isso. Então, novamente, eu realmente não possuía nada sexy. E sério, quem eu estava tentando impressionar?

Edward, sussurrou uma diabólica voz mal intencionada.

Aquela voz perversa não estava ajudando. Tirei meu jeans e o volumoso suéter deixando-os a beira da pilha bagunçada. De pé, sobre a ponta dos meus dedos, eu segurava um par de jeans skinny escuros. Esses poderiam ficar bonitos com uma blusa de gola alta. Não que a voz diabólica e mal intencionada na minha cabeça estivesse certa ou algo parecido com isso. Mas, eu poderia conhecer algum instrutor quente de esqui e talvez meu quarto se transformasse em uma estação de trem ao invés de um ponto de ônibus e eu...

A porta do quarto se abriu de repente.

— Emmett acabou de ligar. Ele disse...

Meu coração parou e a calça jeans caiu de meus dedos, de repente sem ossos. Oh, meu Deus... Eu não conseguia nem pensar. Eu só olhava para Edward. Lá estava eu, em pé na minha calcinha e sutiã. Não podia esquecer as meias de boneco de neve na altura do joelho, pois elas forneciam oh – tanta cobertura.

Ambos ficamos congelados, atingidos absolutamente imóveis por minha nudez. O tempo parou, e Edward... ele continuava me olhando. Eu não conseguia me lembrar da última vez que ele me viu nua, ou pelo menos seminua. Não desde que eu desenvolvi seios, provavelmente, e eles não eram muito chamativos. Alguém uma vez disse que mais do que uma boca cheia era um desperdício, mas eu sinceramente acreditava que o provérbio foi feito por garotas com seios pequenos como eu, apenas para nos fazer sentir melhor – oh meu Deus, o meu cérebro precisava calar a boca.

Calor infundiu em minhas bochechas e viajou no meu pescoço e, em seguida, ainda mais ao sul, às margens do laço branco, porque Jesus H. Cristo, eu não poderia estar vestindo algo mais sexy do que um sutiã branco e shorts listrados.

Foda-se. Eu.

E essas foram as piores duas palavras para pensar, porque agora eu estava pensando sobre isso, e Edward ainda estava olhando para mim como se ele nunca tivesse visto uma garota de calcinha e sutiã antes, o que eu sabia que não era o caso. Mas ele estava olhando para mim de um jeito que eu deveria estar completamente imaginando depois de anos desejando sem esperança, porque havia um calor nos olhos dele, uma intensidade que eu senti como uma carícia contra a minha pele corada. Meus lábios se separaram

enquanto meu pulso acelerou, batendo através de cada ponto do meu corpo.

Ele me olhou do jeito que ele disse que Mike olhava para mim.

Edward nunca olhou para mim assim.

Os músculos da minha barriga apertaram e houve uma acentuada sensação serpenteando pela minha espinha. Meus joelhos estavam bambos.

— Jesus.

E ai? Estão gostando?

beijos e até