*Espana, retirando as camadas de poeira por aqui*

Olá... cof, cof... meninas!

Acho que muita de vocês ficaram surpresas ao verem um update por aqui, não é? Bem, até mesmo eu fiquei! No entanto, mês retrasado foi aniversário de uma pessoa mega importante para mim, aDra. Lu, que foi minha beta aqui em #NCGYD e de presente, ela quis por que quis um extra dessa fic aqui... Então, quem sou eu para negar qualquer coisa a essa pessoa que fez tanto por essa estória? Tenho mais que escrever, concordam?

Enfim, a Lu já leu, adorou e me deixou compartilhar isso aqui também com vocês! Confesso que estava em dúvida de postar, uma vez que a coisa por aqui ficou um pouco quente, sabe? Mas espero de coração que vocês gostem e comente esse outtake que contém algo que vocês não estão acostumadas a verem os pais do Richie e baby Grace fazendo. (mas fazem. E COMO FAZEM, MINHA GENTE!)

Ah, é claro, não posso deixar de agradecer as minhas amadas e idolatradas sistars Liz Negrão que betou e a Cella ES que me deu a ideia do... babado. Irmãs pervas do meu coração, obrigada pelas dicas, pelas correções e por, é óbvio, ficarem até as 2h da manhã no Drive do Google comentando as coisas que aconteceram por aqui!

No mais esperam que gostem do que escrevi!

Ah, e para não perder o costume... Boa leitura!


Nothing Can Get You Down – Extra Número II

Minha vida não podia estar mais cansativa. No entanto, nada era mais graticante para mim do que ser mãe.

Por maior que fosse o meu desejo de um dia poder voltar a estudar e enfim participar do mercado de trabalho, eu tinha plena consciência de que minha principal missão na vida era cuidar dos meus filhos. O dom de gerar uma vida, amar, zelar e defender minhas crias era a tarefa mais cansativa mas ao mesmo tempo mais gratificante que tinha recebido. Ver minhas crianças crescerem saudáveis e felizes me realizava mais do que qualquer outra coisa no mundo. Nada era mais satisfatório do que ver Richie ficando mais esperto e inteligente a cada nova manhã e, é claro, observar cada mínima evolução de minha pequena Grace; um mero detalhe, mas que tinha certeza de que já era um passo imenso para ela.

Na minha primeira experiência como mãe, eu era coruja suficiente para me empolgar com cada detalhe novo que Richard fazia: desde as primeiras tentativas para sentar-se sozinho, engatinhar, até os primeiros passos... Cada coisinha que ele fazia era suficiente para me deixar eufórica e saber que ele estava crescendo exatamente como deveria. Já com Grace, eu estava percebendo que essas conquistas de minha filha teriam um gostinho ainda mais especial, exatamente como ela.

Eu pensava que por já saber antecipadamente que minha filha era Down, imaginei que estivesse um pouco mais preparada, que saberia aceitar melhor o fato de ela ter um tempo de aprendizado diferente dos outros bebês. Que não ficaria frustrada com limitações naturais que minha bebê possuía e que seria bastante insistente com todas as dificuldades que haveriam pela frente.

Bem, ledo engano!

Duas semanas depois de que havíamos chegado da maternidade, Edward e eu estávamos praticamente malucos por ter uma recém nascida que chorava faminta e que tinha enorme dificuldade de se alimentar em meu peito por não possuir o reflexo de sucção. Todas as técnicas que tínhamos aprendido pareciam não surtir efeito e o peso dela havia diminuído significativamente, o que me levou a crises de choro por madrugadas inteiras. Com pouquíssimo tempo tendo a experiência de ser mãe de uma excepcional eu percebi de fato que nada seria tão simples como imaginei.

Embora estivéssemos aturdidos, Grace tinha os pais mais teimosos do mundo e que de maneira alguma desistiram de tentar fazer com que nossa bebê mamasse como qualquer outro recém nascido. Mais algumas noites de sono perdidas e enfim, ela começou a mamar com mais facilidade. E esse pequeno passo significava para nós dois alívio e muita felicidade.

Além de Edward, que agora estava em tempo integral ao meu lado nessas semanas, eu tive a sorte de contar com a ajuda da minha mãe nesse primeiro mês de vida da Grace. A super-avó que não via problema em acordar as 2h30 da manhã para apoiar a cabecinha de minha filha enquanto eu insistia em lhe oferecer meu seio. Que aprendeu a dirigir pelas ruas complicadas de Chicago quase que instantaneamente, a ponto de ir buscar sozinha meu filho mais velho no colégio, enquanto meu marido e eu estávamos com Grace passando pela bateria de exames e médicos que eram imprescindíveis no parecer real do desenvolvimento dela. E como se tudo isso não bastasse, Renee era maternal o suficiente comigo para me lembrar de comer e descansar nem que fosse por cinco minutinhos.

Por mais que Edward e eu tivéssemos um ao outro, foi a voz da experiência de Renee que nos ajudou a não surtar com o fato de que nossa neném exigiria mais atenção do que imaginávamos. E que toda experiência de um primeiro filho, nada contava quando se tratava de nossa pequena princesa. Tudo tão parecido e diferente ao mesmo tempo

Mas em dois dias, minha mãe voltaria para sua casa em Forks. E eu já estava aflita por saber que em breve não teria mais o par de mãos extra me ajudando diariamente.

– Tem certeza que não vai querer companhia na segunda até o aeroporto, mãe? – eu indaguei enquanto terminava de arrumar a cesta de sanduíches que levaríamos para a pequena festa beneficente do La Rabida. – Nós podemos levar a Grace um pouquinho mais tarde para a fisioterapia.

Ela suspirou alto enquanto retirava algumas frutas da geladeira. – Eu já disse que não precisa se preocupar comigo, Bella. Não é como se eu pudesse ser mais enganada por um taxista por aqui.

– Eu sei, mas eu prefiro te levar. E me despedir corretamente de minha mãe.

– Bella, meu bem, eu não vou para a China, só voltar para minha casa! E você sabe que vou voltar em poucos meses – Renee retrucou. -– Sua velha aqui que está morrendo de saudades de Forks. Sinto falta das fofocas das vizinhas, do cheiro da chuva e principalmente do bigode do seu pai.

Eu sorri de leve com a menção do meu pai. – Bem, eu acho que depois de cinco semanas longe de você, ele deve estar sentindo falta até de seus dotes culinários.

– Bem, garanto que meu jantar queimado é bem melhor do que o velho hambúrguer do Joe.

– Quando eu falei com ele semana passada, ele disse que esse sanduíche é a única coisa comestível que existe perto da delegacia.

Minha mãe rolou os olhos dramaticamente e disparou. – Se seu pai não fosse preguiçoso, ele poderia cozinhar. Deus, eu imagino a quantidade de colesterol que ele consumiu durante todo esse tempo sem mim!

Terminei de cortar a última fatia de pão e comentei. – Quando você voltar, vai ter que no mínimo desentupir umas duas coronárias dele.

– Nem se preocupe! Eu comprei uma revista muito interessante sobre uma dieta detox que será perfeita para ele.

– Bem, espero que você tenha sorte, porque convencer o papai a abandonar a cerveja durante os jogos de futebol e ficar apenas tomando suco verde será uma missão quase impossível.

Nós rimos juntas, mas logo fomos interrompidas pela voz agitada de Richie, que entrou na cozinha como um foguete. – Manhê, cadê minha bota de neve?! Num tô achando ela em canto nenhum!

Como sempre acontecia antes de sairmos de casa, meu filho sempre perdia alguma peça de roupa ou objeto o qual ele não poderia viver sem. – Eu não sei, docinho. – respondi, sem deixar de organizar os quitutes – Onde foi que você deixou da última vez?

– No quarto! Eu só deixo ela lá! – ele resmungou em resposta.

– Bem, se você tivesse mesmo deixado por lá, ela estaria não?

– Eu não sei, mãe! Você viu ela, vovó?

– O certo é "você a viu, vovó?" – eu o corrigi, como sempre acontecia quando ele errava a colocação das palavras.

Ele fez uma careta enquanto minha mãe acarinhava seu cabelo, tentando amenizar seu nervosismo. – Eu não sei, meu amor. Já procurou na caixa de brinquedos?

– Já vi tudo, vovó! Se eu não achar ela, eu não posso ir pra canto nenhum!

– Richard, você tem muitos outros sapatos lá em cima! – ralhei, deixando de lado meus afazeres e encarando da maneira mais séria possível o garoto que ameaçava começar uma birra. – Você não precisa usar uma bota dessas quando nem sequer está nevando!

Ele fez um bico torto enquanto retrucava – Mas eu queria usar ela! E se eu não achar ela, eu não vou e pronto!

Antes que eu pudesse revidar, minha mãe interrompeu a pequena discussão. – Tente ver de novo lá no quarto, garotão. Já, já eu subo e te ajudo a procurar.

Mesmo fazendo careta, meu filho assentiu para o pedido da avó, entretanto saiu pisando forte mostrando o geniozinho que parecia a cada dia mais forte nele.

– Sério! Não suporto quando o Richard fica cheio de birra! – retruquei ao mesmo tempo em que ia até a geladeira e separava os sucos que levaríamos.

– Bella, o coitado nem fez nada demais. – Renee respondeu – Você mesma fazia coisas bem piores na idade dele.

– Ah, duvido, mãe! Na verdade essa maldita bota é só uma desculpa. Ele quer mesmo é ficar enfurnado no quarto jogando o Xbox dele.

Minha mãe soltou uma risada com minha afirmação e disparou. – Nossa, filha, você está impaciente demais! Você está precisando urgentemente fazer sexo.

A jarra que eu segurava escorregou das minhas mãos assim que ouvi aquilo, derramando todo o suco que eu havia preparado logo cedo. Senti minha bochecha pegando fogo antes de eu falar. – Mãe!

– O que? Eu estou falando apenas a verdade! - ela murmurou encolhendo ombros – Há quanto tempo você e Edward não transam? Uns três ou quatro meses?

– Eu não vou discutir isso com você, Renee Swan! – sibilei envergonhada, me abaixando ao chão e tentando limpar com o paninho da bancada o líquido laranja sobre o piso.

– Se bem que vocês ficaram brigados por um bom tempo, por isso eu aposto que talvez esse período seja um pouquinho maior…

Resisti ao impulso de não cantarolar alguma coisa enquanto ouvia toda a divagação de minha mãe sobre a minha vida sexual - ou a falta dela. Por mais que eu amasse demais Renee, havia momentos que ela sabia me deixar totalmente sem graça, como exatamente agora, por exemplo.

Quando eu pensei que nada poderia ficar pior, ela finalmente disparou. – Sem contar que desde que cheguei, não escutei nem uma vez sequer os gemidos de vocês. Até porque das outras vezes que eu estive aqui, vocês dois eram uma loucura! Graças aos deuses do Reiki por seu pai ter sono pesado, porque seria bastante constrangedor para ele escutar a única filha gem...

– Mãe! Chega! – rebati de forma rápida, numa mistura de raiva e frustração pelo que eu tinha escutado.

Renee apenas ergueu uma sobrancelha em minha direção – Viu como você está explosiva? É normal se sentir assim, filhota. Seu pai e eu quando ficamos muito tempo sem trans-...

– Urgh! Por favor, mãe! já basta dessa conversa!

Ela ergueu as palmas de sua mão para cima, como quem se rendia. – Eu só estou querendo ajudar.

– Obrigada, mas esse tipo de conselho eu dispenso, ok?

– Bella, Bella... Quase trinta anos, dois filhos e ainda tão tímida em relação a uma necessidade básica que todo ser humano tem.

Levantei-me do chão depressa, apenas querendo fugir dali, uma vez que, aparentemente, minha mãe não queria por um ponto final naquele assunto. – Pode só organizar o resto das coisas? Eu vou ver se o Edward está precisando de alguma ajuda com a Grace.

– Tudo bem. Mas se lembre de quando precisar conversar sobre sexo, sua mãe é moderna e está bem aqui para tirar qualquer dúvida. – ela disse orgulhosamente. – Ah, eu tenho uns livros eróticos maravilhosos! Quem sabe você e o Edward possam ler juntos e quem sabe dá uma esquentada nesse casamento.

– Claro, claro. – retruquei, enquanto fugia cabisbaixa daquela sessão de vergonha alheia matinal.

Na verdade, eu não sabia se estava mais constrangida pelo fato de ela no passado ter escutado Edward e eu fazendo amor ou se por ela saber tão obviamente que nossa vida sexual era inexistente desde o aniversário de Richie em Outubro passado. Entre as muitas brigas que houveram depois disto, a separação no Natal, a reconciliação sem sexo devido a minha pressão arterial altíssima no final da gravidez e todo o desgaste de ter uma recém-nascida em casa, não existiam chances de pensar em nós dois como casal. E na mesma medida que isso me deixava frustrada, também me deixava preocupada.

Edward sempre foi um amante intenso. Desde nossa primeira noite juntos, a paixão dominava nossos sentidos por completo. Seja lá onde fosse, sendo mais românticos ou instigados pela pura luxúria, nosso encaixe era perfeito. A sintonia que tínhamos como companheiros se estendia para a cama, onde o prazer do outro era nossa prioridade. Mas agora, com quase seis meses sem ter o corpo dele só para mim, eu tinha dúvidas se nossa química havia encerrado.

Eu também poderia culpar que os cuidados extras com a Grace estava atrapalhando nosso relacionamento, mas isso não era inteiramente verdade. Tenho que confessar que eu estava insegura quanto ao meu corpo depois de ter engordado quase vinte quilos durante minha última gestação. Somando o fato de que agora andava com barriguinha bem mais saliente, seios que pareciam vazar a todo instante e uma pele de aparência muito mais esgotada devida a toda mudança hormonal, eu estava completamente insegura quanto ao que ele poderia achar de todas essas alterações.

Em suma, eu não gostava do meu reflexo diante do espelho e tampouco tinha coragem de expor ao meu marido, mesmo que ele já me conhecesse há anos. E toda essa insegurança minha me levava a outra grande questão: até quando Edward e eu ficaríamos sendo apenas amigos? Nos resumindo apenas a sermos os pais de Grace e Richie e anulando-nos como casal?

Minha atração por ele não tinha mudado. Pelo contrário, ultimamente ele estava com uma aparência mais despojada, uma vez que não tinha compromisso com clientes ou reuniões de negócios. Seu cabelo estava um pouco mais comprido, deixando as mechas revoltas geralmente controladas com fixador mais a vontade, assim como a barba, que ele não fazia há algumas semanas. Somado a isso, ele havia novamente parado de fumar e consequentemente recuperou o peso que ele havia perdido com o estresse dos últimos meses. Em suma, Edward estava mais lindo do que nunca e eu que já não me sentia muito a altura dele, me sentia ainda mais inaproriada.

Tomei uma respiração profunda pelo nariz, tentando acalmar meus nervos. Pensar nisso me deixava com misto de tristeza e insegurança, afinal, ser casada com um homem lindo quando você ainda se sente um ser desprovido de beleza, não fazia bem pra confiança de nenhuma mulher.

Tentei ignorar esses pensamentos e subi as escadas, me dirigindo ao final do corredor, no lugarzinho reservado para a princesa mais especial de todas. Abri a porta devagar e automaticamente um sorriso começou a aparecer em meus lábios ao ver a cena que se desenrolava no quarto: Edward estava esparramado na cadeira de amamentação, tendo nossa bebê deitada em seu peito enquanto ele acariciava levemente suas costas e murmurava algo que parecia ser uma canção de ninar.

Assim que ele me viu espreitando, Edward me lançou o seu sorriso torto e fez um gesto para que eu me aproximasse deles. - Vem cá, mamãe.

– Ela tá dormindo?

– Não. Na verdade, desde que cheguei aqui ela estava acordada. – ele respondeu sem parar de acariciar as costas de Grace. – e com um belo presente para mim escondido na fralda.

Eu ri e me sentei no apoio da poltrona, junto a eles. – Essas surpresas fazem parte do pacote de ser um pai participativo.

Ele suspirou antes de acrescentar – Eu sei, mas seria melhor se não fedessem tanto! Como uma coisa pequena e linda como ela pode fazer algo parecido como a porcaria de uma arma química?

Rolei os olhos e deixei um leve beijo em seus lábios para depois perguntar – Já deu banho nela?

– Já, mas eu não quis lavar o cabeça. Eu sei que vocês mulheres tem muita frescura com esse lance de queda de cabelo.

Ao escutar aquilo, eu não pude conter o som de minha risada, que acabou assustando um pouco a Grace, que arregalou os olhinhos amendoados em minha direção. Retirei-a do colo de Edward, deixando meus lábios pousarem em sua testa macia e a aconcheguei junto ao meu peito, uma vez que os primeiros balbucios indicando a vinda de um choro que poderia começar a qualquer momento.

– O que? Por que você está rindo? – ele comentou, quase que resignado - O cabelo dela esta mesmo caindo.

– Amor, isso é normal.

– Ela está ficando com um moicano, Bella!

– Um moicano laranjinha. – eu murmurei, alisando minha bochecha ao longo da cabecinha dela. – Talvez nossa filha seja uma rebelde mirim.

Edward rolou os olhos dramaticamente e sibilou. – Depois não reclame que não consegue colocar nenhum desses trecos na cabeça dela porque ela está careca.

– Bem, por via das dúvidas você pode continuar deixando o seu cabelo crescer e garantir uma peruca pra ela.

Edward passou a mão pelos fios emaranhados e comentou – É, eu sei que preciso cortar essa porcaria.

– Não que eu esteja reclamando. – adicionei, olhando-o por cima da cabecinha de Grace. – Eu até que gostei dessa sua versão cabeluda.

– Sério?

Em tom de brincadeira, eu comentei. – Bem, pelo menos eu acho interessante seu visual meio que homem das cavernas, sabe?

Instantaneamente, Edward me lançou um sorriso enviesado antes de aproximar seu rosto do meu e sussurrar. – Mas disso eu sempre soube, que você adora algo meio selvagem.

Eu fiquei completamente sem reação, e ele então se aproveitando disso me deu um casto, mas ainda assim prolongado beijo em meus lábios para logo depois se levantar da poltrona – Eu vou trocar de roupa, ok? Se precisar de ajuda é só chamar.

– Está bem... – eu consegui murmurar à medida que ele saía do mundo lilás onde dormia nossa filha.

Em nossa vida juntos, Edward sempre gostou de lançar esses comentários levemente provocantes, mas eu nunca conseguia uma resposta à altura. Sempre ficava como uma boba sem reação e corava intensamente ou praticamente o atacava, encerrando o clima de sedução induzido ao que realmente interessava. Meu coração estava aos pulos porque eu sabia qual era o verdadeiro interesse dele ao me falar coisas desse tipo, no entanto, ao mesmo tempo que estava eufórica com o fato, isso me deixava receosa, por não me sentir segura o suficiente para voltarmos a ter contato físico mais intenso.

Grace começou meio a que resmungar em meu colo, trazendo de volta minha atenção para ela. – Ok filhota, vamos colocar uma roupinha bem bonita para passear. – retruquei levando-a até o trocador –Quem sabe assim eu me distraio com todas essas tentativas de seu pai de tentar me matar com combustão instantânea.

[...]

Quarenta minutos depois finalmente havíamos saído de casa e chegado nas mediações do lago Michigan, local onde a Grace passava boa parte de sua semana. Para nossa surpresa o lugar estava lotado, percebendo que a divulgação do evento tinha se saído bem melhor do que todos imaginávamos.

Mal saímos do carro e vimos Emmett e Rose à nossa espera, com sorrisos enormes e acenando freneticamente em nossa direção. Os padrinhos de Grace praticamente sequestraram a bebê de nossos braços, mimando-a como sempre acontecia quando nos encontrávamos. Depois de cumprimentarmos rapidamente, eu corri com os lanches que havia preparado em casa até dentro da instituição, sabendo que todos os organizadores deveriam estar precisando de ajuda por conta da quantidade de pessoas que com certeza eles não esperavam.

Passei boa parte da manhã ajudando com todos as tarefas; desde servir chá quente até vendendo os bilhetes para a roleta da sorte. Tudo estava acontecendo perfeitamente, tinha certeza que os lucros obtidos com essa festa seriam muito mais significativos do que dos anos anteriores.

Rose e minha mãe ficaram cuidando da Grace enquanto o Richie se divertia com os jogos ao lado de outros irmãos mais velhos de crianças especiais. Já Edward ficou ao meu lado quase o tempo todo, só fugindo em pequenos momentos para conversar com o seu primo e com alguns colegas que apareceram ao festival à convite dele. Ele até que tentou me puxar para dançar algumas músicas, mas logicamente declinei veementemente ao convite já que eu não tinha intenção nenhuma de nós envergonhar publicamente.

Bem no início da tarde, estava ajudando com a organização de uma mesa de sobremesas quando percebi James Walter, fisioterapeuta e um dos fundadores do La Rabida se aproximando de mim. Lancei-lhe um pequeno sorriso, mas me preparando psicologicamente para a conversa estranha que provavelmente estaria por vir.

James era um homem bonito, na casa dos trinta e poucos e um ótimo profissional. Ele era assediado por algumas mães da instituição, mas parece que ele tinha uma estranha predileção por àquelas que se sentiam pouco a vontade com as brincadeiras e flertes que ele costumava fazer. Exatamente como era o meu caso.

– O evento está sendo incrível, Bella! – ele disse assim que chegou próximo à mesa – Eu nunca pensei que essa ideia de um festival tão simples pudesse gerar tantos lucro. Meus parabéns!

Senti minhas bochechas esquentarem enquanto eu lhe respondia – Não foi nada demais. A verdade é que todo mundo adora esse clima meio rural em plena cidade grande.

Apesar do pouco tempo frequentando a instituição, Edward e eu tínhamos nos envolvido por completo, participando de reuniões além de contribuir da maneira que podíamos com o progresso do La Rabida. Engraçado que antes da Grace, quando recebíamos algum telefonema desse tipo de centro de ajuda, costumávamos ignorar ou no máximo oferecer alguma contribuição para esse tipo de serviço social. Agora que nós dois tínhamos uma pessoa muito importante em nossas vidas que dependia desse local para o seu desenvolvimento, tínhamos como motivação conscientizar as pessoas da importância de um La Rabida na vida de alguém especial.

Vendo isso, eu sugeri aos organizadores fazermos uma festa com ares interioranos para arrecadação de verbas para a manutenção local. Sabia que um chá simples como costumava acontecer não era muito atrativo para fazer as pessoas saírem de casa em pleno sábado durante o inverno. Mas se tivéssemos apresentação, barracas de tiro ao alvo e jogos seria algo muito mais divertido e interessante. E pela quantidade de pessoas ao redor do lago Michigan, parecia que tudo tinha dado certo.

– Eu devo dizer que sua presença aqui só nos trará coisas boas, Bella. – James comentou, colocando um braço sobre os meus ombros – Eu estou muito feliz por poder contar agora com alguém tão inteligente como você.

Outra vez, senti meu rosto ruborizar a medida que tentava delicadamente me afastar daquele seu gesto - Não foi nada. Eu só faço isso pela Grace e pelas outras crianças daqui.

– Não é só isso. Você é uma pessoa generosa por natureza, que tem visão gestora e além de ser uma das mulheres mais lindas que eu já vi.

– O-obrigada. – balbuciei, sentindo-me bastante desconfortável por aquela situação.

Mesmo sendo um profissional incrível e que tinha ajudado bastante com a melhora do tônus da Grace, James parecia ser o tipo de homem insistente e que via humor em situações que para mim eram pouco constrangedoras. Ele meio que flertava com todas as outras mães que participavam do La Rabida num tom de brincadeira. Grande parte achava isso engraçado e normal, mas para mim era um tanto que desconfortável.

– Sabe, é melhor eu ir andando. Seu marido está vindo em nossa direção e está com cara de poucos amigos.

Virei meu rosto na mesma direção que o dele e percebi Edward caminhando até nós dois com a expressão fechada. Afastei-me o mais rápido que pude dele e apesar de não estarmos fazendo nada demais, a sensação de "pega no flagra" não passava despercebida por mim. James murmurou algo sobre precisar verificar algo com outra pessoa e sumiu entre a multidão de forma tão rápida que eu ficaria surpresa se não estivesse tão preocupada com o meu marido.

Quando Edward se aproximou, percebi que seus olhos afiados estavam observando sobre a minha cabeça – Aquele cara estava te incomodando de novo? – ele disparou, todo o seu corpo tenso à medida que seu foco permanecia no mesmo local.

– Ele não estava incomodando. Nós estávamos apenas conversando.

– Não parecia ser isso quando vi de longe.

– Nós só estávamos comentando sobre a quantidade de pessoas aqui hoje.

Finalmente ele voltou seu olhar para mim, que estavam literalmente faiscando – E para dizer isso ele precisava te abraçar?

– Edward, não foi nada. Pelo amor de Deus, ele é um dos fisioterapeuta da Grace!

– Se não foi nada, porque ele estava tão próximo a você? Ou será que você está me escondendo alguma coisa?

– O quê?! – eu perguntei, quase que indignada com a maneira como ele falava.

– Não é de hoje que eu percebo esse cara cada vez mais perto. – disse ele, que apesar de continuar falando baixo, eu conhecia bem a fúria contida através de suas palavras.

– Você só pode estar brincando!

– Eu não estou e você sabe muito bem disso. E sinceramente já está na hora de dar um basta nessa amizade.

Cruzei os braços contra meu peito – E o que você quer dizer com isso?

Antes que ele pudesse responder, o chorinho muito conhecido por mim se aproximou de nós dois. Virei meu rosto e percebi Rosalie vindo em nossa direção com uma expressão aflita trazendo à tiracolo uma Grace reclamando a plenos pulmões.

– Eu acho que alguém aqui está com fome. – Ela comentou a medida que passava minha filha para o meu colo. – Pelo menos é o que eu acho pela forma como ela estava chupando o meu dedo.

– Vou levá-la para o berçário. – respondi, mantendo meu foco sobre minha filha. – Nós terminamos essa conversa depois, Edward.

Ele assentiu brevemente – Vou buscar a bolsa dela no carro. – e com isso, deu as costas, partindo na mesma direção que ele tinha vindo.

Suspirei alto e aninhei melhor minha filha antes me voltar para Rose e pedir – Pode tomar conta das coisas por aqui?

– Claro. Mas é bom você se apressar antes que minha afilhada aumente ainda mais esse escândalo!

Sorri brevemente e parti para o berçário onde poderia dar de mamar a Grace com tranquilidade, o tempo todo sibilando baixinho para que seu choro ficasse um pouco menos agitado. Mesmo com a quantidade de bebês que estavam aqui hoje, o lugar estava milagrosamente vazio para nossa sorte. Apressei-me em abrir a blusa e o sutiã e ofereci meu seio, o qual minha bebê começou a sugar avidamente, o que me dava uma mistura de orgulho e satisfação por ver que ela já conseguia fazer isso completamente sozinha.

Recostei minha cabeça contra o encosto e me concentrei na tarefa de prover o alimento da minha filha, tentando esquecer por um momento a discussão que tive com Edward. Não entendia a razão de ele ter agido como se eu tivesse feito algo de errado com o James e tampouco o que ele quis dizer sobre tomar alguma atitude. Eu só podia esperar que ele não agisse impulsivamente e cometesse algo que prejudicasse a Grace aqui na instituição.

Duas batidas leves na porta fizeram com que eu abrisse meus olhos e logo em seguida o rosto de Rosalie apareceu. – Edward pediu para te entregar. – ela sussurrou erguendo a maleta branca com estampa de bonecas.

– Entra.

– Não vou atrapalhar?

Sorri levemente. – Nem um pouco.

Ela se aproximou e sentou-se ao meu lado, assistindo a Grace mamando agora um pouco mais devagar, uma vez que ela agora sabia que o desejo de seu pequeno estômago estava sendo atendido.

– Posso te fazer uma pergunta? - ela começou, sem parar de observar a nós duas.

– Claro.

– Vai parecer meio idiota, mas já que isso nunca vai acontecer comigo, eu queria que pelo menos me explicasse como é a sensação.

Franzi meu cenho em curiosidade. – De quê?

– De amamentar.

– Ah, isso. – sorri, passando levemente minha mão livre pela cabeça de minha bebê. – É algo muito especial... Acho que é o momento que eu me sinto mais próxima dela. Como minha mãe costuma dizer é quase que uma troca de energia.

– Não é estranho? Por que, bem, os seios são uma parte bem... sensível do nosso corpo, não? – ela balbuciou ganhando um leve tom de rosa na face.

– É diferente. – respondi, entendendo onde ela queria chegar com esse questionamento. –Entre tantas mamadas e rachaduras nós meio que perdemos a sensibilidade nesse intuito sexual. Eles viram praticamente duas caixas de leite ambulante e perdem completamente a outra... função deles.

Ela assentiu e complementou – Mas deve ser incrível, poder oferecer algo tão importante pro seu bebê.

– É sim. – respondi com um sorriso, vendo a pequena mãozinha da Grace se aconchegar em meu seio.

Nós voltamos a ficar em silêncio, apenas observando minha filha se alimentando. Troquei de mama e notei que ela já estava começando a ficar sonolenta e não demoraria muito para que acabasse adormecendo, como geralmente acontecia com essa primeira mamada da tarde.

Pouco tempo depois, Rose voltou a falar. – Emm e eu nos inscrevemos para a lista de adoção do Estado.

– Verdade? – perguntei empolgada.

– Sim. – ela murmurou baixinho. – Já está mais do que na hora de aceitar de que só porque um bebê não saiu do meu ventre, isso não signifique que ele ou ela não seja meu filho.

– Eu fico muito feliz por você, Rosalie. Tenho certeza que você e o Emmett serão pais incríveis.

– É só o que eu espero.

Grace terminou de mamar e eu a coloquei na posição correta para que ela arrotasse antes que caísse no sono. Enquanto esperava o ato nada educado dela, comentei com Rose. – Tomara que vocês consigam um bebê. Assim quem sabe você pode acabar tendo essa experiência de amamentar também. Hoje em dia é bastante comum mães adotivas acabarem produzindo leite materno.

– É tudo o que eu mais quero. – ela respondeu com um ar sonhador

Grace soltou um pequeno arrotinho como uma verdadeira princesa e começou a ficar cada vez mais sonolenta. – Talvez seja o hora de ir para casa. O dia foi bastante agitado para ela.

– Emmett e eu também temos que ir. – ela comentou de volta – Temos uma entrevista essa tarde com a assistente social.

– Eu tenho certeza que tudo dará certo. E quem sabe, muito em breve, minha Grace tenha um amiguinho ou amiguinha para brincar, huh?

– Iria ser perfeito.

– Não, iria. – respondi com segurança – Será perfeito.

[...]

Depois que saímos do berçário, já com Grace dormindo em meu colo encontramos o restante do pessoal terminando de almoçar cachorros-quentes em uma das mesas da varanda. Rose e Emmett se despediram rapidamente, acho que ansiosos com a visita que teriam essa tarde. Já o Richie não ficou nem um pouco feliz com a notícia de que teríamos que ir para casa.

– Mas aqui tá tão legal, mãe! Por que a gente tem que ir logo agora?

– Sua irmã precisa descansar no quarto dela, Richard. – Edward respondeu por mim, de maneira mais séria do que o costume.

– Também a Grace é a maior chata! – ele respondeu resignado. – Ela só faz dormir o tempo todo!

– Você era igualzinho a ela quando tinha essa idade. – eu respondi com carinho, olhando para o bico de frustração do meu garotinho.

– Eu não era nada! Num lembro disso!

– Mas, eu lembro.

– Por que eu não fico aqui com ele? – Renee sugeriu, querendo de alguma forma intervir a favor do neto. – Nós mal começamos a nós divertir e ainda é cedo. Podemos ir para casa de táxi antes do anoitecer.

– Eu não sei... – murmurei, olhando de soslaio para Edward que continuava impassível.

– Por favor, mamãe! – Richie suplicou, fazendo sua melhor expressão de cachorrinho abandonado.

Olhei para Edward que fitou o nosso filho por algum tempo antes de dizer. – Você vai se comportar, campeão?

Richie assentiu profusamente – Eu juro que vou ser bonzinho. Por favor, pai! Deixa a gente ficar aqui!

– Nós vamos ficar bem. – minha mãe disse, colocando suas mãos no ombro de Richie. – E vocês dois estão com uma áurea muito pesada. Quem sabe vocês aproveitem esse tempo para descansar um pouquinho, huh?

Senti o rubor subindo pela minha face assim que percebi a real conotação das palavras de minha mãe. – Tudo bem, vocês podem ficar aqui. Mas não precisa chamar um carro. Um de nós dois iremos pegar vocês mais tarde.

Richie soltou um grito de empolgação ao mesmo tempo em que Renee rolava os olhos. – Como você quiser, Bella.

Antes que meu filho saísse correndo, agachei-me a sua frente ainda com Grace no colo. – Obedeça a vovó, está bem?

– Tá bom, mamãe. – ele respondeu antes de deixar um beijo da minha bochecha e logo em seguida acarinhar a cabecinha de sua irmã. – Até mais tarde, maninha.

Não demorou muito para que o Edward se abaixasse ao nosso lado, entregando alguns dólares ao Richie. – Tome algum dinheiro para você gastar nos brinquedos. Então, assim que acabar a grana, você peça para Renee levar para casa. Não deixe que sua avó gaste nada com você, entendido?

Ele meneou a cabeça outra vez, provavelmente enfadado com toda aquela despedida ao mesmo tempo que Renee rolava os olhos para as palavras de meu marido. Edward deixou um beijo na testa de nosso filho e se levantou com agilidade para logo em seguida me ajudar a fazer o mesmo, com todo cuidado do mundo, uma vez que Grace ainda estava em meu colo.

– Renee, se precisar de qualquer coisa, nos ligue, por favor. – Edward pediu, sem deixar de encarar nosso filho que já estava praticamente quicando para voltar aos jogos.

– Eu irei. Agora trate de levar suas garotas para casa e cuidar muito bem delas!

Finalmente um pequeno sorriso apareceu no canto dos lábios de meu marido. – Eu irei fazer isso.

Após mais alguns conselhos e recomendações ao nosso filho mais velho, Edward, Grace e eu partimos para a casa. Nossa bebê não parecia incomodada com o leve jazz tocado no carro, entretanto eu estava desconfiada que Edward ligara o áudio propositalmente para não conversar comigo. Nas poucas vezes que tentei conversar sobre qualquer coisa, ele fora tão monossilábico, que simplesmente eu desisti de falar sobre qualquer coisa.

Quando chegamos em casa, me incumbi de levar Grace para o quarto. onde acabei acordando-a para um rápido banho e uma muito necessária troca de fralda. Logicamente ela não parecia muito feliz com isso o que a fez chorar baixinho durante todo o processo. Só depois de um bom tempo ninando-a foi que ela cedeu e acabou voltando a sua merecida soneca depois de um dia tão agitado e diferente em sua rotina.

Por sorte, ela não demorou muito para voltar a dormir, sua respiração cadenciada saindo levemente pelo nariz arrebitado enquanto a boquinha entreaberta mantinha-se chupando a ponta da língua muito vermelha. Ela era linda, mesmo sendo um pouquinho diferente e quem não conseguia enxergar essa beleza eram apenas as pessoas que ainda usavam a venda do preconceito.

Sai do quarto, deixando a babá eletrônica ligada e parti em direção ao meu quarto, onde pretendia tomar um bom banho e finalmente poder conversar com meu marido. Afinal, após o acontecimento de mais cedo com James, um diálogo entre nós dois era mais do que necessário para esclarecermos tudo. Entretanto, assim que pus os pés dentro daquele que era nosso refúgio fiquei surpresa ao ver Edward sentado na cama, calçando seu tênis de corrida e vestido como se estivesse prestes a se exercitar.

– Você vai sair? – indaguei estupidamente enquanto ele com agilidade laçava um dos cadarços.

– É, eu vou dar uma corrida rápida pelo bairro. Volto antes de Renee ligar.

– Mas eu pensei que nós fossemos conversar...

– Conversar sobre o quê?

Cruzei os braços sobre o peito e disparei. – Por favor, Edward, não se faça de sonso porque isso não combina com você!

– É talvez eu seja um sonso mesmo, – ele sibilou, a expressão mais dura do início da tarde voltando com força total. – Já que a minha mulher anda defendendo o filho da puta que anda dando em cima dela na frente de todo mundo!

– Fala sério, Edward! Você só pode estar maluco! – disparei contrariada.

– Por que eu estaria maluco? Você vai negar que o James estava te cantando?

Bufei resignada – Ele vai isso com todas as mães do La Rabida!

– Não. – ele respondeu, arrumando a manga comprida do moletom. – Apenas com as mais bonitas.

– Nossa, eu devia me sentir lisonjeada!

Edward rolou os olhos – Nós não estamos discutindo sua baixa-estima, Isabella. O que está em jogo aqui e o fato de você ter mentido para mim.

Mentido?

– Sim. Dizendo que aquele imbecil não estava de novo com algum tipo de brincadeira idiota.

– E para que eu ia te dizer isso lá na festa? – argumentei na defensiva. – Para você ir tirar satisfação com ele e criar um mal estar desnecessário?

– Ou quem sabe você não quis me dizer porque têm algum interesse no que ele te disse.

– Por que diabos você está insistindo que eu tenho algum interesse nesse cara?! – perguntei em um tom que mostrava minha indignação e incredulidade.

Ele pegou o IPod no criado-mudo enfiando o aparelho no bolso – Por que não, Bella? O Walter é um cara bonito e sabe melhor do que ninguém como cuidar da Grace.

Ao escutar aquilo eu só pude rir. – Edward você está com ciúmes?

– Bem, talvez eu tenha perdido o direito a sentir ciúmes de você há bastante tempo. Afinal, parece que você não se importa. – ele falou em tom mais baixo já se dirigindo para a saída do nosso quarto.

– Mas que merda, Edward! – vociferei ao vê-lo sair sem dar mais explicações – Não seja covarde e vamos falar sobre isso agora!

Ele sequer respondeu ao meu pedido e simplesmente fechou a porta me deixando no vácuo. E eu fiquei completamente puta por ele sempre ter esse péssimo costume de fugir em momentos tão importantes. Era sempre assim e por mais que ele não estivesse disposto a falar, com certeza ela não devia insinuar coisas que não existiam.

Não havia nem uma célula em meu corpo que tivesse algum interesse pelo James Walter. Nem sequer podia imaginar como Edward vivendo ao meu lado por tanto tempo pudesse sequer cogitar algo desse tipo. Será que ele não notava o quanto eu era apaixonada por ele? Que meu amor por esse homem me fez sair da minha pequena cidade no meio do nada e encarar sozinha uma Chicago imensa apenas por uma chance de encontrá-lo? Que pelo que eu sentia por ele eu fui capaz de perdoar e dar uma segunda chance para alguém que rejeitou nossa bebê quando ela ainda estava em meu útero?

Enquanto pensava nisso tudo, resolvi aproveitar que a Grace ainda estava dormindo para tomar um banho demorado enquanto tentava me acalmar depois de ter ouvido os absurdos de Edward. Até cogitei usar a banheira, mas se acaso minha bebê precisasse de mim, sair as pressas do chuveiro seria muito mais fácil. Liguei a ducha no jato mais forte e enquanto a água quente tentava relaxar os músculos tensos das minhas costas, eu não podia deixar de refletir sobre a conclusão que meu marido chegara.

Era fato que Edward estava sendo um companheiro perfeito nos últimos meses. Desde que ele voltou para casa, não havia um momento sequer que ele abdicou de nossa família em troca de trabalho ou qualquer outra coisa. Entretanto, eu tinha que admitir que como casal nós estávamos em muita falta. Eu mal podia lembrar da última vez que tivemos um tempo só para nós dois, como minha própria mãe tinha ressaltado nesta manhã.

Talvez esse ciúmes e insegurança dele se devesse justamente ao fato de termos pouco tempo para falar sobre nós, mas mesmo assim nada justificava as conclusões idiotas as quais ele havia chegado. Pelo contrário, só me deixava mais furiosa por Edward ter tão pouco confiança no amor que eu nutria por ele.

Por fim, desisti de ficar pensando nisso e decidi aproveitar aquele pequeno momento só para mim e aproveitar para me dar ao luxo de esfoliar minha pele e hidratar o meu cabelo. Após o pequeno ritual de mimos me senti bem melhor, apesar de que nem de longe eu ter recuperado o viço e brilho costumeiros da gravidez.

Sai do banheiro direto para o closet onde por mais mero comodismo vesti minha lingerie qualquer e uma camiseta longa. Peguei um livro policial que estava protelando a leitura há meses e deitei-me na cama apenas para matar o tempo livre. Tentei sem sucesso me envolver na estória sem graça, mas minha teimosia não me deixava abandonar o livro pela metade. Por volta da quinta página, escutei o barulho no andar de baixo e rapidamente olhei de relance para o relógio próximo da cama, onde constatei que Edward já havia saído há mais de uma hora.

Infantilmente, empurrei o livro para o canto e virei-me de lado, na direção oposta a entrada do nosso quarto. Escutei seus passos vindos pelo corredor e fechei os olhos fingindo dormir. Eu ainda estava chateada para ter qualquer conversa decente com o bobo do meu marido.

Não demorou muito para que ele chegasse de volta, abrindo a porta devagar. – Bella? – perguntou ele usando um timbre baixo. – Você está dormindo, baby? – ele indagou de novo, agora um pouco mais perto. Com o meu silêncio, ele comentou para si mesmo. – É claro que está, seu idiota.

Senti o seu peso afundar o colchão quando ele se sentou próximo a mim. – Todos os dias eu me pergunto por que você ainda está como um cara tão estúpido como eu. – ele disse, afastando levemente meu cabelo úmido do meu ombro.

– Devia esperar você acordar e te pedir desculpas corretamente, dizendo que eu sou um imbecil morto de ciúmes e que sei que você nunca me enganaria com um cara como o filho da puta do Walter. – Edward murmurou, brincando com as pontas do meu cabelo. – Que na verdade, você jamais me trairia com homem nenhum, meu amor.

Ele soltou uma risada abafada para logo depois continuar. – Cara, eu nunca pensei que tesão reprimido fosse me deixar tão irracional. Como é que eu pude achar que você está interessada por outro cara só porque não estamos transando?

– Eu devia ser mais compreensivo até porque a Grace só tem sete semanas e que você se sente incomodada só porque seu corpo não é mais o mesmo. – ele murmurou descendo a ponta do seus dedos lentamente por minha coluna sobre camiseta. – Mas tá foda. E não no bom sentido da coisa.

– Você não percebe que é sempre linda de qualquer forma. Que eu te desejo como louco e que é uma verdadeira tortura te ter ao meu lado todos os dias e não te tocar como eu gostaria. Você anda tão tímida e insegura e parece que esqueceu que sexo sempre foi algo tão natural entre a gente. Se escondendo de mim como se eu fosse capaz de criticar qualquer parte de você.

Sua mão foi escorregando mais para baixo, contornando a curva da minha bunda, descendo por minha coxa e indo até a parte interna do meu joelho, numa doce carícia torturante. Consegui conter um gemido mais foi impossível evitar que arrepios eclodissem em minha pele onde seus dedos quentes me tocavam.

– Mesmo inconsciente seu corpo responde ao meu, baby. – ele disse, sua mão continuando a alisar a parte exposta de minha coxa. – E é disso que sinto falta. De ver você vulnerável em meus braços, de como você fica sexy quando estamos juntos... De escutar seus sons, seus gemidos...

Minha respiração vinda de forma rápida e escassa e eu não sei como meu marido não percebeu que eu estava fingindo. As palavras e o toque delicado de Edward estavam despertando cada vez mais meus sentidos, fazendo com que meus mamilos se eriçassem e os primeiros sinais de umidade se acumulassem na minha calcinha. Fazia tanto tempo desde que estivemos juntos pela última vez e tudo o que eu mais queria era sentir o prazer e desejo que só ele era capaz de me proporcionar.

Eu estava prestes a abrir meus olhos e me entregar quando, de repente, suas mãos encerraram a carícia – Mas prometo que vou esperar o tempo que for preciso para que você me queira de novo. Eu saberei aguardar, meu amor.

E com isso, Edward se inclinou e deixou um beijo da minha têmpora para quase que imediatamente se levantar e ir em direção ao nosso banheiro. Senti-me ainda mais frustrada quando escutei a ducha do chuveiro ser ligada, me achando estúpida por ter colocado tantos obstáculos quando ele obviamente não se importava com nenhum deles.

O desejo que há tempos tinha ficado em último plano em minha vida tinha se reacendido a ponto de necessidade apenas com as palavras dele. Meu corpo estava em chamas e só ele poderia aplacar aquela paixão reprimida por muito tempo. Eu precisava dele como alguém precisava de ar para sobreviver e não podia mais esperar por isso.

Decidida, sai da cama e parti segura em direção a suite sem nem mesmo me preocupar com meu cabelo bagunçado ou tampouco com a calcinha simples de algodão e o sutiã de amamentação que estavam sob a camiseta. O momento era agora e eu não deixaria aquela oportunidade de retomar a minha vida sexual com meu marido.

A porta do banheiro estava apenas recostada quando me aproximei, o que me deu uma pequena visão do espaço que já estava embaçado devido ao vapor quente. Calça e o moletom que ele tinha usado para correr estavam jogadas no chão, uma típica atitude dele que parecia nunca acertar o cesto. Entrei devagar. Percebendo que apenas o sol baixo vindo através do vidro fosco da janela iluminava o local. Logo a minha frente eu vi o perfil nu de Edward debaixo do chuveiro, o cabelo já molhado ganhando uma coloração mais escura entrando em contrates com a pele alva como marfim. Os músculos de suas costas estavam tensionados e a água corria livremente por cada centímetro ali, descendo por sua bunda e se perdendo entre os fios acobreados de suas pernas.

Mas o que mais surpreendeu foram seus braços. Um deles estava recostado no azulejo do box, onde ele apoiava sua testa no antebraço. Já sua mão direita acariciava lentamente o seu membro semi rijo, em um movimento de vai e vem que fez meu baixo ventre se contorcer em nós.

– Ah, Bella... – ele gemeu baixo, mantendo seu lábios meio abertos à medida que a velocidade de sua mão se elevava gradualmente e seu quadril acompanhava o novo ritmo imposto por ele.

Eu estava entorpecida demais pela imagem de Edward se masturbando bem na minha frente. Minha boca estava ressecada e foi impossível não engolir em seco ao assisti-lo nesse ato tão íntimo, mas que ao mesmo tempo me envolvia de alguma forma. Esfreguei minhas coxas juntas, tentando algum tipo de fricção que aliviasse o mínimo que fosse tudo isso que eu estava sentindo.

Edward usou seu polegar para acariciar a glande rosada e soltou um ruído gutural e eu não pude evitar o meu próprio gemido ao ver aquela cena. Isso fez com que ele percebesse meu pequeno fetiche voyeur e me olhasse de repente, quase que assustado por ter me encontrado lá dentro.

Merda... – ele murmurou e meio atrapalhado ao fechar o chuveiro ao mesmo tempo que eu não parava de encarar a ereção volumosa entre suas pernas. – Desculpe, eu só... Bem, eu...

Ele parou de falar qualquer coisa e de maneira apressada, abriu a porta do box e pegou uma toalha, enrolando-a no quadril de qualquer forma. Ele coçou a nuca, um típico gesto quando estava nervoso antes de, sem me olhar nos olhos, perguntar – Precisa de alguma coisa, baby?

– Você. – respondi em prontidão, finalmente dando um passo na direção dele. – Só de você.

Seu cenho se franziu enquanto meus passos me levavam cada vez mais próxima dele. Fiquei frente a frente, sua expressão permanecendo confusa mesmo quando coloquei uma mão sobre seu ombro e fiquei na ponta dos pés para alcançar seus lábios.

– Eu preciso de você, Edward. – Eu sussurrei contra a boca dele deixando uma de minhas mãos escorregarem pelo seu peito indo em direção ao tecido felpudo e o retirando de seu quadril.

Quando finalmente ele entendeu qual era minha intenção, ele gemeu rouco contra meus lábios, me puxando com força contra o seu peito molhado. Seu beijo foi quase que selvagem, nossas bocas se chocando com fome, matando a ânsia que tínhamos um pelo outro.

– Você estava fingindo dormir, não foi? – ele murmurou, descendo seus beijos pela base do meu pescoço.

– Isso realmente importa agora? – respondi de volta, ao mesmo tempo que laçava meus braços em suas costas, trazendo-o ainda mais próximo de mim.

– Não. Nem um pouco. – disse, arrancando com pressa a camiseta que eu usava para logo depois voltar a me beijar com força.

Ele nos arrastou até a bancada da pia mantendo seu corpo grudado ao meu. Eu o abraçava com força, sentindo sua barba crescida arranhando minha boca, pescoço e clavícula ao mesmo tempo que seu membro ficava imprensado em minha barriga. Minhas pernas por puro reflexo se afastaram e ele aproveitou o movimento para colocar sua coxa entras elas, causando o atrito que eu tanto necessitava.

– Porra baby, eu estava sentindo tanta falta disso. – ele sibilou, descendo seus beijos entusiasmados pelo meu colo.

– É, mas não se empolgue muito por aí. – eu comentei rindo. – Você sabe que eles estão impossibilitados para esse serviço por enquanto.

– Eu sei, eu sei. – Edward respondeu, diminuindo a intensidade dos beijos, mas levando suas mãos por cima do sutiã e acarinhando delicadamente. – Mas você sabe que eu tenho tara por peitos grandes.

– Só que agora...– desci minha mão por seu abdômem, passando por sua pélvis até alcançar seu sexo pulsante. – ...eu quero saber de outra coisa que é grande.

Edward jogou a cabeça para trás e gemeu alto e isso fez somente com que aumentasse ainda mais o meu movimento, sentindo na palma da minha mão a suavidade da pele quente cobrindo a rigidez de seu pênis. Ao vê-lo assim tão vulnerável e intenso sobre o meu toque, não havia como deixar de me sentir sensual e poderosa. Todo pudor estúpido que pudesse existir antes havia sido abandonado, deixando somente no foco o prazer que apenas eu poderia causar naquele homem.

De repente, Edward cobriu minha mão com a sua, interrompendo minhas ministrações. Ergui uma sobrancelha em questionamento e ele deixou um beijo em meus lábios antes de dizer – Se você continuar desse jeito eu não vou durar mais muito tempo.,.

– Mas...

– Minha vez, amor. – e com isso, Edward com um movimento muito rápido, me colocou de costas, me fazendo soltar um grito surpreso.

Ele riu, afastando meus cabelos e expondo minha nuca para sua boca cálida. Começou a espalhar beijos demorados desde meu ombro, dando pequenas mordidas até o lóbulo da minha orelha, o qual ele chupava devagar brincando com a pequena pérola do meu brinco. Eu suspirei alto pressando ainda mais minhas costas contra o seu peito e sentindo sua ereção massiva contra a base da minha coluna.

Em contrapartida, Edward circundou seu polegar ao redor de meus mamilos que se eriçaram mesmo escondido pobre as camadas protetoras do sutiã. Aos poucos, foi descendo o seu dedo por minhas costelas, barriga, umbigo até alcançar a cicatriz da minha cesareana, onde ele desenhou os círculos um pouco mais devagar, só para me provocar.

– Você é linda, baby. - ele sibilou junto ao meu ouvido. — Tão perfeita.

E naquele momento eu me sentia assim: toda insegurança e receio tinham se evaporado devido ao calor da paixão de Edward. Naquele momento, minha única prioridade era ser consumida pelo ardor que era essa reconexão a ele.

Mordi meus lábios com força quando a mão dele alcançou a borda da minha calcinha, puxando o elástico devagar para logo em seguida solta-lo causando uma pequena tortura. Segurei mais forte a bancada de mármore , sem importar que a borda da pedra pudesse me machucar. Ele permaneceu provocando minha pele em diversos ponto ao mesmo tempo que chupava com força um ponto sensível abaixo da minha orelha.

Não demorou muito para que sua mão finalmente adentrasse a minha calcinha. Mais uma vez agradeci mentalmente a Alice, por ter insistido tanto para que eu fizesse uma depilação a laser há uns dois anos atrás. Pelo menos nesse quesito, eu nunca era pega desprevinida para a felicidade de meu marido.

Seus dedos encontraram meus lábios, desenhando o mesmo padrão circular sobre eles – Hmmm. Tão molhada, amor.

– Só pra você.

Ele grunhiu antes de virar meu rosto com sua mão livre e me beijar, sugando o resto de fôlego que eu ainda mantinha. Nossas línguas começaram a travar uma deliciosa batalha a medida que a ponta do seu dedo começava a me penetrar vagarosamente, elevando ainda mais o nível de prazer que se espalhava por cada poro de minha pele.

Meu quadril começou a acompanhar o toque de Edward, rebolando cada vez mais a cada nova investida dos dedos longos dele. Mas apesar de toda sensação perfeita que ele me proporcionava, eu queria mais. Precisava dele por inteiro para me sentir completa.

– Edward... – eu pedi baixinho, num gemido sufocado devido a enxurrada de sensações causadas por sua mão.

– Sim, amor?

– Preciso de você.

– Eu estou bem aqui, Bella. – ele respondeu, alcançando o meu clítoris e puxando-o delicadamente.

Eu gemi alto, não tendo pudor algum em vocalizar tudo aquilo que Edward me fazia sentir. – Por favor, Edward.

Ele aumentou o ritmo de seu toque, dando uma especial atenção agora ao meu ponto mais sensível, – Diga o que você precisa, baby.

– Você. – respondi sem rodeios, – Dentro de mim. Agora.

Edward riu da minha pressa e logo depois começou a retirar minha calcinha, descendo-a de forma dorolosamente lenta. Antes mesmo que ela chegasse aos meus joelhos, puxei a boca dele para a minha, enquanto me livrava por mim mesma da maldita peça.

A ferocidade de nossos lábios chegava a machucar, entretanto nenhum de nós parecia se importar muito com isso. Quando o fôlego acabou, sua boca voltou a atacar o meu pescoço, o que provavelmente deixaria marcas muito em breve. Enquanto isso, usando uma mão ele me abraçou pela cintura e a outra, ergueu minha perna e a apoiou contra o balcão. Alguns poucos cremes acabaram caindo dentro da pia devido ao movimento brusco, entretanto nenhum de nós se importava com isso quando estávamos tão próximos desse jeito.

Nessa posição, eu estava completamente exposta para ele, que se aproveitou disso para roçar toda sua excitação desde o meu períneo até o clitoris. Isso me levou a um nível de prazer que eu já não sentia há muito tempo; e tudo isso foi vocalizado através de gemidos a cada nova investida do quadril dele.

– Baby, – ele sussurrou contra minha pele, seu peito pressionando minhas costas como se sua vida dependesse disto.– Isso não vai ser doce nem romântico.

– E nem eu quero que seja. – respondi, empinando meu quadril contra sua pélvis, buscando o contato do meu sexo com o dele.

Edward grunhiu alto com a minha resposta e mais uma vez me beijou sofregamente. Sua língua explorava cada canto de minha boca ao passo que suas mãos foram até meu quadril, segurando-o com força, o que causaria mais algumas manchas arroxeadas em poucas horas. Nossos lábios se separaram brevemente, mas o restante de ar que eu tinha em meus pulmões foi sugado assim que ele me penetrou de uma única vez.

Sem pudor algum joguei minha cabeça contra o ombro dele e gritei de prazer. Escutei o grunido alto de meu marido, que cravou ainda mais seus dedos contra o osso do meu quadril. Ficamos por algum momento apenas parados, uniformizando as nossas respirações e curtindo a sensação de finalmente podermos voltar a ser apenas um só.

Quando ele começou a se movimentar outra vez, suas estocadas foram ganhando ritmo rapidamente, o que levou correntes de prazer por todo o meu corpo. Era como se pequenos orgasmo curtos e intensos se espalhassem por todos os meus poros a cada movimento do quadril dele no meu.

Tudo era muito sensorial naquele ato. O som abafado de nossas peles se chocando no vai e vem intenso. Os gemidos cada vez mais altos que tanto eu quanto ele não podíamos mais guardar. Seu corpo grudado ao meu dentro daquele banheiro abafado devido ao vapor quente do chuveiro, fazia com que o suor começasse a brotar e o cheiro do mais puro sexo impregnasse no ar, aumentando ainda mais o tesão do momento.

– Abra os olhos, Bella. – ele pediu com a voz rouca e irresistível.

Fiz o que ele me pediu e o que eu vi no espelho quase me fez chegar ao clímax. No reflexo, eu não só via o homem mais sexy da face da Terra com uma expressão de puro prazer cravada em seu rosto, mas eu também podia observar uma morena voluptuosa de pele pálida, seios fartos presos por um sutiã azul e de sexo rosado rebolando intensamente a cada investida do pênis de seu marido.

– Agora entende porque eu morro de tesão por você, baby? – Edward sibilou, dando pequenas mordiscadas ao longo da minha orelha.

Assenti levemente, ainda fascinada vendo pelo modo como meu sexo engolia o dele no reflexo do espelho. Era hipnotizante e muito mais excitante não apenas sentir, mas também ver todo o ato bem ali na nossa frente.

Edward voltou a arranhar sua barba crescida ao longo do meu pescoço, sussurrando sem fôlego contra minha pele. – Só você faz com que eu me sinta assim, Isabella. Sente o quanto eu estou duro pra você?

– Sim... – eu respondi baixinho, escorregando minha mão por minha púbis até chegar ao meu ponto mais sensível.

Ao perceber o que eu estava fazendo, Edward gemeu e aumentou ainda mais velocidade de suas estocadas e consequentemente atingiu um novo local deliciosamente prazeroso dentro de mim. Minha visão começou a ficar turva e os nós em meu baixo ventre começaram a ficar cada vez mais intensos; sinais óbvios de que um orgasmo poderoso estava prestes a aparecer.

– Porra, eu não vou durar mais muito tempo... – Edward disse, jogando mais do seu peso contra as minhas costas, me fazendo ficar mais empinada sobre a pia. – Preciso te ver gozando, baby. Por favor, goza para mim.

Meu corpo reagiu às suas palavras e enfim, o clímax veio forte, como nunca antes. Todo o meu corpo se contraiu enquanto onda após onda de prazer atravessava minha pele, desde as pontas do pés até o último fio de cabelo. Meu sexo apertou com força o membro de Edward, que em resposta soltou um som gutural antes de tomar minha minha boca na sua e me beijar outa vez.

Senti suas estocadas ficarem descompassadas, seus braços se cruzaram com mais força ao redor da minha cintura e com um gemido final, seu gozo começou a me encher, demostrando que Edward também chegara ao seu ápice. Nossos lábios estavam apenas recostados, cada movimento lento da sua pélvis fazia meu corpo todo entrar naquela sensação de relaxamento intenso pós-orgástico.

Por fim, ele me deu mais alguns leves selinhos seguindo o ritmo vagaroso de suas últimas penetrações, como se quisesse prolongar ao máximo aquele momento. Um sorriso bobo brotou em meus lábios assim que ele suspirou satisfeito e recostou sua testa no meu ombro direito.

– Puta merda, baby... – ele murmurou, sua voz saindo abafada por causa dos seus lábios grudados à minha pele. – Se eu soubesse que você ficaria assim ao me ver batendo uma, eu teria feito isso na sua frente bem antes.

De brincadeira, dei um tapinha na lateral de sua coxa. – Não foi por causa disso, seu tarado. – disse com um sorriso. – Foi o que você disse antes, lá na cama.

Seu rosto se ergueu de meu ombro e nossos olhos se encontraram através do espelho. – Você sabe que eu não disse aquilo tudo só por dizer, não é? Eu achei que você estivesse cochilando de verdade.

– Eu sei, amor. – eu respondi, levando minha mão até a sua nuca e começando a acariciar aquele local. – Mas você poderia ter me dito tudo isso antes, sem precisar sair de casa com raiva.

Edward suspirou. – E fui um idiota ciumento, baby. Me perdoa, por ter agido como um estúpido.

– Somente se você me desculpar por ser uma insegura que te deixou na mão por tanto tempo.

Ele sorriu, aproximando seus lábios dos meus. – Tudo perdoado, amor.

– E só para que você se lembre, – eu sibilei, antes que ele iniciasse o beijo – Eu te amo demais, ouviu?

– Assim como eu amo você, Bella. – ele sussurrou docemente, antes que nossas bocas se encontrassem

Enquanto nos beijávamos, Edward ajudou a apoiar minha perna de volta no chão e lentamente saiu de dentro de mim, o que fez com que eu resmungasse de insatisfação. Ele me virou de frente para sem interromper o beijo, ele desabotoou meu sutiã, deixando livre os meus seios de encontro ao peitoral dele.

Quando finalmente nossas bocas se afastaram, ele deixou um beijo na minha testa antes de voltar a falar. – Eu queria te pedir duas coisas.

– Se estiver ao meu alcance...

– Será que poderíamos sair para jantar amanhã, só nós dois? – ele pediu, me fitando com seus intensos olhos verdes – Sua mãe vai embora na próxima segunda e eu não sei quando vamos poder fazer algo assim novamente. Deus sabe que eu amo as crianças, mas às vezes eu sinto falta de ter um tempo só com você.

Eu sorri compreendendo por completo o que ele quis dizer. – Eu vou falar com a Renee para ver se ela pode dar conta do Richie e da Grace por algumas horas.

Ele deixou um beijo na minha testa e sibilou – Obrigado, baby.

– E qual é o segundo pedido? – inquiri curiosa.

Edward se afastou e um sorriso diabólico começou a surgir no seu rosto. Eu pensei em recuar, mas ele fora muito mais rápido e com um movimento certeiro me ergueu pro seu colo e começou a caminhar de volta para o box.

– Edward! O que você está fazendo?. – eu pedi, quando ele usou a mão livre para voltar a ligar o chuveiro.

– Bem, antes de você chegar eu estava tendo umas fantasias... Talvez seja hora de colocar uma delas em prática.

Fantasias? – eu provoquei. – No plural mesmo?

– Baby, você não tem ideia do que seis meses sem sexo pode fazer com a cabeça de um homem. – ele respondeu, se colocando contra o azulejo frio do box e começando a me beijar loucamente.

E assim, terminamos fazendo amor outra vez, aproveitando aquele breve momento para sermos apenas Bella e Edward; um casal que como qualquer outro, que tinha suas dificuldades e desafios, mas que com amor que sentíamos um pelo outro eram capazes de se manter mais fortes e intensos a cada dia.

Nossa bolha foi estourada quando minha mãe nos ligou, informando que ela e o Richie já tinham pegado um táxi e já estavam retornando para casa. Como dois adolescentes abobalhados, nos vestimos às pressas tentando esconder algumas marcas no corpo fruto de nossa tarde bastante produtiva. Demos uma última verificada em nossa filha, que continuava dormindo tranquilamente e partimos para a cozinha, onde começamos a tentar preparar o nosso jantar juntos. E tentar era a palavra chave.

O molho branco estava no fogo, assim como os legumes da salada em cima do balcão para que ele cortasse. Mas nós dois estávamos achando muito mais interessante ficar de amassos contra a porta da geladeira do que se apegar a pequenos detalhes como estes.

– Amor, minha mãe pode chegar a qualquer minuto. – eu sussurrei, enquanto ele afastava a gola rolê para deixar mais beijos ao longo do meu pescoço.

– Nós vamos escutar quando o carro chegar.

– Tem certeza?

– Absoluta.

Sua boca encontrou a minha e começamos a nós beijar intensamente, uma de minhas mãos foi até sua nuca, onde o segurei mais próximo a mim tanto quanto humanamente possível. Nisso, ele aproveitou para encaixar uma de suas pernas entre as minhas, causando um delicioso atrito em minha necessidade.

De repente, eu escutei. – Bella querida, que cheiro de queimado é... Wow!

Senti minhas bochechas ardendo de vergonha por ter sido flagrada naquela situação com o meu marido. Eu até tentei me desvencilhar, mas Edward nos manteve naquela mesma posição, somente escondendo seu rosto em meu ombro e tentando segurar uma risada.

– Err... Oi, mãe. – eu consegui balbuciar estupidamente. – Onde está o Richie?

– Eu pedi para que ele subisse para guardar os brinquedos que ele ganhou no festival. – ela respondeu depois de alguns segundos, passando direto por nós e indo até o fogão para desligá-lo. – Mas talvez eu precise de algo que ele trouxe naquele montante.

– O que foi que ele trouxe? – Edward finalmente perguntou, vagarosamente nos desvencilhando mas sem deixar me abraçar pela cintura.

Renee colocou sua bolsa na mesa e puxou uma cadeira onde se sentou confortavelmente – Na barraca do tiro ao alvo, ele insistiu que queria um protetor auricular. Não sei para que ele irá usá-lo, mas eu tenho certeza que ele me será muito útil essa noite. – e com isso, ela piscou satisfeita em nossa direção.

Edward gargalhou alto e eu quis morrer por conta disso. Muito embora, bem lá no fundo eu estava mesmo muito feliz para me importar com a curiosidade de minha mãe ou pela falta de noção de meu marido. Finalmente, eu agora me sentia completa em todos os sentidos de minha vida. Sendo mãe, filha e principalmente mulher.


Gente do céu, socorro que esse foi meu primeiro lemon GRÁFICO E CÍTRICO!

Não sou acostumada a isso (santa!), portanto perdoem se não ficou tão bom! Queria muito saber a opinião de vocês sobre esses dois papais muito pervos!

Sobre meu futuro no mundo das fics.. Sim continuarei a escrever e sempre e sempre! No entanto, a vida adulta é uma rapariga safada e eu preciso trabalhar para meu nome não bater no SPC. Digamos que meus posts serão sempre uma surpresa. Quando vocês menos esperarem estarei com coisas novas por aqui!

Beijos,

Line